Você já ouviu falar de bromidrose?

Todos os indivíduos manifestam odor corporal, mas o suor com odor exageradamente fétido é chamado de bromidrose. Essa palavra deriva do grego bromos que significa fedor e hidros é suor.

A sudorese é considerada patológica quando a sensação desagradável é percebida pelo próprio indivíduo e por outras pessoas, prejudicando a sua qualidade de vida.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre bromidrose.

Qual a causa da bromidrose?

A bromidrose pode ter origem nas glândulas apócrinas ou écrinas.

As glândulas apócrinas estão localizadas nas axilas, seios e área anogenital e têm como principal função a secreção dos ferormônios, ligado à atração sexual.

As axilas são os locais mais comuns da bromidrose apócrina.

Já as glândulas écrinas estão distribuídas por todo o corpo, exceto a glande (pênis), clitóris, pequenos lábios, canal auditivo externo e lábios.

Essas glândulas écrinas são responsáveis pela regulação da temperatura do corpo através da maior ou menor eliminação do suor, estimulado por diferentes fatores, como:

  • Calor
  • Exercício físico
  • Emoção
  • Certos alimentos

A bromidrose écrina está localizada mais frequentemente nos pés.

Incidência da bromidrose

A bromidrose é mais comum em descendentes de japoneses, chineses, taiwaneses, coreanos e outros grupos asiáticos.

Além disso, os homens são mais afetados do que as mulheres.

A bromidrose apócrina ocorre após a puberdade e se torna mais rara nos idosos, enquanto a écrina não tem preferência por idade.

Bromidrose apócrina

A secreção da glândula apócrina contém moléculas precursoras, responsáveis pelo mau odor, como o ácido 3-metil-2-hexaenoico.

Ainda não tem cheiro ao chegar à superfície da pele, porém, ao ser degradada por enzimas das bactérias do gênero Cutibacterium, Corynebacterium, Micrococcus e Staphylococcus, origina substâncias responsáveis pelo mau odor.

Os ácidos graxos existentes na secreção sebácea podem ser decompostos em tioalcoóis, também responsáveis pelo mau odor.

A falta de higiene promove o crescimento exagerado dessas bactérias, particularmente nos diabéticos, obesos e pacientes portadores de doenças que cursam com inflamação nas dobras da pele (intertrigo por candidíase, por exemplo).

O suor em excesso também contribui.

A secreção dos ferormônios androstenona e androstenol pela glândula apócrina também contribui para a bromidrose e já tem propriedade de mau odor mesmo antes da degradação pelas bactérias da pele.

No caso da bromidrose apócrina, os pacientes possuem glândulas apócrinas maiores e em maior número. Existe uma predisposição genética, confirmada pela ocorrência da condição em outros membros da família.

Bromidrose écrina

A bromidrose écrina pode ser localizada ou generalizada. A forma localizada atinge os pés.

O excesso de sudorese gera maceração da pele e cria ambiente favorável para a proliferação exagerada de bactérias e consequente degradação da queratina da pele.

Nesse caso, o odor é “rançoso” ou “azedo”.

A bromidrose écrina generalizada está relacionada à ingestão de substâncias ou de doença sistêmica como:

  • Dieta contendo alho, cebola, curry e ingestão de álcool
  • Medicamentos como penicilina e brometos
  • Toxinas como metais pesados
  • Distúrbios metabólicos, como fenilcetonúria, trimetilaminúria e acidemia isovalérica
  • Doenças sistêmicas, como insuficiência hepática ou renal, gota, escorbuto e febre tifoide

No caso da insuficiência renal ou hepática, o odor resultante é semelhante ao de amônia.

A bromidrose deve ser diferenciada de doenças psiquiátricas onde o paciente tem a sensação errônea de ser portador de mau odor como na esquizofrenia, na epilepsia ou em consequência de tumores do sistema nervoso central.

Esses distúrbios são confirmados pela ausência de percepção de mau odor pelo médico e pelos familiares.

Tratamento da bromidrose

O paciente deve ser incentivado a lavar a região afetada diariamente e a usar roupas de tecido de algodão ou materiais que absorvam a umidade da pele, especialmente meias que evitem o mau cheiro (chulé).

As roupas encharcadas de suor devem ser trocadas imediatamente e cada peça deve ser lavada diariamente.

A utilização de substâncias esfoliantes para remover o excesso de escamas na pele é útil para a bromidrose do pé.

No caso de tratamento medicamentoso, ele deve ser recomendado por um médico especializado. A automedicação pode trazer sérias consequências para o paciente.

Também pode haver um combate às bactérias da pele por meio da aplicação dos antibióticos eritromicina ou clindamicina na área afetada, duas vezes ao dia.

Os casos resistentes a esses medicamentos podem ser tratados com antibióticos por via oral.

A redução da sudorese nos casos de bromidrose écrina localizada ou os de bromidrose apócrina associado a excesso de sudorese, pode ajudar.

A aplicação de antitranspirantes de uso tópico que reduzem a sudorese através da criação de um tampão temporário do ducto da glândula sudorípara contendo sais de alumínio é muito eficaz.

Os casos resistentes a essas medidas locais podem se beneficiar da aplicação da toxina botulínica (Botox), embora com efeito temporário. A iontoforese também diminui a sudorese e consequente bromidrose.

Recomenda-se também a remoção do pelo que pode melhorar a bromidrose pela diminuição de bactérias e dos odores.

A remoção cirúrgica das glândulas apócrinas da axila também é uma opção para a bromidrose apócrina, mas exige um acompanhamento médico, assim como a simpatectomia torácica, cirurgia para remover o excesso de suor, para a bromidrose axilar refratária.

Todo o tratamento exige o acompanhamento de um médico especializado, como o dermatologista. Marque sua consulta conosco e saiba mais sobre a bromidrose.

Hiperidrose: saiba mais sobre a produção excessiva de suor

A hiperidrose  resulta da produção de suor em quantidade maior do que é normalmente produzida.

O suor tem função de regulação da temperatura do corpo através do resfriamento, consequente à sua evaporação.

Ao ocorrer em excesso, há o constrangimento social e perdas emocionais e de trabalho.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a hiperidrose!

Incidência da hiperidrose

A hiperidrose afeta 1% a 5% da população. 

Mais de 90% dos casos não se identifica a causa e mais da metade desses casos se localiza nas axilas.

A forma relacionada ao estresse emocional acomete ambos os sexos e, na maioria dos casos, inicia-se na infância ou perto da adolescência.  

O que causa a hiperidrose?

A hiperidrose pode ter uma causa primária ou secundária.

A hiperidrose primária, a mais frequente, não se conhece a causa. Afeta axilas, palmas, plantas, rosto e menos virilhas e couro cabeludo.

Já a hiperidrose secundária, onde é identificada a etiologia, pode ser focal ou generalizada e relacionada a uma doença ou ao uso de medicamentos.

Existe um forte componente hereditário, comprovado pela elevada incidência da enfermidade entre membros da família.

