A rosácea é uma doença crônica e frequente, e se manifesta com alterações na pele e/ou nos olhos.
Ela afeta cerca de 10% da população e alguns fatores predispõem ao aparecimento da doença.
No post de hoje, você saberá mais sobre a rosácea, sua causa e como deve ser feito o tratamento para diminuir as alterações causadas. Continue lendo e confira.
Incidência da rosácea
É uma doença cutânea frequente, afetando 10% da população, predominantemente em pessoas de pele clara.
Incide mais na faixa etária entre 30 anos e 60 anos, mais nas mulheres do que nos homens, apesar da forma fimatosa predominar no sexo masculino.
O tabagismo, a obesidade e a ingestão exagerada de álcool predispõem à rosácea.
O que causa a rosácea?
Vários fatores estão envolvidos na doença.
O dano provocado pela radiação solar, por exemplo, gera degeneração nas fibras elásticas e no tecido colágeno dos vasos sanguíneos e o da periferia deles.
Ela também pode ocorrer por um defeito no sistema imunológico que gera uma proliferação de microorganismos habitantes normais da pele, como o Demodex folliculorum e o Bacillus oleronius, gerando inflamações na área.
Suspeita-se que a infecção pelo Helicobacter pilori, habitante da mucosa do estômago, também pode influenciar a evolução da rosácea.
Quadro clínico da rosácea
A rosácea atinge, preferencialmente, a parte central da face, como o nariz e regiões malares (bochechas).
O tipo eritematotelangiectásica é a apresentação inicial da doença, há eritema (vermelhidão) e telangiectasias (dilatação dos vasos superficiais da pele).
A forma papulopustulosa se sobrepõe à forma inicial e é manifestada por pápulas (pequenos caroços) e pústulas (bolhinhas de pus), na mesma localização citada acima.
Diferencia-se da acne juvenil por não apresentar comedões (cravos).
Alguns pacientes, principalmente os homens, apresentam hipertrofia das glândulas sebáceas no nariz, se manifestando, inicialmente, por eritema (vermelhidão), edema e dilatação dos poros da pele.
Finalmente, evolui para a formação de tecido fibroso e conhecido por rinofima. Pode se manifestar em outras áreas do rosto, como mento, bochechas e orelhas.
Comumente, os olhos também podem ser afetados, havendo incidência em 58% a 72%. Nesse caso, chama-se de rosácea ocular. Os sintomas são sensação de secura ou lacrimejamento, dor e visão borrada.
Também surgem outros sintomas, como:
Hordéolo (terçol)
Blefarite (inflamação das pálpebras)
Conjuntivite
Ceratite
Ulceração e até ruptura da córnea
Pode ocorrer sem manifestações na pele. É muito importante o diagnóstico precoce.
Tratamento da rosácea
As orientações sobre a rosácea são muito importantes para o tratamento. Deve ser esclarecido para os pacientes que a doença, apesar de não curar, pode ser controlada com medidas de proteção, além do tratamento específico.
Também é essencial compreender que deve-se evitar o contato com substâncias que irritem a pele, como:
Agentes químicos
Sabonetes
Cosméticos à base de álcool
Produtos abrasivos e adstringentes
Pacientes com rosácea tendem a ser muito sensíveis a essas substâncias.
Recomenda-se ainda evitar exposição excessiva ao Sol, alimentos quentes e condimentados, banho quente e sauna. É importante também usar filtro solar com fator de proteção igual ou superior a 30.
O tratamento visa combater a inflamação da pele e as telangiectasias. Para o primeiro objetivo, dispomos do metronidazol, ivermectina, ácido azeláico, inibidores da calcineurina (pimecrolimo e tracolimo) por via tópica, além de antibióticos, metronidazol, e isotretinoina por via oral.
A combinação das duas vias de administração é o ideal. O combate às telangiectasias é realizado através do laser e da luz intensa pulsada.
O rinofima é tratado com a isotretinoina na fase inicial da doença e cirurgia nos casos mais avançados através da dermoabrasão, criocirurgia, eletrocirurgia e laser ablativo.
Independentemente da forma clínica da rosácea, é essencial contar com o apoio médico para traçar o melhor tratamento. Apenas um especialista pode dar todas as orientações úteis para o paciente.
Se você quiser continuar a leitura e saber mais informações sobre doenças de pele, confira o nosso blog!
O eczema agudo das mãos e dos pés é uma inflamação da pele com vesículas e bolhas.
Também conhecido por disidrose ou eczema disidrótico, essa inflamação causa intenso prurido (coceira). Frequentemente recidiva e a causa geralmente é desconhecida.
Ele contribui com 5% a 20% dos eczemas localizados nas mãos e é mais comum em adultos jovens. Não tem predomínio em relação ao gênero.
Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre o eczema agudo das mãos e dos pés!
Qual é a causa do eczema agudo?
A causa do eczema agudo não é identificada na maioria dos casos, mas alguns fatores podem contribuir para seu surgimento, como:
Passado de dermatite atópica
Contato com substâncias alérgicas, em especial os metais
Contato com substâncias que irritam a pele, como detergentes e solventes
Ingestão de substâncias contendo níquel e cobalto
Reação alérgica a focos distantes do fungo dermatófito (impinge)
A primeira manifestação do eczema agudo é o intenso prurido (coceira) seguido pelo aparecimento de vesículas (bolhinhas d’água) de consistência tensa que podem confluir e formar bolhas, nas palmas, face lateral dos dedos das mãos.
As mãos são afetadas isoladamente em 70% a 80% dos casos.
As vesículas persistem durante 3 semanas, rompem e se transformam em escamas, antes de desaparecerem.
Quando a doença recidiva muito, a pele pode adquirir um aspecto engrossado (liquenificado), avermelhado, com descamação e fissuras.
Essas manifestações podem permanecer durante meses a anos, precipitadas por ambientes quentes.
O eczema agudo também pode provocar deformidade das unhas, como estrias transversais e mudança da coloração em consequência de crises repetitivas de inflamação da pele ao redor delas, local da matriz (origem) da unha.
Como a maioria dos eczemas, pode complicar com infecção bacteriana, o impetigo, denunciado pelo aparecimento de pústulas (bolhas de pus) e seguido pela formação de crostas melicéricas (amareladas).
A realização de Teste de Contato sobre a pele é importante para investigar a relação do contato com substâncias alérgicas.
Tratamento do eczema agudo
É muito importante identificar e evitar o agente causador e o que agrava o eczema agudo, o que, na maioria dos casos, não é possível.
Algumas medidas que podem ser tomadas são:
Lavar as mãos com sabonetes especiais
Enxugar as mãos imediatamente após lavá-la e, em seguida, aplicar creme hidratante
Usar luva de algodão por baixo de luva de borracha ou de vinil
Remover relógio, anel e outros objetos de adorno antes de ter trabalho doméstico envolvendo água
Aspirar o líquido das bolhas grandes, mantendo o teto delas a fim de evitar dor e prevenir infecção bacteriana
Os casos mais discretos podem ser tratados com a aplicação de corticosteróides com alta potência anti-inflamatória, de 2 a 4 semanas.
Os casos mais severos, podem ser controlados com a ingestão de corticosteróide durante 1 semana, e ir desmamando durante as semanas seguintes.
Lembrando que os corticosteróides, sejam por qualquer via, não devem ser utilizados por tempo prolongado a fim de evitar os efeitos colaterais como atrofia da pele.
