Hiperidrose: saiba mais sobre a produção excessiva de suor
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A hiperidrose resulta da produção de suor em quantidade maior do que é normalmente produzida.
O suor tem função de regulação da temperatura do corpo através do resfriamento, consequente à sua evaporação.
Ao ocorrer em excesso, há o constrangimento social e perdas emocionais e de trabalho.
Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a hiperidrose!
Incidência da hiperidrose
A hiperidrose afeta 1% a 5% da população.
Mais de 90% dos casos não se identifica a causa e mais da metade desses casos se localiza nas axilas.
A forma relacionada ao estresse emocional acomete ambos os sexos e, na maioria dos casos, inicia-se na infância ou perto da adolescência.
O que causa a hiperidrose?
A hiperidrose pode ter uma causa primária ou secundária.
A hiperidrose primária, a mais frequente, não se conhece a causa. Afeta axilas, palmas, plantas, rosto e menos virilhas e couro cabeludo.
Já a hiperidrose secundária, onde é identificada a etiologia, pode ser focal ou generalizada e relacionada a uma doença ou ao uso de medicamentos.
Existe um forte componente hereditário, comprovado pela elevada incidência da enfermidade entre membros da família.
A sudorese ajuda, além do controle da temperatura do corpo, a hidratação e o equilíbrio de líquidos e eletrólitos realizada pela glândula sudorípara écrina.
Essa glândula está distribuída por toda a pele, mas é encontrada em maior quantidade nas palmas, plantas, e menos nas axilas.
Controle cerebral da hiperidrose
Os dois tipos de sudorese são controlados por diferentes locais do cérebro: hipotálamo e córtex cerebral.
A de origem no hipotálamo, a termo regulatória, é desencadeada pelo calor, como a localizada no rosto e no tórax.
Ela ocorre durante todo o dia e é influenciada por diferentes fatores, como:
- Prática de exercício físico
- Doenças que causam elevação da temperatura, como as infecciosas (tuberculose e malária)
- As relacionadas ao câncer como o linfoma
- Doenças do metabolismo, como o hipertireoidismo, o feocromocitoma, a menopausa e a hipoglicemia
- Alterações cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca e a endocardite
- Doenças neurológicas, como os tumores no cérebro, lesões na medula óssea e acidente vascular cerebral
- Medicamentos, como antidepressivos e anti-inflamatório não hormonal
A hiperidrose emocional ou cortical é a forma generalizada, mais evidente nas axilas, palmas e plantas e ao redor da região genital.
As glândulas sudoríparas nesses pacientes são normais em número, porém reagem de forma exagerada ao estresse (não é considerado um distúrbio psicológico).
Os estímulos térmicos podem aumentar essa resposta.
A atividade mental, independentemente de qualquer conteúdo emocional, pode provocar a sudorese.
Manifestações clínicas da hiperidrose
A hiperidrose ligada às emoções é mais intensa nas axilas, palmas, plantas e virilhas.
Inicia-se na infância ou perto da puberdade e a tendência é piorar ao longo da vida. Ela cessa durante o sono.
A forma localizada nas palmas e plantas, e nas axilas trazem mais desconforto para os pacientes.
Induz ao medo de apertar as mãos e sujar papéis. Os pacientes ainda podem ter dificuldade com tarefas do trabalho ou recreativas que exijam pegada com as mãos secas.
Pode ser contínua ou fásica (por fases na vida).
A contínua é agravada nos meses quentes do ano e não é induzida pela atividade mental. Já a fásica é influenciada pelo estresse emocional e independe da temperatura ambiental.
Predispõe à instalação de verruga viral, infecções por fungos e bactérias além de dermatite de contato e atópica.
O uso de meias de grande espessura e calçados fechados estimula a proliferação de bactérias.
A sudorese axilar é mais frequentemente do tipo fásica e pode ser influenciada ou não pelo estresse e o calor.
A hiperidrose no couro cabeludo e rosto resulta em desconforto para o paciente. É agravada quando associada ao excesso de oleosidade da região.
Já o excesso de sudorese nas virilhas não incomoda tanto os pacientes, embora possa facilitar a instalação de infecções fúngicas como candidíase e bacterianas.
A hiperidrose gustatória ocorre normalmente com o consumo de alimentos picantes (pimenta, por exemplo) e se manifesta com suor leve ao redor dos lábios, nariz e testa.
No entanto, essa sudorese pode ser patológica, induzida por lesão do nervo simpático consequente a tumor ou simpatectomia (destruição do nervo simpático).
Também pode ser devido à neuropatia diabética, herpes zoster da região pré-auricular (cabeça) ou direcionamento incorreto dos nervos após cirurgia da parótida.
Tratamento da hiperidrose
O tratamento de primeira escolha é a aplicação de cloreto de alumínio na concentração de 8% a 10% e, nos casos mais graves, na concentração de 20%.
Na palma e planta, a aplicação sob oclusão é mais eficiente.
Formulações mais recentes contendo o cloreto de alumínio entre 10% e 40% em gel de ácido salicílico a 2% a 4%, demonstraram igual eficiência, porém com a vantagem de irritar menos a pele.
Essa aplicação deve ocorrer no período da noite, antes de dormir, com a pele sem suor, para prevenir irritação da pele.
O glicopirrolato é indicado para casos de hiperidrose gustatória e compensatória pós simpatectomia dos nervos (surgimento de sudorese em locais previamente não afetados para compensar a perda do suor nos locais tratados com cirurgia dos nervos).
Outro método de tratamento é a iontoforese que consiste na penetração direta de uma substância ionizada na pele íntegra através de corrente elétrica. É indicada no tratamento da hiperidrose das palmas e plantas.
A toxina botulínica (Botox) também é muito eficaz na hiperidrose axilar e nas mãos, permanecendo o efeito entre 4 e 12 meses nas axilas e 6 meses nas mãos.
O uso de energia de micro-ondas para hiperidrose axilar tem provado ser eficiente.
Os medicamentos por via oral também podem ser utilizados, como os anticolinérgicos, anti-hipertensivos, ansiolíticos e antidepressivos.
Essa opção terapêutica é reservada para os casos graves não responsivos ao tratamento tópico, porém tem efeitos colaterais como:
- Sensação de boca seca
- Dificuldade para urinar
- Visão borrada
- Aumento da frequência cardíaca
- Entre outros
A remoção cirúrgica das glândulas sudoríparas nas axilas é utilizada quando as outras alternativas de tratamento falharam. Muito utilizada é a simpatectomia endoscópica transtorácica para a hiperidrose axilar, palmar e plantar com alto índice sustentado de sucesso de até 97%.
Apenas um médico especializado pode recomendar o tratamento ideal para cada caso, por isso, é essencial que pacientes com hiperidrose façam um acompanhamento profissional.
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