O que causa a estria e como tratá-la?

Dr. Sergio Paulo

Estria é uma forma comum de cicatriz, originada na derme, camada abaixo da primeira camada da pele, a epiderme.

Ela se manifesta por lesão de forma linear, aspecto atrófico e enrugado, com pequenas rugas transversais ao seu maior eixo que desaparecem ao serem puxadas.

Inicialmente, a estria é elevada e tem cor avermelhada ou violácea. Mas, com o passar do tempo, transformam-se no tipo alba, que é branco-nacarada.

Por terem um aspecto inestético, muitas mulheres e homens não se sentem bem por ter essas lesões no corpo.

Continue lendo para saber mais sobre esse problema, entender quais são as suas causas e ver se é possível tratá-lo.

Incidência

A estria é uma cicatriz que pode ocorrer em todo mundo, apesar de ser mais comum nas mulheres durante a gestação.

Nesses casos, 90% das pacientes se queixam desse problema.

Já no sexo masculino, o aparecimento dessa cicatriz é mais rara, mas também pode ocorrer. Cerca de 11% dos homens e 88% das mulheres grávidas relatam o aparecimento de estrias. 

Quais são as causas da estria?

A estria é uma cicatriz que pode ocorrer por diversos motivos, havendo vários fatores envolvidos.

Os mais comuns são aqueles que deixam uma pessoa mais propensa a ter essas lesões na pele, o que é chamado de fatores predisponentes.

Entre os principais, que aumentam a probabilidade de alguém ter estrias, podemos citar:

  • Predisposição genética
  • Obesidade
  • Exercício de musculação
  • Ganho ou perda súbita de peso
  • Tabagismo
  • Gravidez
  • Crescimento rápido durante a adolescência

Medicamentos

Além desses fatores, existem alguns medicamentos que também aumentam as chances dessas lesões aparecem, como:

  • Corticosteróides por via oral ou de uso tópico
  • Quimioterapia
  • Tratamento para tuberculose
  • Neurolépticos

Cirurgias

A realização de alguns procedimentos cirúrgicos também predispõe a estria, como é o caso do implante de silicone nas mamas, o transplante de órgãos, cirurgia cardíaca e qualquer outra que tenha suturas, o que gera tensão nas bordas da ferida.

Durante a gravidez

Como já falado, é muito comum que as mulheres tenham estrias durante a sua gestação.

Dentro desse grupo, há algumas que são mais propensas que as outras. São elas:

  • Com histórico familiar de estrias
  • Gravidez em idade jovem
  • Criança com maior peso ao nascer
  • Prolongamento do tempo de gestação
  • Ganho de peso
  • Presença de estrias na gestação anterior, especialmente nas mamas
  • Excesso de líquido amniótico no útero, chamado de polidrâmnio

Doenças

Algumas enfermidades também estão relacionadas com a estria, como:

  • Síndrome de Marfan
  • Síndrome de Cushing
  • Febre tifóide
  • Febre reumática
  • Doença crônica do fígado

Fatores físicos

Há ainda alguns fatores físicos que estão relacionados com a estria, uma vez que esse problema ocorre quando há o estiramento da pele.

Esse estiramento pode ocorrer pelo aumento da circunferência abdominal durante a gravidez, o aumento rápido de peso, o crescimento repentino em adolescentes e a hipertrofia muscular consequente à musculação.

Vale ressaltar que a predisposição da pele ao surgimento de estrias, submetida à distensão, pode explicar a preferência do surgimento delas em locais específicos.

Fatores hormonais

As grávidas e os portadores da síndrome de Cushing são mais predispostos a desenvolver estrias, decorrente da elevação da relaxina e do cortisol, respectivamente.

Isso é uma consequência da degradação e menor produção do colágeno, assim como de uma maior degradação das fibras elásticas da pele.

Como a estria se manifesta?

Inicialmente, a estria se manifesta com uma lesão linear, edemaciada (inchada) e eritematosa (avermelhada) (foto 1), conhecida como estria rubra.


Foto 1: Estria Rubra no ombro, manifestada por lesão avermelhada e elevada

Esta progride para atrofia, que se manifesta por pele mais fina, deprimida, enrugada e hipocrômica (mais clara), conhecido como estria alba. (Foto 2)


Foto 2: Estria Alba, na face interna do braço, constituída por lesões lineares e esbranquiçadas 

A largura das estrias varia de alguns milímetros até 1 centímetro, sendo especialmente mais largas na síndrome de Cushing.

A evolução da forma eritematosa para a alba ocorre num período de 6 a 10 meses, onde é possível visualizar as duas variedades num mesmo paciente. (Foto 3)


Foto 3: Combinação de estria rubra (A) e Alba (B)

Nas grávidas, surge no segundo e terceiro trimestres da gravidez, havendo uma preferência pelos seios, abdômen e coxas.

À medida que a pele envelhece, a atrofia da estria se acentua, coincidindo com a atrofia natural do envelhecimento.

Existe uma tendência a uma distribuição simétrica, coincidindo com as linhas de tensão da pele das diversas partes do corpo, como o ombro.

É mais frequente no abdômen (foto 4), seios (foto 5), coxas, parte inferior das costas (foto 6), face interna dos braços, quadril, axilas e nádegas.


Foto 4: Múltiplas estrias do tipo rubra, manifestado por lesões avermelhadas lineares no abdômen, comum durante a gravidez.

Foto 5: Estria rubra em mama

Foto 6: Múltiplas estrias do tipo rubra, em região lombar, muito comum nos adolescentes

A aplicação de corticosteroides na pele, especialmente os de alta potência anti-inflamatória, gera estria nas dobras de axilas e virilhas, locais que favorecem maior penetração do medicamento na pele em decorrência da oclusão natural dessas superfícies.

Como tratar a estria?

Não existe comprovação científica da prevenção da formação de estrias, especialmente durante a gravidez, por meio da aplicação de cremes.

O tratamento das lesões que surgem durante a gravidez deve ser realizado após o parto, uma vez que não existe certeza que o medicamento utilizado não compromete o feto.

Em todos os casos, o tratamento visa melhorar a aparência da pele por meio da aproximação da cor e da textura ao da pele normal. Isso quer dizer que não há como apagar totalmente a estria.

Além da aplicação de cremes, também há outras opções que podem tornar as lesões menos aparentes:

  • Aplicação de laser
  • Uso de derivado da vitamina A
  • Microagulhamento isolado ou associado a radiofrequência
  • Dermoabrasão superficial
  • Fototerapia
  • Peelings químicos
  • Luz intensa pulsada
  • Radiofrequência
  • Laser infravermelho
  • A  nossa maior experiência no tratamento de estria é com o microagulhamento, procedimento com bons resultados estéticos e custo não tão elevado

Apenas um dermatologista poderá avaliar o seu caso para identificar qual é o método de tratamento mais recomendado.

Entre em contato conosco para agendar uma consulta e combata as suas estrias da melhor forma possível.