A sudorese ajuda, além do controle da temperatura do corpo, a hidratação e o equilíbrio de líquidos e eletrólitos realizada pela glândula sudorípara écrina.

Essa glândula está distribuída por toda a pele, mas é encontrada em maior quantidade nas palmas, plantas, e menos nas axilas.

Controle cerebral da hiperidrose

Os dois tipos de sudorese são controlados por diferentes locais do cérebro: hipotálamo e córtex cerebral.

A de origem no hipotálamo, a termo regulatória, é desencadeada pelo calor, como a localizada no rosto e no tórax. 

Ela ocorre durante todo o dia e é influenciada por diferentes fatores, como:

  • Prática de exercício físico
  • Doenças que causam elevação da temperatura, como as infecciosas (tuberculose e malária)
  • As relacionadas ao câncer como o linfoma
  • Doenças do metabolismo, como o hipertireoidismo, o feocromocitoma, a menopausa e a hipoglicemia
  • Alterações cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca e a  endocardite
  • Doenças neurológicas, como os tumores no cérebro, lesões na medula óssea e acidente vascular cerebral
  • Medicamentos, como antidepressivos e anti-inflamatório não hormonal

A hiperidrose emocional ou cortical é a forma generalizada, mais evidente nas axilas, palmas e plantas e ao redor da região genital.

As glândulas sudoríparas nesses pacientes são normais em número, porém reagem de forma exagerada ao estresse (não é considerado um distúrbio psicológico).

Os estímulos térmicos podem aumentar essa resposta.

A atividade mental, independentemente de qualquer conteúdo emocional, pode provocar a sudorese.

Manifestações clínicas da hiperidrose

A hiperidrose ligada às emoções é mais intensa nas axilas, palmas, plantas e virilhas.

Inicia-se na infância ou perto da puberdade e a tendência é piorar ao longo da vida. Ela cessa durante o sono.

A forma localizada nas palmas e plantas, e nas axilas trazem mais desconforto para os pacientes.

Induz ao medo de apertar as mãos e sujar papéis. Os pacientes ainda podem ter dificuldade com tarefas do trabalho ou recreativas que exijam pegada com as mãos secas.

Pode ser contínua ou fásica (por fases na vida).

A contínua é agravada nos meses quentes do ano e não é induzida pela atividade mental. Já a fásica é influenciada pelo estresse emocional e independe da temperatura ambiental.

Predispõe à instalação de verruga viral, infecções por fungos e bactérias além de dermatite de contato e atópica.

O uso de meias de grande espessura e calçados fechados estimula a proliferação de bactérias.

A sudorese axilar é mais frequentemente do tipo fásica e pode ser influenciada ou não pelo estresse e o calor.

A hiperidrose no couro cabeludo e rosto resulta em desconforto para o paciente. É agravada quando associada ao excesso de oleosidade da região.

Já o excesso de sudorese nas virilhas não incomoda tanto os pacientes, embora possa facilitar a instalação de infecções fúngicas como candidíase e bacterianas.

A hiperidrose gustatória ocorre normalmente com o consumo de alimentos picantes (pimenta, por exemplo) e se manifesta com suor leve ao redor dos lábios, nariz e testa.

No entanto, essa sudorese pode ser patológica, induzida por lesão do nervo simpático consequente a tumor ou simpatectomia (destruição do nervo simpático).

Também pode ser devido à neuropatia diabética, herpes zoster da região pré-auricular (cabeça) ou direcionamento incorreto dos nervos após cirurgia da parótida.

Tratamento da hiperidrose

O tratamento de primeira escolha é a aplicação de cloreto de alumínio na concentração de 8% a 10% e, nos casos mais graves, na concentração de 20%.

Na palma e planta, a aplicação sob oclusão é mais eficiente.

Formulações mais recentes contendo o cloreto de alumínio entre 10% e 40% em gel de ácido salicílico a 2% a 4%, demonstraram igual eficiência, porém com a vantagem de irritar menos a pele.

Essa aplicação deve ocorrer no período da noite, antes de dormir, com a pele sem suor, para prevenir irritação da pele.

O glicopirrolato é indicado para casos de hiperidrose gustatória e compensatória pós simpatectomia dos nervos (surgimento de sudorese em locais previamente não afetados para compensar a perda do suor nos locais tratados com cirurgia dos nervos).

Outro método de tratamento é a iontoforese que consiste na penetração direta de uma substância ionizada na pele íntegra através de corrente elétrica. É indicada no tratamento da hiperidrose das palmas e plantas.

A toxina botulínica (Botox) também é muito eficaz na hiperidrose axilar e nas mãos, permanecendo o efeito entre 4 e 12 meses nas axilas e 6 meses nas mãos.

O uso de energia de micro-ondas para hiperidrose axilar tem provado ser eficiente.

Os medicamentos por via oral também podem ser utilizados, como os anticolinérgicos, anti-hipertensivos, ansiolíticos e antidepressivos. 

Essa opção terapêutica é reservada para os casos graves não responsivos ao tratamento tópico, porém tem efeitos colaterais como:

  • Sensação de boca seca
  • Dificuldade para urinar
  • Visão borrada
  • Aumento da frequência cardíaca
  • Entre outros

A remoção cirúrgica das glândulas sudoríparas nas axilas é utilizada quando as outras alternativas de tratamento falharam. Muito utilizada é a simpatectomia endoscópica transtorácica para a hiperidrose axilar, palmar e plantar com alto índice sustentado de sucesso de até 97%.

Apenas um médico especializado pode recomendar o tratamento ideal para cada caso, por isso, é essencial que pacientes com hiperidrose façam um acompanhamento profissional.

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Erupção exantemática por medicamentos

A erupção
exantemática por medicamentos é uma reação cutânea responsável pela grande maioria dos casos de alergia a medicamentos
e, normalmente, está ligada com a ingestão de antibióticos.

A reação na pele por medicamentos afeta apenas 2% da
população, sendo que 95% dos casos causam erupção exantemática.

Manifesta-se com
manchas vermelhas e pode causar coceira.

Continue lendo o
nosso post e saiba mais sobre a erupção exantemática por medicamentos!

O que causa a erupção exantemática por medicamentos?

Existe uma predisposição hereditária para as pessoas desenvolverem a erupção exantemática por medicamentos.

Os mais
frequentemente responsáveis são antibióticos derivados da penicilina, sulfas,
alopurinol, anticonvulsivantes, quinolonas e anti-inflamatórios não hormonais.

Nos portadores de
HIV, a causa principal são as sulfas e o antirretroviral abacavir.

Determinadas doenças
predispõem para o desenvolvimento de reações a medicamentos, como:

  • infecções pelo Epstein-Barr, citomegalovírus e vírus herpes 6 e 7
  • imunodeficiência congênita e adquirida como a AIDS
  • fibrose cística
  • doenças autoimunes

Pacientes que
utilizam vários medicamentos simultaneamente estão mais propensos a desenvolver
reação alérgica a medicamentos.

