O que é, quais são as causas e qual o tratamento da dermatite perioral?

A dermatite perioral, posteriormente mais bem denominada de dermatite periorificial por não se limitar apenas ao contorno da boca, caracteriza-se pelo surgimento de pápulas (carocinhos) ao redor da boca, dos olhos e do nariz.

A inflamação lembra as manifestações da acne e da rosácea, porém se distingue das mesmas pela localização em pontos específicos do rosto. Apesar da causa não estar bem determinada, está geralmente associada ao uso de creme contendo corticosteróide de alta potência anti-inflamatória.

É possível a cura, apesar de ser conseguida de forma lenta, através de medicamentos utilizados por via tópica isoladamente ou associados à oral.

Quer saber mais? Então, continue lendo e tire suas dúvidas sobre a dermatite perioral.

Incidência

A dermatite perioral é mais frequente em mulheres, na faixa etária dos 16 aos 45 anos. Apesar disso, ela também pode afetar as crianças, inclusive as de 3 meses de idade.

Vale ressaltar ainda que ela também pode ocorrer com homens em qualquer faixa etária.

Dessa forma, todos podem ser afetados pela dermatite perioral.

Quais são as causas da dermatite perioral?

Não se sabe ao certo a causa da dermatite perioral, porém, acredita-se que a alteração inicial seja na diminuição da função de barreira da pele, induzida na pele de pessoas portadoras de alergia do tipo dermatite atópica e pelo uso de corticosteróide.

Os pacientes relatam uma erupção inicial no rosto manifestado pelo surgimento de pápulas e seguido pela manutenção da erupção pelo uso de corticosteróide. Em resumo, há a dúvida se o corticosteróide é o único responsável ou se é simplesmente um fator agravante e mantenedor do processo, especialmente com as preparações de maior potência anti-inflamatória.

Frequentemente, a suspensão do uso do creme de corticosteróide é seguida pela recidiva da erupção cutânea, o que gera uma dependência do uso do medicamento.

Outro fator que também reforça a teoria da participação dos corticosteróides é o da indução da doença pelo medicamento por outras vias, como a oral, inalatória e ocular.

Também se discute se outros fatores não têm participação, como:

Como a dermatite perioral se manifesta?

A dermatite perioral se manifesta pelo agrupamento de pápulas (carocinhos) avermelhadas isoladamente ou associadas a vesículas (bolhinhas d’água) ou a pústulas (bolhinhas de pus).

Ficam localizadas, mais frequentemente, ao redor da boca, mantendo uma zona estreita sem lesões entre os lábios e as feridas (foto 1).

Dermatite Perioral

Foto 1: Dermatite Perioral, constituída por pápulas e pústulas, localizada no queixo e ao redor da boca, mantendo uma zona estreita livre de lesão entre o lábio e o queixo.

Menos frequente, as lesões podem aparecer ao redor do nariz (foto 2). Nos olhos, essa manifestação é ainda menos comum.

Dermatite Perioral/Periorificial

Foto 2: Dermatite Perioral/Periorificial, em localização típica, ao redor do nariz, constituída por pústulas e pápulas agrupadas.

Está associado a discreta descamação.

Os casos mais intensos podem envolver as regiões ao redor da boca e do nariz (foto 3), além de evoluir para a confluência das pápulas, gerando infiltração (inchaço), o que dá um aspecto de maior inflamação à pele (foto 4).

Dermatite Perioral/Periorificial, ao redor da boca e nariz

Foto 3: Dermatite Perioral/Periorificial, ao redor da boca e nariz, constituído por pápulas que confluem formando placas avermelhadas, consequente ao uso prolongado de corticosteróide na pele.
Dermatite Perioral, constituída por vesículas, pústulas e lesões infiltradas avermelhadas ao redor da boca e poupando a pele entre o lábio e o queixo

Foto 4: Dermatite Perioral, constituída por vesículas, pústulas e lesões infiltradas avermelhadas ao redor da boca e poupando a pele entre o lábio e o queixo.

Os pacientes podem não referir nenhuma sintomatologia ou se queixar de sensação de ardor ou de queimação, de intensidade discreta a moderada. A doença cura sem deixar sequelas ou cicatrizes.

A dermatite perioral tende a desaparecer espontaneamente entre alguns meses a vários anos. A insistência do uso de corticosteróide pode prolongar muito a doença e até exacerbá-la. Deve ser diferenciada da acne, pela ausência de comedões (cravos) e a distribuição característica ao redor da boca, do nariz e dos olhos.

Como é o tratamento?

O tratamento da dermatite perioral depende diretamente do local da lesão, assim como da sua localização.

Mas, recomenda-se a suspensão do creme contendo corticosteróide de forma gradativa para evitar o rebote. Para isso, deve-se substituir os corticosteróides de alta potência anti-inflamatória por outros de baixa potência, antes da suspensão completa.

Converse com o seu médico para ver quais são os procedimentos mais indicados para o seu caso.

Os casos com menor extensão devem ser controlados apenas com tratamento de uso tópico. O melhor tratamento é realizado com cremes que são semelhantes aos corticosteróides, mas não apresentam efeitos colaterais.

Também há outras alternativas em gel, loção ou medicamentos, que devem ser recomendados a partir de um exame completo da área.

Já os casos mais graves devem ser tratados por meio da associação do tratamento por via tópica com medicamentos antibióticos por via oral por, no mínimo, 2 meses.

Lembre-se que a automedicação e o autotratamento podem causar a piora dos sintomas. Por isso, sempre procure ajuda médica para iniciar o tratamento mais recomendado para o seu caso.

Se você mora em Recife, conte conosco para isso. Entre em contato e agende uma consulta com um de nossos especialistas.



Está com inflamação nos lábios? Pode ser queilite

A queilite é uma inflamação dos lábios que pode se estender para a pele ao redor e até para dentro da boca (mucosa oral).

Durante a pandemia do coronavírus a sua frequência aumentou, principalmente a queilite por irritante primário, consequência do ato de lamber os lábios de forma compulsiva, uma manifestação de ansiedade.

Esse problema manifesta-se por vermelhidão, ressecamento e consequente descamação. Além disso, pode haver o aparecimento de fissuras e inchaço nos lábios. Em alguns casos, é acompanhado pelas sensações de coceira e ardência.

Ficou interessado em saber mais? Então, continue lendo esse post e tire suas dúvidas sobre as causas da queilite, sua prevenção e tratamento.

Quais as causas da queilite?

A queilite conta com diversas causas, tanto endógenas (constitucionais) quanto externas.

Uma das mais frequentes é a endógena. Ela consiste na alergia hereditária, associada a asma, rinite e dermatite atópica.

Já a de origem externa mais frequente é a dermatite de contato, com suas variantes:

  • Dermatite de contato de origem alérgica
  • Dermatite de contato não alérgica, conhecida como queilite de contato por irritante primário.

Outras doenças que se originam em outras partes da pele ou de origem interna podem também atingir os lábios, como:

  • Líquen plano
  • Sarcoidose
  • Doença de Crohn
  • Lúpus eritematoso 
  • Deficiência nutricional

Quais os tipos de queilite?

A queilite pode ser dividida em diferentes tipos, dependendo da causa do problema. Saiba mais sobre cada uma delas.

Queilite eczematosa

É a forma clínica mais frequente. Pode ocorrer devido a uma predisposição hereditária, associada à dermatite atópica ou influenciada por fatores externos. Estes, geram inflamação dos lábios por mecanismo alérgico ou não (dermatite por irritante primário).

Os principais sintomas da queilite eczematosa são:

  • Ressecamento
  • Descamação
  • Vermelhidão
  • Fissuras

Todos esses sintomas envolvem os lábios, mas também podem se estender para a pele ao redor ou, em alguns casos, para a mucosa oral.

Queilite por irritante primário

Constitui a forma clínica mais frequente. A causa mais comum é a irritação mecânica relacionada ao atrito da língua com os lábios, através do hábito de lambê-los de forma repetitiva e compulsiva. (foto 1 e foto 2)

Foto 1 e 2: Queilite por irritante primário, afetando os lábios e região ao redor, constituído por eritema (vermelhidão) e descamação, decorrente do hábito de atritar a língua com o local

Outros fatores que também podem participar dessa irritação são o clima frio e com baixa umidade, produtos de higiene oral e certos alimentos.

Queilite por dermatite de contato alérgica

Nesses casos de queilite, é necessária uma sensibilização alérgica prévia, através do contato de uma substância com os lábios. Os maiores responsáveis são:

  • Instrumento musical
  • Filtro solar
  • Produtos cosméticos, como esmalte de unha
  • Produtos de maquiagem e batom

Os ingredientes contidos no batom mais responsáveis pela dermatite de contato são própolis, óleo de rícino, resinas e conservantes.

As mulheres são mais afetadas do que os homens por terem maior contato com os cosméticos. Também podem participar dessa alergia a pasta de dente, frutas cítricas, canela e manga.

A manifestação desse tipo de queilite compreende:

  • Fissuras
  • Vermelhidão
  • Coceira
  • Inchaço
  • Vesículas (bolinhas d’água)
  • Ulcerações superficiais. 

Pode se estender ao redor dos lábios e até para outras partes do corpo. A coceira é mais intensa do que na queilite por irritante primário.

Em relação aos exames complementares para confirmar o diagnóstico de queilite por dermatite de contato alérgica, o teste de contato é muito importante para identificar o produto contactante responsável. (foto 3)

Foto 3: Teste de contato utilizado para identificação da substância causadora da alergia em contato com a pele.

Queilite atópica

A aparência clínica é indistinguível da queilite por irritante primário. Pode se estender ao redor das comissuras labiais e a outras partes do rosto (foto 4 e foto 5). Esta pode também ter localizações típicas, como o rosto e as dobras dos cotovelos e dos joelhos.

