Saiba mais sobre carcinoma espinocelular, um dos tipos de câncer de pele

O carcinoma espinocelular, também conhecido como CEC, é um câncer de pele muito comum.

Ele é originado nos queratinócitos, uma célula que fica localizada na camada mais superficial da pele, chamada epiderme.

Essa doença pode ser desencadeada por diversos fatores, mas principalmente pela exposição ao sol.

Continue lendo para saber mais sobre e tirar suas dúvidas.

Incidência do carcinoma espinocelular

Esse é o segundo câncer de pele mais frequente, representando 20% desses tumores malignos e que não incluem o melanoma.

Nos últimos 20 anos, os casos têm aumentado significativamente, motivado pelos seguintes fatores:

  • maior exposição da população ao sol
  • uso de câmera de bronzeamento artificial
  • envelhecimento da população
  • aperfeiçoamento do diagnóstico do tumor.

Reforçando a influência da exposição ao sol, o carcinoma espinocelular é mais frequente nos países com maior incidência solar. Além disso, há variação no próprio país, conforme a proximidade com linha do equador.

A incidência também aumenta à medida que a pessoa envelhece. Acima dos 75 anos, por exemplo, é 300 vezes mais frequente do que na faixa etária abaixo de 45.

É muito mais frequente em pacientes brancos do que em negros. Nos Estados Unidos, a incidência em mulheres e homens brancos é de 150 e 360 por 100.000 habitantes, respectivamente, enquanto em negros é de apenas 3 por 100.000. 

Quais são os fatores de risco do carcinoma espinocelular?

Veja quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse câncer de pele.

Radiação ultravioleta

É o principal fator de risco do carcinoma espinocelular. O desenvolvimento do tumor é resultado do efeito cumulativo do sol, especialmente a radiação ultravioleta B durante a vida.

Já os outros dois tipos de câncer de pele mais frequentes, o carcinoma basocelular e o melanoma, são induzidos pela exposição intermitente, ou seja, devido a queimaduras solares ocasionais.

Essa diferença explica a maior incidência na população mais idosa. Além deles, existem outras pessoas que são mais susceptíveis a essa doença, como quem:

  • se expõem mais ao sol, como agricultores e marinheiros
  • faz bronzeamento artificial em câmaras que emitem radiação ultravioleta A
  • realiza fototerapia envolvendo a emissão de raios ultravioleta (B).

Outros fatores que influenciam são a intensidade de exposição ao sol nos últimos 5 a 10 anos, a cor da pele, dos olhos e dos cabelos.

Radiação ionizante

A radiação ionizante é aquela que consegue interagir com as células do organismo e causar câncer, como o carcinoma espinocelular.

As principais fontes desse tipo de radiação são:

  • bombas atômicas, como a que ocorreu no Japão
  • radioterapia de tumores malignos
  • radiografia, que permite o diagnóstico por imagem.

Exposição ao arsênico

Alguns países, como Taiwan e México, têm grande concentração de arsênico na água potável. Por isso contam com uma alta incidência de carcinoma espinocelular.

A exposição no trabalho também contribui.

Fator genético

Pessoas que têm outros membros na família com carcinoma espinocelular têm duas a três vezes mais chance de desenvolverem esse câncer de pele.

Os portadores de xeroderma pigmentoso, outra doença hereditária, têm 2000 vezes maior risco de adquirirem, sempre a partir da juventude.

Outras condições, de origem genética, que também implicadas na predisposição a esse problema são:

  • albinismo
  • epidermólise bolhosa
  • epidermodisplasia verruciforme.

Imunossupressão adquirida

A diminuição da imunidade induzida por doenças, como a AIDS, por medicamentos para evitar a rejeição de transplante de órgãos, no tratamento de câncer e no controle de doenças autoimunes, com corticosteroide, aumenta muito o risco de surgimento do CEC. Além disso, predispõe a tumores mais agressivos, o que influencia o perigo de metástase.

Inflamação crônica da pele

Inflamação da pele de longa duração também aumenta as chances do paciente desenvolver carcinoma espinocelular de forma muito agressiva.

Entre os principais tipos de inflamação, podemos citar:

  • cicatrizes resultados de queimaduras
  • úlcera de longa duração na perna
  • fístulas
  • líquen escleroso na área genital da mulher.

Fumo

Os fumantes e usuários de tabaco têm mais possibilidades de desenvolverem o CEC na boca, variando de 20% a mais de duas vezes, comparado aos não fumantes.

Infecção pelo papilomavírus (HPV)

Há a teoria que a infecção pelas variantes do tipo 5, 8, 15, 17, 20, 24, 36 e 38 aumentam as chances de aparição desse tumor.

Apesar disso, atualmente, tem surgido dúvidas sobre essa relação.

Medicamentos

Os pacientes que utilizam medicamentos que induzem as queimaduras de sol, como os utilizados para combater a hipertensão arterial, o psoraleno associado à fototerapia para tratar doenças, como vitiligo e a psoríase, são mais propensos a desenvolver o carcinoma espinocelular.

Outros medicamentos também predispõem ao tumor, como:

  • azatioprina, utilizada para tratar doenças autoimunes
  • o vemurafenib e dabrafenib, úteis no tratamento de metástase de melanoma.

Não existe comprovação da associação com dietas ricas em leite e gordura, selênio e vitamina D.

Como o carcinoma espinocelular se manifesta?

Pode surgir em qualquer parte da pele e das mucosas, inclusive ao redor das unhas, mucosa oral e região anogenital.

Em pessoas brancas, predomina a área exposta ao sol. Nas negras, é mais frequente na parte protegida do sol, como as pernas, região ao redor do anus, genitais e sobre cicatrizes antigas.

Na região genital e ao redor das unhas está relacionado à infecção pelo HPV.

A Doença de Bowen representa uma lesão pré-cancerosa consequente à exposição solar, vírus do HPV e até intoxicação por arsênico. Esta última devido à alta concentração dessa substância na água potável, não existente no Brasil.

Manifesta-se por uma placa eritematosa (avermelhada), bem delimitada e coberta por escama espessa, como na foto 1, abaixo.


Foto 1: Doença de Bowen com placa coberta por escama espessa

A evolução para um verdadeiro carcinoma espinocelular é denunciado pelo aparecimento de ulceração e consequente crosta.

O tumor menos agressivo (menor capacidade de metástase), conhecido como ceratoacantoma, manifesta-se como nódulo com depressão central (foto 2) e está preenchida por material conhecido como queratina.


Foto 2: Carcinoma Espinocelular manifestado por nódulo e depressão central

Apesar de crescer inicialmente mais rápido do que as outras variedades, é o tipo menos agressivo ao ponto de desaparecer espontaneamente.

Os tumores que se originam na pele exposta ao sol, especialmente a partir da ceratose actínica (foto 3), o que ocorre em 60% dos casos, são menos agressivos, ou seja, têm menor capacidade de metástase.


Foto 3: Ceratose Actínica em couro cabeludo

Nesse câncer, desenvolvem-se placas ou nódulos com superfície áspera, endurecidos ou firmes, medindo geralmente entre 0,5 a 1,5, como mostra a foto 4, abaixo.


Foto 4: Carcinoma Espinocelular com tumores (seta 1) em diferentes estágios evolutivos a partir de ceratose actínica (seta 2)

Os casos de maior duração podem atingir grandes dimensões. Os mais agressivos apresentam pápulas ou nódulos carnudos com superfície mais lisa, além de terem maior capacidade de ulcerar (formar feridas) e sangrar facilmente.

Aqueles mais profundos, geralmente, são assintomáticos, porém podem ser dolorosos e causar prurido (coceira).

Os que atingem a parte mais profunda da pele, ao ponto de invadirem os nervos, geram outros sintomas, como:

  • sensação de dormência
  • ardência
  • queimação
  • paralisia motora
  • alterações na visão.

Aqueles que aparecem no lábio inferior surgem a partir da queilite actínica (foto 5), correspondente à ceratose actínica no lábio. Esses tumores têm maior probabilidade de metástase.


Foto 5: Queilite Actínica manifestada por erosões e placas esbranquiçadas

Ainda mais agressivo são os localizados na mucosa oral, especialmente no assoalho da boca, com grande risco de serem fatais.

Os gânglios correspondentes ao câncer primário devem ser examinados através da palpação, como os do pescoço, de modo a detectar metástase.

O diagnóstico clínico pode ser confirmado através de exame histopatológico, realizado através de biópsia.

Além desse exame, pode-se utilizar o dermatoscópio, aparelho aplicado sobre a pele que permite maior visualização das suas estruturas, ajudando muito na identificação.

Tratamento do carcinoma espinocelular

Os cuidados podem variar conforme a área e com a sua seriedade.

Nos iniciais, de baixo risco, recomenda-se a curetagem e eletrocoagulação. Essa técnica também pode ser utilizada em situações de múltiplos tumores, em pacientes com transplante de órgão, por exemplo.

