Tatuagem: história, benefícios estéticos e riscos à saúde 

A tatuagem é uma prática de modificação estética que existe há mais de 5.000 anos, sendo utilizada para alterar a cor da pele em diferentes regiões do corpo, como olhos, lábios e sobrancelhas.  

Ela não apenas permite expressar a individualidade, mas também serve para embelezar e realçar partes específicas, podendo até ajudar a disfarçar certas doenças da pele, como vitiligo, alopecia e cicatrizes cirúrgicas. 

Além de seu papel estético, as tatuagens podem ter um impacto importante para pacientes que passaram por procedimentos cirúrgicos. Um exemplo é o uso da tatuagem para recriar a aparência natural da aréola e do mamilo após a reconstrução mamária, trazendo mais confiança e bem-estar para quem passou por uma mastectomia. 

No entanto, é importante lembrar que, apesar dos benefícios, a tatuagem pode envolver riscos à saúde.  

Procedimentos realizados sem os cuidados adequados podem favorecer a transmissão de doenças infecciosas, além de agravar ou induzir doenças da pele e até afetar outros órgãos. 

Quem mais faz tatuagem? Entenda as tendências e os riscos envolvidos 

As tatuagens têm se tornado cada vez mais populares entre adolescentes e adultos jovens, mas sua prática está crescendo em todas as faixas etárias.  

A popularidade das tatuagens varia em diferentes regiões do mundo: nos Estados Unidos, cerca de 30% da população possui ao menos uma tatuagem. Já na Colômbia, a porcentagem varia significativamente com a idade: 

  • 6% das pessoas acima de 35 anos possuem tatuagem. 
  • 19% entre 25 e 34 anos. 
  • 47% entre 18 e 24 anos. 

Apesar da popularidade, é preocupante o número de pessoas que se sentem insatisfeitas com o resultado: aproximadamente 23% dos tatuados relatam arrependimento.  

Com o aumento da prática, cresce também a incidência de reações adversas, que, embora não sejam fatais, podem impactar a qualidade de vida, afetando tanto a saúde da pele quanto a autoestima. 

Estudos indicam que até 67% das pessoas podem apresentar reações cutâneas adversas após a tatuagem. 

 Essas reações ocorrem com mais frequência ao usar pigmentos vermelhos, embora a tinta preta seja a mais comumente utilizada. 

Como a tatuagem pode gerar efeitos colaterais? 

A aplicação de tatuagens pode trazer riscos à saúde, especialmente quando há uso de metais inorgânicos ou pigmentos vegetais misturados com cinza de cigarro, prática mais comum entre tatuadores inexperientes.  

Muitas das substâncias presentes nas tintas de tatuagem permanentes têm características tóxicas e, em alguns casos, podem ser mutagênicas ou até cancerígenas. 

Essas reações adversas podem ocorrer logo após a aplicação da tatuagem ou, em alguns casos, anos depois.  

Isso se deve ao processo de penetração das agulhas na derme, camada localizada logo abaixo da epiderme, em uma profundidade de 1 a 3 milímetros. É nessa camada que as tintas e pigmentos se depositam de forma permanente. 

Esses materiais, por serem estranhos ao organismo, podem desencadear respostas imunológicas, causando inflamações, alergias ou outras reações adversas. 

Quais são as complicações da tatuagem? 

Logo após fazer uma tatuagem, é comum observar inchaço na pele durante as primeiras duas horas. Em cerca de um terço dos casos, esse inchaço pode durar de duas a três semanas e pode vir acompanhado de coceira e leve alteração na cor da pele. 

Foto 1: Após aplicação da tatuagem, a pele se tornou avermelhada e com coceira
Complicações inflamatórias 

O inchaço (edema) transitório está sempre presente, acompanhado ou não de coceira como consequência do trauma, provocado pelas agulhas. Desaparece entre 2 e 3 semanas. 

Reações alérgicas à tatuagem geralmente se manifestam como eczema de contato (inflamação na pele), através de vesículas (bolhinhas) e bolhas (foto 2). 