Manifestações clínicas da erupção exantemática por medicamentos

A reação alérgica da pele ocorre de  5 a 14 dias após o início do uso do
medicamento, mas pode se manifestar em 1 a 2 dias se o paciente já tenha sido
sensibilizado pelo uso do medicamento previamente.

Naqueles que usaram
antibióticos, especialmente a amoxicilina, a erupção pode surgir alguns dias e
até 15 dias após a interrupção do medicamento.

Manifestações na pele 

A
manifestação da erupção exantemática por medicamentos é simétrica e
generalizada, além de aparecer de maneira súbita.

Tem preferência por
atingir inicialmente o tronco e áreas sujeitas à pressão ou traumatismo, e se
dissemina para a parte proximal dos membros superiores e inferiores, poupando a
palma das mãos e a planta dos pés.


Apresentam dois tipos de manifestações na pele: o morbiliforme e o escarlatiniforme.

O primeiro se manifesta por manchas e pápulas (carocinhos) avermelhadas de pequeno tamanho, e raramente por pústulas (bolhinhas contendo pus) muito parecido com as manifestações cutâneas das doenças relacionadas aos vírus.

 

Exantema morbiliforme, alergia por remédio

O tipo escarlatiniforme apresenta manchas avermelhadas, de maior tamanho, semelhante ao que ocorre na escarlatina.

 

Exantema escarlatiniforme, reação alergia a remédio

A extensão do
comprometimento da pele, geralmente, é de gravidade leve a moderada.

A erupção se estende
rapidamente na pele, atinge o comprometimento máximo em cerca de 2 dias após
suspender o medicamento e desaparece entre 5 e 14 dias. Pode restar uma
descamação.

Nos pacientes com
pele escura, mesmo após a cura, pode restar uma pigmentação escura, que
desaparece lentamente.

Também existem outras
manifestações como:

  • Prurido (coceira)
  • Febre baixa
  • Elevação dos eosinófilos no sangue, detectada no hemograma

Erupção exantemática por medicamentos como sinal denunciador

É importante que a
erupção exantemática por medicamentos seja diferenciada da erupção cutânea desencadeada
por vírus ou bactérias.

Raramente, pode ser um sinal denunciador de reação medicamentosa grave, ameaçadora à vida, como:

  • Pustulose Exantemática Generalizada Aguda
  • Erupção Cutânea por Medicamentos com Eosinofilia e Sintomas Sistêmicos (DRESS)
  • Síndrome de Stevens-Johnson
  • Necrólise Epidérmica Tóxica

Outras manifestações
que denunciam a evolução para doença grave são a eritrodermia (toda pele avermelhada), febre alta (maior de
38 graus), edema (inchaço) no rosto,
inflamação nas mucosas da boca, dos olhos, do
genital e do ânus.

Tratamento da erupção exantemática por medicamentos

Antes
de iniciar o tratamento, deve ser interrompido
o medicamento responsável.

Além disso,
recomenda-se o uso de anti-histamínicos que provocam sonolência, como a
hidroxizina.

A aplicação na pele de corticosteróide de alta potência
anti-inflamatória, nos casos leves, pode controlar a doença.

Para aqueles com
comprometimento de grande extensão da pele, deve ser administrado
corticosteróide, por via oral, durante 5 a 7 dias.

Vale ressaltar que,
antes de iniciar qualquer tratamento médico, é essencial fazer uma visita
médica ao dermatologista  para
analisar os sintomas e verificar quais são os melhores medicamentos para cada
caso.

Continue acompanhando o nosso blog para conhecer mais doenças da pele e receber dicas para cuidar melhor de você.

O que é molusco contagioso e como ocorre a transmissão?

O molusco contagioso é uma doença da pele produzida pelo maior vírus já identificado, pertencente ao grupo Poxvirus.

Ele induz o aparecimento de pápulas (carocinhos) na pele e é transmitido pelo contato com outras pessoas contaminadas.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre o que causa o molusco contagioso e se ele exige, ou não, tratamento!

O que causa o molusco contagioso?

Como já falado, o molusco contagioso é uma doença de pele causada por um vírus do grupo Poxvirus.

Existem 4 tipos do vírus nesse grupo, sendo os tipos 1 e 2 os mais comuns. 

É importante ressaltar que esses grupos infectam apenas a espécie humana e são transmitidos por meio do contato com a pele.

Assim, pode ser inoculado em qualquer parte do corpo, tocando ou arranhando uma lesão, ou por autoinoculação (transmissão de um local para outro da pele).

Os meios de transmissão mais comuns são:

  • Traumatismo, como o ato de se barbear
  • Contato sexual
  • Contato durante a prática de esportes
  • Uso de piscina ou com objetos contaminados, como toalhas

Nas crianças, quando acomete a região genital, a transmissão é mais provável através da autoinoculação do que a sexual.

Os portadores de deficiências imunológicas, como a AIDS e doenças hereditárias, e os pacientes que fazem a utilização de medicamentos que deprimem a imunidade, como durante o tratamento de câncer, são mais vulneráveis a adquirir a doença.

Apesar de observarmos frequente associação do molusco contagioso com a dermatite atópica, ainda não existe consenso sobre essa relação. 

Quadro clínico do molusco contagioso

O período de incubação do vírus varia de uma semana a seis meses, mas é mais frequente entre duas e seis semanas.

A doença se manifesta pelo aparecimento de pápulas (carocinhos) firmes, em forma de cúpula, medindo entre 2 e 5 milímetros de diâmetro, com superfície brilhante e da cor da pele.

As lesões de maior tamanho apresentam um centro deprimido, umbilicado, por onde é eliminado material contendo o vírus, após apertar a pele.

Em pacientes imunodeprimidos, como os portadores de AIDS, as lesões são maiores, mais disseminadas e muito frequentes no rosto.

Frequentemente, podem se tornar inflamadas, denunciadas pela cor avermelhada e edemaciada e, às vezes, com a pele também avermelhada ao redor. Essa inflamação denuncia reação do sistema imunológico tentando destruir o vírus.

Essa inflamação indica menor tempo de duração da doença, por mostrar atuação do sistema imunológico na tentativa de destruir o vírus e jamais deve ser considerada como infecção bacteriana.

Os pacientes podem referir ou não a sensação de prurido (coceira).

Localização das pápulas

O molusco contagioso pode surgir em qualquer parte da pele, exceto nas palmas e plantas.

Os locais mais acometidos são:

  • O tronco
  • As axilas
  • As dobras das articulações dos joelhos e cotovelos
  • A virilha

A doença associada à transmissão sexual se localiza, além do órgão genital, também nas virilhas, no abdômen, nas nádegas e na parte proximal das coxas.

Caso atinja as pálpebras, pode provocar conjuntivite.

Nos pacientes com a imunidade preservada, a doença desaparece espontaneamente entre seis e doze meses. Às vezes, pode persistir durante 3 a 5 anos.

A maioria desaparece sem cicatriz.