Os casos refratários aos medicamentos enumerados acima devem ser tratados com a associação da ingestão de psoraleno e da exposição da radiação ultravioleta A (fototerapia).
Apenas um médico especializado na área pode traçar o melhor tratamento para cada caso. A automedicação pode ter um efeito contrário do desejado e agravar o eczema.
Marque sua consulta conosco e tire suas dúvidas sobre essa inflamação!
A alergia à picada de inseto, também conhecida como estrófulo, é muito comum, principalmente em crianças.
Quando um inseto pica, normalmente, ele deixa alguma substância na pele da sua vítima.
A alergia, por sua vez, ocorre quando há uma reação de hipersensibilidade, ou seja, uma reação alérgica exagerada à injeção dessa substância dos insetos na pele.
Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a alergia à picada de inseto!
Qual é a causa da alergia à picada de inseto?
A alergia à picada de inseto ocorre, normalmente, por insetos hematófagos, aqueles que se alimentam de sangue. Os mais comuns são:
Mosquitos
Pernilongos
Pulgas
Carrapatos
Percevejos
É mais intenso e persistente nas crianças portadoras de atopia, ou seja, aquelas que apresentam manifestações alérgicas do tipo asma, rinite e dermatite atópica.
Os pacientes que têm AIDS também são muito sensíveis à picada de inseto, frequentemente, constituindo a primeira manifestação da doença.
Tem se tornado cada vez mais frequente o estrófulo provocado por um ácaro (pulga) existente nos pombos e pardais.
Manifestações clínicas da alergia à picada de inseto
Atinge, preferencialmente, crianças entre 2 e 7 anos.
Nas crianças portadoras de atopia, a doença pode persistir até a vida adulta.
Habitualmente, a evolução é por surtos, com lesões em diferentes estágios evolutivos. A localização das lesões vai depender do inseto responsável.
Se estiver relacionado a inseto voador, como mosquitos e pernilongos, atinge os membros superiores e inferiores, correspondente à pele não protegida pela roupa, preferencialmente, as pernas pelo fato do inseto voar mais baixo.
A lesão elementar é a seropápula, ou seja, um carocinho inchado com uma pequena vesícula no centro (bolhinha contendo líquido), correspondendo essa última à localização da picada do inseto.
Quando a reação é consequente à picada de pulga, principalmente, pelo piolho existente nos pombos, pode afetar qualquer parte do corpo e pode se manifestar por lesões semelhantes a urticária e pápulas (carocinhos). É mais difícil de responsabilizar o piolho porque ele não é encontrado na pele, ou seja, ele pica a pele e sai. Recomendamos, nos casos suspeitos, evitar alimentar os pombos e examinar a caixa do ar condicionado para confirmar a presença dele.
Quando a reação inflamatória é muito intensa, surgem também vesículas e bolhas isoladas, especialmente nos atópicos, onde as lesões são também mais extensas.
Outras manifestações são manchas avermelhadas associadas à púrpura (eritematopurpúricas) e nódulos.
Em consequência do prurido (coceira), geralmente intenso, o consequente ato de coçar gera escoriações (feridas de forma linear) cobertas por crostas hemáticas (resultante do ressecamento de sangue) ou melicéricas (consequente ao ressecamento de pus).
Estas últimas lesões denunciam infecção bacteriana secundária.
Tratamento da alergia à picada de inseto
O mais importante para o controle do estrófulo é a prevenção. Isso se faz de diferentes formas, como:
Uso de calça e camisa comprimidas
Mosquiteiro
Tela nas janelas
Aplicação frequente de repelente
Os repelentes mais conhecidos são à base de DEET, também muito úteis no combate às arboviroses, como a dengue.
Muito eficaz como repelente é a loção de permetrina, utilizada amplamente, também, no tratamento da escabiose.
Como em todo paciente portador de prurido, as unhas devem ser cortadas regularmente, duas vezes por semana, a fim de prevenir cicatrizes consequentes às escoriações na pele pelo ato de coçar.
O tratamento visa o controle do prurido. Isso é realizado com a aplicação de loção refrescante contendo mentol e os anti-histamínicos que geram sonolência, por via oral.
Os casos exuberantes são controlados através da ingestão de corticosteróide, sempre por curto período para prevenir seus graves efeitos colaterais. A aplicação de creme contendo corticosteróide não é eficaz.
Agora que você já sabe mais sobre alergia à picada de inseto, que tal continuar a leitura e aprender mais sobre as causas da pele seca?
A queratose seborreica, também conhecida como verruga seborreica ou senil, é um tumor benigno na pele (sinais escuros na pele) resultante da proliferação de células da epiderme, camada mais superficial da pele.
É uma das doenças da pele mais frequentes que surgem, normalmente, após os 50 anos, exceto na raça negra, quando pode se manifestar a partir da segunda década de vida.
Não existe prevalência do aparecimento desse tumor em relação ao sexo.
Continue lendo e saiba mais sobre a queratose seborreica.
O que causa a queratose seborreica?
Existe uma predisposição genética, principalmente para os casos com grande número de lesões e quando surgem muito precocemente, antes dos 20 anos. O tipo de herança é autossômico dominante, ou seja, risco de 50% de nascer com a doença
Predomina na pele exposta ao Sol, o que sugere uma participação do sol na indução desse tumor.
Manifestações clínicas da queratose seborreica
Inicialmente, surgem lesões planas e discretamente elevadas, superfície de aspecto aveludado, bem delimitadas, arredondadas, ovais ou como pápulas (carocinhos) discretamente elevadas.
Essas lesões têm cor castanho-claro, castanho ou preta e uma aparência de “colada” sobre a pele.
Com a evolução, podem se tornar mais espessas e de aspecto graxento além de surgirem comedões (cravos).
Têm diâmetro variado, desde poucos milímetros até um centímetro. Podem crescer e atingir grandes dimensões devido à coalescência de lesões, especialmente no couro cabeludo.
Surgem em qualquer local, exceto palma e planta.
Quando são em grande número, tendem a se dispor no sentido das linhas de força ou nas dobras da pele, quando assumem formatos lineares, principalmente no dorso.
Nas pessoas de pele escura, as lesões surgem precocemente, a partir da segunda década de vida, com tendência a serem muito numerosas, como pápulas lisas, enegrecidas, localizadas preferencialmente no rosto, no pescoço e menos no tórax, também conhecida por dermatose papulosa nigra.
A estucoqueratose é uma variante da ceratose seborreica, que acomete mais os homens idosos, localizada no dorso do pé, tornozelos e terço inferior das pernas.
Manifesta-se como pequenas pápulas de textura áspera, variando de cor esbranquiçada a levemente acastanhada.
Em consequência de predominar nas pessoas mais velhas e na pele exposta ao Sol, frequentemente está associada a ceratose actínica, elastose solar e outras alterações próprias da pele idosa.
Quando surge numerosas lesões de forma abrupta, pode denunciar câncer interno, principalmente do aparelho gastrointestinal, conhecido como sinal de Leser-Trélat.
Geralmente não causam prurido (coceira), exceto quando sofrem inflamação, consequente ao trauma.
As lesões muito escuras e que sofreram traumatismo podem simular o melanoma. Quando se localizam na região genital, e ao redor, devem ser diferenciadas do condiloma acuminado, doença de origem viral, transmitida sexualmente.
Diagnóstico
O diagnóstico da queratose seborreica pode ser confirmado com o dermatoscópio, aparelho que representa um “microscópio” aplicado sobre a pele, onde são observados muitos outros detalhes, além do que é observado no exame clínico.