Foto 4: Dermatite atópica manifestada por queilite, onde se observa lesões avermelhadas nos lábios e ao redor.

Foto 5: Queilite atópica onde se observa, além de lesões nos lábios, também ao redor da comissura labial, constituída por lesão avermelhada e infiltrada.

O diagnóstico é feito, principalmente, pela detecção de outras manifestações de atopia, como rinite e asma, além de dermatite atópica. 

Queilite associada a ingestão de retinoide

A ingestão de isotretinoína (Roacutan), usada no tratamento da acne, e da acitretina, derivados da vitamina A, assim como outros medicamentos, como o benzodiazepínicos, utilizados para combater a insônia, podem gerar sensação de boca seca, inclusive ressecamento, descamação, vermelhidão e fissuras nos lábios. (foto 6)

Foto 6: Queilite decorrente do uso oral da Isotretinoína, para o tratamento da acne, onde se observa descamação intensa, além de eritema nos lábios.

Queilite solar

É uma doença pré-maligna gerada pela exposição solar ao longo de muitos anos.

A população de pele clara que se expõe muito ao sol, seja decorrente da profissão ou de atividade de lazer, e que vive em países com alta intensidade de sol como o Brasil, é mais propensa a desenvolver a doença.

Os homens são mais afetados do que as mulheres. Afeta o lábio inferior, por receber maior quantidade de radiação solar do que o superior.

Manifesta-se por:

  • Descamação
  • Ulcerações (feridas) superficiais
  • Mancha branca.

Normalmente, no início, há o aparecimento de uma lesão solitária, que pode se transformar em múltiplas lesões.

Nesses casos, desaparece a nitidez do limite do lábio com a pele ao redor, dando a essa separação um aspecto borrado. (foto 7)

Foto 7: Queilite actínica, onde se observa erosões e placas esbranquiçadas (leucoplasia) em lábio inferior, decorrente da exposição crônica ao Sol.

Se não for tratada, pode evoluir para o carcinoma espinocelular (CEC), identificado a partir da palpação do lábio, onde é detectado uma sensação de endurecimento da base da lesão, ainda na fase precoce da doença.

O surgimento de lesões nodulares (caroços) e feridas mais profundas e persistentes denunciam a evolução para fase mais avançada do CEC. (foto 8)

Foto 8: Carcinoma espinocelular, com lesão elevada,  originada a partir da queilite actínica (lesão esbranquiçada ao redor do tumor).

O carcinoma espinocelular, que surge a partir da queilite actínica, tem mais chance de desenvolver metástase para outros órgãos do que o da ceratose actínica, seu equivalente na pele.

Queilite angular

Também conhecida por perleche ou boqueira, esse tipo de queilite pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequente nos idosos, em consequência de modificação da arquitetura dos lábios, decorrente da perda dos dentes.

Pode ser causado por infecção pelo fungo cândida e, menos frequentemente, pelas bactérias estafilococo ou estreptococo, além da deficiência nutricional relacionada à vitamina B12 ou de ferro.

Em crianças, está relacionada ao hábito de chupar dedo, lamber os lábios ou morder os cantos deles.

Nos idosos, ocorre a partir do uso de prótese dentária, que gera acúmulo de saliva e um ambiente úmido, ideal para a proliferação do fungo cândida.

Também é frequente em pacientes portadores de AIDS, que também têm maior predisposição a desenvolver candidíase.

Manifesta-se por vermelhidão dos lábios, coberto por escamas esbranquiçadas e fissura (ferida de forma linear) no ângulo dos lábios, geralmente atingindo os 2 cantos da boca. (foto 9)

Foto 9: Queilite angular manifestado por eritema (vermelhidão), escama e fissura (ferida de forma linear) na comissura labial.

Qual o tratamento da queilite?

O tratamento da queilite dependerá diretamente do seu tipo, assim como das manifestações atuais do problema.

Queilite por dermatite de contato alérgica, por irritante e atópica

No caso da  queilite provocada por dermatite de contato alérgica ou por irritante, é fundamental evitar contato com a substância responsável pela irritação, especialmente entre os portadores de dermatite atópica.

Além disso, também é possível aplicar cremes contendo corticosteróide com ação anti-inflamatória para controlar os sintomas. O período dependerá diretamente do caso.

Nos casos de queilite atópica e por irritante primário, pode-se utilizar cremes hidratantes de forma contínua, após controlar a inflamação.

Vale ressaltar que os portadores de queilite por irritante primário devem ser acompanhados por um psicoterapeuta a fim de combater a compulsão do hábito de lamber os lábios, através do uso de medicamentos dirigidos à ansiedade e à depressão.

Queilite por retinóide

Já nos casos de queilite por retinóide, deve-se realizar a consulta com um dermatologista para ser prescrito a aplicação de creme hidratante, após as refeições, até o término do tratamento da acne. 

Queilite solar

Para os casos de queilite solar, deve-se tomar medidas preventivas de exposição ao sol, como:

  • Usar filtro solar, diariamente, para o lábio
  • Utilizar chapéu de aba larga
  • Evitar exposição direta ao sol no horário de maior intensidade dos raios ultravioleta B (10 às 16 horas).

O tratamento dependerá das lesões, assim como dos sintomas dos pacientes. Aqui, no ProntoPele, utilizamos a crioterapia, um método que utiliza jatos muito frios de nitrogênio líquido.

Além disso, também há outras opções disponíveis, como:

  • Aplicação de cremes contendo 5-fluoruracila ou imiquimod
  • Laser
  • Terapia fotodinâmica
  • Vermelhectomia, que consiste na remoção do lábio, recomendada para os casos mais intensos.

É muito importante que o paciente entenda que a exposição prolongada ao sol durante a vida gera um campo cancerizável no lábio, o que permitirá o reaparecimento de novas células de câncer após o tratamento.

Isso quer dizer que todos os pacientes que tiveram queilite solar devem realizar revisões anuais com o dermatologista para identificar essa condição, de forma precoce.

Queilite angular

O tratamento da queilite angular consiste na aplicação de cremes antifúngicos após as refeições ou o uso de antibióticos, dependendo diretamente do caso do paciente.

Também é importante corrigir a oclusão dos dentes e manter a higiene bucal.

Independente do tipo de queilite, deve-se consultar um dermatologista para avaliar qual é a melhor forma de tratamento para o seu caso.

Conte conosco para isso. Entre em contato conosco para agendar sua consulta com um especialista, onde você será atendido, preferencialmente, no mesmo dia de sua ligação.

O que causa a estria e como tratá-la?

Estria é uma forma comum de cicatriz, originada na derme, camada abaixo da primeira camada da pele, a epiderme.

Ela se manifesta por lesão de forma linear, aspecto atrófico e enrugado, com pequenas rugas transversais ao seu maior eixo que desaparecem ao serem puxadas.

Inicialmente, a estria é elevada e tem cor avermelhada ou violácea. Mas, com o passar do tempo, transformam-se no tipo alba, que é branco-nacarada.

Por terem um aspecto inestético, muitas mulheres e homens não se sentem bem por ter essas lesões no corpo.

Continue lendo para saber mais sobre esse problema, entender quais são as suas causas e ver se é possível tratá-lo.

Incidência

A estria é uma cicatriz que pode ocorrer em todo mundo, apesar de ser mais comum nas mulheres durante a gestação.

Nesses casos, 90% das pacientes se queixam desse problema.

Já no sexo masculino, o aparecimento dessa cicatriz é mais rara, mas também pode ocorrer. Cerca de 11% dos homens e 88% das mulheres grávidas relatam o aparecimento de estrias. 

Quais são as causas da estria?

A estria é uma cicatriz que pode ocorrer por diversos motivos, havendo vários fatores envolvidos.

Os mais comuns são aqueles que deixam uma pessoa mais propensa a ter essas lesões na pele, o que é chamado de fatores predisponentes.

Entre os principais, que aumentam a probabilidade de alguém ter estrias, podemos citar:

  • Predisposição genética
  • Obesidade
  • Exercício de musculação
  • Ganho ou perda súbita de peso
  • Tabagismo
  • Gravidez
  • Crescimento rápido durante a adolescência

Medicamentos

Além desses fatores, existem alguns medicamentos que também aumentam as chances dessas lesões aparecem, como:

  • Corticosteróides por via oral ou de uso tópico
  • Quimioterapia
  • Tratamento para tuberculose
  • Neurolépticos

Cirurgias

A realização de alguns procedimentos cirúrgicos também predispõe a estria, como é o caso do implante de silicone nas mamas, o transplante de órgãos, cirurgia cardíaca e qualquer outra que tenha suturas, o que gera tensão nas bordas da ferida.

Durante a gravidez

Como já falado, é muito comum que as mulheres tenham estrias durante a sua gestação.

Dentro desse grupo, há algumas que são mais propensas que as outras. São elas:

  • Com histórico familiar de estrias
  • Gravidez em idade jovem
  • Criança com maior peso ao nascer
  • Prolongamento do tempo de gestação
  • Ganho de peso
  • Presença de estrias na gestação anterior, especialmente nas mamas
  • Excesso de líquido amniótico no útero, chamado de polidrâmnio

Doenças

Algumas enfermidades também estão relacionadas com a estria, como:

  • Síndrome de Marfan
  • Síndrome de Cushing
  • Febre tifóide
  • Febre reumática
  • Doença crônica do fígado

Fatores físicos

Há ainda alguns fatores físicos que estão relacionados com a estria, uma vez que esse problema ocorre quando há o estiramento da pele.

Esse estiramento pode ocorrer pelo aumento da circunferência abdominal durante a gravidez, o aumento rápido de peso, o crescimento repentino em adolescentes e a hipertrofia muscular consequente à musculação.