Foto 2: surgimento de alergia ao material da tatuagem, manifestado pelo aparecimento de vesículas e bolhas na tatuagem, associado a coceira (prurido)

Em alguns casos, a luz solar transforma as substâncias presentes na tinta em alérgenos, gerando a dermatite fotoalérgica, sendo o pigmento vermelho, que contém mercúrio, o principal responsável. 

Agravamento de Doenças Cutâneas 

Pessoas com condições de pele como vitiligo, granuloma anular, líquen plano, lúpus eritematoso, líquen escleroso, pioderma gangrenoso e esclerodermia (morfeia), podem ver essas doenças agravadas após a tatuagem.  

Um achado comum a essas doenças citadas acima é o fenômeno isomórfico de Koebner, que consiste no surgimento de novas lesões, induzidas pelo trauma, comum após a realização da tatuagem. 

Um exemplo comum desse fenômeno é o surgimento de feridas nos locais da tatuagem, especialmente nos membros inferiores, como manifestação do pioderma gangrenoso 

Por isso, recomenda-se que pessoas com doenças de pele evitem realizar tatuagem ou, sejam avaliados, previamente, por um dermatologista. 

Sarcoidose e Respostas Autoimunes 

A sarcoidose é outra complicação que pode ocorrer devido à exposição prolongada do material estranho ao sistema imunológico, gerando mecanismo de autoimunidade, especialmente em pessoas geneticamente predispostas.  

Essa reação, que pode demorar anos para se manifestar, é caracterizada pelo surgimento de pápulas e nódulos (caroços), geralmente nas bordas da tatuagem, correspondente aos locais com maior concentração do pigmento.  

Em casos graves, a sarcoidose pode afetar outros órgãos, como os pulmões. 

Pacientes tratados com Interferon devem evitar tatuagens, pois o medicamento aumenta o risco de sarcoidose. 

Outras Doenças Relacionadas à Tatuagem 

Certas doenças, como líquen plano, linfomas, pseudolinfomas e papulose linfomatóide, podem surgir na área tatuada. Essas condições são raras, mas é importante estar ciente dos riscos associados. 

Complicações infecciosas da tatuagem: bactérias, vírus e fungos 

As complicações infecciosas de uma tatuagem surgem devido à quebra da barreira cutânea pelas agulhas, facilitando a entrada de microrganismos, especialmente em pessoas com imunidade comprometida, como pacientes com AIDS ou em tratamento com quimioterapia. 

 O risco de infecção aumenta em ambientes não esterilizados, mas é muito baixo quando o procedimento é realizado por um tatuador profissional que segue rigorosos padrões de higiene. 

Infecções Bacterianas 

Infecções causadas por bactérias são comuns em procedimentos de tatuagem, especialmente se os frascos de tinta não forem adequadamente selados — até 28% das tintas podem estar mal fechadas e 10% já foram encontradas contaminadas.  

Entre os microrganismos mais comuns estão o Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Clostridium difficile e Pseudomonas aeruginosa, responsáveis por condições como impetigo (foto 3), foliculite, furunculose, abscessos, celulite e erisipela.  

Foto 3: impetigo, manifestado pela presença de pústula (bolha de pus), induzido pela penetração da bactéria estafilococo, durante a tatuagem

Essas infecções podem surgir em alguns dias ou semanas após a tatuagem, manifestando-se como dor, vermelhidão, inchaço, febre e, às vezes, presença de pus. 

A maioria dessas infecções é tratada com os mesmos métodos usados para infecções bacterianas em geral. 

Infecções por micobactérias não tuberculosas, como Mycobacterium chelonae, M. abscessum e M. fortuitum, são mais raras, mas podem ocorrer quando a água não destilada é usada para diluir a tinta.  

Essas bactérias provocam caroços e lesões que podem evoluir para feridas (úlceras). 

Em países como o Brasil, onde a hanseníase é endêmica,ocupando o segundo lugar no mundo, há casos relatados de transmissão do Mycobacterium leprae, causador da hanseníase, através da tatuagem. 