Tratamento da queratose seborreica
A indicação do tratamento é apenas de ordem estética e exige o acompanhamento de um médico especializado.
As lesões planas ou discretamente elevadas e em pequeno número podem ser tratadas com a aplicação de ácido tricloroacético e de nitrogênio líquido (pequena duração), realizado apenas pelo dermatologista.
Essas mesmas lesões, quando em grande número, podem ser tratadas por meio do peeling médio, envolvendo a combinação de ácido tricloroacético e da solução de Jessner que também gera grande rejuvenescimento da pele.
As lesões elevadas podem ser removidas, preferencialmente, através de curetagem da lesão, método com menos chance de deixar cicatriz.
Não recomendamos outras modalidades de tratamento para essas lesões elevadas, como a crioterapia (aplicação de nitrogênio líquido) nem da eletrocauterização com bisturi elétrico, ainda muito utilizadas, pelo risco de desenvolver cicatrizes e manchas escuras ou claras, especialmente em pessoas de pele escura.
Agora que você já sabe mais sobre a queratose seborreica, que tal continuar a ler e tirar suas dúvidas sobre a teledermatologia?
A psoríase é uma doença que cursa com inflamação crônica da pele e de outros órgãos, como as articulações, o coração, os olhos e o intestino.
Ela afeta ambos os sexos igualmente, podendo iniciar em qualquer idade. Sua taxa de incidência varia de 0,5 a 11,4% entre os adultos e 0 a 1,4% nas crianças.
Acomete todos os países, porém tende a ser mais frequente naqueles mais distantes da linha do Equador (menor exposição ao sol). Tem sido observado uma tendência ao aumento do número de casos nas últimas décadas.
Os picos de incidência da psoríase são entre 30 e 39 anos e entre 50 e 69 anos. Afeta raramente pessoas da raça negra e amarela e é praticamente inexistente entre indígenas da América do Norte e do Sul.
Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a psoríase.
O que causa a psoríase?
A causa da psoríase permanece desconhecida, porém existe uma influência genética comprovada através de antecedentes familiares da doença em 40% dos casos.
Além disso, ela é mais frequente em gêmeos homozigóticos (gêmeos idênticos) do que em gêmeos dizigóticos, especialmente quando a doença surge antes dos 40 anos.
Hábitos de fumar, do sedentarismo, se alimentar de forma errada que gerem obesidade, além do alcoolismo, induzem ou agravam a psoríase.
O uso de alguns medicamentos também pioram a doença, como:
Lítio
Antimaláricos (cloroquina e hidroxicloroquina)
Betabloqueadores
Anti-inflamatórios não hormonais
Antibióticos (tetraciclina)
Infecções pela bactéria estreptococo B (beta) hemolítico originada da orofaringe (garganta) gera a forma clínica de psoríase gutata.
Os portadores do vírus do HIV tendem a ter formas mais graves da psoríase. A importância do estresse emocional como fator desencadeante ou agravante da psoríase é discutível.
A pele desses pacientes com HIV é mais sensível à reprodução da lesão de psoríase pelo atrito sobre a pele em consequência do prurido (coceira), comum nesses pacientes, conhecido como fenômeno de Koebner e que acontece em um terço dos pacientes.
A influência da vitamina D também é discutível, porém, mesmo assim, baixo nível dela tem sido observado nos pacientes portadores de psoríase.
Na patogenia, há uma aceleração do ciclo de multiplicação das células que compõem a epiderme, a parte mais superficial da pele.
O aumento da velocidade da migração das células da epiderme até a superfície da pele resulta no aparecimento de escamas na pele.
Acredita-se que esse trânsito acelerado das células esteja relacionado à atuação dos linfócitos T e outras células que compõem o sistema imunológico.
É observada em até 90% dos doentes. Caracteriza-se por placas elevadas e eritematosas (avermelhadas), cobertas por escamas secas, brancas ou prateadas e aderentes, com graus variados de infiltração, bem delimitadas, podendo variar de alguns milímetros até dezenas de centímetros de extensão.
Geralmente afeta a face de extensão dos membros superiores e inferiores, de forma simétrica, o couro cabeludo e a parte inferior das costas (região sacra).
Com menor frequência, pode atingir as dobras da pele, como das virilhas, das nádegas, períneo, abaixo das mamas e axilas, com ausência de escama, consequente ao atrito e sudorese na região.
Pode se sobrepor às lesões de dermatite seborreica em localização típica desta como no couro cabeludo, face, conduto auditivo e atrás das orelhas, conhecido como seboríase.
Os sintomas de prurido e queimação variam muito de intensidade, não sendo frequentes, exceto no couro cabeludo (85% dos casos). Eventualmente, pode atingir as mucosas e semimucosas (lábios, por exemplo).
Psoríase em gotas
Essa é a manifestação mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens. Manifesta-se pelo surgimento repentino de pápulas (carocinhos) avermelhados e cobertas por escamas, medindo de 0,5 a 1 cm de diâmetro, geralmente localizadas no tronco e raiz dos membros superiores e inferiores.
Frequentemente é precedida por infecção pelo estreptococo, localizada na orofaringe (garganta) e desaparece, na maioria dos casos, em 2 a 3 meses.
Psoríase eritrodérmica
Representa a forma mais extensa, onde ocorre uma generalização do eritema (vermelhidão) e com descamação variável.
Pode surgir a partir da psoríase vulgar ou, mais frequentemente, pela interrupção de corticosteróide por via oral ou intramuscular, ou em pacientes com HIV.
Essa vermelhidão em toda pele gera problemas de regulação da temperatura, como hipotermia ou hipertermia, sobrecarga sobre o coração, do fígado e dos rins e até septicemia (infecção bacteriana generalizada).
Psoríase palmoplantar
É a forma da psoríase limitada às palmas e plantas, na maioria dos casos, porém pode também se associar à psoríase vulgar.
Surgem lesões de hiperceratose (espessamento da pele) com escamas espessas e fissuras (feridas de forma linear). As fissuras podem ser dolorosas e dificultar o caminhar. São simétricas e poupam o cavo plantar.
Psoríase pustulosa
Manifesta-se como pústulas (bolhinhas amareladas de pus) com distribuição localizada ou generalizada. A forma localizada acomete preferencialmente os dedos das mãos e menos frequentemente os dos pés ou palmas e plantas.
A forma generalizada consta de pústulas em todo corpo a partir da psoríase vulgar e é desencadeada pela interrupção de corticóide por via oral, hipocalcemia (baixa do cálcio no sangue), infecções ou irritação da pele por contato com substâncias.
Geralmente existe comprometimento do estado geral, manifestado por astenia (moleza do corpo), anorexia (falta de apetite), febre alta e leucocitose (elevação dos glóbulos brancos, revelada no hemograma).
A erupção é de aparecimento súbito e a disseminação rápida na pele, porém, comumente, persiste durante poucas semanas como tal e evolui para a forma eritrodérmica ou retorna à forma vulgar.
Psoríase ungueal
As alterações nas unhas surgem, na maioria dos casos, após as lesões na pele, porém podem ocorrer simultaneamente ou preceder a psoríase cutânea.
Ocasionalmente, as alterações ungueais são a única manifestação da doença. A alteração mais frequente são as depressões cupuliformes, também conhecidas como pits ungueais ou unhas em dedal.
Outras alterações são a onicólise (separação da unha do leito ungueal) espessamento das unhas conhecido como hiperceratose subungueal e “mancha de óleo” dando um aspecto amarelado à unha , além de pequenas hemorragias de forma linear.