Vale ressaltar que a predisposição da pele ao surgimento de estrias, submetida à distensão, pode explicar a preferência do surgimento delas em locais específicos.

Fatores hormonais

As grávidas e os portadores da síndrome de Cushing são mais predispostos a desenvolver estrias, decorrente da elevação da relaxina e do cortisol, respectivamente.

Isso é uma consequência da degradação e menor produção do colágeno, assim como de uma maior degradação das fibras elásticas da pele.

Como a estria se manifesta?

Inicialmente, a estria se manifesta com uma lesão linear, edemaciada (inchada) e eritematosa (avermelhada) (foto 1), conhecida como estria rubra.


Foto 1: Estria Rubra no ombro, manifestada por lesão avermelhada e elevada

Esta progride para atrofia, que se manifesta por pele mais fina, deprimida, enrugada e hipocrômica (mais clara), conhecido como estria alba. (Foto 2)


Foto 2: Estria Alba, na face interna do braço, constituída por lesões lineares e esbranquiçadas 

A largura das estrias varia de alguns milímetros até 1 centímetro, sendo especialmente mais largas na síndrome de Cushing.

A evolução da forma eritematosa para a alba ocorre num período de 6 a 10 meses, onde é possível visualizar as duas variedades num mesmo paciente. (Foto 3)


Foto 3: Combinação de estria rubra (A) e Alba (B)

Nas grávidas, surge no segundo e terceiro trimestres da gravidez, havendo uma preferência pelos seios, abdômen e coxas.

À medida que a pele envelhece, a atrofia da estria se acentua, coincidindo com a atrofia natural do envelhecimento.

Existe uma tendência a uma distribuição simétrica, coincidindo com as linhas de tensão da pele das diversas partes do corpo, como o ombro.

É mais frequente no abdômen (foto 4), seios (foto 5), coxas, parte inferior das costas (foto 6), face interna dos braços, quadril, axilas e nádegas.


Foto 4: Múltiplas estrias do tipo rubra, manifestado por lesões avermelhadas lineares no abdômen, comum durante a gravidez.

Foto 5: Estria rubra em mama

Foto 6: Múltiplas estrias do tipo rubra, em região lombar, muito comum nos adolescentes

A aplicação de corticosteroides na pele, especialmente os de alta potência anti-inflamatória, gera estria nas dobras de axilas e virilhas, locais que favorecem maior penetração do medicamento na pele em decorrência da oclusão natural dessas superfícies.

Como tratar a estria?

Não existe comprovação científica da prevenção da formação de estrias, especialmente durante a gravidez, por meio da aplicação de cremes.

O tratamento das lesões que surgem durante a gravidez deve ser realizado após o parto, uma vez que não existe certeza que o medicamento utilizado não compromete o feto.

Em todos os casos, o tratamento visa melhorar a aparência da pele por meio da aproximação da cor e da textura ao da pele normal. Isso quer dizer que não há como apagar totalmente a estria.

Além da aplicação de cremes, também há outras opções que podem tornar as lesões menos aparentes:

  • Aplicação de laser
  • Uso de derivado da vitamina A
  • Microagulhamento isolado ou associado a radiofrequência
  • Dermoabrasão superficial
  • Fototerapia
  • Peelings químicos
  • Luz intensa pulsada
  • Radiofrequência
  • Laser infravermelho
  • A  nossa maior experiência no tratamento de estria é com o microagulhamento, procedimento com bons resultados estéticos e custo não tão elevado

Apenas um dermatologista poderá avaliar o seu caso para identificar qual é o método de tratamento mais recomendado.

Entre em contato conosco para agendar uma consulta e combata as suas estrias da melhor forma possível.





O que é brotoeja, por que ela ocorre e como tratar?

A miliária, conhecida popularmente como brotoeja, é uma erupção na pele muito comum no verão.

Ela ocorre quando há o bloqueio da eliminação do suor e precipitado pela maior produção do calor decorrente de ambiente quente.

Existem 3 tipos de miliária relacionado ao nível de obstrução da eliminação do suor na pele, correspondente à miliária cristalina, a mais superficial, a rubra, com localização intermediária, e a profunda, a mais grave.

Continue lendo para saber mais sobre cada um desses tipos de brotoeja, ver as suas causas e a forma de tratamento.

A brotoeja afeta quem?

A brotoeja ocorre mais frequentemente em países de clima quente, agravado pelo clima úmido, principalmente no verão. Ela pode afetar todas as faixas etárias, inclusive o recém-nascido.

Então, a miliária cristalina, também conhecida como sudâmina, é muito comum nos recém-nascidos, em decorrência da imaturidade do canal que atravessa a parte mais superficial da pele, responsável pela eliminação do suor.

Esse problema tem pico de incidência na primeira semana de vida do recém-nascido. Nessa fase da vida, afeta 4,5 a 9% dos bebês.

Já a miliária rubra é a forma clínica mais frequente, variando de 4% dos recém-nascidos até 30% em todos os grupos etários.

A miliária pustulosa, consequente à infecção bacteriana, a partir das outras formas clínicas enumeradas, é mais frequente nos neonatos. e

O que causa a brotoeja?

O ducto da glândula sudorípara é a estrutura responsável pela eliminação do suor. Mas, às vezes, ele pode estar fechado ou inflamado, o que o impede de fazer isso.

Caso a obstrução ocorra na parte mais superficial da pele há um tipo de brotoeja, a chamada miliária cristalina.

Na miliária rubra, o nível da obstrução é um pouco mais abaixo. É consequência de um processo inflamatório gerado pelo extravasamento do suor, a partir do ducto da glândula sudorípara, para o tecido ao redor.

As causas que geram aumento da sudorese são:

  • ambientes quentes e úmidos
  • exercício físico exagerado
  • febre
  • qualquer condição que impeça a eliminação do suor consequente à oclusão da pele, como roupas apertadas e aplicação de curativos oclusivos
  • medicamentos, como a isotretinoina (Roacutan), clonidina e atropina
  • radiação ultravioleta ou ionizante
  • doenças que destroem a parte mais superficial da pele, como acontece na síndrome de Stevens-Johnson e na necrólise epidérmica tóxica, doenças que têm semelhança com queimadura extensa
  • doenças que geram maior quantidade de sódio no sangue
  • maceração da pele gerada por máscara facial pode provocar miliária na ponta do nariz, especialmente durante a pandemia pelo coronavírus.

Além disso, a bactéria estafilococo pode estar relacionado à miliária pustulosa.

Como a brotoeja se manifesta?

Veja as principais manifestações da brotoeja.

Miliária cristalina 

Resulta da retenção do suor na camada córnea, camada mais superficial da pele.

Esse tipo de brotoeja manifesta-se por vesículas (“bolhinhas d’água”) claras que têm semelhança com gotículas de água. Devido à sua localização na camada mais superficial da pele, rompem facilmente sem gerar inflamação. A ruptura dessas vesículas é seguida por descamação da pele. (foto 1)

Foto 1: Militia cristalina, onde se observa numerosas vesículas (“bolinhas d’água”)

Localiza-se nas regiões que suam com mais facilidade, como:

  • recém-nascidos: no couro cabeludo, rosto e tórax
  • adultos: no tórax.

Apesar das lesões na pele, não há coceira ou outro sintoma, como ardor.

Miliária rubra

Esse tipo de brotoeja se manifesta como pápulas (carocinhos) avermelhados, isoladamente ou associado a vesículas, medindo de 2 a 4 milímetros e cercadas por vermelhidão. (fotos 2/3)

Foto 2: Miliária rubra com pápulas avermelhadas sobre manchas eritematosas
Foto 3: Miliária rubra com pápulas avermelhadas, no tórax

A miliária cristalina e a rubra podem ocorrer simultaneamente. (foto 4)


Foto 4: Miliária rubra e cristalina, com pápulas avermelhadas, mescladas com vesículas (“bolhinhas d’água”) em nuca e dorso

Nos bebês, localiza-se em regiões do corpo de mais difícil evaporação, como dobras do pescoço, nas axilas e nas virilhas.

Nos adultos, afeta predominantemente:

  • tórax
  • antebraços
  • dorso das mãos
  • parte superior dascostas (correspondente ao local com maior contato com a roupa)
  • couro cabeludo
  • pescoço
  • dobras do corpo.

Está associado ao prurido e ao ardor, sintomas que se intensificam com a sudorese.

Periporite

Representa a complicação da miliária por infecção bacteriana pelo estafilococo e manifestada por pústulas (“bolhinhas de pus”).
Essas bolhinhas aparecem quando há a abertura do ducto da glândula sudorípara. (fotos 5/6)

Foto 5: Periporite, apresentando pústulas (“bolhinha de pus”) no dorso
Foto 6: Periporite, onde se observa pústulas em grande número na face

Abscesso múltiplo da face corresponde ao aprofundamento da infecção da periporite na pele. Manifesta-se como nódulos (caroços) semelhante ao furúnculo, preferencialmente localizados no rosto. (foto 7)

Foto 7: Abscesso múltiplo da face, com nódulos avermelhados na região frontal da face (testa), semelhante a furúnculo e pústula no nariz e queixo de periporite

Quando a miliária rubra e a periporite atingem grande extensão e são muito recorrentes, podem gerar destruição das glândulas sudoríparas.

Em consequência disso, de modo a manter a função de regulação da temperatura corporal exercida pela glândula sudorípara, outras áreas passam a funcionar de forma exagerada para compensar a região que perdeu a função de suar.

Nos casos de grande destruição desses tecidos, esse mecanismo compensatório pode ser insuficiente para manter a temperatura corporal, gerando:

  • febre
  • fraqueza
  • sensação de falta de ar
  • aumento da frequência cardíaca

Como é feito o tratamento da brotoeja?