Cuidados para evitar a transmissão do molusco contagioso

As crianças infectadas não necessitam evitar frequentar a creche ou a escola. Basta cobrir a pele afetada com roupas adequadas ou com bandagem impermeável.

Independentemente da idade, deve-se evitar compartilhar banho de piscina e toalha.

As grávidas devem proteger a pele afetada durante o parto, apesar de ser raro nelas. 

Tratamento do molusco contagioso

Nos casos onde exista dúvida em relação ao diagnóstico, pode ser realizada biópsia da pele para exame histopatológico, onde os achados são muito característicos da doença. O exame da pele através do dermatoscópio pode confirmar o diagnóstico.

Além disso, deve ser realizado o tratamento de todas as lesões através do exame completo da pele e, assim, evitar a manutenção da enfermidade

Dentro do meio médico há uma discussão entre tratar ou não, devido à possibilidade de desaparecer espontaneamente.

Existe uma tendência em tratar para evitar a disseminação das lesões, bem como a transmissão, especialmente a sexual, o prurido e cicatrizes a partir de lesões que se tornaram inflamadas ou infectadas.

O tratamento também previne o estresse dos pacientes, principalmente dos pais, pela manutenção das lesões.

No caso do molusco contagioso atingir pacientes com depressão da imunidade, como nos portadores de AIDS, recomenda-se o tratamento imediato, uma vez que existe a possibilidade da doença se disseminar mais rapidamente.

Neles, é frequente a recidiva mesmo destruindo todas as lesões. A recuperação da imunidade através do tratamento antirretroviral específico para a AIDS é suficiente para gerar involução espontânea.

Como é feito o tratamento do molusco contagioso?

Existem várias opções de tratamento, como a aplicação de cantaridina, podofilotoxina, ácido salicílico, ácido retinóico, hidróxido de potássio e a crioterapia.

Porém, o menos doloroso e mais eficaz é a curetagem das lesões, precedida pela aplicação de anestésico tópico, realizada pelo dermatologista.

Após o procedimento, o paciente deve ser reexaminado a cada 15 dias até se ter a certeza que não apareçam novas lesões.

Vale ressaltar que automedicação nunca é recomendada. Ao notar a presença das pápulas, recomenda-se a visita a um especialista.

Agora que você já sabe mais sobre o molusco contagioso, continue lendo e se informe sobre dermatite de fraldas!

Impetigo: conheça essa infecção comum em crianças

O impetigo é uma infecção bacteriana da parte superficial da pele que predomina na idade de 2 a 5 anos.

Apesar dessa predominância, crianças mais velhas e até adultos também  podem ser afetados por ele.

Essa infecção é provocada pelas bactérias Stafiloccoco aureus e Streptococo.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre o impetigo.

O que causa o impetigo?

O impetigo pode ser classificado como primário, onde a proliferação bacteriana ocorre em pele aparentemente normal e secundário quando surge a partir de pele já comprometida por trauma, picada de inseto ou doenças como eczema.

De modo geral, o impetigo secundário é muito comum como consequência de doenças da pele que cursam com escoriação gerada pelo prurido (coceira) e que geram, consequentemente, porta de entrada para bactéria já existente na pele.

O Stafilococo aureus é a principal bactéria responsável pelo impetigo.

Menos frequentemente encontramos o Streptococo beta-hemolítico, principalmente do tipo A, isoladamente ou combinado ao Stafilococo aureus.

Este produz uma toxina que provoca separação das células da parte superior da pele (epiderme), gerando uma bolha.

Inicialmente, existe a chegada da bactéria Streptococo na pele antes de aparecer a porta de entrada da bactéria, através de algum traumatismo ou ferida na pele.

Algumas condições predispõem o impetigo, como:

  • Clima quente e úmido
  • Situações de maior facilidade de transmissão, como aglomeração de pessoas
  • Populações pobres
  • Pobre higiene
  • Doenças da pele que cursam com prurido (coceira), como a escabiose

Quadro clínico do impetigo

Existem algumas formas clínicas como o impetigo bolhoso, o impetigo não bolhoso e o ectima.

Impetigo não bolhoso

Essa é a forma mais frequente. A lesão se inicia como vesícula (bolhinha d’água) com base avermelhada e, posteriormente, o conteúdo líquido se transforma em pus, conhecido como pústula.

Em seguida, a pústula rompe e seu conteúdo, em contato com o ar, se transforma em crosta amarelada, denominada melicérica (cor semelhante à combinação de mel e cera), espessa e aderente à pele.

Impetigo por estreptococo no rosto

Comumente atinge a face, especialmente ao redor do nariz e da boca, membros superiores e inferiores. Há uma tendência das lesões se multiplicarem e se estenderem a outros locais da pele.

Impetigo bolhoso

Normalmente, atinge crianças de menor idade. O Stafilococo aureus é a bactéria responsável.

As vesículas iniciais aumentam de tamanho para formar pústula menos flácida do que as do impetigo não bolhoso.

Impetigo por estafilococo

Confluem, adquirindo um aspecto circinado (em círculos).

A ruptura da pústula elimina um líquido amarelado, gerando uma crosta mais fina do que a do impetigo não bolhoso.Foto 3

Impetigo por estafilococo

A lesão bem formada consta de crosta amarelada no centro e resto da pústula na periferia.

As lesões são menos numerosas do que no impetigo não bolhoso e predomina no tronco.

Quando ocorre em adultos de forma extensa, é obrigatório a investigação de deficiência imunológica, como a AIDS.

Ectima

O ectima é uma variedade de impetigo caracterizada pelo aprofundamento da infecção, atingindo a parte profunda da pele. Frequentemente, é localizado nas pernas.

Tem o aspecto de uma crosta espessa sobre uma úlcera e rodeado por eritema (vermelhidão)

Em consequência de atingir a profundidade da pele, resulta em cicatriz, após a cura.

Como é feito o diagnóstico de impetigo?

Geralmente, os exames de laboratório não são necessários, bastando um exame físico.

Porém, em casos de dúvidas, pode ser realizada pesquisa das bactérias através do Gram, cultura e antibiograma do material recolhido.

Este último serve para identificar o antibiótico mais adequado para o tratamento.

Complicações

A complicação mais comum dessa doença é a Glomerulonefrite pós-estreptocócica. Ela é uma inflamação dos rins consequente ao impetigo relacionado à bactéria Estreptococo.

Ocorre em uma a duas semanas após a infecção. As manifestações principais são:

  • Edema
  • Hipertensão
  • Febre
  • Sangue na urina (hematúria)

A febre reumática também ocorre após o impetigo estreptocócico.

Tratamento do impetigo

Os casos com poucas lesões são tratados com antibiótico por via tópica. As medicações disponíveis são o ácido fusídico, mupirocina e, recentemente, a retapamulina.

Como relatado antes, é recomendado consultar um especialista e fazer exames para identificar, através cultura da bactéria, o melhor antibiótico para o seu combate.