Nos casos mais avançados, pode chegar à destruição das unhas.
O acometimento da unha aumenta com a idade, com a duração e com a extensão da doença. Frequentemente, se associa à artrite psoriática (inflamação das articulações) nos dedos das mãos e dos pés e da coluna vertebral.
Comorbidades da psoríase
Chamamos de comorbidades da psoríase a associação dela com outras doenças.
Vale ressaltar que atualmente a psoríase é considerada uma doença que afeta outros órgãos por ser um distúrbio inflamatório multissistêmico.
A artrite psoriática é comum e a maioria dos pacientes tem envolvimento da pele simultaneamente, embora a artrite anteceda a doença da pele na minoria dos casos.
O envolvimento simultâneo das unhas também é comum. Os sintomas frequentes incluem:
Dor nas articulações e nas costas
Rigidez nas articulações (particularmente ao acordar), com duração maior de 30 minutos
Acomete as articulações dos dedos das mãos e dos pés
e os tendões que se inserem nos ossos. Os casos mais graves determinam grandes mutilações e deformidades das articulações.
Também pode ocorrer inflamação das articulações da coluna vertebral, conhecida como espondiloartrite, incluindo sacroileíte e espondilite, geralmente associada com comprometimento das articulações dos dedos das mãos e dos pés, porém pode ocorrer de forma isolada em 2 a 4% dos casos.
A psoríase está frequentemente associada à obesidade, especialmente os casos severos. Inversamente, a obesidade também predispõe a essa patologia.
A relação entre a obesidade e a psoríase é de que ambas representam doenças que geram substâncias chamadas citocinas, as quais acarretam inflamação de todo organismo, citada no texto abaixo.
A perda de peso facilita o tratamento da doença por exigir menores doses dos medicamentos, como as das ciclosporina.
Outra comorbidade é a síndrome metabólica, uma constelação de fatores de risco associados ao diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Pacientes com psoríase são mais propensos a desenvolver a síndrome metabólica e o risco de falecer em consequência de doença coronariana é três vezes maior. Essa síndrome é a maior causa de morte.
A presença de três ou mais dos tópicos abaixo constitui o diagnóstico de síndrome metabólica:
Circunferência da cintura do abdômen elevada: igual ou maior que 102 centímetros no homem e na mulher igual ou maior de 88 centímetros
Pressão arterial elevada ou tomando medicamento para combatê-la
Glicemia de jejum elevada ou recebendo remédio para baixá-la
Triglicerídeo elevado ou tomando remédio para baixá-lo
Colesterol alterado ou tomando remédio para combatê-lo
Tanto a psoríase quanto a obesidade podem contribuir para a síndrome metabólica por meio dos efeitos de citocinas e adipocinas pró-inflamatórias associadas a esses distúrbios na regulação da glicose, estado lipídico (gordura no sangue) e função endotelial (membrana que reveste os vasos sanguíneos).
Essa membrana, quando alterada, gera infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame). Como já mencionado, a síndrome metabólica é aceita como fator de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Assim, a psoríase pode servir como um marcador para o aumento de risco de morbidade e mortalidade associada a essas doenças.
Ela também está associada a um risco aumentado para o desenvolvimento de doença vascular por gerar acúmulo de placas de ateromas (gordura) na parede dos vasos, como as doenças:
Cardiovasculares (infarto do miocárdio)
Cerebrovasculares (acidente vascular cerebral)
Vasculares nos membros (amputação dos membros por deficiência da circulação das artérias)
Existe ainda um maior risco de paciente com psoríase grave de desenvolver câncer, especialmente:
Cavidade oral
Esôfago
Fígado
Laringe
Rim
Pâncreas
Colo
Reto
Linfoma não-Hodgkin
As doenças autoimunes também estão associadas a essa patologia como alopecia areata, doença celíaca, esclerose sistêmica, doença de Crohn, vitiligo, entre outras.
Também está relacionada à:
Arritmia cardíaca
Doença pulmonar obstrutiva crônica
Esteatose hepática (gordura no fígado)
Alterações mentais, como depressão, ansiedade, baixa autoestima, ideação suicida, disfunção sexual e transtorno de comportamento
Alterações oculares, como blefarite (inflamação das pálpebras), conjuntivite, lesões da córnea e uveíte, podem ocorrer com frequência aumentada na psoríase.
Pode ser a primeira manifestação da AIDS ou pode surgir após a mesma. Nessa associação, é frequentemente severa, especialmente quando cai a imunidade durante a evolução da AIDS. Envolve as palmas e as plantas e até toda a pele (eritema ou vermelhidão conhecido como eritrodermia).
Também pode atingir as unhas e as articulações (gera inflamação conhecida como artrite).
Evolução e prognóstico
A evolução da psoríase é imprevisível e muito variável de pessoa para pessoa.
Os pacientes portadores do tipo I, ou seja, aqueles que iniciaram a doença antes de 40 anos, apresentam maior incidência familiar, doença mais severa, mais resistente ao tratamento e mais recorrente, comparado aos que iniciam após os 40 anos.
Tratamento da psoríase
Durante o tratamento, o médico deve esclarecer ao paciente a natureza crônica e as recidivas da psoríase, antes de iniciar qualquer tratamento, e estimular a exposição ao Sol, porém de forma moderada.
Os pacientes com doença localizada, devem ser tratados com corticosteróides aplicados na pele nas apresentações em creme, adesivo plástico e pomada.
No couro cabeludo o corticosteroide deve ser aplicado nas apresentações em gel, espuma, solução e xampu. Tem ação anti-inflamatória e de combate ao prurido (coceira).
Outras alternativas para o tratamento por via cutânea são os imunomoduladores tópicos como o tacrolimo (pomada) e o pimecrolimo (creme) por terem também ação anti-inflamatória e, portanto, podem substituir os corticosteroide para prevenir os efeitos colaterais deste quando usados de forma prolongada, como a atrofia da pele.
Outra alternativa é o calcipotriol, derivado da vitamina D, de uso isolado ou de forma associada ao corticosteróide na mesma pomada.
A psoríase disseminada pode ser tratada primeiramente com fototerapia que utiliza a irradiação de luz derivada do Sol, onde o paciente entra em uma cabine. Esse método pode ser utilizado como tratamento isolado ou combinado ao tratamento de uso tópico ou sistêmico (oral, por exemplo).
Os casos onde as lesões não são muito espessas (escamas discretas), a fototerapia consta apenas da radiação ultravioleta B. Nos pacientes que apresentam lesões muito exuberantes, é aplicado irradiação ultravioleta A, associada ao medicamento psoraleno, por via oral.
Outras opções para os casos muito severos são a ingestão de metotrexato (o mais barato), ciclosporina e acitretina.
Quando o paciente não responde a nenhum tratamento, se recorre aos imunobiológicos, medicamentos que atuam diretamente no sistema imunológico, já que este tem importante participação na patogênese da doença.
Esses medicamentos são mais eficientes e os mais caros (o Governo e os planos de saúde financiam), porém exigem um acompanhamento cuidadoso em relação ao controle de infecções, especialmente a tuberculose (muito comum no Brasil), induzidas por esses medicamentos.
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A escabiose, também conhecida como sarna, é uma doença contagiosa, reconhecida como tal há séculos. Ela é relativamente comum e tem evolução cíclica, principalmente nos países desenvolvidos, onde o intervalo entre os ciclos é de 10 a 15 anos.