O tratamento da brotoeja dependerá diretamente do tipo de problema, assim como da sua seriedade. Dessa forma, apenas um dermatologista pode traçá-la.

Mas, de forma geral, buscam-se maneiras de evitar a sudorese, como:

  • manter o paciente em ambiente frio, preferencialmente com ar condicionado
  • usar roupa de tecido de algodão, que facilita a transpiração
  • remover curativos e adesivos
  • combater a febre com medicamentos

Além disso, os tipos de brotoeja rubra e cristalina podem ser tratados a partir da aplicação de pasta d’água, logo após o banho. Já a periporite exige antibióticos, que devem ser aplicados na pele.

Vale ressaltar que a automedicação pode piorar o problema. Sempre consulte um dermatologista para ter o diagnóstico correto e iniciar o tratamento mais indicado para você.

Continue lendo no nosso blog para saber mais sobre o excesso de sudorese.



Tire suas dúvidas sobre a inflamação do pênis, a balanopostite

A inflamação do pênis pode ocorrer de diferentes formas. Quando afeta apenas a glande é chamada de balanite, e quando afeta também o prepúcio é a balanopostite.

 

Independentemente do tipo, esse problema deve ser levado a sério, uma vez que pode trazer consequências para a saúde do paciente.

 

Para falar mais sobre a balanopostite, criamos esse conteúdo. Nele, você vai entender as causas, os principais sinais e a forma de tratamento dessa inflamação do pênis que gera tanta preocupação nos homens.

 

Incidência da balanopostite

 

A balanopostite é motivo frequente de consulta ao urologista, correspondendo a 11% dos agendamentos nos Estados Unidos.

 

É muito menos frequente entre os judeus pelo hábito da postectomia (remoção do prepúcio), logo após o nascimento.

 

O que causa a balanopostite?

 

A balanopostite pode ter diversas causas. Entre elas está a limpeza exagerada e o trauma no pênis. 

 

Nesses casos, há redução da defesa natural do órgão, composta pela barreira das secreções da próstata, da bexiga e do  meato uretral que protege a superfície interna do prepúcio e o correspondente à glande.

 

Mas a causa mais frequente é consequência da falta de higiene pela insuficiência de exposição da glande para limpá-la e enxugá-la após o banho, especialmente nos homens com prepúcio longo. 

 

Isso gera acúmulo de secreção do suor, de descamação natural da pele, de bactéria e de fungo.

 

Além disso, os pacientes com diabetes mellitus, trauma do zíper de calça e obesidade também são mais propensos a terem balanopostite.

 

Entre as principais causas, podemos citar:

 

  • infecção por fungo: sendo a Cândida albicans a mais frequente
  • infecção por bactérias: como estafilococo aureus e estreptococo
  • infecção por parasitas: como escabiose e trichomonas vaginalis
  • doenças que causam inchaço no corpo: como cirrose hepática, insuficiência cardíaca congestiva e doença dos rins
  • doenças pré-malignas: como líquen escleroso e atrófico, balanite de Zoon, carcinoma in situ (eritroplasia de Queyrat) e papulose bowenoide.

 

 

Como a balanopostite se manifesta?

 

A balanopostite pode ter diferentes manifestações, dependendo da sua causa. 

 

De forma geral, surge eritema (vermelhidão) na parte interna do prepúcio e o correspondente ao contato com a glande.

 

Apesar do fungo cândida habitar normalmente o pênis, em 15 a 20% dos homens, como parte da flora normal do local, sem causar doença, pode gerar candidíase pela perda dessa relação harmoniosa, geralmente por diminuição da imunidade, como acontece na AIDS e no diabetes.

 

As manifestações mais frequentes da doença são as seguintes: 

  • líquido semelhante à coalhada
  • erosões, correspondente ao local de contato da glande com o prepúcio
  • coceira
  • sensação de queimação

 

Quando a inflamação da candidíase é muito intensa, deve ser suspeita a associação com diabetes mellitus.

 

Quando é provocada por bactérias anaeróbias, aquelas que sobrevivem sem oxigênio, gera líquido com pus espesso e odor fétido, além de inchaço da glande e do prepúcio, e inflamação dos gânglios nas virilhas.

 

Nos casos causados pela psoríase, se manifesta por eritema (vermelhidão) intenso na glande, sem as escamas características da doença em outras partes do corpo, decorrente da sua remoção pela fricção da glande sobre o prepúcio.

 

Em relação aos eczemas, a balanopostite se manifesta a partir dos sintomas próprios das doenças, somados a alterações no pênis.

 

No eczema atópico, além dos achados de inflamação referidos anteriormente, há intensa coceira. As manifestações características nas dobras dos cotovelos e dos joelhos, e no rosto ajudam no diagnóstico.

 

A dermatite de contato pode também gerar muito prurido (coceira) e inflamação no pênis, induzido, frequentemente, pela limpeza exagerada com sabonetes, além da aplicação de medicamentos e outras substâncias como aroeira.

 

O líquen plano se manifesta por lesões violáceas associado a prurido intenso, além de lesões muito características em outras mucosas e na pele.

 

Já o líquen escleroso se manifesta por lesões esbranquiçadas que podem evoluir para:

  • esclerose (endurecimento) da pele do prepúcio
  • ulcerações (feridas)
  • vesículas (bolhinhas d’água)

 

Nos casos mais avançados de líquen escleroso, pode surgir dificuldade de exteriorização do pênis (fimose) e estenose da uretra. Esta, tem como consequência dificuldade de eliminar a urina.

 

Complicações da balanopostite

 

A balanopostite conta com alguns riscos caso não seja tratada por um urologista ou dermatologista.

 

Cerca de 1% dos pacientes têm câncer no pênis por causa dessa inflamação.

 

Além disso, o adiamento do tratamento da balanopostite pode gerar inchaço (edema) no pênis e consequente aderência do folheto interno do prepúcio à glande, além de cicatrizes no local.

 

Demorando mais ainda para ser controlada a inflamação, pode surgir a fimose, que consta da incapacidade de expor a glande pelo excesso de aderência do prepúcio no pênis.

 

Outra complicação desse inchaço do pênis é a parafimose, que consiste no aprisionamento do prepúcio antes do início da glande. 

 

Esse aperto da parafimose gera dificuldade de o sangue circular livremente na glande e pode ocasionar gangrena do pênis. Portanto, é considerada uma urgência urológica.

 

Como a balanopostite deve ser tratada?

 

A limpeza correta do pênis é muito importante na prevenção da inflamação dele, especialmente naqueles que não foram submetidos à circuncisão. 

 

Consta da retração completa do prepúcio para ser realizada uma limpeza completa, incluindo a glande, além da lavagem com soro fisiológico, quando o local estiver inflamado. 

 

Essa limpeza não deve ser exagerada, como uso de sabonetes, e não deve incluir substâncias irritantes como detergentes, a fim de impedir o surgimento de inflamação. 

 

Quando houver infecção por candidíase, recomenda-se a aplicação de creme contendo, por exemplo, derivado imidazólico. 

 

Se o parceiro sexual não apresentar manifestações da candidíase, não é necessário tratá-lo. 

 

Quando houver resistência ao tratamento, através de reinfecções frequentes, recomenda-se a postectomia (remoção cirúrgica do prepúcio).

 

Quando existe relação com infecções pelas bactérias estafilococo ou estreptococo, deverá ser aplicado creme contendo antibiótico. Nos casos mais severos, é necessária a ingestão de antibiótico. 

 

Infecções por bactérias anaeróbias devem ser tratadas com metronidazol, por via tópica e, por via oral, nos casos mais intensos. 

 

O líquen escleroso e atrófico é tratado, inicialmente, com a aplicação de corticosteroide. Nos casos mais resistentes, utiliza-se derivado sintético da vitamina A, a acitretina, por via oral, além da circuncisão. 

 

Ao suspeitar de balanopostite, vá em um urologista ou dermatologista para iniciar o tratamento o quanto antes e evitar essas complicações.

 

Se você achou esse conteúdo útil, continue no nosso blog e saiba mais sobre outro problema masculino, a alopecia androgenética.

Líquen Plano: saiba mais sobre essa doença inflamatória

O Líquen Plano é uma doença inflamatória da pele cuja causa é desconhecida, que ocorre em todo mundo, apesar de não ser frequente.

Essa enfermidade é caracterizada pelo aparecimento de pápulas (carocinhos) de tonalidade violácea, podendo afetar a pele, a boca, o órgão genital, o cabelo e as unhas.

É acompanhado por coceira intensa, sendo, portanto, considerado uma urgência dermatológica.

Quer saber mais e conferir como é feito o tratamento do Liquen Plano? Então, continue lendo e confira.

Incidência

O Líquen Plano afeta menos de 1% da população. Geralmente, o início da doença ocorre entre a quinta e sexta décadas da vida, predominando entre os 30 a 60 anos de idade.

As crianças são muito menos afetadas do que os adultos, representando 2 a 3% de todos os casos, assim como os idosos.

Alguns estudos apontam que as mulheres são duas vezes mais afetadas do que os homens.

Qual é a causa do Líquen Plano?

Não se sabe exatamente a causa do Líquen Plano, mas se acredita que ele seja desencadeado por algum estímulo antigênico (alérgico), que atua sobre o sistema imunológico, gerando agressão às células da pele.

Apesar de não existir consenso sobre a relação de causa e efeito com a infecção pelo vírus da hepatite C, existe a possibilidade dessa infecção gerar essa doença.

A pele dos portadores de hepatite C deve ser examinada frequentemente para a detecção do Líquen Plano. Esse exame é ainda mais importante entre aqueles que estão realizando tratamento com interferon.

