O que causa o envelhecimento da pele e como prevenir esse processo?

Dr. Sergio Paulo
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O envelhecimento da pele é decorrente do processo normal, fisiológico, inevitável e induzido pelo Sol. Nesse último caso, chamamos de fotoenvelhecimento.

Apesar de ser um processo normal, existem algumas maneiras de diminuir os efeitos por meio da prevenção ou de procedimentos corretivos.

Continue lendo o nosso post e entenda mais sobre o envelhecimento da pele!

Saiba mais sobre o envelhecimento da pele

Confira quais são as principais causas e como retardar o envelhecimento da pele:

Envelhecimento fisiológico da pele

No envelhecimento fisiológico, a pele tende a se tornar mais fina pela diminuição da espessura da camada mais superior, a epiderme.

A junção da epiderme com a camada logo abaixo dela, a derme, se torna mais frágil, manifestada pela maior facilidade de desprendimento da pele por traumas, como o provocado pela tentativa de remover um curativo adesivo.

Também ocorre a diminuição da transferência de nutrientes, incluindo gordura, que protege a camada córnea, parte mais superficial da pele.

Isso provoca o ressecamento da pele (xerose) e o comprometimento da importante função de barreira dela. Essa função diminuída resulta em maior vulnerabilidade à penetração de microrganismos e substâncias alérgicas, assim como há maior perda invisível de água.

A perda de água resulta em maior probabilidade de a pele se tornar seca, inflamar e, consequentemente, coçar. 

Foto 1. Pele seca na perna

Essas alterações se expressam na maior probabilidade do surgimento de eczema, especialmente nas pernas (parte mais seca do corpo)


Foto 2. Eczema na perna

e de dermatite de contato por sabões e detergentes nas mãos.

Foto 3. Dermatite de contato nas mãos

O número de células de Langerhans, muito importantes na função da imunidade e consequente defesa da pele contra microrganismos, diminui.

Outras consequências do envelhecimento fisiológico

Há, ainda, uma redução do crescimento das unhas em 50%, na sudorese e na atividade das glândulas sebáceas, estas últimas responsáveis pela produção da oleosidade da pele, através da produção do sebo.

A derme, camada localizada logo abaixo da epiderme, apresenta diminuição de sua espessura, dos vasos sanguíneos e dos fibroblastos (responsáveis pela produção de fibras colágenas e elásticas da pele). Essas alterações contribuem para retardar a cicatrização de feridas.

A rede de fibras elásticas sofre degeneração após a quarta década da vida. Modificação nas macromoléculas, conhecida como glicosaminoglicanos na derme, gera desidratação e diminuição da resistência da pele em suportar traumas.

A perda de gordura da pele gera incapacidade de conservar o calor, bem como formação de rugas e flacidez, além da suscetibilidade ao trauma.

A pele que é responsável pela produção de 90% de vitamina D, através da radiação ultravioleta, sofre uma diminuição da síntese dessa vitamina.

O idoso deve repor essa perda através da ingestão da vitamina D e de exposição dos braços e antebraços ao Sol, durante 15 minutos, diariamente. Isso previne as fraturas ósseas, comum nessa faixa etária.

A aplicação de creme contendo ácido retinóico restaura essas alterações, consequente ao envelhecimento normal da pele.

Fotoenvelhecimento

O fotoenvelhecimento é resultado da exposição prolongada e repetida ao Sol e produz a maioria das alterações prematuras e indesejáveis do envelhecimento da pele, do ponto de vista cosmético.

Esse tipo de envelhecimento ocorre, principalmente, em pessoas de pele branca, chegando a atingir de 80% a 90% dessa população.

Os fatores de risco para o fotoenvelhecimento são:

  • Idade avançada
  • Sexo masculino
  • Exposição exagerada ao Sol
  • Viver em locais com alta irradiação solar

As pessoas de pele clara podem apresentar manifestações de fotoenvelhecimento antes dos 30 anos, em 72% dos homens e 47% das mulheres.

Foto 4. Rugas em paciente jovem

Na população de pele escura, os sinais de envelhecimento da pele não são evidentes antes de 50 anos e a gravidade não é tão grande quanto na população branca da mesma faixa etária.

Envelhecimento da pele pelos raios solares

Tanto a radiação ultravioleta A (UVA) quanto a ultravioleta B (UVB) contribuem para a agressão às fibras elásticas e colágenas, glicoproteínas e glicosaminoglicanos da derme, responsáveis pela força e resiliência da pele.

Porém, a radiação UVA agride mais a pele por ter maior capacidade de penetração, chegando até a derme, enquanto a UVB se limita à epiderme.

Além disso, a UVA é 10 vezes mais abundante do que a UVB na atmosfera.

A radiação ultravioleta B gera alterações malignas no DNA das células da epiderme, parte mais superficial dela, ponto de partida para o surgimento do câncer, através da disseminação dessas células para a parte mais profunda da pele, a derme.

A UVB também é responsável pela queimadura solar.

Foto 5. Queimadura solar

As radiações na faixa do infravermelho do espectro solar, que representam 50% da energia solar, também contribuem para o fotoenvelhecimento da pele.

