Pediculose: saiba mais sobre essa doença causada por parasitas

Dr. Sergio Paulo

A pediculose é causada por parasitas que se comportam como hospedeiros muito específicos da pele por viverem toda sua vida à custa de sugar o sangue do homem.

Ela pode ocorrer por três diferentes espécies:

  • Pediculus humanus capitis – pediculose da cabeça: o piolho da cabeça
  • Pediculus humanus humanus – pediculose corporis: o piolho do corpo
  • Pthirus púbis – pediculose púbica: o piolho da região pubiana, conhecido como Chato

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre esses três tipos de pediculose.

Pediculose da cabeça

É uma doença muito frequente em todo o mundo e não poupa nenhuma classe socioeconômica.

As mulheres, as crianças e as pessoas de pele clara são as mais afetadas.

O que causa a pediculose da cabeça?

A fêmea do parasita vive durante 30 dias, suga o sangue do hospedeiro no couro cabeludo e na pele ao redor, através de peças bucais e se prendem firmemente ao pelo.

Elas também eliminam ovos durante esse período, conhecidos como lêndeas, que aderem firmemente ao fio de cabelo.

O piolho adulto pode sobreviver até 55 horas fora do hospedeiro, mas, geralmente, se torna inviável muito antes de morrer.

A transmissão principal é através do contato com a cabeça do indivíduo infectado. É discutível a transmissão através de objetos como o pente.

Manifestações clínicas da pediculose da cabeça

A reação alérgica à saliva do piolho gera prurido (coceira) no couro cabeludo, sendo necessário um período de incubação de 4 a 6 semanas para o início desse sintoma.

Ao exame dermatológico, observam-se escoriações (ferimentos) no couro cabeludo, nuca e ao redor da orelha, consequente ao ato de coçar.


Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, Atlas Dermatológico

A confirmação do diagnóstico é feita pela visualização do parasita e das lêndeas no couro cabeludo, especialmente na região occipital e próximo às orelhas.

Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, Atlas Dermatológico

A detecção do piolho vivo pode ser realizada por meio do ato de pentear o cabelo com pente fino com diâmetro de 0,2 mm entre os dentes, sempre em contato direto com o couro cabeludo.

Essa manobra é iniciada a partir do limite entre a parte superior e a posterior da cabeça. O pente é puxado firmemente para baixo e examinado em busca dos piolhos.

O penteado úmido com condicionador é melhor que o seco para fazer esse procedimento. Uma técnica de visualização direta dos piolhos é massagear o couro cabeludo antes do exame do local.

Vale ressaltar que a detecção das lêndeas é muito mais fácil do que a do parasita e elas se distinguem da caspa por serem mais aderidas ao cabelo.  

Tratamento da pediculose de cabeça

Para o tratamento da pediculose de cabeça, o famoso piolho, recomenda-se a aplicação da permetrina a 1% em xampu durante 10 minutos e a reaplicação após 7 a 10 dias para atingir também as lêndeas que se tornaram adultas nesse período.

Outras opções através da aplicação direta no couro cabeludo são:

  • O malathion a 0,5%
  • O spinosad em suspensão a 0,9% (ação também contra as lêndeas)
  • O álcool benzílico a 5%
  • O dimeticone em loção a 4%
  • A ivermectina loção a 0,5%

O tratamento por via oral, muito mais prático, é realizado com a ivermectina em dose única e repetido após 7 a 10 dias.

É aconselhável que toda a família realize o tratamento, independentemente de ter manifestação, a fim de tratar os portadores sem sintomas, responsáveis pela manutenção da doença.

As lêndeas podem ser removidas através da aplicação da mistura de vinagre diluído em parte igual de água, com a ajuda de um pente fino.

Pediculose do púbis ou ftiríase

A transmissão da pediculose do púbis ocorre em decorrência de contato físico, principalmente através de relação sexual.

O parasita apresenta corpo achatado, por isso, é conhecido como Chato, e adere firmemente aos pelos a fim de facilitar o ato de sugar o sangue do hospedeiro. Além do parasita, pode ser detectado os ovos, também colados ao longo do pelo. A coceira sempre está presente

É um parasita dos pelos da região genital e ao redor do ânus.


Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, Atlas Dermatológico

Em homens com excesso de pelo,  pode se deslocar pela pele e atingir áreas distantes como: 

  • Tronco
  • Axilas
  • Barba
  • Abdômen
  • Coxas
  • Supercílios
  • Cílios

Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire, Atlas Dermatológico

Tratamento da pediculose do púbis

Aplicação de permetrina a 1% em creme durante 10 minutos e reaplicar após 7 a 10 dias

Assim como no tratamento da pediculose da cabeça, a ivermectina por via oral, também é eficaz.

Pediculose do corpo

O parasita é semelhante ao da cabeça, porém habita a roupa do hospedeiro, migrando para a pele a fim de se alimentar através da picada.

Surgem pápulas (carocinhos) e pontos hemorrágicos consequentes à picada do parasita. Normalmente, essas picadas ocorrem na cintura e nas dobras das axilas, coincidindo com as dobras da roupa.

Em consequência do prurido, podem surgir escoriações e liquenificação (espessamento da pele). O parasita e seus ovos ficam retidos na costura da roupa.

Serve como transmissão de doenças como:

Tratamento da pediculose do corpo

O calor mata o piolho, por isso, as roupas e lençóis devem ser lavados com água quente, a seco ou descartados após o uso.

Além disso, ao passar a roupa, deve-se ter atenção especial às costuras.

A pediculose é uma condição comum, mas exige o acompanhamento de um médico especializado.

Apenas o especialista poderá recomendar o melhor tratamento para cada paciente de acordo com as suas necessidades e especificações.

Para saber mais sobre doenças da pele e cuidados dermatológicos, não deixe de conferir o nosso blog.

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