Vale ressaltar que vários medicamentos podem induzir lesões semelhantes ao Líquen Plano. Os principais são:

  • Medicamentos antimicrobianos: Griseofulvina, Cetoconazol, Tetraciclina e Isoniazida
  • Medicamentos para combater a hipertensão e arritmia: betabloqueadores, como o propranolol, Metildopa, Nifedipina e Quinidina
  • Medicamentos para a malária: Cloroquina e hidroxicloroquina.
  • Medicamentos para combater ansiedade, depressão e psicose: Amitriptilina, Carbamazepina, Lorazepam 
  • Diuréticos: Hidroclorotiazida e Furozemida.
  • Medicamentos para diabetes: Sulfonilureia, clorpropamida e glimepirida.
  • Anti-inflamatórios não hormonais: ácido acetilsalicílico, Ibuprofen, Indometacina,
  • Inibidores da bomba de prótons: Omeprazol, Pantoprazol e Lansoprazol.

Como o Líquen Plano se manifesta?

Na pele, caracteriza-se por pápulas (carocinhos) com aparência muito peculiar:

  • Aspecto poligonal, facetadas e brilhantes
  • Medem entre 1 e 8 milímetros de diâmetro
  • Inicialmente têm cor avermelhada, tornando-se, posteriormente, de tonalidade violácea (foto 01)
  • Isoladas ou em grande número
  • Superfície com pontos ou estrias esbranquiçadas e, às vezes, discreta descamação (foto 02).

Foto 1: Líquen Plano com pápulas de tonalidade violácea e aspecto brilhante.

Foto 2: Líquen Plano com placa de aspecto esbranquiçado e descamação.

As lesões podem ser reproduzidas pelo atrito na pele, o que é conhecido como fenômeno de Koebner.  (foto 3)


Foto 3: Líquen Plano apresentando fenômeno de Koebner, com lesão de forma linear, resultante de traumatismo na pele. Foto cedida por Samuel Freire, do Atlas Dermatológico.

Normalmente, as lesões aparecem nos membros inferiores e superiores, especialmente na face de flexão dos antebraços (punhos), distribuídas simetricamente (bilateralmente). (foto 4)


Foto 4a: Líquen Plano em antebraços.

Foto 4b e 4c: Líquen Plano nos punhos, com pápulas aplanadas, de cor violácea (em
aproximação).

Podem atingir outras partes do corpo, como:

  • Tronco
  • Couro cabeludo
  • Mucosas da boca e do genital
  • Unhas
  • Couro cabeludo

As lesões no couro cabeludo podem evoluir para destruição do pelo e gerar alopecia cicatricial definitiva.

As unhas apresentam alterações peculiares, como estrias longitudinais, onicólise (separação da unha do leito ungueal), espessamento das unhas e, nos casos mais severos, podem gerar destruição definitiva delas.

Na mucosa da boca, correspondente à parte interna das bochechas, a mais afetada, podem surgir lesões esbranquiçadas com aspecto arboriforme. (foto 5)


Foto 5: Líquen Plano na mucosa jugal (face interna da bochecha), de formato em rede, de aspecto esbranquiçado. Foto cedida por Samuel Freire, do Atlas Dermatológico.

Outras mucosas também podem ser afetadas, como as da genitália, faringe, laringe, esôfago, estômago, cólon e bexiga.

Como o Líquen Plano se instala?

O Líquen Plano pode se instalar de 2 formas:

  • Líquen Plano eruptivo (agudo): pouco frequente, com aparecimento abrupto e explosivo de pápulas, disseminadas pelo tronco e membros, acompanhado de muita coceira (prurido). Pode haver o comprometimento do estado geral, como astenia (sensação de corpo mole) e falta de apetite, além de febre. (foto 6)

Foto 6: Líquen Plano eruptivo com numerosas pápulas no tronco. Foto cedida por Samuel Freire, do Atlas Dermatológico.
  • Líquen Plano Crônico: caracterizado pelo surgimento gradual de pápulas, com poucas lesões e, gradualmente, podem se tornar numerosas. Causa menos coceira.

Além desses dois tipos, existem outras manifestações mais peculiares:

  • Líquen Plano Anular: lesão em forma de placa e com depressão no centro, preferencialmente localizado na glande (pênis). (foto 7)

Foto 7: Líquen Plano anular, com borda elevada e centro hipercrômico. Foto cedida por Samuel Freire, do Atlas Dermatológico.

Forma hipertrófica: mais frequente nas pernas, tem tendência de serem de maior tamanho, confluentes e verrucosas (aspecto áspero). (foto 8).


Foto 8a: Líquen Plano hipertrófico na face anterior da perna.

Foto 8b: Líquen Plano hipertrófico, foto de aproximação, com placas elevadas, de grande tamanho e escamas na superfície.

Líquen Plano Bolhoso: vesículas e bolhas sobre lesões típicas da doença, preferencialmente nas pernas. (foto 9)


Foto 9: Líquen Plano Bolhoso com vesículas e bolhas. Foto cedida por Samuel Freire, do Atlas Dermatológico.

Tratamento do Líquen Plano

O tratamento do Líquen Plano dependerá diretamente da seriedade das lesões, assim como da sua localização. Dessa forma, apenas um dermatologista poderá traçá-lo.

Nos casos com pequeno número de lesões, pode ser recomendado cremes ou pomadas contendo corticosteróide de alta potência anti-inflamatória, durante algumas semanas.

Já nas lesões de maior tamanho, a injeção de corticosteroide é mais eficaz, aplicado mensalmente.

Nos casos com numerosas lesões, há diversas opções de tratamentos. Entre elas está o uso de corticosteróide por via oral, respeitando a dose indicada e o período.

Além disso, também se recomenda a fototerapia, preferencialmente, a radiação ultravioleta B de banda estreita e em segundo lugar a PUVA. Esta, consiste da ingestão do medicamento psoraleno, seguido pela exposição à radiação ultravioleta A.

De forma geral, esse método tem mais efeitos colaterais do que a radiação ultravioleta B isoladamente. Ambas modalidades de tratamento são realizadas dentro de uma cabine que emite a radiação derivada do sol.

Atualmente, um derivado da vitamina A, revolucionou o tratamento do Líquen Plano, com o qual o ProntoPele tem obtido ótimos resultados.

Se você tem Líquen Plano, procure um dermatologista o quanto antes para iniciar o seu tratamento e aliviar os seus sintomas.

Conte conosco para isso. Entre em contato para agendar uma consulta e realizar uma avaliação completa.


Saiba mais sobre dermatite fototóxica e fotoalérgica

A dermatite fototóxica e fotoalérgica são  reações  inflamatórias exageradas em consequência da exposição solar, induzida pelo contato com substâncias ou com ingestão de medicamentos, sendo conhecido como fotossensibilidade.

Essa reação é responsável por 20% da alergia induzida por medicamento em idosos.

A inflamação fototóxica é aquela que ocorre após uma simples queimadura solar, a mais comum, e a fotoalérgica é consequência da indução de uma reação alérgica.

No Brasil, o maior exemplo de reação fototóxica é a provocada pelo contato simultâneo do suco do limão com a pele e a exposição ao sol, especialmente durante os meses de verão.

As inflamações mais exuberantes geram muito desconforto ao paciente por meio das sensações de queimação e coceira. Por isso, podem ser consideradas uma urgência dermatológica.

Continue lendo para saber mais sobre a dermatite fotoalérgica e fototóxica.

Tire suas dúvidas sobre a dermatite fototóxica

Confira as principais perguntas sobre a dermatite fototóxica e tire suas dúvidas sobre essa condição.

O que causa a reação fototóxica?

A dermatite fototóxica ocorre devido à agressão direta da luz ultravioleta sobre a pele, potencializada pela aplicação de substâncias ou pela ingestão de certos medicamentos. 

Esse sinergismo de ação gera uma verdadeira queimadura solar. Qualquer pessoa pode ser vítima dessa reação, desde que os dois componentes tenham sido oferecidos em quantidades suficientes.

Ela ocorre desde o primeiro contato, já que não exige uma sensibilização prévia como ocorre na reação fotoalérgica.

Ultravioleta A

Entre os vários tipos de raios emitidos pelo sol, a radiação ultravioleta A (UVA) é mais responsável do que a radiação ultravioleta B. Isso significa que não é necessário a exposição direta ao sol, já que a UVA existe até na simples claridade.

Ou seja, as pessoas podem ser agredidas pelo sol até mesmo dentro de um automóvel, uma vez que o UVA atravessa o vidro do carro.

Fototerapia

A reação fototóxica que atinge grande extensão da pele pode ser desencadeada pela fototerapia, utilizada no tratamento de várias doenças da pele como a psoríase

Nesses casos, há a combinação da ingestão do medicamento psoraleno e a exposição à radiação ultravioleta A, dentro de uma cabine.

Essa reação grave também pode ser desencadeada pela exposição à radiação ultravioleta A contida nas câmaras de bronzeamento artificial, combinada com a ingestão de grande quantidade de aipo. Essa radiação apressa muito o envelhecimento da pele, além de induzir o câncer de pele, especialmente o melanoma, tumor com alta mortalidade.

Infelizmente, os governos municipais não proíbem o funcionamento das clínicas proprietárias desses aparelhos. Essa radiação UVA também existe em consultórios de dentista, em máquinas fotocopiadoras e em lâmpadas fluorescentes sem proteção.

Coaltar

O coaltar existente sob a forma de pomada e de xampu pode, ocasionalmente, provocar essa reação. Por esse motivo, é aconselhável a utilização dessa substância à noite e removê-la antes de voltar a se expor ao sol.

Frutas críticas

A fitofotodermatite é a forma clínica mais frequente de dermatite fototóxica. Ocorre como consequência do contato da pele com substâncias conhecidas como furocumarínicos, encontradas em plantas com frutas cítricas. Nesse caso, especialmente no sulco de limão, muito frequente no verão, após exposição ao sol na piscina e na praia (foto 1).