A operação de remoção, com margens de segurança entre 0,5 e 1 centímetro, além de atingir toda a profundidade da pele, é o melhor tratamento. 

A cirurgia micrográfica de Mohs é uma variante, indicada em situações que já recidivaram, com limites mal definidos e de alto risco. Nela, todo material removido é examinado no microscópio.

Outra opção é a criocirurgia, indicada para as condições de baixo risco de metástase e de recidiva, muito aconselhável para quem tem contraindicação de cirurgia. Ela faz a destruição de tecido através da aplicação do frio, com o nitrogênio líquido.

A radioterapia é indicada em pacientes idosos, para reduzir o tumor antes de cirurgia, substituir esse procedimento ou ainda como complemento da mesma.

Ao notar anormalidades e desconfiar de carcinoma espinocelular ou qualquer outro tipo de problema, procure um dermatologista para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Se você quer saber mais sobre câncer de pele, continue lendo no nosso blog.






O que é e o que causa eczema numular?

O eczema numular, também conhecido como dermatite numular e eczema discóide, é uma doença que causa inflamação da pele de forma crônica.

Na maioria dos casos, não se sabe a causa. As lesões afetam, preferencialmente, os membros superiores e inferiores.

Elas têm um formato circular ou oval, como uma moeda, apresentam margem bem definida e causam prurido (coceira) intenso.

Continue lendo e saiba mais sobre o eczema numular.

Incidência do eczema numular

O eczema numular afeta predominantemente os adultos e é mais frequente no sexo masculino.

A maior incidência se situa entre 55 a 65 anos e a idade de início da doença é igual nos dois sexos. 

As crianças são menos afetadas, exceto aquelas portadoras de atopia, ou seja, propensas a desenvolver outras doenças, como:

Qual a causa do eczema numular?

Embora a causa seja desconhecida, vários fatores – agindo isoladamente ou em combinação – podem contribuir para a instalação do eczema numular.

A pele é seca ou induzida a se tornar nas seguintes situações:

  • nos portadores de atopia,
  • devido ao envelhecimento natural,
  • ingestão de medicamentos como a isotretinoína, ouro, metildopa, estreptomicina, isoniazida, interferon alfa 2B, ribavirina e mercúrio do amálgama dentário,
  • banho quente e prolongado com sabonetes comuns,
  • habitantes de clima frio e seco,
  • alergia ao contato com algumas substâncias, como produtos da borracha, formaldeído, sulfato de neomicina e metais,
  • reação alérgica ou infecção por Staphylococcus aureus, Candida albicans e Dermatophagoides farinae,
  • foco interno de infecção, incluindo foco dentário e da parte superior e inferior do aparelho respiratório,
  • estresse emocional,
  • bebida alcoólica,
  • cirurgia de reconstrução mamária para implante de silicone ou procedimento com aparelhos com a função de expandir os tecidos.

Como o eczema numular se manifesta?

As lesões do eczema numular acometem mais frequentemente as pernas. (foto 1A e 1B)

Foto 1A: Eczema Numular na perna
Foto 1B: Vista aproximada da foto 1A

Em segundo lugar, atinge o dorso das mãos e os antebraços. (foto 2)

Foto 2: Eczema Numular com típica forma em moeda no dorso das mãos

É menos frequente no tronco e, neste, a parte inferior é mais afetada do que a superior.

A lesão típica é caracterizada pelo surgimento de placa eritematosa (avermelhada) seguido pelo aparecimento de pápulas (carocinhos) e vesículas (bolhinhas d’água) que aumentam de tamanho quando duas ou mais lesões se encontram ou quando há a extensão periférica que cria o formato característico de moeda.

O tamanho da manifestação varia bastante, podendo ir de 1 a 10 cm. (foto 3A e 3B)

Foto 3A: Eczema Numular na face anterior da coxa
Foto 3B: Vista aproximada da foto 3A, com crosta amarelada, denunciadora de infecção bacteriana

A vesícula, ao se romper, elimina exsudato que, em contato com o ar, forma crosta, frequentemente do tipo melicérica (cor de mel e cera).

Quando isso ocorre, é um sinal que há infecção bacteriana.

Com o tempo, as lesões se tornam secas e começam a descamar. Nessa fase crônica, há tendência para a involução no centro e extensão periférica, dando lugar a eflorescências anulares, similares a tinha (impinge). (foto 4)


Foto 4: Eczema Numular com involução da parte central e gerando aspecto de tinha (impinge) 

Normalmente, o eczema numular causa diversas lesões na pele. Cada surto dura de semanas a meses com recorrências durante anos.

As lesões desaparecem sem deixar cicatriz e as recidivas podem ocorrer no mesmo local ou não.

Geralmente, as alterações cutâneas são cercadas por pele muito seca, especialmente nas pernas, e há muita coceira.

Exames e diagnóstico

Em caso de suspeita de dermatite de contato, deve ser realizado teste de contato.

Nesse exame, é feita a aplicação de substâncias na pele que comumente causam as lesões, que giram em torno de 30. 

Após dois dias da aplicação, é realizada a leitura para identificar a substância geradora do eczema de contato, que é denunciada pelo aparecimento de uma pequena lesão.

Foto 5: Teste de contato – exame de alergia

Tratamento do eczema numular

O tratamento do eczema numular envolve uma série de mudanças de hábitos para evitar o ressecamento da pele, como:

  • não tomar banho quente e prolongado,
  • usar sabonetes especiais,
  • aplicar cremes hidratantes com ceramida ou ureia logo após sair do banho,
  • usar aparelhos umidificadores no ambiente domiciliar em clima frio e seco.

Para controlar a inflamação da pele utiliza-se um creme contendo corticosteroide de alta potência anti-inflamatória que deve ser prescrito por um dermatologista após analisar as suas lesões.

Nos casos muito extensos, pode ser utilizada a fototerapia, tratamento que consiste na aplicação da radiação ultravioleta B de banda estreita, dentro de uma cabine.

Outra opção é fazer a exposição direta ao Sol no horário entre 10 horas da manhã e 2 horas da tarde, iniciando com tempo de exposição de 10 minutos.

Gradualmente, pode ser aumentado o tempo até o máximo de 30 minutos.

Também pode se recorrer ao uso de corticosteroide por via oral para os casos que atingem grande extensão da pele ou que apresentem recidivas frequentes após a suspensão de creme contendo corticosteroide.

Lembre-se que a automedicação pode trazer sérias consequências para a saúde e causar a piora do quadro. Se você tem eczema numular e deseja iniciar o tratamento, entre em contato conosco e agende uma consulta.




Pitiríase rósea: saiba mais sobre essa erupção avermelhada

A pitiríase rósea, também conhecida como pitiríase rósea de Gibert, é uma erupção avermelhada de aparecimento súbito na pele.

Ela é composta por pápulas (carocinhos) ovais e avermelhados que aparecem com escamas e se manifestam, principalmente, no tronco e na parte proximal dos membros.

De forma geral, desaparece espontaneamente, sem necessitar tratamento.

Continue lendo para saber as causas da pitiríase rósea, suas manifestações clínicas e métodos de tratamento.

O que causa a pitiríase rósea?

Não se sabe exatamente a causa da pitiríase rósea. 

Acredita-se que o seu aparecimento está relacionado com infecções virais, principalmente com o herpes vírus tipo 7.

Há estudos, ainda, que a relacionam com outros vírus, como:

  • herpes vírus tipo 6,
  • herpes vírus tipo 8,
  • vírus pandêmico da influenza A H1N1.

Há também a teoria de que há uma predisposição genética.

Existem diversos motivos que reforçam a teoria da pitiríase rósea estar ligada com infecções virais, como o fato das manifestações na pele, às vezes, serem precedidas de febre, astenia, dor de cabeça (cefaleia) e sensação de mal-estar, sintomas frequentes de infecção viral.

Além disso, também há outros, como:

  • aparecimento mais frequente em períodos definidos do ano, tendo maior incidência no verão e no outono,
  • ocasionalmente surge em pequeno grupo de pessoas,
  • semelhança das manifestações na pele com as doenças de origem viral,
  • recidiva rara (2%),
  • ocorrência maior nas gestantes (18%) comparado às não gestantes (6%), estado fisiológico onde a imunidade diminui, o que favorece infecções,
  • detecção de partículas como vírus ao exame com o microscópio eletrônico.

Como a pitiríase rósea se manifesta?

A pitiríase rósea é mais frequente em crianças de maior idade e adultos jovens, e predomina no sexo feminino.

Em uma minoria dos casos, antecedendo a erupção cutânea, surgem outros sintomas, como:

  • dor de cabeça,
  • sensação de mal-estar,
  • inflamação na garganta (faringite).

A manifestação inicial na pele é de uma mancha de cor rósea ou salmão, com borda elevada, centro amarelado, medindo entre 2 e 5 centímetros, redonda ou oval (foto 1a).

Foto 1a – Pitiríase Rósea em dorso, com lesão inicial em medalhão

Em seguida, surge escama e começa a clarear no centro, permanecendo a escama com aspecto de papel de cigarro na parte interna da borda da lesão. É conhecida como lesão medalhão ou “lesão mãe” e ocorre em 50 a 90% dos casos (foto 1b).