As vantagens desse tratamento em relação ao tratamento por via oral são os menores efeitos colaterais e menor risco de aquisição de resistência aos antibióticos.

Um efeito colateral do tratamento local é a grande frequência de dermatite de contato ao sulfato de neomicina, antibiótico  que não é  recomendado atualmente

O tratamento por via oral é reservado para os casos com lesões que atingem grande extensão da pele. Devem ser utilizados antibióticos que destruam tanto o Estafilococo como o Estreptococo. A cefalexina e a dicloxacilina são os mais indicados.

As crianças podem retornar à escola, sem risco de contaminação, após 24 horas do início do tratamento.

Agora que você já sabe mais sobre impetigo, que tal continuar a leitura e se informar sobre a importância da Vitamina D?

Tire suas dúvidas sobre o carcinoma basocelular

O carcinoma basocelular é o tumor maligno mais frequente da pele e, por isso, é comum encontrar muitas notícias e informações sobre esse tipo de câncer.

Apesar de atingir muitos pacientes, ele tem uma baixa capacidade de metástase, ou seja, de se propagar para outras partes do corpo.

No post de hoje você aprenderá mais informações sobre o carcinoma basocelular, como a sua incidência, causas e principais tratamentos. Continue lendo e confira!

Incidência do carcinoma basocelular

Tem se observado uma elevação na incidência do carcinoma basocelular, tanto em homens quanto em mulheres, sendo mais frequente nos brancos e raro entre os negros.

Apresenta uma incidência 30% maior nos homens comparado com as mulheres.

À medida que a pessoa envelhece, aumenta a probabilidade de desenvolver esse câncer de pele, já que a faixa etária entre 55 e 75 anos apresenta uma incidência 100 vezes maior do que aqueles com idade inferior a 20 anos.

Quais são as causas do carcinoma basocelular?

A radiação solar, particularmente a ultravioleta B, é a principal causa desse câncer de pele.

Esse efeito nocivo é particularmente incidente nas pessoas mais susceptíveis ao Sol, como:

  • De pele branca
  • Olhos claros
  • Cabelo ruivo
  • Aquelas que se expõem mais à radiação solar

Vale ressaltar que a exposição durante a infância e adolescência é mais nociva do que na vida adulta.

Ao contrário do carcinoma espinocelular, esse câncer de pele é desencadeado com menor efeito cumulativo de exposição ao Sol ao longo da vida.

A exposição solar de forma intermitente e intensa predispõe mais ao carcinoma basocelular do que uma dose semelhante administrada de forma contínua durante o mesmo período, ou seja, exposições esporádicas são suficientes para desencadear o carcinoma basocelular, ao contrário do carcinoma espinocelular, que exige exposição muito frequente.

Isso explica a incidência desse tumor também entre os jovens.

Além da exposição ao ultravioleta B, o carcinoma basocelular também pode ser causado pela radiação ultravioleta A através de câmeras de bronzeamento artificial.

Esses equipamentos apressam o envelhecimento da pele e aumentam o risco do desenvolvimento de carcinoma basocelular, especialmente se existir exposição antes dos 20 anos.

A fototerapia, incluindo a ingestão do medicamento psoraleno, associada à radiação ultravioleta A ou os raios ultravioleta B isoladamente, utilizadas para tratar algumas doenças da pele, também aumenta o risco de desenvolver esse câncer de pele.

Outros  fatores que geram predisposição ao carcinoma basocelular são:

  • Radioterapia indicada para combater o câncer de um modo geral
  • Baixa da imunidade determinada pela administração de medicamentos para tratar outras condições ou por doenças como a AIDS

Infelizmente, os pacientes que desenvolveram o tumor têm 40% a 50% mais chance de ter o mesmo tumor no período de 5 anos.

Manifestações clínicas do carcinoma basocelular

A localização preferencial do carcinoma basocelular é o rosto, em 70% dos casos. O tórax ocupa o segundo lugar com 15%.

Esse câncer de pele raramente acontece nas regiões protegidas do Sol, evidenciando o papel da exposição solar.

Manifesta-se pelo aparecimento de nódulo (tumor) de cor rosada, que brilha, com aspecto translúcido, como uma “pérola” e com vasos sanguíneos dilatados (telangiectasias) na superfície.

Carcinoma Basocelular nodular na orelha

Essas manifestações são mais evidentes na borda do câncer.

Quando não tratado, o tumor pode  sofrer ulceração (surge ferida), mantendo a borda com as características descritas acima.

Carcinoma basocelular no rosto

No tórax, além do tipo já referido, pode se manifestar como manchas avermelhadas, onde a pele do centro da lesão tem aparência mais fina (atrofiada) e a borda discretamente elevada e  brilhante, constituindo o tipo superficial do carcinoma basocelular.

Carcinoma Basocelular tipo superficial

Esse tumor cresce lentamente durante anos e essa característica serve para diferencia-lo de outros tumores malignos como o carcinoma espinocelular que cresce muito mais rápido.

Como já descrito, ele raramente provoca metástase para outras partes do organismo.

Diagnóstico

O reconhecimento do tumor é feito por meio de diferentes exames, como:

  • Exame da pele
  • Dermatoscopia (aparelho aplicado sobre a pele)
  • Exame histopatológico a partir de material removido pela biópsia

Esse último exame é importante para se assegurar que todo o tumor foi removido, além de esclarecer o tipo do carcinoma basocelular, o que é importante para determinar o prognóstico em relação à possibilidade de recidiva, além da escolha do tratamento.

Tratamento e prevenção do carcinoma basocelular

A prevenção através de proteção contra a exposição solar a partir dos 6 meses é muito importante, principalmente antes dos 18 anos.

A prevenção de exposição ao Sol antes desse período diminui o risco de desenvolver câncer de pele em até 78%.

Tratamento

A cirurgia do tumor é o principal método de tratamento, possibilitando confirmar o diagnóstico e saber se o tumor foi removido completamente.

A cirurgia micrográfica de Mohs consta da análise do tumor ao microscópio, realizado no momento da cirurgia, para se assegurar que todo tumor foi removido.

Esse tipo de cirurgia também oferece a precisão de remoção somente do tumor, economizando a  retirada de pele. Além disso, é indicado nos casos de alguns tipos de tumores que têm tendência de recidivar com mais facilidade, especialmente na face, por oferecer muito menor risco de permanecer resto de tumor.

Os pacientes que resistem a se submeterem à cirurgia ou que não tenham condições clínicas de serem submetidos a ela, fazem a aplicação na pele do 5 fluorouracil e do Imiquimod, da curetagem, associada à eletro dissecação, da terapia fotodinâmica, da criocirurgia e da radioterapia.

Os tumores com metástase (muito raro) ou muito avançados no local de origem, podem ser tratados com a ingestão dos medicamentos Vismodegib e Sonidegib.

É muito importante haver o acompanhamento profissional desses pacientes a cada 6 meses durante o primeiro ano após o tratamento e anualmente, posteriormente, justificado pela alta incidência de recidiva, apesar de raramente ser fatal.