Foto 1 – Fitofotodermatite no rosto, pelo contato com o limão e exposição solar

Menos frequentemente, a planta do caju é a responsável. A dermatite fototóxica também pode ocorrer a partir das folhas da figueira, que são utilizadas sob a forma de chá para bronzear a pele.

Também estão expostas a essa queimadura:

  • pessoas que trabalham com jardinagem
  • crianças que têm contato com plantas e ervas daninhas em atividade recreativa
  • trabalhadores da indústria de alimentos, principalmente os que lidam com o aipo.

Medicamentos

Há muitos medicamentos que podem causar dermatite fototóxica. Os principais são:

  • antibióticos: como tetraciclina, doxiciclina e ciprofloxacino,
  • diuréticos para hipertensão arterial: como hidroclorotiazida e furosemida
  • anti-arritmia cardíaca: como amiodarona
  • antimicrobiano: como sulfa
  • para diabetes: como metformina
  • anti-inflamatórios: como piroxicam, naproxeno e benoxaprofeno
  • para acne: como isotretinoína, conhecido comercialmente como  Roacutan.

Como a dermatite fototóxica se manifesta?

A reação fototóxica ocorre desde o primeiro contato e surge após minutos ou algumas horas depois da exposição solar e mantém-se durante vários dias.

É limitada à área exposta ao sol, diferentemente da reação fotoalérgica, em que é necessário apenas uma dose mínima do medicamento e nunca ocorre no primeiro contato por exigir uma sensibilização prévia.

O aspecto é de uma queimadura solar, manifestada por vermelhidão e inchaço (foto 2) após 12 a 24 horas da exposição ao sol.


Foto 2 – Fitofotodermatite nas costas manifestada por inchaço e vesículas (bolhinhas d’água), após o contato com o limão e o sol 

Localiza-se em áreas não protegidas pela roupa e tem um formato anormal e linear correspondente ao local de contato com a substância responsável e o sol.

Quando houver maior exposição, podem surgir vesículas e bolhas (foto 3).


Foto 3 – Fitofotodermatite na mão, com reação inflamatória mais intensa, manifestada por vesículas e bolhas

Após essas manifestações, há o surgimento de manchas hipercrômicas (manchas escuras) e descamação (foto 4), lesões que antecedem o retorno ao aspecto normal da pele, o que ocorre no período de 20 dias.


Foto 4 – Dermatite Fototóxica (fitofotodermatite) em estágio final, manifestado por manchas hipercrômicas (escuras), em formato irregular, após contato com o limão e o sol 

O maior exemplo dessa reação em nosso país é o do limão, frequente no verão, em atividades de lazer em praias e piscinas devido ao contato acidental com a pele.

Os sintomas podem variar entre sensação de queimação, coceira leve ou intenso ardor.

Alguns medicamentos, como antipsicótico e anti-arritmia cardíaca (foto 5), podem gerar manchas escuras permanentes, mesmo após a suspensão delas, especialmente quando localizadas no rosto.


Foto 5 – Mancha hipercrômica, de tonalidade azul-acinzentada causada pela ingestão do medicamento Amiodarona. Foto cedida pelo dr. Samuel Freire, do Atlas Dermatológico

Além da sensação de ardor na pele, pode ocorrer febre, mal-estar e calafrio. Uma reação menos comum é a fotoonicólise, caracterizada pelo descolamento da unha do leito ungueal, provocado pela ingestão dos antibióticos doxiciclina e minociclina.

Como se trata a dermatite fototóxica?

O tratamento da dermatite fototóxica deve ser feito com o acompanhamento dermatológico, mas, de forma geral, deve-se evitar a substância responsável e a exposição ao sol.

Além disso, as lesões devem ser tratadas como uma queimadura solar, com aplicações de loções refrescantes com mentol e compressas frias.

Se a dor for intensa, o dermatologista pode prescrever analgésicos.

Nos casos da dermatite fototóxica provocada pelo contato com o limão, por exemplo, basta suspender o contato com a fruta e aguardar 20 dias para a pele se recuperar espontaneamente.

E a dermatite fotoalérgica?

Agora que você já sabe mais sobre a dermatite fototóxica, vamos falar sobre a fotoalérgica. Confira.

Qual a causa da dermatite fotoalérgica?

Esse problema ocorre quando uma substância aplicada sobre a pele ou pela ingestão de um medicamento, sofre alterações na sua estrutura química por causa do sol, o que gera um composto com capacidade de provocar reação alérgica.

Ao contrário da reação fototóxica, a fotoalérgica exige contatos repetidos com a substância responsável até que, finalmente, gera uma reação alérgica. Portanto, nunca ocorre no primeiro contato por exigir sensibilização prévia.

Vale ressaltar que a alergia pode ocorrer independente da quantidade de substância.

Ultravioleta A

O tipo mais frequente de radiação emitida pelo sol que provoca essa reação é a radiação ultravioleta A.

Isso é importante porque independe da exposição direta ao sol, semelhante com o que ocorre com a reação fototóxica.

Medicamentos

Os medicamentos mais responsáveis pela reação fotoalérgica por via oral são:

  • antimicrobianos: como sulfas
  • diuréticos: como tiazídicos
  • ansiolítico: como clordiazepóxido (ansiolítico)
  • antidiabético: como tolbutamida
  • antifúngico: como griseofulvina.

Entre os medicamentos aplicados sobre a pele, que desencadeiam reação fotoalérgica, a prometazina (Fenergan) é a maior responsável.

Outras substâncias aplicadas diretamente na pele também podem estar envolvidas nessa reação alérgica, como:

  • perfumes
  • filtro solar com benzofenonas e cinamatos
  • anti-inflamatórios não hormonais
  • antifúngicos.

Como se manifesta a reação fotoalérgica?

A manifestação mais comum é a de dermatite de contato alérgica. Surge em 1 a 2 dias após o contato, desde que a pele tenha sido sensibilizada previamente através do contato com a mesma substância.

Manifesta-se, inicialmente, pele surgimento de lesões do tipo eritema (vermelhidão) e, nos casos mais severos, de vesículas e bolhas.

Quando atinge maior duração, adquire aspecto de liquenificação (pele mais escura, mais engrossada e com acentuação das linhas). Além disso, há coceira intensa e prolongada (fotos 6a e 6b).


Fotos 6A e 6B – Dermatite Fotoalérgica pelo contato com creme Fenergan na pele exposta ao Sol, manifestada por eritema (vermelhidão), infiltração (inchaço) e crosta sanguínea

Essa sensação é tão intensa ao ponto de ser considerada uma urgência dermatológica. Ao contrário da reação fototóxica, pode se expandir para atingir também a pele protegida do sol.

As lesões podem também ser do tipo urticária.

Como a dermatite fotoalérgica é tratada?

O tratamento da dermatite fotoalérgica também deve ocorrer com o acompanhamento de um especialista em dermatologia.

Esse médico irá avaliar as lesões e trazer recomendações, que podem envolver:

  • evitar a exposição direto ao sol, especialmente entre 10 e 16 horas
  • usar roupas com filtro solar
  • utilizar boné de aba larga ao sair no sol
  • comprar filtro solar de amplo espectro de proteção, que inclua a radiação ultravioleta A e B.

Já no tratamento para as inflamações, apenas o médico poderá definir de acordo com a sua seriedade. Pode-se usar cremes ou remédios orais para reduzir os sintomas.

Se você está com dermatite fotoalérgica ou fototóxica, conte conosco. Entre em contato e agende uma consulta com um dermatologista para realizar uma avaliação e iniciar o seu tratamento.








Saiba mais sobre a dermatose plantar juvenil

A dermatose plantar juvenil é uma inflamação da pele que se manifesta na planta dos pés. Na maioria dos casos, ela ocorre em crianças.

Essa doença está diretamente relacionada com a alergia de origem hereditária, conhecida por atopia.

Dessa forma, também pode haver outras manifestações, como:

  • rinite,
  • asma,
  • dermatite atópica.

Quer saber mais sobre a dermatose plantar juvenil? Continue lendo o nosso post e confira.

Quem é afetado pela dermatose plantar juvenil?

De forma geral, essa condição afeta as crianças e os adolescentes na faixa etária dos 3 aos 14 anos, especialmente aquelas que têm dermatite atópica.

Cerca de 70% das crianças com essa condição apresentam esse problema ou um similar, que se mostra na palma das mãos.

Qual a causa da dermatose plantar juvenil?

A causa da dermatose plantar juvenil não é conhecida, mas seu início coincidiu com o surgimento de meias e sapatos sintéticos, principalmente os tênis de baixa porosidade e de capacidade de absorção de água.

A consequência disso é o ressecamento, enrugamento e inchaço da pele da planta do pé, o que é agravado pelo excesso de sudorese nessa área.

Essa explicação justifica a maior incidência do problema no calor e no clima quente do verão. 

Como a dermatose plantar juvenil se manifesta?

Ela se manifesta pelo aparecimento de eritema (vermelhidão) na planta dos pés, predominantemente na parte anterior deles.

A dermatose plantar juvenil também está associada a descamação e aparência brilhante semelhante ao reflexo de vidro.

Também surgem fissuras (rachaduras) que podem causar dor (foto 1).


Foto 1: dermatose plantar juvenil, onde se observa ressecamento (descamação) e vermelhidão (eritema), nas partes mais salientes da planta dos pés

O paciente também pode se queixar de coceira (prurido).

Os espaços entre os dedos dos pés são poupados, o que serve para diferenciar essa doença da tinha, também chamada de impinge.

A maioria dos casos melhora espontaneamente, porém há situações em que as lesões persistem durante a adolescência.

Diagnóstico diferencial

As doenças de pele que devem ser excluídas diante de um caso da dermatose plantar juvenil são a impinge e a dermatite de contato alérgica.

