Impetigo: conheça essa infecção comum em crianças

Dr. Sergio Paulo

O impetigo é uma infecção bacteriana da parte superficial da pele que predomina na idade de 2 a 5 anos.

Apesar dessa predominância, crianças mais velhas e até adultos também  podem ser afetados por ele.

Essa infecção é provocada pelas bactérias Stafiloccoco aureus e Streptococo.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre o impetigo.

O que causa o impetigo?

O impetigo pode ser classificado como primário, onde a proliferação bacteriana ocorre em pele aparentemente normal e secundário quando surge a partir de pele já comprometida por trauma, picada de inseto ou doenças como eczema.

De modo geral, o impetigo secundário é muito comum como consequência de doenças da pele que cursam com escoriação gerada pelo prurido (coceira) e que geram, consequentemente, porta de entrada para bactéria já existente na pele.

O Stafilococo aureus é a principal bactéria responsável pelo impetigo.

Menos frequentemente encontramos o Streptococo beta-hemolítico, principalmente do tipo A, isoladamente ou combinado ao Stafilococo aureus.

Este produz uma toxina que provoca separação das células da parte superior da pele (epiderme), gerando uma bolha.

Inicialmente, existe a chegada da bactéria Streptococo na pele antes de aparecer a porta de entrada da bactéria, através de algum traumatismo ou ferida na pele.

Algumas condições predispõem o impetigo, como:

  • Clima quente e úmido
  • Situações de maior facilidade de transmissão, como aglomeração de pessoas
  • Populações pobres
  • Pobre higiene
  • Doenças da pele que cursam com prurido (coceira), como a escabiose

Quadro clínico do impetigo

Existem algumas formas clínicas como o impetigo bolhoso, o impetigo não bolhoso e o ectima.

Impetigo não bolhoso

Essa é a forma mais frequente. A lesão se inicia como vesícula (bolhinha d’água) com base avermelhada e, posteriormente, o conteúdo líquido se transforma em pus, conhecido como pústula.

Em seguida, a pústula rompe e seu conteúdo, em contato com o ar, se transforma em crosta amarelada, denominada melicérica (cor semelhante à combinação de mel e cera), espessa e aderente à pele.

Impetigo por estreptococo no rosto

Comumente atinge a face, especialmente ao redor do nariz e da boca, membros superiores e inferiores. Há uma tendência das lesões se multiplicarem e se estenderem a outros locais da pele.

Impetigo bolhoso

Normalmente, atinge crianças de menor idade. O Stafilococo aureus é a bactéria responsável.

As vesículas iniciais aumentam de tamanho para formar pústula menos flácida do que as do impetigo não bolhoso.

Impetigo por estafilococo

Confluem, adquirindo um aspecto circinado (em círculos).

A ruptura da pústula elimina um líquido amarelado, gerando uma crosta mais fina do que a do impetigo não bolhoso.Foto 3

Impetigo por estafilococo

A lesão bem formada consta de crosta amarelada no centro e resto da pústula na periferia.

As lesões são menos numerosas do que no impetigo não bolhoso e predomina no tronco.

Quando ocorre em adultos de forma extensa, é obrigatório a investigação de deficiência imunológica, como a AIDS.

Ectima

O ectima é uma variedade de impetigo caracterizada pelo aprofundamento da infecção, atingindo a parte profunda da pele. Frequentemente, é localizado nas pernas.

Tem o aspecto de uma crosta espessa sobre uma úlcera e rodeado por eritema (vermelhidão)

Em consequência de atingir a profundidade da pele, resulta em cicatriz, após a cura.

Como é feito o diagnóstico de impetigo?

Geralmente, os exames de laboratório não são necessários, bastando um exame físico.

Porém, em casos de dúvidas, pode ser realizada pesquisa das bactérias através do Gram, cultura e antibiograma do material recolhido.

Este último serve para identificar o antibiótico mais adequado para o tratamento.

Complicações

A complicação mais comum dessa doença é a Glomerulonefrite pós-estreptocócica. Ela é uma inflamação dos rins consequente ao impetigo relacionado à bactéria Estreptococo.

Ocorre em uma a duas semanas após a infecção. As manifestações principais são:

  • Edema
  • Hipertensão
  • Febre
  • Sangue na urina (hematúria)

A febre reumática também ocorre após o impetigo estreptocócico.

Tratamento do impetigo

Os casos com poucas lesões são tratados com antibiótico por via tópica. As medicações disponíveis são o ácido fusídico, mupirocina e, recentemente, a retapamulina.

Como relatado antes, é recomendado consultar um especialista e fazer exames para identificar, através cultura da bactéria, o melhor antibiótico para o seu combate.

As vantagens desse tratamento em relação ao tratamento por via oral são os menores efeitos colaterais e menor risco de aquisição de resistência aos antibióticos.

Um efeito colateral do tratamento local é a grande frequência de dermatite de contato ao sulfato de neomicina, antibiótico  que não é  recomendado atualmente

O tratamento por via oral é reservado para os casos com lesões que atingem grande extensão da pele. Devem ser utilizados antibióticos que destruam tanto o Estafilococo como o Estreptococo. A cefalexina e a dicloxacilina são os mais indicados.

As crianças podem retornar à escola, sem risco de contaminação, após 24 horas do início do tratamento.

Agora que você já sabe mais sobre impetigo, que tal continuar a leitura e se informar sobre a importância da Vitamina D?