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Por que a queimadura solar acontece e como tratá-la?

A queimadura solar da pele é muito comum em países quentes, principalmente durante o verão.

Ela é uma resposta de caráter inflamatório, agudo e transitório à exposição excessiva à radiação ultravioleta oriunda do Sol.

Ela também pode ocorrer pela exposição excessiva às fontes artificiais, como a câmera de bronzeamento e de fototerapia.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a queimadura solar.

Incidência da queimadura solar

A queimadura solar é muito frequente, principalmente nos adolescentes e adultos jovens, acontecendo em 70% e 50%, respectivamente.

Cerca de 95% da radiação ultravioleta que atinge a Terra é composta pelo tipo A, enquanto apenas 5% provém da radiação ultravioleta B.

Mesmo assim, a radiação ultravioleta B é a principal responsável pela queimadura solar, também chamada de eritema, contribuindo com 80% da exposição necessária para causá-la.

A radiação ultravioleta A também pode provocar queimadura solar, mas é necessário uma dose 1000 vezes maior para haver a mesma intensidade de queimadura. 

Os fatores de risco para queimadura solar estão relacionados à maior intensidade de exposição à radiação ultravioleta B, como:

  • Proximidade ao Equador (menor latitude)
  • Proximidade do meio-dia
  • Maior altitude
  • Reflexo da neve (90%), da areia (15% a 30%) e da água (5% a 20%)
  • Pele molhada, que tem maiores chances de queimar do que a seca
  • Consumo exagerado de álcool
  • Ausência de nuvens

O que provoca a queimadura solar?

A suscetibilidade à queimadura solar é muito variável entre as pessoas, especialmente aquelas de pele branca. Ela é um forte indicador de tendência de desenvolver o melanoma, o câncer de pele mais perigoso.

Essa susceptibilidade é avaliada pela dose eritematosa mínima, ou seja, a menor dose de radiação ultravioleta capaz de produzir um eritema (vermelhidão) no local que recebeu a radiação.

A intensidade é o que orienta o fator de proteção solar informado nos filtros solares, FPS 20, 30, etc, e nas câmeras de fototerapia.

Vale ressaltar que a ingestão de certos medicamentos pode tornar a pele mais sensível à queimadura solar, como antidepressivos, diuréticos, anti-hipertensivos e antibióticos, assim como o contato com o suco de limão, castanha do caju e perfumes.

Manifestações clínicas da queimadura solar

Três a cinco horas após a exposição solar surge eritema (vermelhidão), que atinge seu pico em 12 a 24 horas e diminui em 72 horas,

Queimadura solar

acompanhado da sensação de dor tipo queimação, desencadeado pelo calor e pressão sobre a pele.

Essa vermelhidão desaparece em 3 a 7 dias.

A queimadura solar mais intensa se manifesta pela formação de inchaço, vesículas (bolhas pequenas) e bolhas.

Queimadura solar com bolha

Os casos mais graves podem ter manifestações do tipo:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Vômito
  • Desidratação

A descamação da pele e bronzeamento são observados após quatro a sete dias.

Manchas marrons, frequentemente com as bordas irregulares, surgem na pele exposta ao Sol, tardiamente, conhecidas como lentigo solar.

Lentigo solar

Prevenção e tratamento da queimadura solar

A prevenção da queimadura solar é muito importante para evitar o envelhecimento e o câncer de pele, através do uso regular de filtro solar e de roupas especiais, além de evitar a exposição direta no horário de 10 às 16 horas.

As crianças menores de 6 meses devem ser mantidas longe da exposição direta ao Sol. Também recomenda-se que elas utilizem chapéu de aba larga.

As câmeras de bronzeamento artificial, mesmo utilizando a radiação ultravioleta A, que queima menos a pele do que a radiação ultravioleta B, não protegem contra o risco de queimaduras solares.

Além disso, elas induzem o envelhecimento e o câncer de pele, especialmente o melanoma.

Para o tratamento, é bom utilizar compressas frias, loção de calamina, gel à base de aloe vera para promover o alívio da dor. As bolhas rotas devem ser limpas suavemente com água e sabonete e aplicar curativos.

A aplicação de corticosteróide com alta potência anti-inflamatória e a ingestão de anti-inflamatórios não hormonais podem aliviar a inflamação da pele.

Os casos com graves queimaduras podem necessitar de hospitalização para combater a desidratação, por via venosa, além de anestésicos, também por via parenteral. Por isso, ao sofrer de queimadura solar, recomendamos consultar um médico especializado para checar o melhor tratamento para o seu caso.

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Saiba mais sobre larva migrans, conhecida como bicho geográfico

A larva migrans é uma doença de pele que também pode ser chamada de dermatite linear serpiginosa, bicho geográfico ou de praia e verme da areia.

Ela se manifesta por um trajeto cutâneo eritematoso (avermelhado), migratório linear ou com contorno sinuoso.

Apesar de ocorrer em todo o mundo, é mais encontrada nos países de clima quente, especialmente nos tropicais e subtropicais, como o sudoeste dos Estados Unidos, Caribe, África, América Central e do Sul, Índia e sudeste da Ásia.

As larvas causadoras da doença são encontradas em praias arenosas.

Continue lendo o nosso post e tire todas as suas dúvidas sobre a larva migrans, conhecida popularmente como bicho geográfico.

Qual a causa da larva migrans?

A transmissão da larva migrans ocorre através do contato com a areia contaminada pelas fezes de gatos e cães.

É facilitada na época de chuvas, já que é disseminada pela dissolução das fezes desses animais, facilitando a eclosão dos ovos e a penetração das larvas na pele dos indivíduos.

O Ancylostoma braziliense é o agente etiológico mais frequente. Em seguida vem:

  • Ancylostoma caninum
  • Uncinaria
  • Bonostomum
  • Phebotomum stenocephala

Os ovos são eliminados nas fezes do hospedeiro definitivo (cão ou gato). Sob condições favoráveis de umidade, calor e sombra, as larvas rabdiformes eclodem dos ovos em 1 a 2 dias.

Tornam-se larvas filariforme que representam a forma infectante, podendo sobreviver 3 a 4 semanas no solo antes de penetrar na pele.

A pessoa pode ser infectada quando as larvas filariformes do solo penetram na parte mais superficial da pele (epiderme) e aí permanecem pelo fato da larva não conter a enzima colagenase, necessária para facilitar a penetração na parte mais profunda da pele (derme). 

Mesmo assim, a presença delas induz uma reação inflamatória ao longo da migração na pele.

Manifestações clínicas da larva migrans

As lesões da larva migrans se localizam na pele mais exposta ao solo como pés, pernas e nádegas e, menos no tronco e extremidades superiores.

A primeira manifestação é o surgimento de pápula (carocinho), que pode ser em abundância, proporcional ao contato da pele com solo contaminado com alto número de larvas.

Larva migrans

Após alguns dias, a larva começa a se deslocar na pele, gerando uma lesão linear, elevada, eritematosa (avermelhada), serpenteante.