Não tem preferência por idade, raça, sexo e condição socioeconômica, apesar de haver relatos de ser comum em países pobres.
Acomete, principalmente, a América Latina e a região do Pacífico e há um total de 100 milhões de pessoas afetadas pela doença no mundo.
A escabiose é frequente em locais de grande aglomeração, como presídios e asilos. Continue lendo nosso post e confira mais informações sobre essa doença.
Essa doença, portanto, passa apenas de homem para homem, poupando os animais.
No caso da sarna animal, ela é causada por outras espécies que parasitam esses seres.
São espécies específicas, portanto, o parasita de cada espécie afeta apenas o mesmo tipo de animal.
Após o acasalamento, o macho morre, a fêmea penetra e se desloca na parte mais superficial da pele, a epiderme.
Durante esse percurso que dura de 4 a 6 semanas, põem de 40 a 50 ovos. Esses ovos se transformam em parasitas adultos em 5 a 6 dias.
O número de parasitas, chamados de ácaros, em cada indivíduo é de 10 a 15. Em contraste, esse número na escabiose norueguesa pode atingir milhões em consequência da doença acometer pessoas com baixa imunidade, como nos portadores de HIV.
Como ocorre a transmissão?
A transmissão da escabiose ocorre em decorrência do contato prolongado e direto de pele com pele, como ocorre entre membros de família e casais, sendo pouco provável a transmissão consequente a contato casual.
Os parasitas podem sobreviver fora do hospedeiro durante 24 a 36 horas, tempo insuficiente para a doença ser transmitida. Portanto, é pouco provável a transmissão a partir de fômites como vestimentas, roupa de cama e outros objetos.
A exceção a isso é a contaminação acontecer em ambientes frequentados por paciente portador da sarna norueguesa, devido ao elevado número de parasitas, eliminados no local.
Manifestações clínicas da escabiose
O prurido (coceira) é a manifestação proeminente da escabiose. Ela surge 3 a 4 semanas após a contaminação, exceto em consequência de reinfecção, quando é imediato.
As lesões e o prurido (coceira) são devidos a 2 mecanismos: o primeiro, ao deslocamento da fêmea na pele e o segundo pela resposta imunológica do indivíduo à presença do parasita.
O primeiro, explica o prurido ser maior à noite e ao acordar, consequente ao deslocamento da fêmea na pele, estimulado pelo calor da cama. Esse deslocamento na pele gera uma lesão linear, serpiginosa, medindo 1 centímetro, de cor acinzentada e com uma lesão ao final do túnel, onde se encontra a fêmea
Essa “casinha” da fêmea tem um formato de pápula-vesícula (carocinho e bolhinha d’água)
Raramente essa lesão é vista devido à sua destruição pelo ato de escoriar (arranhar a pele) em consequência de coçar. O seu pequeno tamanho também contribui para dificultar sua visualização.
O segundo mecanismo, o imunológico (alérgico), gera maior número de lesões, manifestado por pápulas (carocinhos),
vesículas (bolhinhas d’agua) e pústulas (bolhinhas de pus), as duas últimas afetando, preferencialmente, as crianças.
O segundo mecanismo também explica a persistência do prurido mesmo após a cura, além do reinício do prurido em um a três dias, na reinfecção.
Uma variedade da doença, menos frequente, é a forma nodular, manifestada por pápulas (carocinhos) de maior tamanho, localizadas no pênis, bolsa escrotal, umbigo e axilas.
Nos pacientes com baixa da imunidade, como acontece na AIDS e doenças autoimunes (como lúpus eritematoso), o número de parasitas é muito maior. Manifesta-se por escamas espessas, localizadas, preferencialmente, no couro cabeludo, nas mãos e nos pés. As unhas se tornam espessadas.
A escabiose, geralmente, envolve vários locais da pele, sendo os mais frequentes:
As mamas, especialmente nas mulheres
Dobras anteriores e posteriores das axilas
Pênis e bolsa escrotal
Ao redor do umbigo
Cintura
Face flexora dos pulsos
Face lateral e entre dedos das mãos
Parte inferior das nádegas
Coxas
Nas crianças podem se localizar, caracteristicamente, nos pés, na parte posterior do tronco e na cabeça.
Como qualquer doença que curse com prurido, pode complicar com infecção bacteriana, consequente às escoriações pelo ato de arranhar a pele.
Tratamento da escabiose
O tratamento da escabiose pode ser realizado através de medicamentos na pele e por via oral, devendo haver o acompanhamento médico.
No primeiro, é comum haver a aplicação de permetrina, em loção, durante duas noites, em toda a pele e reaplicar após uma semana.
O tratamento por via oral deve ser feito com a ivermectina e também repetir o tratamento após uma semana. Toda família deve ser tratada, independentemente de ter coceira ou não.
Alguns médicos aconselham o uso simultâneo das duas medicações, especialmente na escabiose norueguesa, por conter maior número de parasitas.
Se houver complicação com infecção bacteriana, deve ser administrado, por via oral, antibióticos que atinjam o estafilococo, como a cefalosporina.
Agora que você sabe mais sobre a escabiose, que tal continuar a leitura e saber mais sobre a pele seca?
A erisipela é uma infecção bacteriana muito comum na pele. Ela resulta da penetração de bactérias através de feridas, gerando inflamação, dor e sintomas gerais como febre.
A celulite representa a mesma infecção, porém atinge a parte mais profunda da pele, o tecido adiposo.
O abscesso também é uma variedade dessa infecção e consiste em uma coleção de pus na parte inferior da pele, incluindo a derme e a hipoderme.
Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a erisipela.
Incidência da erisipela
A erisipela é frequente nos idosos e pessoas de meia-idade, porém pode atingir também as crianças. A incidência é de 200 casos por 100.000 habitantes e é mais frequente no verão.
Os fatores predisponentes associados à erisipela são:
Ruptura da barreira da pele gerada por traumas como:
Feridas provocadas por trauma na pele
Úlceras de pressão (escaras de decúbito)
Úlceras de perna por insuficiência venosa (veias)
Picada de inseto
Injeção de drogas ilícitas
Inflamação da pele decorrente de eczema, radioterapia e psoríase
Remoção de gânglios linfáticos em tratamento de metástase, como o de mama
Imunodeficiência (diminuição da imunidade), como diabetes ou infecção pelo HIV
Infecções prévias da pele, como varicela (catapora) e impetigo
Contato íntimo com pessoas portadoras de estafilococo resistentes à metacilina
Há ainda a associação com edema decorrente de comprometimento da drenagem linfática por safenectomia (remoção da veia safena da perna para cirurgia de substituição de vasos do coração consequente ao infarto do miocárdio).
Outro fator predisponente são as fissuras entre dedos dos pés, especialmente entre o quarto e quinto dedos, decorrente de dermatofitose, também conhecida como tinha (pé de atleta) e que, frequentemente, passam despercebidas.
O que causa a erisipela?
A bactéria responsável pela maioria dos casos de erisipela é o estreptococo beta hemolítico do grupo A seguido pelo Estafilococo aureus e raramente por bacilos aeróbios Gram-negativos e bactérias anaeróbias.
Os pacientes com imunidade baixa, como os portadores de HIV, estão muito mais susceptíveis a um grande número de outras bactérias.
O abscesso está relacionado, principalmente, ao Estafilococo aureus, porém, pode ser causado por mais de uma bactéria, simultaneamente, incluindo Estafilococo aureus, Estreptococo e bactérias gram-negativas, estas últimas, quando localizadas ao redor da boca, do ânus e na área genital.