Além disso, a bactéria da tuberculose, Mycobacterium tuberculosis, também pode ser transmitida, causando lesões cutâneas e inflamação dos gânglios linfáticos (inguas) próximos. 

Infecções Virais 

As infecções virais mais associadas à tatuagem incluem HIV, hepatite B e hepatite C, embora o risco seja baixo quando as normas de higiene são seguidas.  

O vírus HPV pode ser transmitido e causar verrugas na área tatuada. Recomenda-se evitar a exposição solar logo após a tatuagem, pois o sol pode reduzir a imunidade da pele e aumentar o risco de infecção pelo HPV.  

Outros vírus que podem ser transmitidos incluem o molusco contagioso, herpes simples, rubéola e vaccínia. 

Infecções Fúngicas 

Infecções fúngicas são raras, mas casos de pitiríase versicolor (pano branco), candidíase, aspergilose, zigomicose e tinha (impinge), já foram relatados. 

Complicações de câncer de pele relacionadas à tatuagem 

Embora seja raro, a aplicação de tatuagens pode estar associada ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer de pele, como melanoma, carcinoma espinocelular, carcinoma basocelular e linfoma.  

Em particular, o melanoma e o carcinoma basocelular estão ligados ao uso de pigmentos pretos, enquanto o carcinoma espinocelular é mais associado ao pigmento vermelho. 

Diversos fatores podem contribuir para a indução de câncer de pele em áreas tatuadas, incluindo: 

  • Substâncias cancerígenas presentes nas tintas de tatuagem, como aminas aromáticas e hidrocarbonetos policíclicos. 
  • O trauma causado pelas agulhas de tatuagem, que rompe a barreira cutânea. 
  • A resposta inflamatória prolongada do organismo a materiais estranhos inseridos na pele. 
  • Exposição solar, que pode intensificar os danos nas áreas tatuadas, por provocar diminuição da imunidade. 
  • O uso de laser para remoção de tatuagens, que pode fragmentar os pigmentos em moléculas menores, potencialmente liberando substâncias cancerígenas. 
  • Aplicar tatuagens sobre sinais escuros (nevos) pode aumentar o risco de transformação desses sinais em melanoma. 

Para minimizar esses riscos, é importante escolher locais de aplicação confiáveis, além de evitar tatuagens sobre nevos e áreas de pele já sensibilizadas. 

Complicações Cosméticas da Tatuagem 

A insatisfação com a aparência final da tatuagem é uma das complicações mais comuns. 

 Um dos motivos para essa insatisfação é a profundidade inadequada na aplicação do pigmento, que, ao penetrar profundamente e atingir a camada de gordura (tecido subcutâneo), pode migrar de volta para a superfície da pele. Esse movimento da tinta para áreas fora da tatuagem original pode distorcer o desenho e comprometer o formato desejado. 

Complicações de Sensibilidade da Pele Causadas pela Tatuagem 

A tatuagem pode causar desconfortos como dor e coceira (prurido) devido a possíveis lesões nos nervos da pele durante o processo de aplicação. Esse efeito ocorre especialmente em áreas onde as agulhas penetram mais profundamente, provocando uma reação alérgica e, em alguns casos, uma sensação persistente de prurido que pode durar além do período de cicatrização. 

Complicações com Tatuagens Durante o Exame de Ressonância Magnética 

Pessoas com tatuagens podem experimentar reações desconfortáveis durante o exame de ressonância magnética, como inflamação, inchaço e uma sensação de queimação na pele tatuada. 

 Esses efeitos são causados pela presença de metais, como óxido de zinco, nos pigmentos da tatuagem, que podem conduzir corrente elétrica e aquecer a pele durante o procedimento.  

Além disso, esses metais podem interferir na qualidade das imagens geradas pelo exame, reduzindo a clareza e dificultando o diagnóstico. 

Complicações Induzidas pelo Sol em Tatuagens 

A exposição solar pode causar reações em até 20% das pessoas tatuadas, manifestando-se como lesões avermelhadas, inchaço, coceira e dor na área tatuada. Essas reações são mais comuns em tatuagens com pigmentos vermelhos e amarelos, devido à presença de sulfeto de cádmio, um componente sensível à luz solar. 