Larva migrans (bicho geográfico) no pé
Larva migrans (bicho geográfico) no pé

As lesões serpiginosas, ou seja, com contorno sinuoso, se desenvolvem de 2 a 6 dias após a exposição.

As larvas migram vários milímetros ou até alguns centímetros por dia. Por  isso, as lesões medem 3 milímetros de largura e podem ter até 15 a 20 milímetros de comprimento.

O prurido (coceira) pode ser tão intenso ao ponto de perturbar o sono.

Quando a reação alérgica ao parasita é maior, gera vesículas e até bolhas, frequentemente localizadas entre os dedos e planta dos pés, manifestação muito menos frequente da doença.

Larva migrans (bicho geográfico) com bolhas

Há ainda a possibilidade da doença sofrer complicações com infecção bacteriana como o impetigo. Nesses casos, o diagnóstico se torna mais difícil por esconder as lesões características da larva migrans.

Larva migrans com infecção por bactérias

Tratamento da larva migrans

Ao identificar alguma manifestação da larva migrans, recomenda-se uma consulta com um médico especializado. Apenas ele poderá identificar se há complicações e quais são os melhores tratamentos.

Os casos com poucas lesões e que não atingem pele espessa, como a planta dos pés, devem ser tratados através da aplicação de pomada contendo tiabendazol.

Na situação de lesões em grande número e na planta dos pés, pode-se utilizar o tiabendazol, o albendazol e a ivermectina, por via oral, sendo preferível o último pelo menor risco de efeitos colaterais.

Vale ressaltar que a automedicação é prejudicial para a saúde. Sempre consulte um especialista para fazer um bom tratamento.

Agora que você sabe identificar a larva migrans, continue a leitura e tire todas as suas dúvidas sobre a teledermatologia.

Dermatofitoses: conheça essa infecção fúngica da pele, unhas e cabelos

A dermatofitose é uma infecção produzida por fungos conhecidos como dermatófitos, por isso, tem esse nome.

Esses fungos se alimentam da ceratina, substância proteica existente na pele, unhas e cabelo.

A infecção é mais comum de ocorrer em homens e durante as estações quentes, como o verão.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a dermatofitose!

O que causa a dermatofitose?

Como já citado, a causa da dermatofitose são os fungos chamados dermatófitos. Eles habitam naturalmente o solo, os animais e o homem.

A contaminação do indivíduo a partir dessas fontes geram infecções denominadas de geofílicas, zoofílicas e antropofílicas, respectivamente.

As espécies geofílicas vivem no solo e, eventualmente, parasitam o homem.

As espécies zoofílicas provocam dermatofitose (impinge) nos animais e raramente invadem o homem, enquanto as antropofílicas parasitam preferencialmente o homem.

A transmissão pode ocorrer também através de objetos como travesseiro, escova, brinquedos e telefone.

A importância de identificar a fonte de infecção é fazer a prevenção de reinfecção. A de origem antropofílica, por ser mais adaptada à pele do homem, gera menor reação inflamatória (menor intervenção do sistema de defesa da pessoa) e, consequentemente, maior resistência ao tratamento.

Incidência da dermatofitose

A dermatofitose é mais comum no sexo masculino.

Em relação à idade, é quase exclusiva no couro cabeludo nas crianças e predomina nos pés, unhas e virilhas no adulto.

As pessoas com diminuição da imunidade, como a AIDS, são mais predispostas a desenvolver a dermatofitose.

Ambientes fechados que facilitam a transmissão, como as creches e tripulações de navio, também são mais susceptíveis. São mais comuns no verão e no outono.

O uso de sapato fechado favorece a instalação de dermatofitose pela maior umidade local e explica a menor incidência entre os índios.

Manifestações clínicas da dermatofitose

Veja quais são as manifestações clínicas mais comuns da dermatofitose:

Tinha do couro cabeludo

Predomina nas crianças e nas populações pobres.

Caracteriza-se por placas com perda de cabelo, com quebra do cabelo rente ao couro cabeludo, permanecendo pequenos cotos dele, associado à descamação do couro cabeludo.

Tinha da cabeça

Pode evoluir para inflamação, denunciada pela presença de eritema (vermelhidão) e pústulas (bolhinhas de pus), associada aos fungos oriundos do solo e de animais, pouco adaptados à pele do homem.

Quando ainda não havia tratamento, curava espontaneamente com a chegada da puberdade por influência da produção de sebo (gordura) no couro cabeludo estimulada pelos hormônios sexuais.

Tinha do corpo

Acomete, preferencialmente, a pele que não é coberta pela roupa.

Caracteriza-se, inicialmente, por uma pápula (carocinho) que tende a crescer centrifugamente,

Tinha do corpo anular inicial

com tendência à involução no centro da lesão e crescimento nas bordas, as quais são constituídas por vesículas, escamas, crostas hemáticas (conteúdo de sangue) e infiltração (elevação) da pele, constituindo a forma anular.

Tinha do corpo anular

Tinha inguinocrural

Essa manifestação clínica da dermatofitose localiza-se na virilha e tem o mesmo aspecto da tinha do corpo, porém tem mais prurido (coceira) e predomina no sexo masculino.

Frequentemente, representa uma extensão da tinha dos pés.

Tinha dos pés

Representa a forma clínica da dermatofitose mais frequente.

Acomete preferencialmente o quarto espaço entre os dedos, constituído de eritema (vermelhidão) coberto por escama esbranquiçada consequente à maceração pelo suor  e com fissura (ferida de forma linear).

Tinha do pé interdigital

Esta última pode representar porta de entrada para a bactéria estreptococo, responsável pela instalação da erisipela, uma doença infecciosa, na perna.

Também pode acometer a planta dos pés e ser manifestada por vesículas, a forma aguda,

Tinha do pé aguda

ou eritema (vermelhidão) e escamas, forma crônica plantar, que representa uma extensão da tinha entre os dedos dos pés.

Tinha do pé plantar

Tinha das mãos

Essa manifestação é rara, apesar de poder acontecer de forma isolada, ou representa extensão da tinha dos pés. Quando acomete o dorso das mãos, mantém as características da forma anular da tinha do corpo.

Tinha da mão

Porém quando a palma das mãos é afetada, perde essas características, manifestado por eritema e escamas, estas mais evidentes nas linhas da pele.

Tinha da mão

Tinha das unhas

É consequência da contaminação a partir da tinha dos pés.

Manifesta-se pelo engrossamento das unhas, alteração da coloração (manchas amareladas) e descolamento da unha. Este, cria um espaço, manifestado pela cor esbranquiçada na extremidade distal da unha. A unha do primeiro dedo (dedão) é a mais afetada.

Tinha da unha

Raramente acomete a unha das mãos.

Tratamento da dermatofitose

O tratamento deve ocorrer apenas após ser realizado um exame de laboratório que confirma o diagnóstico.