Manifestações clínicas da erisipela
A erisipela se manifesta como área avermelhada, com edema (aumento de volume da região), petéquias (hemorragias na pele) e até bolhas, bem como dor e calor na pele. As bordas da lesão são bem delimitadas.
A pele pode estar infiltrada, ou seja, elevada por inchaço.
Está geralmente localizada em uma perna e sendo menos frequente no rosto e na orelha. Sempre apresenta manifestações gerais de calafrio, febre, cefaléia (dor de cabeça), astenia (sensação de fraqueza) e anorexia (falta de apetite).
A celulite representa a mesma infecção, porém atinge maior profundidade da pele, inclusive o tecido celular subcutâneo (gordura). Ao contrário da erisipela, as bordas da lesão são borradas.
A celulite apresenta uma evolução mais indolente enquanto a erisipela tem início mais abrupto.
Manifestações adicionais da celulite são linfangite (inflamação dos vasos linfáticos) manifestada como mancha avermelhada de forma linear, partindo da mancha da celulite.
Além disso, pode haver comprometimento dos gânglios linfáticos, que se manifesta por aumento de tamanho, especialmente na região inguinal (virilhas).
Crises repetitivas de erisipela geram edema persistente nas pernas, consequente à agressão aos vasos linfáticos.
A pele adquire aspecto rugoso (lesões verrucosas) consequente à repetição das crises e que é devido à persistência de porta de entrada do Estreptococo em ferimento entre os dedos dos pés mantido pela infecção pelo fungo dermatófito (tinha), o conhecido pé de atleta.
Outras complicações da erisipela, celulite e abscesso são a septicemia (disseminação da bactéria para o sangue), endocardite (infecção comprometendo o coração) e artrite séptica (infecção nas articulações).
Exames complementares
Fazer a testagem através da identificação da bactéria pela da cultura bacteriana além do antibiograma (identificação das bactérias sensíveis a serem mortas pelos antibióticos) da pele ou no sangue pode ser necessário nos casos graves de erisipela, especialmente quando se suspeita de infecção que se generalizou para o organismo ou que não respondeu ao tratamento com os antibióticos considerados, rotineiramente, eficazes.
A ultrassonografia é útil para identificar abscesso. A ressonância magnética serve para distinguir entre celulite e osteomielite (infecção no osso).
Em pacientes com celulite recorrente, testes sorológicos para o Estreptococo beta-hemolítico devem ser realizados, como os de anti estreptolisina O, anti deoxiribonuclease B, e anti hialuronidase.
Os dois últimos citados são mais confiáveis do que o primeiro (anti estreptolisina O).
Tratamento da erisipela
O tratamento da erisipela exige o acompanhamento por um médico especializado para evitar as complicações citadas acima.
Os pacientes devem ser tratados com antibiótico que atuem contra o estreptococo, inicialmente, por via oral, como:
Cefadroxila
Dicloxacilina
Amoxicilina
Associação de tripetoprima com sulfametoxazol
Clindamicina
As indicações da administração parenteral (injetável) são:
Manifestações de sintomas gerais que revelam o comprometimento de todo organismo, como febre superior a 38 graus, hipotensão (baixa pressão arterial) ou taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos)
Progressão rápida do eritema (vermelhidão) na pele
Rápida progressão das manifestações, além de 48 horas do início do antibiótico por via oral
Intolerância ao antibiótico oral
Erisipela severa
Morbidades associadas à baixa da imunidade, como AIDS e transplantados de órgãos
Os principais antibióticos utilizados, baseado nas indicações acima, são cefazolina, ceftriaxona ou flucloxacilina.
O uso de antibiótico por via intramuscular para prevenir recidivas da erisipela ocorrem nas seguintes condições:
Edema consequente ao comprometimento da drenagem linfática
Insuficiência venosa
Obesidade
Imunossupressão (baixa da imunidade)
Fissuras (feridas) entre dedos dos pés por dermatófito (pé de atleta)
Nos casos de erisipela de repetição que tende a gerar grande deformidade da perna, a penicilina G Benzatina, por via intramuscular, deve ser reaplicada a cada 3 semanas durante muitos anos.
As pernas devem ser elevadas frequentemente, além de fazer a hidratação diária da pele.
É importante ressaltar que a automedicação pode ter efeitos contrários dos desejados. Por isso, é importante fazer o acompanhamento com um dermatologista. Marque sua consulta conosco e saiba qual o melhor tratamento para o seu caso de erisipela.
É inaceitável que tantas pessoas sejam ainda mutiladas, especialmente na face, e morram em consequência do câncer de pele, considerando que esse é um tumor à vista de todos, ao contrário dos outros tipos que, quando se manifestam, já se encontram em estágio avançado, muitas vezes incuráveis.
O câncer de pele é o tumor maligno mais frequente e nós, dermatologistas, observamos um grande aumento do número de casos.
O maior exemplo da importância de educar a população para se proteger do câncer de pele é a Austrália, país com alto percentual de pessoas com pele branca, vivendo num país com alta intensidade de Sol.
Lá, houve um grande aumento da sobrevida de pessoas portadoras de melanoma, o câncer de pele mais agressivo, em consequência de intensa campanha educativa, principalmente, na televisão.
O que causa o câncer de pele?
O Sol é responsável por 90% dos cânceres de pele e as pessoas mais sensíveis a ele são as de pele branca, com sardas, olhos e cabelos claros e os que sofrem influência hereditária, ou seja, que têm outras pessoas na mesma família que tiveram essa doença
Independentemente da cor da nossa pele, devemos nos proteger do Sol durante todo o dia e evitar a exposição direta no horário de 10 horas da manhã às 4 horas da tarde, período com maior quantidade de raios solares cancerígenos, que são os ultravioletas B.
Também é recomendado aplicar o filtro solar 30 minutos antes de sair de casa e reaplicá-lo a cada 2 horas, independentemente de haver exposição direta ou não.
A aplicação do filtro solar deve ser iniciada a partir de 6 meses de vida, já que as pessoas que o aplicam regularmente nos primeiros 18 anos têm 78% menos chance de desenvolver câncer de pele na vida adulta.
Quando suspeitar de ser portador de câncer de pele?
Suspeite de ser portador de câncer de pele se surgir ferida na pele exposta ao Sol que não cicatrize, principalmente se tiver pele branca e for idoso.
O melanoma é o câncer de pele mais perigoso, responsável por 67% das mortes, porém se for tratado precocemente, é totalmente curável.
Um fator de suspeita do melanoma é o surgimento de um sinal que seja assimétrico, ou seja, que não possa ser dividido ao meio. Outros fatores que devem ser avaliados são:
Pintas com bordas irregulares, como se um pigmento derramasse ao redor do tumor
Sinais com cores diferentes
Diâmetro que ultrapasse o de uma caneta
Esses quatro fatores são conhecidos como a regra do A, B, C, D para auxiliar na memorização:
Assimetria
Bordas
Cor
Diâmetro
Nossa ONG, o Instituto ProntoPele, tem o compromisso de oferecer educação continuada, durante todo ano, pela consciência da grande desinformação do povo brasileiro em relação à prevenção e ao reconhecimento precoce do câncer de pele. Por isso, nosso compromisso é com o Ano Laranja, e não apenas o Dezembro Laranja por meio de ações educativas, semanalmente, como palestras.
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O vitiligo é uma doença de pele relativamente comum, manifestada por mancha acrômica (mancha branca) por perda total da cor.