Foto 1b – Pitiríase Rósea, foto aproximada, apresentando pele avermelhada e descamação no centro

Após 7 a 14 dias surgem lesões menores, com o mesmo aspecto da lesão inicial, localizadas no tronco e parte proximal dos membros, especialmente nas coxas.

O eixo maior das lesões tende a tomar direção oblíqua das linhas de clivagem da pele, especialmente nas costas, distribuição conhecida como “Árvore de Natal” (foto 2).

Foto 2 – Pitiríase Rósea com distribuição em árvore de natal nas costas

A erupção da pele tende a se disseminar de forma centrífuga (do centro do corpo para a periferia) ou de cima para baixo do corpo, no curso de alguns dias (foto 3).

Foto 3 – Pitiríase Rósea com lesões na axila, evidenciando eritema (vermelhidão) e escamas

A involução se manifesta pelo desaparecimento gradual do eritema (pele avermelhada) e das escamas em 4 a 8 semanas. Raramente, tem duração de vários meses.

Pode permanecer manchas hipocrômicas (manchas mais claras) durante algumas semanas ou hipercrômicas (mais escuras), estas mais frequentes nas pessoas de pele escura. Nesses casos, desaparece após vários meses ou até mais. 

Nas crianças, a doença se manifesta de forma muito diferente. Ao contrário dos adultos, envolve também o couro cabeludo e o rosto.

Pode ter localização inversa à do adulto, ou seja, afetar a face e a parte distal dos membros, poupando o tronco.

As lesões são muito menores, constituídas por pápulas (carocinhos) localizadas nos folículos pilosas, além de vesículas (bolhinhas d’água), pústulas (bolhinhas de pus) (foto 4) e, menos frequentemente, semelhante à urticária ou púrpura.

Foto 4 – Pitiríase Rósea variedade atípica, em criança, com pápulas (carocinhos) de pequeno tamanho

Geralmente as lesões são assintomáticas ou às vezes há sensação de prurido (coceira) discreto, exceto nos portadores de asma e rinite, quando pode ser de maior intensidade.

Em 28% dos casos, pode ocorrer inflamação da garganta (lesões orofaríngeas), visualizada como manchas avermelhadas mais claras (eritema) ou mais escuras (petéquias), que também desaparecem espontaneamente.

O diagnóstico diferencial, ainda com apenas a lesão medalhão, deve ser realizado com a tinha (impinge).

O exame micológico, que avalia a presença de fungos, esclarece o diagnóstico.

Já na fase da doença com todas suas manifestações, deve ser diferenciado da sífilis secundária por meio de um exame de sangue.

Vale ressaltar ainda que a primeira manifestação da AIDS na pele é muito semelhante à pitiríase rósea, por isso, é preciso de atenção.

Tratamento

A pitiríase rósea, normalmente, se cura espontaneamente. 

Além disso, não é preciso se preocupar com a transmissão da doença.

Dessa forma, o tratamento deve ser realizado apenas quando existir coceira, controlada com o uso de corticosteróide de média potência anti-inflamatória, aplicado na pele durante 2 a 3 semanas.

É discutível a eficácia do uso do aciclovir por via oral e da fototerapia com radiação ultravioleta, reservados para os casos mais graves.

Ao desconfiar que você tem pitiríase rósea, agende uma consulta com um dermatologista. Como já falado, os seus sintomas podem ser confundidos com outras doenças, como sífilis ou AIDS.

Entre em contato conosco para agendar um horário para realizar exames e ter um diagnóstico correto.


Ceratose pilar: saiba mais sobre os carocinhos na pele que parecem acne

A ceratose pilar é uma desordem hereditária muito frequente e que ocorre por um distúrbio no processo de queratinização do pelo (crescimento do mesmo).

Como consequência, há a formação de pápulas (carocinhos) de consistência áspera, relacionadas ao fio, localizadas mais frequentemente nos braços, coxas e rosto.

Continue lendo para saber mais sobre a ceratose pilar, entender porque ela ocorre e se é possível tratá-la.

Como a ceratose pilar aparece?

Existem dois padrões de apresentação. O primeiro, inicia antes de 2 anos. Esse é o mais frequente. O segundo, surge aos 10 anos.

A ceratose pilar afeta entre 2% a 12% das crianças e não há predominância de gênero nem de raça.

O que causa a ceratose pilar?

A ceratose pilar é uma doença relacionada à genética. Embora não seja bem determinado o seu modo de transmissão, existe uma tendência a acreditar que seja autossômico dominante, ou seja, chance de 50% de cada filho herdar a doença.

Não se sabe exatamente o que ocorre para haver a formação dos carocinhos, mas os especialistas acreditam que há uma alteração no processo de queratinização do pelo, envolvendo a substância queratina, associada a mutações da filagrina.

Como é a manifestação da ceratose pilar?

A ceratose pilar pode acometer diversas partes do corpo, como:

  • Rosto
  • Braços
  • Cotovelos
  • Joelhos
  • Parte proximal das coxas
  • Nádegas
  • Tronco

Manifesta-se como pápulas e geram uma sensação áspera ao toque, dando a impressão de “pele arrepiada”, frequentemente cercadas de eritema (vermelhidão).

Foto 1 – Ceratose Pilar no braço com pápulas (carocinhos), dando aspecto de pele arrepiada

Às vezes, o eritema ao redor do pelo pode ser muito acentuado, especialmente nas bochechas, testa e pescoço. Nesses casos, chamamos queratose pilar rubra.

Foto 2 – Ceratose Pilar forma rubra com pápulas (carocinhos) no rosto e rodeada por eritema (vermelhidão)

As pápulas podem se distribuir de forma agrupada ou dispersa. As lesões, normalmente, melhoram gradualmente ao atingir a adolescência. Apesar de haver essa tendência, a condição pode persistir durante a vida adulta.

Nas áreas de atrito, como coxas, nádegas e dorso, pode surgir pústulas (bolhinhas de pus) com aparência de foliculite.

Foto 3 – Ceratose Pilar nas coxas com pústulas (bolinhas de pus), dando aspecto de foliculite

A única queixa dos pacientes é o desconforto pela sensação da pele com textura áspera ao toque, além da aparência antiestética. Normalmente, os sintomas pioram durante o inverno e na gravidez.

A ceratose pilar pode estar associada a outras doenças, como:

Tratamento da ceratose pilar

Mesmo havendo uma tendência a diminuir de intensidade e até de desaparecer no início da vida adulta, muitos pacientes desejam realizar o tratamento por motivo estético, para reduzir a aspereza e vermelhidão da pele.

Isso pode ser feito de diversas formas. Para evitar o ressecamento da pele, por exemplo, o banho não deve ser quente e prolongado. Além disso, aconselha-se o uso de sabonetes especiais.

Também recomenda-se a aplicação de creme prescrito por um dermatologista, para reduzir a sensação de aspereza da pele. Nesses casos, o uso deve ser contínuo. 

Como segunda opção, para os que não respondem às alternativas anteriores, pode-se utilizar cremes contendo ácido retinóico, devendo ser recomendado por um médico especialista.

Para a vermelhidão, o dermatologista pode recomendar uma pomada com ação anti-inflamatória, para ser utilizada uma ou duas vezes ao dia, por até 2 semanas.

Por fim, como terceira opção, temos a ingestão de retinóides, a aplicação de laser e a microdermoabrasão.

Ao suspeitar dessa condição, procure um especialista para fazer uma avaliação e iniciar o tratamento mais indicado.

Se morar em Recife, conte conosco para isso. Agende uma consulta com um especialista e saiba mais sobre a ceratose pilar.




Melanoma: o que é, por que ocorre e como tratar

O melanoma é o tumor maligno mais agressivo, sendo o maior responsável pela mortalidade. Ele está relacionado aos sinais escuros da pele.

É consequente à transformação maligna do melanócito, célula responsável pela produção da melanina, pigmento que define a cor da pele. Essa célula, normalmente, está localizada na junção entre a camada mais superficial, a epiderme, e a derme.

Quer saber mais sobre o melanoma, ver porque ele ocorre e como é feito o tratamento? Então continue lendo e confira!

Incidência do melanoma

O melanoma é o quinto câncer mais frequente do organismo, tanto em homens quanto em mulheres. Apesar disso, ele é mais raro do que o outro tipo de câncer de pele, chamado de não melanoma.

Sua incidência aumenta com a idade. É raro na infância, correspondente a cerca de 2% dos casos, onde a maioria afeta os adolescentes entre 15 e 16 anos.

Existe uma relação inversa entre a frequência e a mortalidade do câncer de pele, onde o melanoma, por exemplo, é responsável por 3% dos tumores malignos da pele e 67% da mortalidade.

Entre todos os tipos de câncer, esse é o mais fatal nos adultos jovens.