Outros fatores ambientais também podem contribuir para o envelhecimento da pele, como:

Fumo: acelera muito o envelhecimento da pele consequente à diminuição da produção de fibras colágenas. Manifesta-se pela “face do fumante” através do aparecimento de rugas muito profundas ao redor da boca e dos olhos, superfície irregular da pele e tonalidade acinzentada.

Foto 6. Envelhecimento pelo fumo

Poluição do ar: poluentes das indústrias, dos automóveis e do ozônio do solo podem contribuir para o envelhecimento da pele.

Manifestações clínicas do fotoenvelhecimento

Veja quais são as principais manifestações do envelhecimento da pele provocadas pela exposição excessiva ao Sol:

Ceratose actínica: Ocorre o surgimento de células malignas na epiderme, que se expressa clinicamente como lesões pré-malignas.

Foto 7. Ceratose Actínica na cabeça

Telangiectasias: Surge dilatações dos vasos mais superficiais da pele.

Foto 8. Vasos sanguíneos dilatados no nariz

Púrpura senil de Bateman: se manifesta por manchas avermelhadas consequentes ao extravasamento de sangue dos vasos superficiais da pele, localizadas na parte mais exposta ao Sol como  antebraços e dorso das mãos.

Foto 9. Púrpura senil no antebraço

Elastose actínica: representa um espessamento da pele associado à cor amarelada.

Fotos 10. Elastose Actínica: pele amarelada e enrugada. Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, do Atlas Dermatológico

Cutis rhomboidalis nuchae: surgem sulcos profundos na nuca.

Foto 11. Cutis rhomboidalis nuchae: rugas profundas na nuca

Poiquilodermia de Civatte: pigmentação mosqueada e telangiectasias (vasos superficiais dilatados da pele) atingindo a parte lateral do pescoço e a face anterior do tórax.

Foto 12.a Poiquilodermia de Civatte em face lateral do pescoço
Foto 12.B Poiquilodermia de Civatte em face anterior do tórax

Síndrome de Favre-Recouchot: caracterizada pelo aparecimento de várias comedões (cravos) ao redor dos olhos. 

Foto 13. Síndrome de Favre-Recouchot: comedões (cravos) abaixo da pálpebra

Hipomelanose gutata idiopática: manchas brancas pequenas e localizadas na parte externa nos antebraços, nas pernas e nas  coxas. 

Foto 14. Hipomelanose gutata idiopática na perna

Lentigo solar: manchas escuras na pele mais exposta ao Sol como rosto, antebraços e dorso das mãos.

Foto 15. Lentigo Solar no dorso da mão

Milium: cisto epidermoide de pequeno tamanho, conhecido popularmente como cisto de massa.

Foto 16.a Milium abaixo do lábio

Foto 16.b Milium na pálpebra inferior. Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, do Atlas Dermatológico

Hiperplasia sebácea: tumor de natureza benigna, frequente no idoso, resultante da hipertrofia da glândula sebácea da pele. Manifesta-se por pápulas (carocinhos) da cor da pele ou de coloração amarelada com centro umbilicado (deprimido), preferencialmente no nariz, na testa e regiões malares (bochechas). 

Foto 17. Hiperplasia sebácea acima das sobrancelhas

Tratamento do fotodano

O tratamento do fotodano pode ser feito de duas formas:

Preventivo

A melhor maneira de prevenir é por meio da proteção solar e hábitos saudáveis, evitando a exposição ao sol no horário entre 10 e 16 horas.

O reflexo do Sol na água, concreto e principalmente na neve, pode aumentar a exposição solar em até 90%, enquanto permanecer na sombra pode diminuir essa exposição entre 50% e 90%.

O uso regular de filtro solar com amplo espectro de proteção, incluindo UVA e UVB, e com fator de proteção mínima de 30, é muito efetivo.

É importante haver a aplicação a cada 2 horas, principalmente durante a exposição direta.

Também recomenda-se o uso de roupas especiais (fibra sintética, tecidos mais espessos, cores mais escuras), chapéus de aba larga e óculos escuros.

Curativo

O tratamento curativo desse tipo de envelhecimento da pele sempre deve ser acompanhado por um médico especializado para evitar queimaduras ou outros problemas na pele.

A aplicação de ácido retinóico, como a tretinoína, o adapaleno e o tazaroteno, é muito efetivo no combate ao envelhecimento da pele, especialmente o primeiro.

De modo a evitar irritar a pele, é recomendado iniciar o tratamento com aplicação 2 vezes por semana e em baixas concentrações.

Além disso, o resultado cosmético é o mesmo daquele em maiores concentrações. Exemplificando, a tretinoina na concentração de 0,025% tem o  mesmo efeito da utilizada  a 0,1%, porém esta última deixa a pele mais sensível à radiação solar.

O 5 fluoruracil tópico combate a ceratose actínica (lesão pré-maligna), além de rejuvenescer a pele.

Já os peelings químicos envolvem a aplicação de substâncias químicas que removem a pele danificada pelo Sol, substituindo-a por uma pele mais jovem, sem manchas e sem lesões pré-malignas. É relativamente barato e muito seguro.

Outros métodos eficazes são:

  • Terapia fotodinâmica
  • Aplicação da toxina botulínica (Botox)
  • Preenchedores injetáveis como o de ácido hialurônico
  • Laser

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