Para evitar essas complicações, é recomendável o uso de protetor solar e evitar a exposição direta ao sol nas primeiras semanas após a tatuagem. 

Como Remover uma Tatuagem? 

O método mais eficiente e seguro para remover tatuagens é o uso de raios laser, que fragmentam os pigmentos da tinta e permitem que o organismo os elimine ao longo do tempo.  

Embora o laser seja a técnica preferida, outras opções incluem cirurgia e dermoabrasão, que removem as camadas da pele onde a tinta está depositada. No entanto, esses métodos alternativos têm maior risco de deixar cicatrizes. 

Pseudofoliculite da barba (pelos encravados): como tratar?

A pseudofoliculite da barba é uma inflamação que ocorre quando os pelos da barba voltam a crescer após o barbear e se reintroduzem na pele, causando os conhecidos pelos encravados. 

Essa condição é mais comum em homens com pelos encaracolados, sendo especialmente frequente em pessoas de pele mais escura. 

Os sintomas incluem pápulas (pequenos carocinhos endurecidos) e pústulas (bolhas de pus) na área da barba, que podem, em casos mais graves, levar à formação de queloide

Neste artigo, vamos discutir as causas, manifestações clínicas, prevenção e tratamento da pseudofoliculite da barba. 

A pseudofoliculite da barba é uma condição inflamatória que afeta os pelos da barba e a pele ao redor. Ela ocorre quando os pelos, após serem removidos pelo barbear, penetram novamente na pele. 

Embora seja mais comum na área da barba, pode ocorrer em outras partes do corpo, com pelos mais grossos e longos, especialmente após a remoção dos mesmos. 

A Pseudofoliculite da Barba é Frequente? 

A pseudofoliculite da barba é uma inflamação comum entre os homens, principalmente após começarem a se barbear, coincidindo com o surgimento dos pelos na puberdade e predominando na idade adulta, entre os 14 e 25 anos. 

Essa condição é significativamente mais comum em homens de pele escura, que geralmente têm pelos encaracolados.  

É menos frequente entre pessoas de origem asiática, hispânica e ainda mais rara em pessoas de pele clara. 

Nos Estados Unidos, cerca de 5 milhões de homens de pele escura são afetados pela pseudofoliculite da barba.  

Entre os homens de pele escura que ingressam no serviço militar dos EUA, a prevalência varia entre 45% e 83%. 

As mulheres são menos afetadas do que os homens. Quando ocorrem casos em mulheres, eles geralmente resultam da remoção de pelos faciais com pinça ou, no caso de mulherl⁰ transgênero, do ato de barbear. 

Essa condição é comum entre mulheres que apresentam: 

  • Síndrome do Ovário Policístico (SOP): Manifestada por hirsutismo (excesso de pelos), com prevalência semelhante à dos homens, devido à maior frequência de remoção de pelos. 
  • Período Pré-Menopausa: Fase marcada por alterações hormonais. 
  • Menopausa: Fase em que as alterações hormonais continuam a influenciar o crescimento dos pelos. 

Quais as Causas da Pseudofoliculite da Barba? 

Embora seja mais comum após o barbear, a pseudofoliculite da barba também pode ocorrer devido a outras formas de remoção de pelos, como cera e pinça. 

Após o barbear, o crescimento dos pelos pode seguir dois caminhos: 

Penetração Extrafolicular: 

Depois de barbear, o pelo pode crescer deitado sobre a pele e, em seguida, penetrar na pele alguns milímetros de onde saiu, atingindo uma profundidade de 2 a 3 milímetros (foto 1). 

Foto 1: Pseudofoliculite da barba com pelos deitados sobre a pele, gerando pelo encravado devido à penetração na pele entre os folículos pilosos. 

Este crescimento errado provoca uma reação inflamatória na pele, como se fosse um corpo estranho. Com o tempo, geralmente entre 3 e 6 semanas, o pelo reaparece na superfície da pele e as lesões desaparecem. 