Isso ocorre pela alta probabilidade dessa neoplasia sofrer metástase, o que ocorre quando a doença se espalha para outros órgãos.

A incidência do melanoma vem aumentando na pele mais clara, dobrando sua incidência a cada 10 anos. Nos Estados Unidos, triplicou na população branca nos últimos 20 anos. 

O que causa esse câncer de pele?

Os fatores de risco para o surgimento do melanoma estão relacionados tanto com questões ambientais quanto com a hereditariedade.

A exposição solar é o principal fator ambiental. As pessoas mais susceptíveis a essa irradiação são aquelas com pele, olhos e cabelos claros e que têm maior tendência a se queimar mais do que de se bronzear, especialmente em áreas do corpo mais sujeitas à exposição solar, mesmo a intermitente. 

Outros fatores importantes são a grande intensidade de exposição solar na infância, ao ponto de gerar a formação de:

  • Bolhas
  • Grande quantidade de nevos melanocíticos, os famosos sinais escuros
  • Nevos atípicos (sinais escuros especiais)

Os pacientes com relato de melanoma no passado, assim como melanoma em outros membros da família, também são mais propensos a essa doença.

Aproximadamente 10% dos casos de melanoma tem histórico na família desse tumor, reforçando a influência da hereditariedade, geralmente associada com a síndrome dos nevos atípicos.

Como o melanoma se manifesta?

O melanoma pode surgir em qualquer local da pele e das mucosas, com o aparecimento de um sinal escuro ou da mudança de aspecto de um já existente.

Dois terços dos melanomas surgem espontaneamente, independente de nevo (sinal) preexistente.

Para identificar um sinal que pode ser câncer de pele, deve-se utilizar a regra do ABCD:

  • Assimetria: impossibilidade de ser dividido igualmente ao meio
  • Bordas irregulares: como se “derramasse pigmento” ao redor
  • Cor: diferentes tonalidades, desde o marrom-claro até o negro escuro vermelho, azul e cinza
  • Diâmetro: que ultrapasse 6 milímetros
Foto1 – Regra ABCD

A pele é afetada em 90%, o olho em 9% e as mucosas do trato digestivo e respiratório em 1%. E uma localização peculiar é na unha, de difícil diagnóstico.



Foto 2 – Melanoma na unha com bordas irregulares e diferentes tonalidades e ulcerado 

Por isso, é muito importante o exame dermatológico completo na busca pelo tumor precocemente, representado por uma mancha, mas que pode evoluir para um tumor elevado, com tendência a surgir ferida (ulcerar).


Foto 3a – Melanoma inicial cercado de sinais escuros benignos

Foto 3b – Melanoma inicial cercado de sinais escuros benignos (em aproximação) 

Portanto, o grande desafio é tratar o melanoma na fase inicial, por seu difícil diagnóstico. Já que pode ser facilmente confundido com um sinal escuro benigno, onde há a possibilidade de ser totalmente curado, ao contrário dos tumores em estágio avançado, que conseguem se propagar para outros órgãos, como pulmão, cérebro e fígado.


Foto 4 – Melanoma em estágio avançado com diferentes tonalidades e borda irregulares

Foto 5 – Nevo melanocíticos adquirido, com bordas regulares e tonalidade uniforme

Daí a necessidade de educação continuada da população durante todo o ano, para tomar cuidado com a exposição ao sol e assim evitar o surgimento do melanoma, especialmente em pessoas de pele branca, além do diagnóstico precoce. 

O Instituto ProntoPele é uma ONG comprometida com essa educação da população, através de ações nos mais variados ambientes, como escolas, unidades de saúde e praias.

Como é feito o diagnóstico do melanoma?

O dermatoscópio é um aparelho composto de lentes de aumento, que quando aplicado sobre a pele, permite a visualização até suas camadas mais profundas. O seu uso permite a detecção de várias alterações do melanoma, impossível com apenas o exame clínico.

O mapeamento dos nevos melanocíticos (sinais escuros comuns) de toda pele com o dermatoscópio, feito semestral ou anualmente, acompanhado de fotos digitais da pele e do próprio aparelho, são muito importantes para o acompanhamento das modificações do aspecto desses sinais, para a detecção do melanoma na fase precoce, ainda curável.

O exame histopatológico, conhecido como biópsia, permite a confirmação do diagnóstico, além de avaliar a espessura do tumor, fundamental para determinar o prognóstico.

Tratamento do câncer de pele tipo melanoma

O tratamento ideal, totalmente curável, para o melanoma é quando o tumor é tratado precocemente, ainda no local de origem.

Ele consiste na remoção cirúrgica de todo tumor. Não é necessária a remoção com margens muito amplas, no máximo, 2 centímetros.

Quando existe suspeita de disseminação do tumor (metástase) para os gânglios (ínguas) mais próximos do tumor, identificados pelo aumento de volume desses e confirmado por exames de imagem (como a ressonância magnética e a tomografia), esses gânglios devem ser removidos cirurgicamente.

Não havendo gânglio linfático com suspeita de metástase pelos métodos citados acima, a conduta atual é a pesquisa do linfonodo sentinela. 

Essa pesquisa consiste da linfocintilografia pré-operatória, seguida pela linfadenectomia (remoção cirúrgica do gânglio regional) com o auxílio de um corante específico e, finalmente, o estudo histopatológico (análise ao microscópio do gânglio removido)

Os casos de melanoma em estágio mais avançado, manifestados por metástase além dos gânglios linfáticos, temos os seguintes recursos terapêuticos:

Metastasectomia: remoção cirúrgica de metástase, quando ainda em pequeno número pode resultar em uma sobrevida longa, utilizada isoladamente ou como complemento de um tratamento com medicamento antitumoral prévio.

Imunoterapia: um grande avanço na sobrevida dos pacientes com essa doença em estágio avançado, ou seja, com metástase disseminada para vários órgãos. Tem sido obtido pela combinação de medicamentos que agem sobre as alterações imunológicas do paciente, alterações essas que permitiram a instalação do melanoma. 

Essa combinação consiste do pembrolizumabe, nivolumabe e ipilimumabe, e que podem oferecer uma sobrevida no período de 5 anos de até 55%.

Terapia direcionada: consiste na atuação de medicamentos diretamente nas alterações genéticas das células do melanoma e que geraram uma multiplicação desordenada delas. 

Os medicamentos mais utilizados são a dabrafenid, trametinid, vermurafenid, cobimetinid e encorafenib. São também mais eficazes quando utilizados em combinação.

Radioterapia: tem ação paliativa, especialmente sobre metástase no cérebro.

Quimioterapia tradicional: não é mais utilizada, já que não melhora a sobrevida dos pacientes com melanoma em estágio avançado.

Se você ainda tem alguma dúvida sobre o melanoma ou deseja examinar os seus sinais, entre em contato conosco para agendar uma avaliação individual.

O que causa o envelhecimento da pele e como prevenir esse processo?

O envelhecimento da pele é decorrente do processo normal, fisiológico, inevitável e induzido pelo Sol. Nesse último caso, chamamos de fotoenvelhecimento.

Apesar de ser um processo normal, existem algumas maneiras de diminuir os efeitos por meio da prevenção ou de procedimentos corretivos.

Continue lendo o nosso post e entenda mais sobre o envelhecimento da pele!

Saiba mais sobre o envelhecimento da pele

Confira quais são as principais causas e como retardar o envelhecimento da pele:

Envelhecimento fisiológico da pele

No envelhecimento fisiológico, a pele tende a se tornar mais fina pela diminuição da espessura da camada mais superior, a epiderme.

A junção da epiderme com a camada logo abaixo dela, a derme, se torna mais frágil, manifestada pela maior facilidade de desprendimento da pele por traumas, como o provocado pela tentativa de remover um curativo adesivo.

Também ocorre a diminuição da transferência de nutrientes, incluindo gordura, que protege a camada córnea, parte mais superficial da pele.

Isso provoca o ressecamento da pele (xerose) e o comprometimento da importante função de barreira dela. Essa função diminuída resulta em maior vulnerabilidade à penetração de microrganismos e substâncias alérgicas, assim como há maior perda invisível de água.

A perda de água resulta em maior probabilidade de a pele se tornar seca, inflamar e, consequentemente, coçar. 

Foto 1. Pele seca na perna

Essas alterações se expressam na maior probabilidade do surgimento de eczema, especialmente nas pernas (parte mais seca do corpo)


Foto 2. Eczema na perna

e de dermatite de contato por sabões e detergentes nas mãos.

Foto 3. Dermatite de contato nas mãos

O número de células de Langerhans, muito importantes na função da imunidade e consequente defesa da pele contra microrganismos, diminui.

Outras consequências do envelhecimento fisiológico

Há, ainda, uma redução do crescimento das unhas em 50%, na sudorese e na atividade das glândulas sebáceas, estas últimas responsáveis pela produção da oleosidade da pele, através da produção do sebo.

A derme, camada localizada logo abaixo da epiderme, apresenta diminuição de sua espessura, dos vasos sanguíneos e dos fibroblastos (responsáveis pela produção de fibras colágenas e elásticas da pele). Essas alterações contribuem para retardar a cicatrização de feridas.