Ela ocorre em consequência do acometimento dos melanócitos, as células que produzem a melanina e causa manchas com limites bem definidos.
Afeta todas as etnias, compromete 0,5 a 2% da população mundial e não apresenta predomínio por sexo. É a mais frequente do grupo das doenças com perda do pigmento da pele.
Predomina entre 10 e 30 anos, apesar de 25% dos casos surgirem antes dos 10 anos.
O que causa o vitiligo?
A causa do vitiligo é desconhecida, mas existem várias teorias tentando explicar, sendo mais aceita a participação de vários fatores envolvidos e interligados:
Hereditariedade
Cerca de 20% dos pacientes têm algum parente de primeiro grau afetado. Existe uma coincidência de apenas 23% entre gêmeos homozigóticos (idênticos) e esse fato demonstra a importância de fatores ambientais na indução da doença.
O risco relativo de familiares de primeiro grau de desenvolverem a doença é de 7 a 10 vezes. Existe uma maior suscetibilidade ao vitiligo e melanoma determinado pela desregulação genética da vigilância imunológica que afeta ambas doenças.
Autoimunidade
Essa é uma das teorias mais aceitas.
A desregulação do sistema imunológico gera perda da capacidade dele reconhecer o que é do próprio organismo.
No caso do vitiligo, o sistema imunológico, nosso “vigia”, passa a não reconhecer o melanócito, a célula que produz a melanina, responsável pela cor da pele, e o destrói.
Essa teoria é reforçada pela associação do vitiligo com outras doenças autoimunes, como:
Quando o vitiligo está associado a essas doenças autoimunes, tem maior risco de se disseminar para toda a pele.
Hipótese neurogênica
Sugere que as terminações nervosas na pele liberem substâncias que inibam ou causem danos aos melanócitos.
Essa possibilidade é sugerida pela coincidência de casos de vitiligo seguirem, aparentemente, o trajeto dos nervos (vitiligo segmentar), além da constatação de lesão nos nervos, através de microscopia eletrônica.
Hipótese autotóxica
Ocorreria a autodestruição dos melanócitos por falha nos mecanismos de autodepuração de produtos derivados da melanina que teriam efeitos tóxicos sobre essas células.
Essa hipótese nasce da constatação clínica de lesões indistinguíveis do vitiligo desencadeadas por produtos químicos de comprovada ação tóxica aos melanócitos.
Manifestações clínicas do vitiligo
O vitiligo manifesta-se, no início, apenas por perda parcial do pigmento melanina, especialmente no rosto, dificultando o diagnóstico.
Queimadura solar severa, gravidez, trauma na pele e estresse emocional podem desencadear a doença.
A sua evolução é imprevisível. As lesões podem permanecer estáveis ou progredir lentamente durante anos.
Na maioria dos casos, a extensão e a distribuição das lesões são modificadas pelo crescimento das lesões ou por aparecimento de novas.
A progressão da doença é mais provável nos pacientes com história familiar de vitiligo, um tempo de duração maior da doença e o comprometimento das mucosas.
Pode se instalar rapidamente em alguns meses, de maneira progressiva, permanecendo instável por vários anos.
As manchas predominam na pele mais rica em melanócitos e sujeitas a atrito, como:
Face
Axilas
Regiões inguinais (virilhas)
Genital
Dorso das mãos
Aréola da mama
Pés
Joelhos
Cotovelos
A distribuição das lesões tende a ser simétrica. Também pode seguir a distribuição de dermátomo, ou seja, seguindo as linhas de força da pele, unilateral, geralmente no rosto (segue trajeto do nervo trigêmio), conhecido como vitiligo segmentar.
Este surge geralmente na infância e raramente se propaga para outros locais.
Os pelos da mancha permanecem com a cor normal por um tempo, porém tendem a se tornar brancos com o avançar da doença, conhecido como poliose e afetando a cabeça, sobrancelhas e cílios.
Essa mudança é indicador de mau prognóstico em relação à repigmentação por ser o pelo o maior estoque de melanina. A margem da lesão é mais escura do que a pele ao redor.
A repigmentação espontânea, que ocorre em 10 a 20% dos casos, é determinada por alguns fatores.
Regiões ricas em pelo, como o rosto, têm bom prognóstico, enquanto mucosas, ponta dos dedos e sobre saliências ósseas como cotovelos, maléolos e articulações dos dedos das mãos, são difíceis de voltar à cor normal.
Os casos com tempo de evolução inferior a 2 anos são mais fáceis de curar e, por isso, o tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível.
As crianças apresentam mais facilidade de curar do que os adultos, assim como as pessoas de pele escura. A recuperação da cor geralmente se inicia ao redor do pelo.
Outras patologias como a uveíte (inflamação no olho) e cabelos brancos prematuros podem ocorrer. O vitiligo pode chegar a atingir quase toda a pele.
Pode ainda ocorrer surdez e aumento de 3 vezes a probabilidade de câncer de pele, inclusive de melanoma. Este último tem melhor prognóstico (menos chance de metástase) quando associado ao vitiligo.
Efeito psicológico do vitiligo
O vitiligo tem efeito devastador no lado psicológico dos pacientes, especialmente nas mulheres e nas pessoas de pele escura.
As crianças sofrem severo trauma psicológico, comprometendo o relacionamento social e o desenvolvimento emocional.
Em países como o Brasil, com alta incidência de hanseníase, os pacientes sofrem muito as consequências de preconceito por ser confundida com o vitiligo.
Tratamento do vitiligo
É uma doença de difícil tratamento e o prognóstico depende dos fatores enumerados acima.
A resposta ao tratamento é melhor avaliada após completar 3 meses. O rosto, pescoço, tronco e membros (exceto mãos e pés) respondem melhor, enquanto os lábios, genital e extremidades dos membros são mais resistentes.
A repigmentação é iniciada, além de ao redor dos pelos, também na periferia da mancha.
A escolha do tratamento depende de vários fatores, como:
O tipo de vitiligo
A extensão
A localização
Se está em atividade de expansão
A idade
O fototipo (cor da pele)
O efeito na qualidade de vida do paciente
A motivação
O poder econômico
O caso com poucas lesões pode ser aplicado corticosteróide ou imunomoduladores, como pimecrolimo e tacrolimo, estes 2 últimos, preferencialmente no rosto.
Muito eficiente e a mais utilizada é a fototerapia, tratamento que utiliza radiação derivada do Sol, emitida dentro de uma cabine
Esta última, quando associada a outras modalidades de tratamento, pode ser muito efetiva. A aplicação do excimer laser é muito eficaz apesar de ser muito caro.
Se não houver resposta e tiver evolução superior a 1 ano, deve ser realizada cirurgia através de retirada de pele normal em local coberto e enxerto na mancha.
Os casos que apresentam evolução muito rápida, devem ser tratados com ingestão de corticosteróide em baixas doses, evitando o uso prolongado e sempre acompanhados pelo dermatologista para prevenir os efeitos colaterais.
O vitiligo segmentar deve ser tratado da mesma maneira que o localizado.
Os casos extensos exigem a fototerapia, sendo preferível associar ao tratamento de aplicação tópica
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A verruga viral é uma doença da pele provocada pela transmissão do vírus papiloma vírus (HPV), atingindo a pele e as mucosas.
É uma doença muito vista no consultório do dermatologista e é comum nas crianças, sendo a manifestação clínica mais frequente do vírus HPV.
Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a verruga viral.