Penetração Transfolicular: 

Esticar a pele antes de cortar o pelo faz com que a ponta do pelo retraia para dentro do folículo piloso. Assim, o pelo cresce dentro do folículo, rompendo a bainha que o reveste e invadindo a derme (segunda camada da pele). A natureza encaracolada do pelo favorece essa penetração, pois o pelo não cresce para fora da pele. 

Além de esticar a pele antes de barbear, o uso de lâminas de barbear com múltiplas camadas contribui para essa penetração interna. 

A predominância da pseudofoliculite da barba em indivíduos de pele escura se deve aos pelos encaracolados. Esses pelos, por serem encurvados, têm maior facilidade de se curvarem logo após surgirem e penetrarem na pele. 

A menor frequência de pseudofoliculite no bigode ocorre porque os pelos são menos encaracolados e têm diâmetro menor em comparação com outros pelos da barba. 

Quando o pelo atinge 10 milímetros de comprimento, dentro da pele, ele pode  atravessar a pápula e se tornar visível na superficie da pele, resultando na regressão espontânea da lesão. 

Como se Manifesta a Pseudofoliculite da Barba? 

A pseudofoliculite da barba se manifesta através de pápulas (pequenos carocinhos) que medem entre 2 a 5 milímetros.  

Em casos complicados por infecção bacteriana, lesões maiores podem surgir.  

Inicialmente, essas pápulas são avermelhadas (eritematosas) e, posteriormente, escurecem. 

As pápulas aparecem de 1 a 2 dias após o barbear e podem persistir por várias semanas, desaparecendo somente quando o pelo emergIr na superfície da pele. 

As pústulas (bolhinhas de pus) podem surgir por duas razões: 

  • Sem infecção bacteriana: Apenas como resultado da inflamação causada pela penetração do pelo. 
  • Com infecção bacteriana: Devido à presença de bactérias na área inflamada. 

A extensão da inflamação varia bastante. Em alguns casos, é limitada a poucas lesões, mas pode se espalhar por uma grande área da barba. 

Nos homens, as áreas mais frequentemente afetadas são a parte anterior do pescoço, seguida pela mandíbula, bochechas (regiões malares) e o queixo (fotos 2a e 2b). 

Fotos 2a e 2b: Pseudofoliculite da barba mostrando pápulas, pústulas e pelos deitados sobre a pele, resultado de pelos encravados, na parte anterior do pescoço. 

O bigode e as regiões das costeletas geralmente não são afetados. 

Nas mulheres, o queixo é a área mais afetada devido à maior densidade de pelos em casos de hirsutismo.  

Além disso, podem surgir pelos encravados no púbis, braços, pernas e axilas. 

Sensações de coceira e dor são comuns, 1 a 2 dias após o barbear, seguidas pelo aparecimento de pápulas e pústulas. 

Quais as Complicações da Pseudofoliculite da Barba? 

A pseudofoliculite da barba pode levar a várias complicações, incluindo: 

  • Mancha escura: Devido à inflamação da pele, pessoas de pele escura são especialmente propensas a desenvolver manchas escuras. 
  • Infecção bacteriana: Os arranhões causados pela coceira,  criam portas de entrada para bactérias.  

Isso se manifesta pelo aumento da dor. As lesões que se tornam flutuantes à palpação e drenam  material purulento. 

  • Queloide: Cicatrizes espessas que se formam devido ao processo de cicatrização anormal. 
  • Diminuição da autoestima e oportunidades de emprego: Especialmente em locais de trabalho que exigem barbear frequente, como nas forças armadas, essa condição pode impactar significativamente a autoestima e as oportunidades profissionais. 

Quais as Doenças que Podem Ser Confundidas com a Pseudofoliculite da Barba? 