A rede de fibras elásticas sofre degeneração após a quarta década da vida. Modificação nas macromoléculas, conhecida como glicosaminoglicanos na derme, gera desidratação e diminuição da resistência da pele em suportar traumas.

A perda de gordura da pele gera incapacidade de conservar o calor, bem como formação de rugas e flacidez, além da suscetibilidade ao trauma.

A pele que é responsável pela produção de 90% de vitamina D, através da radiação ultravioleta, sofre uma diminuição da síntese dessa vitamina.

O idoso deve repor essa perda através da ingestão da vitamina D e de exposição dos braços e antebraços ao Sol, durante 15 minutos, diariamente. Isso previne as fraturas ósseas, comum nessa faixa etária.

A aplicação de creme contendo ácido retinóico restaura essas alterações, consequente ao envelhecimento normal da pele.

Fotoenvelhecimento

O fotoenvelhecimento é resultado da exposição prolongada e repetida ao Sol e produz a maioria das alterações prematuras e indesejáveis do envelhecimento da pele, do ponto de vista cosmético.

Esse tipo de envelhecimento ocorre, principalmente, em pessoas de pele branca, chegando a atingir de 80% a 90% dessa população.

Os fatores de risco para o fotoenvelhecimento são:

  • Idade avançada
  • Sexo masculino
  • Exposição exagerada ao Sol
  • Viver em locais com alta irradiação solar

As pessoas de pele clara podem apresentar manifestações de fotoenvelhecimento antes dos 30 anos, em 72% dos homens e 47% das mulheres.

Foto 4. Rugas em paciente jovem

Na população de pele escura, os sinais de envelhecimento da pele não são evidentes antes de 50 anos e a gravidade não é tão grande quanto na população branca da mesma faixa etária.

Envelhecimento da pele pelos raios solares

Tanto a radiação ultravioleta A (UVA) quanto a ultravioleta B (UVB) contribuem para a agressão às fibras elásticas e colágenas, glicoproteínas e glicosaminoglicanos da derme, responsáveis pela força e resiliência da pele.

Porém, a radiação UVA agride mais a pele por ter maior capacidade de penetração, chegando até a derme, enquanto a UVB se limita à epiderme.

Além disso, a UVA é 10 vezes mais abundante do que a UVB na atmosfera.

A radiação ultravioleta B gera alterações malignas no DNA das células da epiderme, parte mais superficial dela, ponto de partida para o surgimento do câncer, através da disseminação dessas células para a parte mais profunda da pele, a derme.

A UVB também é responsável pela queimadura solar.

Foto 5. Queimadura solar

As radiações na faixa do infravermelho do espectro solar, que representam 50% da energia solar, também contribuem para o fotoenvelhecimento da pele.

Outros fatores ambientais também podem contribuir para o envelhecimento da pele, como:

Fumo: acelera muito o envelhecimento da pele consequente à diminuição da produção de fibras colágenas. Manifesta-se pela “face do fumante” através do aparecimento de rugas muito profundas ao redor da boca e dos olhos, superfície irregular da pele e tonalidade acinzentada.

Foto 6. Envelhecimento pelo fumo

Poluição do ar: poluentes das indústrias, dos automóveis e do ozônio do solo podem contribuir para o envelhecimento da pele.

Manifestações clínicas do fotoenvelhecimento

Veja quais são as principais manifestações do envelhecimento da pele provocadas pela exposição excessiva ao Sol:

Ceratose actínica: Ocorre o surgimento de células malignas na epiderme, que se expressa clinicamente como lesões pré-malignas.

Foto 7. Ceratose Actínica na cabeça

Telangiectasias: Surge dilatações dos vasos mais superficiais da pele.

Foto 8. Vasos sanguíneos dilatados no nariz

Púrpura senil de Bateman: se manifesta por manchas avermelhadas consequentes ao extravasamento de sangue dos vasos superficiais da pele, localizadas na parte mais exposta ao Sol como  antebraços e dorso das mãos.

Foto 9. Púrpura senil no antebraço

Elastose actínica: representa um espessamento da pele associado à cor amarelada.

Fotos 10. Elastose Actínica: pele amarelada e enrugada. Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, do Atlas Dermatológico

Cutis rhomboidalis nuchae: surgem sulcos profundos na nuca.

Foto 11. Cutis rhomboidalis nuchae: rugas profundas na nuca

Poiquilodermia de Civatte: pigmentação mosqueada e telangiectasias (vasos superficiais dilatados da pele) atingindo a parte lateral do pescoço e a face anterior do tórax.

Foto 12.a Poiquilodermia de Civatte em face lateral do pescoço
Foto 12.B Poiquilodermia de Civatte em face anterior do tórax

Síndrome de Favre-Recouchot: caracterizada pelo aparecimento de várias comedões (cravos) ao redor dos olhos. 

Foto 13. Síndrome de Favre-Recouchot: comedões (cravos) abaixo da pálpebra

Hipomelanose gutata idiopática: manchas brancas pequenas e localizadas na parte externa nos antebraços, nas pernas e nas  coxas. 

Foto 14. Hipomelanose gutata idiopática na perna

Lentigo solar: manchas escuras na pele mais exposta ao Sol como rosto, antebraços e dorso das mãos.

Foto 15. Lentigo Solar no dorso da mão

Milium: cisto epidermoide de pequeno tamanho, conhecido popularmente como cisto de massa.

Foto 16.a Milium abaixo do lábio

Foto 16.b Milium na pálpebra inferior. Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, do Atlas Dermatológico

Hiperplasia sebácea: tumor de natureza benigna, frequente no idoso, resultante da hipertrofia da glândula sebácea da pele. Manifesta-se por pápulas (carocinhos) da cor da pele ou de coloração amarelada com centro umbilicado (deprimido), preferencialmente no nariz, na testa e regiões malares (bochechas). 

Foto 17. Hiperplasia sebácea acima das sobrancelhas

Tratamento do fotodano

O tratamento do fotodano pode ser feito de duas formas:

Preventivo

A melhor maneira de prevenir é por meio da proteção solar e hábitos saudáveis, evitando a exposição ao sol no horário entre 10 e 16 horas.

O reflexo do Sol na água, concreto e principalmente na neve, pode aumentar a exposição solar em até 90%, enquanto permanecer na sombra pode diminuir essa exposição entre 50% e 90%.

O uso regular de filtro solar com amplo espectro de proteção, incluindo UVA e UVB, e com fator de proteção mínima de 30, é muito efetivo.

É importante haver a aplicação a cada 2 horas, principalmente durante a exposição direta.

Também recomenda-se o uso de roupas especiais (fibra sintética, tecidos mais espessos, cores mais escuras), chapéus de aba larga e óculos escuros.

Curativo

O tratamento curativo desse tipo de envelhecimento da pele sempre deve ser acompanhado por um médico especializado para evitar queimaduras ou outros problemas na pele.

A aplicação de ácido retinóico, como a tretinoína, o adapaleno e o tazaroteno, é muito efetivo no combate ao envelhecimento da pele, especialmente o primeiro.

De modo a evitar irritar a pele, é recomendado iniciar o tratamento com aplicação 2 vezes por semana e em baixas concentrações.

Além disso, o resultado cosmético é o mesmo daquele em maiores concentrações. Exemplificando, a tretinoina na concentração de 0,025% tem o  mesmo efeito da utilizada  a 0,1%, porém esta última deixa a pele mais sensível à radiação solar.

O 5 fluoruracil tópico combate a ceratose actínica (lesão pré-maligna), além de rejuvenescer a pele.

Já os peelings químicos envolvem a aplicação de substâncias químicas que removem a pele danificada pelo Sol, substituindo-a por uma pele mais jovem, sem manchas e sem lesões pré-malignas. É relativamente barato e muito seguro.

Outros métodos eficazes são:

  • Terapia fotodinâmica
  • Aplicação da toxina botulínica (Botox)
  • Preenchedores injetáveis como o de ácido hialurônico
  • Laser

Marque sua consulta conosco e tenha o melhor tratamento curativo para o envelhecimento da pele! Somos especializados em procedimentos estéticos e dermatologia.

Esporotricose: micose subcutânea mais frequente no Brasil

A esporotricose é uma micose relacionada ao fungo Sporothrix schenckii que atinge, geralmente, a pele e o tecido celular subcutâneo, a parte profunda da pele correspondente à gordura.

Em alguns casos, essa micose também pode atingir outros órgãos nos pacientes com a imunidade deprimida.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a incidência, causa e manifestações da esporotricose.

Incidência da esporotricose

A esporotricose tem distribuição em todo o mundo, principalmente em regiões tropicais e subtropicais que apresentam altas temperaturas e umidade. 

Ela é a micose subcutânea mais frequente na América Latina, inclusive no Brasil.

Os profissionais mais afetados são os que têm contato com o solo, plantas ou materiais contaminados com o fungo, como jardineiros e agricultores.