Esse exame é chamado de exame micológico e ocorre pela colheita de material e análise imediata ao microscópio. Também é realizado a cultura micológica, procedimento que demora duas semanas e identifica a espécie do fungo.

O tratamento tópico, utilizando creme, é indicado para os casos localizados na pele e de pequena extensão como virilhas, entre dedos dos pés e pele exposta.

Os casos acometendo grande extensão da pele, unhas, cabelo e planta dos pés, deve ser administrado antifúngico por via oral, cujo tempo de tratamento pode variar de acordo com cada localização.

A droga de uso tópico mais eficaz é a terbinafina, porém a amorolfina, os derivados amidazólicos e o ciclopirox são também eficientes.

A indicação do tratamento tópico é de evitar a disseminação da doença para outras partes do corpo, para outras pessoas e para impedir uma infecção bacteriana secundária.

Os medicamentos utilizados por via oral são a terbinafina, griseofulvina, itraconazol e fluconazol, sendo o primeiro o mais eficaz.

Apenas um médico especializado pode analisar a infecção e determinar o melhor tratamento para cada paciente. A automedicação não é recomendada e pode ter um efeito contrário do desejado.

Agora que você já sabe mais sobre a dermatofitose, continue lendo no nosso blog e se informe sobre a pele seca.

Pediculose: saiba mais sobre essa doença causada por parasitas

A pediculose é causada por parasitas que se comportam como hospedeiros muito específicos da pele por viverem toda sua vida à custa de sugar o sangue do homem.

Ela pode ocorrer por três diferentes espécies:

  • Pediculus humanus capitis – pediculose da cabeça: o piolho da cabeça
  • Pediculus humanus humanus – pediculose corporis: o piolho do corpo
  • Pthirus púbis – pediculose púbica: o piolho da região pubiana, conhecido como Chato

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre esses três tipos de pediculose.

Pediculose da cabeça

É uma doença muito frequente em todo o mundo e não poupa nenhuma classe socioeconômica.

As mulheres, as crianças e as pessoas de pele clara são as mais afetadas.

O que causa a pediculose da cabeça?

A fêmea do parasita vive durante 30 dias, suga o sangue do hospedeiro no couro cabeludo e na pele ao redor, através de peças bucais e se prendem firmemente ao pelo.

Elas também eliminam ovos durante esse período, conhecidos como lêndeas, que aderem firmemente ao fio de cabelo.

O piolho adulto pode sobreviver até 55 horas fora do hospedeiro, mas, geralmente, se torna inviável muito antes de morrer.

A transmissão principal é através do contato com a cabeça do indivíduo infectado. É discutível a transmissão através de objetos como o pente.

Manifestações clínicas da pediculose da cabeça

A reação alérgica à saliva do piolho gera prurido (coceira) no couro cabeludo, sendo necessário um período de incubação de 4 a 6 semanas para o início desse sintoma.

Ao exame dermatológico, observam-se escoriações (ferimentos) no couro cabeludo, nuca e ao redor da orelha, consequente ao ato de coçar.


Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, Atlas Dermatológico

A confirmação do diagnóstico é feita pela visualização do parasita e das lêndeas no couro cabeludo, especialmente na região occipital e próximo às orelhas.

Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, Atlas Dermatológico

A detecção do piolho vivo pode ser realizada por meio do ato de pentear o cabelo com pente fino com diâmetro de 0,2 mm entre os dentes, sempre em contato direto com o couro cabeludo.

Essa manobra é iniciada a partir do limite entre a parte superior e a posterior da cabeça. O pente é puxado firmemente para baixo e examinado em busca dos piolhos.

O penteado úmido com condicionador é melhor que o seco para fazer esse procedimento. Uma técnica de visualização direta dos piolhos é massagear o couro cabeludo antes do exame do local.

Vale ressaltar que a detecção das lêndeas é muito mais fácil do que a do parasita e elas se distinguem da caspa por serem mais aderidas ao cabelo.  

Tratamento da pediculose de cabeça

Para o tratamento da pediculose de cabeça, o famoso piolho, recomenda-se a aplicação da permetrina a 1% em xampu durante 10 minutos e a reaplicação após 7 a 10 dias para atingir também as lêndeas que se tornaram adultas nesse período.

Outras opções através da aplicação direta no couro cabeludo são:

  • O malathion a 0,5%
  • O spinosad em suspensão a 0,9% (ação também contra as lêndeas)
  • O álcool benzílico a 5%
  • O dimeticone em loção a 4%
  • A ivermectina loção a 0,5%

O tratamento por via oral, muito mais prático, é realizado com a ivermectina em dose única e repetido após 7 a 10 dias.

É aconselhável que toda a família realize o tratamento, independentemente de ter manifestação, a fim de tratar os portadores sem sintomas, responsáveis pela manutenção da doença.

As lêndeas podem ser removidas através da aplicação da mistura de vinagre diluído em parte igual de água, com a ajuda de um pente fino.

Pediculose do púbis ou ftiríase

A transmissão da pediculose do púbis ocorre em decorrência de contato físico, principalmente através de relação sexual.

O parasita apresenta corpo achatado, por isso, é conhecido como Chato, e adere firmemente aos pelos a fim de facilitar o ato de sugar o sangue do hospedeiro. Além do parasita, pode ser detectado os ovos, também colados ao longo do pelo. A coceira sempre está presente

É um parasita dos pelos da região genital e ao redor do ânus.


Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, Atlas Dermatológico

Em homens com excesso de pelo,  pode se deslocar pela pele e atingir áreas distantes como: 

  • Tronco
  • Axilas
  • Barba
  • Abdômen
  • Coxas
  • Supercílios
  • Cílios

Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, Atlas Dermatológico

Tratamento da pediculose do púbis

Aplicação de permetrina a 1% em creme durante 10 minutos e reaplicar após 7 a 10 dias

Assim como no tratamento da pediculose da cabeça, a ivermectina por via oral, também é eficaz.

Pediculose do corpo

O parasita é semelhante ao da cabeça, porém habita a roupa do hospedeiro, migrando para a pele a fim de se alimentar através da picada.

Surgem pápulas (carocinhos) e pontos hemorrágicos consequentes à picada do parasita. Normalmente, essas picadas ocorrem na cintura e nas dobras das axilas, coincidindo com as dobras da roupa.

Em consequência do prurido, podem surgir escoriações e liquenificação (espessamento da pele). O parasita e seus ovos ficam retidos na costura da roupa.

Serve como transmissão de doenças como:

Tratamento da pediculose do corpo

O calor mata o piolho, por isso, as roupas e lençóis devem ser lavados com água quente, a seco ou descartados após o uso.

Além disso, ao passar a roupa, deve-se ter atenção especial às costuras.

A pediculose é uma condição comum, mas exige o acompanhamento de um médico especializado.

Apenas o especialista poderá recomendar o melhor tratamento para cada paciente de acordo com as suas necessidades e especificações.

Para saber mais sobre doenças da pele e cuidados dermatológicos, não deixe de conferir o nosso blog.