Algumas doenças podem ser confundidas com a pseudofoliculite da barba, incluindo: 

  • Foliculite bacteriana: Manifesta-se com o surgimento abrupto de pústulas e pápulas avermelhadas, ao contrário da pseudofoliculite da barba, que tem evolução longa e apresenta pápulas de consistência endurecida. Na foliculite bacteriana, a cultura bacteriológica é positiva para a presença de estafilococos, enquanto na pseudofoliculite da barba, é negativa. 
  • Foliculite causada por traumatismo: Esta condição se manifesta por uma inflamação transitória do folículo piloso, devido à inflamação gerada pelo ato de barbear. Surgem pápulas avermelhadas e escoriações (arranhões). Diferente da pseudofoliculite da barba, as lesões desaparecem rapidamente ao suspender o ato de barbear. 
  • Tinha da barba: Causada pela infecção por fungo dermatófito (impinge), apresenta pápulas, pústulas e nódulos (caroços maiores).  

Distingue-se da pseudofoliculite da barba pela facilidade de remoção dos pelos e é confirmada pelo exame micológico (exame direto e cultura). 

  • Acne queloideana da nuca: É uma condição similar à pseudofoliculite da barba, diferindo apenas pela localização. Ambas as doenças podem coexistir. 

A Pseudofoliculite da Barba Pode Ser Prevenida? 

Prevenir a pseudofoliculite da barba envolve impedir que os pelos penetrem na pele entre os folículos pilosos, ou seja, evitar que eles se tornem encravados. 

Aqui estão algumas medidas preventivas: 

  • Evitar remover os pelos: Deixar de barbear, usar cera ou pinça pode ajudar. 
  • Manter o comprimento do pelo: Durante o barbear, manter o comprimento do pelo não inferior a meio centímetro. 
  • Reduzir a frequência do barbear: Barbear-se 2 a 3 vezes por semana em vez de diariamente, pode reduzir o número de lesões. 
  • Usar creme ou gel lubrificante: Aplicar uma grande quantidade de creme ou gel para deixar os pelos macios  pode evitar que se formem pontas afiadas. 

 Alternativamente, aplicar uma compressa morna por 5 a 10 minutos, antes do ato de barbear. 

  • Lavar a região com movimentos circulares: Usar uma esponja, pano levemente abrasivo ou pincel para barbear diariamente  pode ajudar a liberar os pelos encravados. 

Não existe consenso sobre o tipo de lâmina de barbear a ser usada. No entanto, recomenda-se o uso de um aparelho elétrico que corte o pelo a uma certa distância da superfície da pele, idealmente,  a um mínimo de 1 milímetro. 

Evitar: 

  • Esticar a pele antes de barbear. 
  • Cortar o pelo no sentido contrário ao seu crescimento. 
  • Usar lâminas de barbear cegas. 
  • Barbear-se de forma infrequente, o que permite que os pelos atinjam um comprimento que predisponha a encravar. 
  • Puxar os pelos encravados, pois isso pode levar a inflamação do folículo piloso e subsequente penetração do pelo na parede do folículo (crescimento transfolicular). 

As lesões desaparecem após 1 a 6 meses, mas as manchas escuras (hiperpigmentação) podem demorar mais para desaparecer.  

Após a involução da pseudofoliculite, os pelos podem ser cortados rente à pele. 

A Pseudofoliculite da Barba Tem Tratamento? 

Sim. A pseudofoliculite da barba tem tratamento. Aqui estão as principais opções: 

  • Remoção de pelos encravados: Os pelos que penetraram na pele podem ser removidos com uma escova de dente ou uma agulha esterilizada. 

Se não for possível deixar de se barbear, as seguintes alternativas podem ser consideradas: 

  • Corticosteroides de baixa potência: Em forma de creme, são úteis para controlar a inflamação da pele. 

 Para inflamações intensas, corticosteroides podem ser injetados nas lesões, especialmente em queloide, a cada 4 a 6 semanas. 

  • Antibióticos tópicos: Indicados para casos com infecção bacteriana. Combinam peróxido de benzoíla com clindamicina ou eritromicina. 
  • Cremes para diminuir a espessura da pele: Cremes com ácido retinoico, ureia e ácido glicólico podem reduzir o risco de pelos encravados.  

É necessário uso prolongado para manter o controle. 

  • Peelings:  3 tipos de peelings correspondente ao ácido glicólico, ácido salicílico ou ácido tricloroacético podem reforçar as opções de tratamento acima. 
  • Eflornitina em creme: Retarda o crescimento dos pelos, diminuindo sua densidade e melhorando a pseudofoliculite.  