Também é comum entre os que têm contato com alguns animais, como veterinários, uma vez que o fungo já foi detectado em animais como cachorros, gatos, tatus, chimpanzés, iguanas e roedores.

Ocorre em qualquer idade, sendo os adultos os mais afetados. Predomina nas mulheres em alguns estudos e em homens em outros.

Atualmente, tem havido grande surto envolvendo famílias em área urbana, tendo os animais, principalmente o gato, e menos o cão, como grandes transmissores.

A transmissão urbana tem sido maior do que na área rural.

Publicações recentes têm demonstrado aumento da incidência, assim como das formas clínicas mais graves e atípicas.

O que causa a esporotricose?

O agente etiológico da esporotricose é um fungo pertencente ao gênero Sporothrix e existindo 6 espécies, sendo o mais frequente o S schenckii. No Brasil, a variedade brasiliensis é muito frequente, responsavel por epidemias envolvendo a transmissão principalmente pelo gato. Essa variedade é tão ou mais virulenta do que a espécie S. schenckii.

A infecção ocorre geralmente por penetração do fungo nas partes mais profundas da pele, a derme e o subcutâneo, após trauma ou abrasão produzido por material infectado.

Menos frequentemente, ocorre pela inalação do fungo a partir do solo

Essa última maneira de transmissão é responsável pelas formas pulmonares e disseminadas, e relacionadas com a diminuição da imunidade do paciente como ocorre nos casos de:

  • Alcoolismo
  • AIDS
  • Diabetes
  • Uso de corticosteróides ou outros medicamentos que deprimem a imunidade, como os utilizados em quimioterapia

Quando o fungo  penetra no organismo através da pele, é estabelecida uma resistência através da imunidade do indivíduo, comprovada pela permanência da doença na pele e sistema linfático da pele, raramente se disseminando para outros órgãos.

Nesses casos, pode acontecer até cura espontânea.

Quando ocorre essa disseminação, as vias de penetração do fungo podem ser a respiratória ou a digestiva.

Grande parte da população já teve contato com o fungo sem desenvolver a doença devido à integridade do sistema imunológico. Isso foi comprovado pelo teste de inoculação na pele da esporotricina, com reação positiva nessa população. 

Manifestações clínicas da esporotricose

A esporotricose pode se manifestar de diferentes maneiras. Existem quatro formas clínicas:

Forma cutânea localizada

A lesão surge correspondente ao local de inoculação do fungo, geralmente única. Podem ocorrer pequenas lesões ao redor da inicial.

Coincide com alta imunidade do hospedeiro contra o fungo.

Os locais mais frequentes coincidem com aqueles mais expostos à inoculação do fungo, como as mãos e antebraços,os locais mais afetados, porém o rosto e membros inferiores também podem ser comprometidos.

Essa lesão de inoculação, conhecida como cancro, inicia-se como pápula (carocinho) associada à pústula (bolhinha de pus) ou placa infiltrada que evolui para nódulo simples ou ulcerado

Cresce excentricamente (crescimento para fora), apresentando coloração violácea, seguido pelo surgimento de pequenas fístulas ou abscessos.

Esporotricose cutânea localizada
Esporotricose cutânea localizada

Esta forma clínica não afeta o estado geral do paciente e pode haver até cura espontânea.

Forma cutâneo-linfática

É a forma clínica mais comum.

Além da lesão inicial do cancro, citada anteriormente, após semanas ou meses, a partir dessa lesão, surgem nódulos, inicialmente da cor da pele.

Após um período, eles se tornam avermelhados, indolores, seguindo o trajeto dos vasos linfáticos, como cordões( forma linear).

Os nódulos amolecem, geram fístulas para eliminação de secreção purulenta.

Muitas vezes se ulceram, adquirindo aspecto de feridas e podem ser seguidos pela formação de crostas.

Esporotricose cutâneo- linfática

Esporotricose cutâneo- linfática (foto cedida pela Dra. Cláudia Ferraz)

Nos membros, o trajeto se dirige para as axilas ou virilhas em membros superiores e inferiores, respectivamente. Na face, tem trajeto descendente.

Geralmente é unilateral, exceto quando houver múltiplos pontos de inoculação do fungo.

Não há comprometimento do estado geral do paciente. Quando não tratada, pode permanecer ativa durante anos ou curar espontaneamente.

Forma cutânea-disseminada

É uma forma rara da esporotricose.

A partir da penetração na pele, o fungo vai para a corrente sanguínea para se disseminar para todo o organismo. Normalmente, ocorre consequente à baixa imunidade do paciente, como ocorre na AIDS e no alcoolismo.

Também pode acontecer através da inalação ou ingestão do fungo.

Manifesta-se na pele pelo aparecimento de múltiplos nódulos e abscessos semelhantes à tuberculose, mas também pápulas ( carocinhos), nódulos subcutâneos, lesões ulcerovegetantes e verrucosas.

Podem também surgir lesões como pápulas, lembrando o molusco contagioso.

Os pacientes referem comprometimento do estado geral(astenia, anorexia, por exemplo), além de haver disseminação do fungo para todo o organismo.

Formas extra cutâneas 

Sempre ocorre nos pacientes com a imunidade comprometida e são raras.

São muito confundidas com outras doenças. Portanto, são de diagnóstico difícil. Acomete outros órgãos como os pulmões, as articulações, o cérebro e os olhos.

Diagnóstico de esporotricose

Realizar a cultura do fungo é muito importante para confirmar o diagnóstico.

Cultura micológica- Aspecto microscópica (foto cedida pela Dra. Claudia Ferraz)

O exame direto ao microscópio, assim como o exame histopatológico, raramente demonstram a presença do fungo.

A reação à esporotriquina (substância do fungo) consiste na injeção dessa preparação na pele do paciente e leitura após 48 horas.

Indica contato do paciente com o fungo, porém pode acontecer em pessoas que foram infectadas, mas não adoeceram, o que é muito comum.

Serve para confirmar um caso suspeito e como inquérito epidemiológico de avaliação da disseminação do fungo na comunidade.

As provas sorológicas (no sangue) servem para diagnosticar as formas atípicas e extra cutâneas da doença.

Pode ser realizado a imunofluorescência indireta, fixação do complemento, imunodifusão, eletroforese, soroaglutinação do látex, o ELISA e o PCR. Os dois últimos são muito sensíveis e específicos.

Tratamento da esporotricose

Inicialmente, se utilizava o iodeto de potássio, por via oral, com grande sucesso.

Porém, esse medicamento, de baixo custo, apresenta alguns efeitos colaterais, como o sabor desagradável.

Atualmente, a preferência é o itraconazol,utilizado  por via oral.

Deve ser continuada sua administração, assim como o iodeto de potássio, até um mês após a cura das lesões da pele. Apresenta o inconveniente do alto custo.

Outros medicamentos menos utilizados, também por via oral, são a terbinafina, o fluconazol e o cetoconazol.

A cura da doença ocorre após 3 meses. Vale ressaltar que antes de tomar qualquer medicamento, é essencial consultar um médico especializado para identificar o fungo através da cultura micológica e prescrever o melhor remédio para cada caso.

Também é importante identificar e tratar os animais domésticos em contato com as pessoas.

A anfotericina B é utilizada para o tratamento das formas graves, coincidindo com o comprometimento da imunidade, por via intravenosa. É muito eficaz, porém apresenta vários efeitos adversos, como no coração e nos rins.

Outro recurso terapêutico é a termoterapia. Consiste em banhos com temperatura a 45 graus centígrados por um período de 20 minutos, 3 vezes ao dia, de 3 a 6 meses. Não faz parte do tratamento de rotina.

Se você desconfia que está com esporotricose, não deixe de marcar uma consulta conosco para fazer os exames necessários para iniciar o tratamento. Qualquer dúvida, basta deixá-la nos comentários.

Saiba mais sobre a alopecia areata

A alopecia areata é uma doença crônica mediada pelo sistema imunológico, através de processo autoimune (auto agressão). O seu alvo são os pelos na fase de crescimento (anágeno), o que os fazem cair.

Apesar de poder afetar diferentes partes do corpo, normalmente, a área mais atingida é a cabeça.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a alopecia areata!

Incidência da alopecia areata

A alopecia areata atinge todas as regiões do mundo e a prevalência é de aproximadamente 1 em cada 1000 indivíduos.

O risco de a pessoa desenvolver a doença ao longo da vida é de 2%. Não há preferência por gênero e atinge todas as idades. A média de idade entre os homens é de 32 anos e de 36 anos entre as mulheres.

O que causa a alopecia areata?

O sistema imunológico funciona como um verdadeiro “vigia” ao reconhecer o que é próprio e o que não é do organismo.

Na alopecia areata, esse sistema perde essa função em relação ao cabelo e passa a agredi-lo, por motivo desconhecido, constituindo uma doença autoimune.

Essa queda de cabelo, geralmente, é seguida por crescimento do pelo, mantendo a capacidade de renovação dele. Portanto, a queda não é permanente, na maioria dos casos.