Nesta última, pode estar relacionada ao material que participa da confecção do calçado de couro ou de borracha.

Para realizar o diagnóstico diferencial com essas doenças, deve ser realizado o exame micológico e o teste epicutâneo, respectivamente.

Como se trata a dermatose plantar juvenil?

O tratamento da dermatose plantar juvenil envolve a prevenção e o controle das lesões.

Como medidas preventivas, recomenda-se:

  • usar meias de algodão,
  • evitar sapato sintético (tênis),
  • repouso, nos casos mais graves.

Em relação ao controle da inflamação, deve-se realizar uma consulta com um dermatologista para avaliar o seu caso e verificar o creme contendo corticosteróide mais indicado.

Com as lesões controladas, pode-se usar cremes hidratantes especiais para evitar a recidiva.

Gostou do conteúdo? Então, continue lendo no nosso blog e saiba mais sobre como funciona a teledermatologia.

 

Você sabe o que são os nevos melanocíticos adquiridos?

Os nevos melanocíticos adquiridos (NMA) são popularmente conhecidos como sinais escuros da pele. Eles são tumores resultantes da proliferação de um tipo de célula benigna.

Essa célula é chamada de melanócito e é a responsável pela produção da melanina, o pigmento que define a cor das pessoas.

Por esse motivo, os pontos que aparecem são escuros, o que pode ser confundido com outros problemas cutâneos, como o câncer.

Continue lendo para saber mais sobre os nevos melanocíticos adquiridos e entenda mais sobre esses sinais.

O que causa os nevos melanocíticos adquiridos?

Os nevos melanocíticos adquiridos têm diversas causas, sendo que há alguns fatores que predispõem ao surgimento desses sinais, como:

Hereditariedade

Existem questões genéticas que aumentam a predisposição ao surgimento desses sinais escuros. A hereditariedade também influencia no número e no aspecto clínico das pintas, ou seja, se elas serão mais elevadas ou terão o mesmo nível da pele.

Exposição ao sol durante a infância

Quanto maior a intensidade da exposição solar, inclusive se for de forma intermitente, maior a probabilidade de desenvolver o NMA.

Daí a importância do uso do filtro solar corretamente, a partir dos 6 meses de idade.

Vale ressaltar que o filtro solar deve ser próprio para crianças para que realmente proteja a pele do bebê.

Nessa faixa etária, essa região tende a ser mais sensível. Por isso alguns produtos podem causar irritação ou outros problemas.

Raça

As pessoas de pele clara são mais propensas a desenvolver os nevos melanocíticos adquiridos, especialmente quando associado a alta exposição ao sol durante a infância.

A probabilidade de pessoas com cabelo ruivo terem esses sinais escuros é menor que aquelas com cabelo escuro.

Como os nevos melanocíticos adquiridos se manifestam?

Os nevos melanocíticos adquiridos surgem após os 6 meses de vida, ao contrário dos congênitos que também são sinais escuros na pele, mas surgem ao nascimento ou nos primeiros meses de existência. (https://prontopele.com.br/2022/03/15/nevos-melanociticos-congenitos-saiba-mais-sobre-essas-pintas-na-pele/)

No caso dos NMA, as lesões continuam aparecendo até atingir o máximo, ocorrendo na terceira década da vida.

Após esse período, inicia-se o desaparecimento. Na oitava década, a quantidade de sinais escuros é muito menor comparado ao início da vida.

Apresentam uma grande variedade de aspecto clínico, inclusive no mesmo paciente. Porém, conta com uma tonalidade uniforme, forma arredondada ou oval, bordas regulares e bem delimitadas (foto 1).


Foto 1: Nevo melanocítico adquirido, com pigmento uniforme e bordas regulares

Costuma-se localizar na parte superior das costas, correspondendo ao local mais exposto ao sol (foto 2).


Foto 2: Nevo melanocítico adquirido nas costas em grande número

Localizações menos comuns são palmas, plantas e unhas. Já a localização no couro cabeludo prediz o surgimento de grande número de nevos melanocíticos adquiridos no corpo. 

Também sofrem transformação de sua forma, ou seja, inicialmente são planos ou pouco elevados (foto 3), gradualmente vão adquirindo maior elevação.


Foto 3: Nevo melanocítico adquirido plano em planta do pé

A cor do NMA também sofre mudança. No início, varia entre o marrom e o preto. Com o tempo, vão perdendo a capacidade de produzir a melanina, pigmento responsável pela cor da pele.

Consequentemente, vão se aproximando da tonalidade normal (foto 4).


Foto 4: Nevo melanocítico adquirido elevado, com tonalidade próximo à pele normal

Ocasionalmente, os pelos se tornam mais evidentes em sua superfície, por se tornarem mais espessos (foto 5).


Foto 5: Nevo melanocítico adquirido com pelos de maior espessura


Apesar dessa mudança de cor e de forma ocorrerem ao longo dos anos, esse sinal escuro não deve ser confundido com o melanoma, o câncer de pele com maior mortalidade (foto 6a e 6b).


Foto 6a: Melanoma maligno em fase inicial , surgindo em área de nevo melanocítico adquirido 

Foto 6b: Melanoma maligno em fase inicial, surgindo em área de nevo melanocítico adquirido (em aproximação)

Não é fácil distinguir o início do melanoma do NMA, porém existe uma regra, conhecida como a do ABCD, que ajuda a diferenciar esses tumores (foto 7).


Foto 7: regra do ABCD

Essa regra funciona assim: ao contrário dos nevos melanocíticos adquiridos, o melanoma:

  • é assimétrico, ou seja, é impossível dividi-lo em 2 partes iguais,
  • tem bordas irregulares, como se o “pigmento derramasse” ao redor do tumor,
  • tem cores (tonalidades) diferentes,
  • atinge um diâmetro maior que 0,6 cm. 

Voltando aos NMA, eles se manifestam na unha como uma mancha de cor acastanhada, marrom ou preta, ocupando uma faixa com largura de até 4 mm (foto 8).


Foto 8: Nevo melanocítico adquirido na unha

São suspeitos de transformação em melanoma sinais que ultrapassam essa largura, os que escurecem e os que ultrapassam a unha ao ponto de atingir além das suas dobras (foto 9).


Foto 9: Melanoma maligno na unha e invadindo a pele ao redor

Nas pessoas com pele mais clara, há uma tendência do NMA a afetar apenas uma unha. Já nos pacientes de pele escura, pode comprometer várias.

O surgimento desse tipo de pinta na vida adulta é um sinal de alerta, uma vez que pode ser melanoma. É importante lembrar que os nevos melanocíticos adquiridos aparecem na infância.

Uma variedade dos NMA é o nevo halo, também conhecido como Nevo de Sutton. Afeta até 5% das crianças entre 6 e 15 anos.

O risco é maior de desenvolver esse sinal naqueles que têm grande número de NMA e nos que são portadores ou têm algum membro da família com vitiligo.

Manifesta-se pelo surgimento de uma mancha esbranquiçada (acrômica) arredondada ou ovalada, equivalente à mancha do vitiligo, ao redor do NMA (foto 10).


Foto 10: Nevo de Sutton manifestado por mancha branca de vitiligo ao redor de nevo melanocítico adquirido. Foto cedida por Samuel Freire do Atlas Dermatológico

Essa mancha nada mais é do que o sinal sendo destruído pelo sistema imunológico. Gradualmente, ela se expande em direção ao centro do sinal.

Ao final, resta apenas a mancha acrômica (mancha branca de vitiligo) (foto 11).


Foto 11: Vitiligo resultante da destruição do nevo melanocítico adquirido. Foto cedida por Samuel Freire do Atlas Dermatológico

Pode haver desaparecimento do vitiligo, voltando à cor normal da pele, porém não é frequente isso ocorrer.

O local mais afetado do Nevo de Sutton é o dorso e pode ser observado vários sinais desses nevos em cerca de 50% dos casos de nevo melanocítico adquirido..

Apesar de o NMA ser o sinal escuro mais frequentemente envolvido no nevo halo, outros tumores também derivados do melanócito podem estar envolvidos, como o:

  • nevo melanocítico congênito,
  • nevo azul (foto 12),
  • nevo de Spitz,
  • melanoma .

Foto 12: Nevo azul (sinal escuro benigno)

Tratamento dos nevos melanocíticos adquiridos

Devido à natureza benigna dos nevos melanocíticos adquiridos, não há necessidade de remoção cirúrgica desses sinais escuros, exceto por preocupação estética.

Porém, devido à maior probabilidade de surgimento de melanoma nos portadores de grande quantidade de NMA, o dermatologista deve acompanhar mais de perto esses pacientes, a fim de ser removida qualquer lesão suspeita de transformação nesse câncer.

Ainda ficou com alguma dúvida sobre o tema? Então, entre em contato conosco e agende uma consulta com um especialista.












Nevos melanocíticos congênitos: saiba mais sobre essas pintas na pele

Os sinais mais escuros na pele são chamados na medicina de nevos melanocíticos.

Esses sinais são compostos pelo acúmulo de um tipo de células, chamada de névicas, que derivam de melanócitos, os produtores do pigmento melanina.

A melanina, por sua vez, é a substância responsável pela cor, o que justifica os pontos serem escuros.

Muitas vezes, essas pintas na pele são confundidas com câncer, mais especificamente com o melanoma.

Por mais que sejam dois problemas diferentes, eles estão diretamente ligados por:

  • aumento do número de nevos melanocíticos na infância e adolescência, em consequência da exposição ao sol, o que predispõe ao  melanoma
  • coincidência de localização dos sinais escuros e do melanoma
  • maior ocorrência de melanoma em membros da mesma família com grande quantidade de nevos melanocíticos.

Uma das variedades é o nevo melanocítico congênito (NMC), que como o nome já diz surge ao nascimento, ao contrário dos outros tipos.