É mais eficaz quando combinada com tratamento a laser. 

  • Antibióticos orais: A eficácia é discutível na ausência de infecção bacteriana.  

Tetraciclina e seus derivados, como doxiciclina, podem ser usados por seu efeito anti-inflamatório adicional, com tratamento entre 1 e 3 meses. 

  • Tratamento hormonal: Antiandrógenos são úteis para mulheres com síndrome do ovário policístico, ajudando a diminuir a densidade dos pelos. 
  • Laser: Múltiplas sessões são necessárias para a remoção definitiva dos pelos.  

Esta é a melhor opção de tratamento, pois apenas 10 a 20% dos pelos permanecem após o tratamento. 

O laser é eficaz apenas sobre os pelos que ainda não se tornaram brancos. 

Coceira na pele. Quais as causas e como tratá-la?

Uma queixa frequente da população, quando realiza uma consulta com o dermatologista, é a coceira, também conhecida como prurido.

Os seus sintomas variam de intensidade de acordo com a causa e entre os pacientes.

Quando muito intenso gera uma grande queda da qualidade de vida do paciente, já que pode perturbar muito suas atividades diárias e até a qualidade do sono dele e dos familiares.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a coceira!

Quais são as causas de coceira?

As causas podem se originar na pele ou internamente. 

As originadas na pele estão relacionadas aos processos inflamatórios consequentes de diversos fatores, como:

  • manifestação na pele de alergia hereditária, como a dermatite atópica
  • alergia, como a dermatite de contato (alergia ao contato da pele com substâncias)
  • ingestão ou injeção de medicamentos (farmacodermia)
  • nas gestantes durante o terceiro trimestre da gravidez
  • urticária (lesões fugazes na pele e que desaparecem em menos de 24 horas).

Também pode ser causada por doenças infecciosas na pele ocasionadas por:

  • bactérias, fungo e vírus
  • parasitas, como escabiose (sarna)
  • pediculose na cabeça (piolho) e na região genital (vulgarmente conhecido como chato)
  • picadas de insetos.

Tumores malignos originados na pele também podem provocar muita coceira, como os linfomas. 

Além disso, a pele seca é a causa mais frequente de coceira nos idosos.

As doenças de origem interna podem provocar muita coceira sem lesões características na pele, exceto o que é provocado pelo ato de coçar, como arranhões (escoriações) e engrossamento da pele (liquenificação).

Outros fatores internos podem estar ligados com mau funcionamento:

  • dos rins (insuficiência renal crônica)
  • do fígado (obstrução das vias biliares e vesícula manifestada pelos olhos amarelados)
  • da tireoide (funcionamento exagerado conhecido como hipertireoidismo ou funcionamento mais lento e conhecido como hipotireoidismo).

Além disso, outros fatores são:

  • Diabetes Mellitus
  • menopausa
  • AIDS
  • doenças hematológicas (origem no sangue), como anemia
  • cânceres, como doença de Hodgkin e linfoma não Hodgkin
  • câncer interno, como os que se originam no colo do útero, próstata e intestino grosso.

Também podem estar ligadas com enfermidades de origem neurológica, tanto no cérebro (tumor maligno) quanto nos nervos, como a esclerose múltipla e herpes zoster (cobreiro).

As doenças de origem psiquiátrica como ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e esquizofrenia, também podem ser origem de coceira e a própria coceira pode agravar o transtorno psiquiátrico.

Todas essas situações são possíveis causas e apenas um médico especializado poderá diagnosticar.

Como é feito o tratamento de coceira?

O tratamento de coceira será orientado pela causa.

O originado na pele por causas alérgicas deve ser realizado com creme, comprimido ou injeção de corticosteroide e de cremes hidratantes, este último, quando for controlada a coceira.

Os anti-histamínicos também são muito eficientes na urticária.

Por isso, se você tem coceira, é fundamental consultar um médico para identificar a causa e ter o tratamento certo.

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