Reforçando a teoria autoimune como causa da doença, é frequente a associação da alopecia areata com outras doenças, também de mesma origem, como:

  • Vitiligo
  • Tireoidite (inflamação da glândula tireóide)
  • Anemia perniciosa

A relação com a hereditariedade é reforçada pelo fato de que 20% dos membros de primeiro grau da família têm a doença e esse risco aumenta se houver algum familiar afetado com menos de 30 anos.

Entre os gêmeos univitelinos, iguais entre si, 42% deles têm alopecia areata, ao passo que entre os gêmeos dizigóticos, diferentes entre si, ambos são afetados em apenas 10%.

Fatores, como infecções e medicamentos, já foram propostos como indutores da doença. Existe relato do estresse emocional severo como fator precipitante.

Um estudo revelou baixa da vitamina D, porém mais estudos são necessários para confirmar essa relação.

Manifestações clínicas da alopecia areata

Surge queda acelerada de cabelo, no formato arredondado, no período de algumas semanas, seguido pela recuperação dessa, em vários meses, na maioria dos casos.(

Alopecia areata
Alopecia areata após tratamento

Infelizmente, essa queda de cabelo pode persistir durante vários anos e, às vezes, nunca voltar a nascer o cabelo.

A queda pode continuar gerando áreas maiores de alopecia, formando grandes extensões de formato irregular.

Alopecia areata extensa

Em 10% dos casos, pode acontecer que todo cabelo da cabeça caia, conhecido como alopecia total

Alopecia areatatotal (foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, do Atlas Dermatológico)

e até de todo o corpo, a alopecia universal.

O couro cabeludo é o local mais afetado, porém pode atingir qualquer área do corpo, como a barba, cílios, sobrancelhas e os membros.

Em muitos casos, a barba é o primeiro local afetado, antes de atingir a cabeça, por exemplo.

Alopecia areata na barba

Muito característico da doença é o conhecido “pelo em ponto de exclamação”. Geralmente é localizado na periferia da queda, reconhecido pelo encurtamento do tamanho do pelo, onde a extremidade próxima ao couro cabeludo tem menor diâmetro do que a parte distal.

Um local muito característico e difícil de tratar é a região occipital do couro cabeludo, na parte de trás da cabeça, cuja alopecia é conhecida como ofiásica.

Alopecia areata ofiásica

As unhas podem também ser afetadas em 10% a 20%, geralmente associado com alopecia de grande extensão. Manifesta-se principalmente por depressões puntiformes, semelhante ao dedal para costurar.

Outras manifestações na superfície da unha podem acontecer como fissuras longitudinais, aspereza e até queda da unha.

Os seguintes fatores estão associados com pobre prognóstico em relação à recuperação da queda do cabelo:

  • Início na infância
  • Doença muito severa, como a alopecia total e a universal
  • Duração maior de 1 ano
  • Alopecia ofiásica (envolvimento do limite do cabelo da cabeça na região lateral e occipital)
  • Comprometimento das unhas
  • Atopia (asma, rinite e dermatite atópica)
  • História familiar de alopecia areata

Além disso, ainda existem algumas doenças associadas com a alopecia areata, como:

O teste de puxar uma amostra de cabelo pode revelar a facilidade de sua remoção.

O exame com o aparelho conhecido como dermatoscópio pode auxiliar para confirmar o diagnóstico.

Tratamento da alopecia areata

O apoio psicológico é muito importante para combater o grande impacto na autoestima do paciente, especialmente nos jovens

Quando a alopecia areata compromete apenas uma pequena área deve ser tratada com injeção de corticosteroide conhecida como triancinolona, na profundidade da pele, mensalmente, realizada apenas pelo dermatologista

As crianças resistem ao tratamento devido à dor durante a injeção. Esta pode ser amenizada com aplicação prévia de anestésico tópico, 30 minutos antes do procedimento.

O uso de corticosteróide em creme ou pomada de alta potência anti-inflamatória pode ser usado em crianças e adultos que não toleram a injeção do medicamento, porém a eficácia é muito menor do que o injetável.

A aplicação do minoxidil a 5% é efetiva nos casos leves. Não é eficiente nos casos envolvendo grande extensão da pele.

Quando existe grande comprometimento da pele, deve ser utilizado corticosteróide por via oral, especialmente quando a perda de cabelo ocorre com uma grande velocidade.

Porém, esse tratamento deve ser acompanhado de perto pelo dermatologista, a fim de evitar os graves efeitos colaterais em consequência do uso prolongado do corticosteróide.

A imunoterapia por via tópica é o mais eficiente para os casos com grande comprometimento da pele, através do difenilciclopropenona e do ácido dibutil ester esquárico.

A aplicação é realizada apenas pelo médico, preferencialmente o dermatologista.

Também há a possibilidade do tratamento ser feito com fotoquimioterapia que consiste na associação da ingestão do medicamento psoraleno seguido da exposição a uma fonte de luz ultravioleta A.

Esse tratamento é indicado para os pacientes com comprometimento muito extenso da doença.

A tatuagem nas sobrancelhas e o uso de peruca podem ser indicados para os casos sem esperança de que o pelo volte a nascer.

Apenas um médico especializado pode definir qual é o tratamento ideal para a alopecia areata, fazendo uma análise da gravidade do caso e das particularidades de cada paciente. Marque sua consulta na ProntoPele e garanta o melhor atendimento.

Você já ouviu falar de bromidrose?

Todos os indivíduos manifestam odor corporal, mas o suor com odor exageradamente fétido é chamado de bromidrose. Essa palavra deriva do grego bromos que significa fedor e hidros é suor.

A sudorese é considerada patológica quando a sensação desagradável é percebida pelo próprio indivíduo e por outras pessoas, prejudicando a sua qualidade de vida.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre bromidrose.

Qual a causa da bromidrose?

A bromidrose pode ter origem nas glândulas apócrinas ou écrinas.

As glândulas apócrinas estão localizadas nas axilas, seios e área anogenital e têm como principal função a secreção dos ferormônios, ligado à atração sexual.

As axilas são os locais mais comuns da bromidrose apócrina.

Já as glândulas écrinas estão distribuídas por todo o corpo, exceto a glande (pênis), clitóris, pequenos lábios, canal auditivo externo e lábios.

Essas glândulas écrinas são responsáveis pela regulação da temperatura do corpo através da maior ou menor eliminação do suor, estimulado por diferentes fatores, como:

  • Calor
  • Exercício físico
  • Emoção
  • Certos alimentos

A bromidrose écrina está localizada mais frequentemente nos pés.

Incidência da bromidrose

A bromidrose é mais comum em descendentes de japoneses, chineses, taiwaneses, coreanos e outros grupos asiáticos.

Além disso, os homens são mais afetados do que as mulheres.

A bromidrose apócrina ocorre após a puberdade e se torna mais rara nos idosos, enquanto a écrina não tem preferência por idade.

Bromidrose apócrina

A secreção da glândula apócrina contém moléculas precursoras, responsáveis pelo mau odor, como o ácido 3-metil-2-hexaenoico.

Ainda não tem cheiro ao chegar à superfície da pele, porém, ao ser degradada por enzimas das bactérias do gênero Cutibacterium, Corynebacterium, Micrococcus e Staphylococcus, origina substâncias responsáveis pelo mau odor.

Os ácidos graxos existentes na secreção sebácea podem ser decompostos em tioalcoóis, também responsáveis pelo mau odor.

A falta de higiene promove o crescimento exagerado dessas bactérias, particularmente nos diabéticos, obesos e pacientes portadores de doenças que cursam com inflamação nas dobras da pele (intertrigo por candidíase, por exemplo).

O suor em excesso também contribui.

A secreção dos ferormônios androstenona e androstenol pela glândula apócrina também contribui para a bromidrose e já tem propriedade de mau odor mesmo antes da degradação pelas bactérias da pele.

No caso da bromidrose apócrina, os pacientes possuem glândulas apócrinas maiores e em maior número. Existe uma predisposição genética, confirmada pela ocorrência da condição em outros membros da família.

Bromidrose écrina

A bromidrose écrina pode ser localizada ou generalizada. A forma localizada atinge os pés.

O excesso de sudorese gera maceração da pele e cria ambiente favorável para a proliferação exagerada de bactérias e consequente degradação da queratina da pele.

Nesse caso, o odor é “rançoso” ou “azedo”.

A bromidrose écrina generalizada está relacionada à ingestão de substâncias ou de doença sistêmica como:

  • Dieta contendo alho, cebola, curry e ingestão de álcool
  • Medicamentos como penicilina e brometos
  • Toxinas como metais pesados
  • Distúrbios metabólicos, como fenilcetonúria, trimetilaminúria e acidemia isovalérica
  • Doenças sistêmicas, como insuficiência hepática ou renal, gota, escorbuto e febre tifoide

No caso da insuficiência renal ou hepática, o odor resultante é semelhante ao de amônia.