Incidência da verruga viral
O HPV é o vírus mais comum que habita a pele, sem predileção por sexo ou raça.
Infecta 5% da população e apresenta grande aumento de incidência naqueles com a imunidade diminuída, como os transplantados de órgãos, especialmente nos transplantados renais.
Representa 10% da consulta do dermatologista, sendo que a verruga vulgar e a plantar constituem 90% delas.
Predomina nas crianças e adolescentes os casos relacionados às verrugas na pele, porém as lesões localizadas nos genitais (pele e mucosa) são mais comuns nos adultos jovens, mais ativos sexualmente.
Qual é a causa da verruga viral?
Existem mais de 200 subtipos do vírus HPV causadores da verruga viral que podem se instalar em qualquer parte da pele e são transmitidos através do contato direto e favorecido pelo trauma e maceração, explicando a maior ocorrência em manipuladores de carne, peixe e aves.
Nas mucosas, a principal maneira de transmissão é através do ato sexual.
As condições do hospedeiro também são importantes, relacionadas à diminuição da imunidade por doenças, como a AIDS e a dermatite atópica, e por medicamentos como os utilizados para evitar a rejeição de transplante de órgãos.
Nesses pacientes com imunidade baixa, além de terem uma tendência a serem mais numerosas e de recidivarem mais após o tratamento, têm maior poder de gerar lesões malignas, especialmente quando associadas aos subtipos virais 6, 11, 16 e 18.
O reservatório do vírus está localizado na própria verruga e na pele aparentemente sã. A transmissão por contiguidade é mais frequente nas mucosas
Manifestações clínicas da verruga viral
O período de incubação não está bem determinado devido à impossibilidade de o vírus ser cultivado, porém, é possível que seja entre 2 a 6 meses.
A involução espontânea da verruga viral é mais frequente em crianças do que em adultos, ocorrendo em dois terços das crianças e demorando até alguns anos nos adultos.
Os pacientes com imunidade preservada tendem a ter mais chance de desaparecimento espontâneo das lesões, porém a recidiva é frequente.
Existem variações clínicas das verrugas, como a vulgar, a plantar, a filiforme e a plana, dependendo da forma das lesões e da localização ser na pele ou nas mucosas.
Há ainda uma correlação entre tipos clínicos e subtipos virais. Assim, por exemplo, as verrugas vulgares e plantares estão associadas aos subtipos 1, 2 e 4.
Saiba mais sobre cada uma das variações clínicas da verruga viral:
Verruga vulgar
Responsável por 70% dos casos, se manifesta por pápula (carocinho) de superfície áspera (rugosa), dura, e com pontos enegrecidos, consequente à trombose de pequenos vasos sanguíneos.
Localiza-se geralmente nos dedos das mãos e dos pés, especialmente, ao redor das unhas, além de cotovelos e joelhos, muito frequente nas crianças.
Podem permanecer isoladas, se tornar numerosas ou coalescer para formar lesões maiores, em placas.
As lesões localizadas na face palmar dos dedos das mãos e palmas são dolorosas. Tem evolução muito variável em relação à involução
Verruga plana
Essa variação clínica da verruga viral manifesta-se por pequenas pápulas de superfície lisa, com superfície achatada ou discretamente elevadas, geralmente em grande número, comum nas crianças
Localiza-se no dorso das mãos, nos antebraços e na face. É comum as lesões adquirirem uma disposição linear, consequente à reprodução da lesão devido ao trauma, conhecido como fenômeno isomórfico de Koebner.
Verruga plantar
É a segunda forma clínica mais frequente, conhecida popularmente como “olho de peixe”.
Quando se localiza nas áreas de maior pressão, como calcanhares ou metatarso, pode ser confundida com um calo. Diferencia-se deste por ter sua parte central com aspecto áspero e perda dos dermatóglifos (linhas naturais da pele), podendo apresentar pontos enegrecidos, estes últimos indicadores de início de desaparecimento da verruga, além de ser cercada por anel de textura mais lisa.
São dolorosas, principalmente durante o caminhar.
As lesões podem ser únicas ou em maior número, podendo confluir e formar placa superficial. Quando se aprofunda na pele é conhecida como mirmécia.
O aparecimento de pontos enegrecidos em sua superfície, consequente à trombose dos capilares na superfície da pele, denuncia involução espontânea.
Verruga filiforme
Essa verruga viral tem crescimento que atinge maior altura, tomando formato de dedos (digitiforme). Localiza-se ao redor de orifícios da face, como boca e olhos, além do couro cabeludo. Tende a ser única e comum nas crianças.
Condiloma acuminado
Popularmente conhecida como crista de galo, está mais relacionada aos subtipos de HPV tipo 6 e 11, se localiza em diferentes partes do corpo, como:
Parte externa do genital, masculino e feminino
Períneo (região entre o genital e anus)
Ânus e ao seu redor
Região inguinal
Púbis
Pode se estender para a uretra e o colo uterino. Manifesta-se por lesões vegetantes, friáveis, avermelhadas, únicas ou múltiplas e podendo confluir, semelhante à couve-flor, quando localizada na mucosa genital, quando perdem o aspecto áspero das verrugas.
Adquire aspecto semelhante ao das verrugas quando acomete a pele ao redor do genital.
Papulose bowenóide
Manifesta-se como pequenas pápulas escuras, assintomáticas, localizadas no pênis e na vulva. Pode ser confundida com condiloma acuminado.
Mais importante ainda, revela células atípicas (células de câncer) na epiderme (parte mais superficial da pele), porém não se transforma nessa doença se o indivíduo não tiver baixa da imunidade, ao contrário do que acontece, por exemplo, nos portadores do HIV.
Eritroplasia de Queyrat
Essa verruga viral é relacionada aos subtipos de HPV com maior potencial de estimular a transformação em carcinoma epidermóide (câncer de pele). Manifesta-se por placa infiltrada, avermelhada, bem delimitada, na glande ou no prepúcio.
Por representar um carcinoma “in situ”, ou seja, revelar células de câncer na parte mais superficial da pele, a epiderme, onde ainda não existe risco de metástase, deve ser removida para evitar que se estenda à parte mais profunda da pele, quando se transforma num verdadeiro câncer de pele.
Transformação maligna
Pode se transformar em carcinoma epidermóide com pouco potencial de agressividade, quando associada aos subtipos de HPV 6 e 11, existentes no condiloma acuminado e com alto risco de transformação maligna quando associada com os subtipos 16 e 18.
Tratamento da verruga viral
Recomenda-se que o tratamento da verruga viral seja auxiliado por um médico especializado que irá indicar as melhores técnicas para sua remoção com segurança.
Pode ser utilizado substâncias que destruam as células da verruga e, indiretamente, também o vírus, como:
O ácido salicílico
O ácido tricloroacético
A podofilina
A podofilotoxina
O 5-fluoruracil
O imiquimod
Os procedimentos cirúrgicos são muito efetivos como criocirurgia, eletrocirurgia com ou sem curetagem, laser de CO₂ e terapia fotodinâmica. A hipnose tem demonstrado ser efetiva.
A utilização de vacina para prevenir o câncer de colo uterino está relacionada aos subtipos 6, 11, 16 e 18 e deve ser aplicada antes do início da atividade sexual, em mulheres entre 9 e 16 anos.
Existem 2 tipos comerciais dessa vacina: vacina polivalente que protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 e a bivalente que protege contra os dos subtipos 16 e 18.
Agora que você já sabe mais sobre a verruga viral, continue lendo e saiba mais sobre a teledermatologia.