Quer saber mais sobre o NMC e entender tudo que está por dentro dessas pintas na pele? Então, continue lendo e confira.

Incidência

O NMC acomete de 1% a 3% da população. Existem diversos tipos, uma vez que essas lesões podem ter diferentes tamanhos.

Vale ressaltar que essas pintas na pele surgem já no nascimento e são escuras.

Dentro dos tipos, há a variedade gigante, tem o risco de acontecer em 1 a cada 20.000 nascimentos.

O que faz um bebê nascer com pintas na pele?

O nevo melanocítico congênito é consequência da proliferação de células benignas que derivam de melanócitos durante a vida intrauterina.

Em outras palavras, as pintas na pele surgem porque as células que produzem o pigmento se dividem mais rapidamente do que deveriam.

Essa multiplicação acelerada é decorrente das mutações em alguns genes (alterações genéticas).

Quais são os tipos de nevos melanocíticos congênitos?

O NMC é classificado conforme o tamanho das pintas na pele:

  • NMC pequeno: menor que 1,5 cm (foto 1)
  • NMC médio: entre 1,5 e 19,9 cm (foto 2)
  • NMC grande: acima de 20 cm e até 40 cm,
  • NMC gigante: subdividido em G1, maior que 40 cm e G2, maior que 60 cm (foto 3).

Foto 1: Nevo melanocítico congênito de tamanho pequeno, com espessamento dos pelos

Foto 2: Nevo melanocítico congênito de tamanho médio, com numerosos pêlos sobre superfície elevada

Geralmente, os NMC são pequenos ou médios e podem se localizar em qualquer parte do corpo.

No início da vida, essas pintas na pele têm a aparência de uma mancha escura, sem elevação, com a mesma tonalidade em toda sua superfície.

Posteriormente, elas vão se tornando elevadas e adquirem aspecto rugoso ou cerebriforme, semelhante à superfície do cérebro (foto 3).

Esses sinais escuros crescem mais rapidamente no início da infância. Em relação a sua cor, ela varia do castanho ao preto, de pigmentação uniforme ou mosqueada.

A forma varia entre redonda ou oval, aspecto simétrico (podem ser divididos em duas partes iguais), bem delimitado, de bordas regulares, superfície homogênea e frequentemente elevada. A maioria tem excesso de pelo, que é escuro e grosso (foto 3).

Entretanto, alguns NMC, principalmente os de maior tamanho, apresentam aspecto assimétrico, além de bordas disformes, superfície irregular, rugosa ou nodular (como caroço elevado).

Essas últimas características tornam os sinais muito parecidos com um melanoma, o que pode dificultar a diferenciação entre esses tumores.

O NMC gigante pode se localizar em diversas partes do corpo, como: 

  • parte superior das costas e pescoço
  • parte central das costas e nádegas
  • área genital e nádegas em “Calção de Banho”(foto 3)
  • tórax anterior (peito) e/ou barriga
  • apenas extremidades, como pernas, coxas, braços e antebraços.

Foto 3: Nevo melanocítico congênito de tamanho grande, imitando calção de banho

– Envolvendo a maioria das partes do corpo, pela fusão das três primeiras localizações citadas acima e consequentemente, são os de maior tamanho (foto 4). 


Foto 4: Nevo melanocítico congênito de tamanho gigante, com lesões satélites ao redor

Os sinais escuros que se localizam no couro cabeludo têm uma evolução diferente das demais regiões do corpo. Isso se dá pela tendência de ir gradualmente adquirindo uma pigmentação mais clara ou até desaparecerem.

Essa predisposição em ser destruído é observada em outros locais do corpo pelo fenômeno halo, manifestado pelo surgimento de uma mancha acrômica (vitiligo) ao redor do tumor e que, gradualmente, substitui todo o sinal pelo processo de autoimunidade, ou seja, de autodestruição. É conhecido como nevo de Sutton (foto 5).


Foto 5: Nevo de Sutton, mancha branca (vitiligo), surgindo a partir de um nevo melanocítico adquirido (lesão residual no centro)

As pintas na pele que são gigantes apresentam sinais escuros satélites de menor tamanho ao redor do tumor principal (fotos 6 e 7).


Foto 6: Nevo melanocítico congênito de tamanho gigante, com numerosas lesões satélites ao redor

Foto 7: Lesões satélites do  nevo melanocítico congênito gigante representado por  numerosas lesões satélites ao redor

Observando o exame microscópio, o NMC pode atingir a maior profundidade da pele, chegando até a parte mais profunda da derme (segunda camada, abaixo da epiderme) e até o tecido celular subcutâneo (gordura), havendo o comprometimento de nervos e vasos sanguíneos.

Além disso, nesses casos, a epiderme apresenta maior espessura em consequência de maior proliferação das células.

Como é feito o diagnóstico das pintas na pele?

O NMC de pequeno tamanho é muito semelhante ao nevos melanocítico adquirido (NMA) (link interno), os “sinais escuros” que são muito mais comuns.

Já o nevo melanocítico adquirido, ao contrário do NMC, surge após os 6 meses de vida. Aumenta em número na infância e na adolescência, atingindo seu máximo na terceira década (foto 8).


Foto 8: Numerosas lesões de nevo melanocítico adquirido no dorso

A partir daí, começam a desaparecer lentamente até a oitava década, quando podem adquirir o mesmo número de sinais escuros da fase anterior à adolescência. A evolução difere do NMC, que na grande maioria das vezes não desaparece.

Outro fator que pode auxiliar a análise das pintas na pele é o seu tamanho. O NMA, geralmente, é menor do que o NMC.


Foto 9: Nevo Melanocítico adquirido, com pigmentação uniforme e bordas regulares.

Complicações dos NMC

Veja quais são as principais complicações dos NMC:

Melanoma

O risco das pintas na pele do tipo NMC, de pequeno e médio tamanho, transformarem-se em melanoma é controverso. Porém, aceita-se que seja menos de 1%, sendo que a maior probabilidade disso acontecer é na vida adulta.

Já os sinais escuros gigantes têm risco de transformação maligna entre 5 a 12%, onde a metade dessa transformação ocorre nos primeiros 5 anos de vida.

Infelizmente, é difícil reconhecer o melanoma que surge no interior das pintas na pele, visto que os dois tumores são semelhantes.

Para fazer essa distinção, um dermatologista deve examinar toda a extensão para detectar a transformação maligna por meio da palpação de nódulos profundos no interior do NMC..

Outro fator que dificulta o diagnóstico dessa doença é o fato do NMC gigante também se originar no sistema nervoso central (cérebro) e retroperitônio (dentro do abdômen).

Então, existe a possibilidade do melanoma se desenvolver nessas localizações e, consequentemente, não ser identificado sua origem no exame dermatológico.

Os nevos melanocíticos congênitos com maior probabilidade de desenvolverem melanoma são aqueles de tamanho gigante (maiores de 40 cm), localizados nas costas e associados com grande número de nevos satélites, já mostrados anteriormente nas fotos 6 e 7.

Além desse, outros tumores estão associados com essas pintas na pele: liposarcoma, rabdomiossarcoma e tumores malignos da bainha de nervo periférico.

Melanose neurocutânea

É raro o NMC desenvolver uma proliferação de melanócitos no sistema nervoso central (cérebro) e leptomeninges (membranas que envolvem o cérebro) com alto risco de mortalidade nos primeiros anos de vida.

Os fatores para o acometimento do sistema nervoso são os mesmos para o melanoma, ou seja:

  • NMC gigante, especialmente maior de 40 cm
  • localizado nas costas
  • numerosos nevos satélites
  • mais de 2 NMC de tamanho médio, principalmente se for em grande número.

As manifestações do acometimento neurológico são: hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro) e convulsão. Esta última é decorrente da compressão do sistema nervoso por hemorragia intracraniana, da dificuldade da livre circulação do líquido cérebro espinhal, da compressão da coluna vertebral ou do surgimento do melanoma no cérebro.

Para controlar os riscos dessas pintas na pele, recomenda-se a realização de exames complementares:

  • ressonância magnética para detectar as alterações neurológicas
  • exame histopatológico (biópsia)
  • dermatoscopia, exame que utiliza um aparelho aplicado sobre a pele para possibilitar a visualização das estruturas microscópicas do tumor, ajudando muito na confirmação do NMC e do melanoma. 

Tratamento

Tratar as pintas na pele envolve diversos cuidados, dependendo diretamente do seu tipo.

O NMC de pequeno ou médio tamanho deve ser examinado pelos familiares após serem educados para detectar o melanoma.

Já os tumores, mais difíceis de serem acompanhados, como os localizados no couro cabeludo, devem ser removidos.

Além disso, deve-se realizar frequentemente exames com um dermatologista. Esse hábito é ainda mais importante após a adolescência, quando aumenta a probabilidade de haver a transformação em melanoma.

Em relação à remoção, o NMC gigante é difícil de ser removido completamente, não apenas pelo tamanho, mas também por envolver a profundidade da pele e o sistema nervoso central.

Nessa situação, pode ser realizado remoções parciais, com a ajuda prévia de aparelhos para expandir a pele.

Quando a remoção cirúrgica não é possível, pode-se utilizar outras técnicas, como a curetagem, dermoabrasão e laser ablativo.

Durante o período neonatal, existe menor risco de cicatriz deformante e é provável a remoção total do sinal escuro, dado que as células do tumor ainda estão na camada mais superficial.

Por isso, pode ser utilizado a curetagem, porém, provavelmente, restará ainda células na profundidade do tumor que obriga o exame periódico para detectar recidiva ou o desenvolvimento do melanoma.

Ainda ficou com alguma dúvida sobre as pintas na pele? Então, entre em contato conosco e agende uma consulta para avaliação.