A bromidrose deve ser diferenciada de doenças psiquiátricas onde o paciente tem a sensação errônea de ser portador de mau odor como na esquizofrenia, na epilepsia ou em consequência de tumores do sistema nervoso central.

Esses distúrbios são confirmados pela ausência de percepção de mau odor pelo médico e pelos familiares.

Tratamento da bromidrose

O paciente deve ser incentivado a lavar a região afetada diariamente e a usar roupas de tecido de algodão ou materiais que absorvam a umidade da pele, especialmente meias que evitem o mau cheiro (chulé).

As roupas encharcadas de suor devem ser trocadas imediatamente e cada peça deve ser lavada diariamente.

A utilização de substâncias esfoliantes para remover o excesso de escamas na pele é útil para a bromidrose do pé.

No caso de tratamento medicamentoso, ele deve ser recomendado por um médico especializado. A automedicação pode trazer sérias consequências para o paciente.

Também pode haver um combate às bactérias da pele por meio da aplicação dos antibióticos eritromicina ou clindamicina na área afetada, duas vezes ao dia.

Os casos resistentes a esses medicamentos podem ser tratados com antibióticos por via oral.

A redução da sudorese nos casos de bromidrose écrina localizada ou os de bromidrose apócrina associado a excesso de sudorese, pode ajudar.

A aplicação de antitranspirantes de uso tópico que reduzem a sudorese através da criação de um tampão temporário do ducto da glândula sudorípara contendo sais de alumínio é muito eficaz.

Os casos resistentes a essas medidas locais podem se beneficiar da aplicação da toxina botulínica (Botox), embora com efeito temporário. A iontoforese também diminui a sudorese e consequente bromidrose.

Recomenda-se também a remoção do pelo que pode melhorar a bromidrose pela diminuição de bactérias e dos odores.

A remoção cirúrgica das glândulas apócrinas da axila também é uma opção para a bromidrose apócrina, mas exige um acompanhamento médico, assim como a simpatectomia torácica, cirurgia para remover o excesso de suor, para a bromidrose axilar refratária.

Todo o tratamento exige o acompanhamento de um médico especializado, como o dermatologista. Marque sua consulta conosco e saiba mais sobre a bromidrose.

Hiperidrose: saiba mais sobre a produção excessiva de suor

A hiperidrose  resulta da produção de suor em quantidade maior do que é normalmente produzida.

O suor tem função de regulação da temperatura do corpo através do resfriamento, consequente à sua evaporação.

Ao ocorrer em excesso, há o constrangimento social e perdas emocionais e de trabalho.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a hiperidrose!

Incidência da hiperidrose

A hiperidrose afeta 1% a 5% da população. 

Mais de 90% dos casos não se identifica a causa e mais da metade desses casos se localiza nas axilas.

A forma relacionada ao estresse emocional acomete ambos os sexos e, na maioria dos casos, inicia-se na infância ou perto da adolescência.  

O que causa a hiperidrose?

A hiperidrose pode ter uma causa primária ou secundária.

A hiperidrose primária, a mais frequente, não se conhece a causa. Afeta axilas, palmas, plantas, rosto e menos virilhas e couro cabeludo.

Já a hiperidrose secundária, onde é identificada a etiologia, pode ser focal ou generalizada e relacionada a uma doença ou ao uso de medicamentos.

Existe um forte componente hereditário, comprovado pela elevada incidência da enfermidade entre membros da família.

A sudorese ajuda, além do controle da temperatura do corpo, a hidratação e o equilíbrio de líquidos e eletrólitos realizada pela glândula sudorípara écrina.

Essa glândula está distribuída por toda a pele, mas é encontrada em maior quantidade nas palmas, plantas, e menos nas axilas.

Controle cerebral da hiperidrose

Os dois tipos de sudorese são controlados por diferentes locais do cérebro: hipotálamo e córtex cerebral.

A de origem no hipotálamo, a termo regulatória, é desencadeada pelo calor, como a localizada no rosto e no tórax. 

Ela ocorre durante todo o dia e é influenciada por diferentes fatores, como:

  • Prática de exercício físico
  • Doenças que causam elevação da temperatura, como as infecciosas (tuberculose e malária)
  • As relacionadas ao câncer como o linfoma
  • Doenças do metabolismo, como o hipertireoidismo, o feocromocitoma, a menopausa e a hipoglicemia
  • Alterações cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca e a  endocardite
  • Doenças neurológicas, como os tumores no cérebro, lesões na medula óssea e acidente vascular cerebral
  • Medicamentos, como antidepressivos e anti-inflamatório não hormonal

A hiperidrose emocional ou cortical é a forma generalizada, mais evidente nas axilas, palmas e plantas e ao redor da região genital.

As glândulas sudoríparas nesses pacientes são normais em número, porém reagem de forma exagerada ao estresse (não é considerado um distúrbio psicológico).

Os estímulos térmicos podem aumentar essa resposta.

A atividade mental, independentemente de qualquer conteúdo emocional, pode provocar a sudorese.

Manifestações clínicas da hiperidrose

A hiperidrose ligada às emoções é mais intensa nas axilas, palmas, plantas e virilhas.

Inicia-se na infância ou perto da puberdade e a tendência é piorar ao longo da vida. Ela cessa durante o sono.

A forma localizada nas palmas e plantas, e nas axilas trazem mais desconforto para os pacientes.

Induz ao medo de apertar as mãos e sujar papéis. Os pacientes ainda podem ter dificuldade com tarefas do trabalho ou recreativas que exijam pegada com as mãos secas.

Pode ser contínua ou fásica (por fases na vida).

A contínua é agravada nos meses quentes do ano e não é induzida pela atividade mental. Já a fásica é influenciada pelo estresse emocional e independe da temperatura ambiental.

Predispõe à instalação de verruga viral, infecções por fungos e bactérias além de dermatite de contato e atópica.

O uso de meias de grande espessura e calçados fechados estimula a proliferação de bactérias.

A sudorese axilar é mais frequentemente do tipo fásica e pode ser influenciada ou não pelo estresse e o calor.

A hiperidrose no couro cabeludo e rosto resulta em desconforto para o paciente. É agravada quando associada ao excesso de oleosidade da região.

Já o excesso de sudorese nas virilhas não incomoda tanto os pacientes, embora possa facilitar a instalação de infecções fúngicas como candidíase e bacterianas.

A hiperidrose gustatória ocorre normalmente com o consumo de alimentos picantes (pimenta, por exemplo) e se manifesta com suor leve ao redor dos lábios, nariz e testa.

No entanto, essa sudorese pode ser patológica, induzida por lesão do nervo simpático consequente a tumor ou simpatectomia (destruição do nervo simpático).

Também pode ser devido à neuropatia diabética, herpes zoster da região pré-auricular (cabeça) ou direcionamento incorreto dos nervos após cirurgia da parótida.

Tratamento da hiperidrose

O tratamento de primeira escolha é a aplicação de cloreto de alumínio na concentração de 8% a 10% e, nos casos mais graves, na concentração de 20%.

Na palma e planta, a aplicação sob oclusão é mais eficiente.

Formulações mais recentes contendo o cloreto de alumínio entre 10% e 40% em gel de ácido salicílico a 2% a 4%, demonstraram igual eficiência, porém com a vantagem de irritar menos a pele.

Essa aplicação deve ocorrer no período da noite, antes de dormir, com a pele sem suor, para prevenir irritação da pele.

O glicopirrolato é indicado para casos de hiperidrose gustatória e compensatória pós simpatectomia dos nervos (surgimento de sudorese em locais previamente não afetados para compensar a perda do suor nos locais tratados com cirurgia dos nervos).

Outro método de tratamento é a iontoforese que consiste na penetração direta de uma substância ionizada na pele íntegra através de corrente elétrica. É indicada no tratamento da hiperidrose das palmas e plantas.

A toxina botulínica (Botox) também é muito eficaz na hiperidrose axilar e nas mãos, permanecendo o efeito entre 4 e 12 meses nas axilas e 6 meses nas mãos.

O uso de energia de micro-ondas para hiperidrose axilar tem provado ser eficiente.

Os medicamentos por via oral também podem ser utilizados, como os anticolinérgicos, anti-hipertensivos, ansiolíticos e antidepressivos. 

Essa opção terapêutica é reservada para os casos graves não responsivos ao tratamento tópico, porém tem efeitos colaterais como:

  • Sensação de boca seca
  • Dificuldade para urinar
  • Visão borrada
  • Aumento da frequência cardíaca
  • Entre outros

A remoção cirúrgica das glândulas sudoríparas nas axilas é utilizada quando as outras alternativas de tratamento falharam. Muito utilizada é a simpatectomia endoscópica transtorácica para a hiperidrose axilar, palmar e plantar com alto índice sustentado de sucesso de até 97%.

Apenas um médico especializado pode recomendar o tratamento ideal para cada caso, por isso, é essencial que pacientes com hiperidrose façam um acompanhamento profissional.

Se você quer saber mais sobre doenças de pele, não deixe de nos seguir no Instagram!