Teledermatologia: como funcionam as consultas?

A teledermatologia faz referência ao uso de tecnologias de comunicação para a transmissão à distância de informações relacionadas à saúde.

Houve um aumento explosivo de publicações de artigos científicos sobre a telemedicina nas últimas décadas, apesar dessa atividade ter sido iniciada há 50 anos.

Seu uso vem sendo descrito em mais de 20 especialidades médicas, especialmente naquelas em que a interpretação de imagens representa a arma principal na formulação do diagnóstico.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a teledermatologia!

Quais são as vantagens da teledermatologia?

A utilização desse recurso pode oferecer uma série de potenciais vantagens, principalmente em situações como as observadas no Brasil.

Vivemos em um país de dimensões continentais e com distribuição de profissionais especialistas, por exemplo, os dermatologistas, concentrada em grandes centros urbanos, atraídos por mercados de trabalho com maior poder aquisitivo, como o Sudeste e Sul do Brasil.

Esse fato dificulta o acesso à consulta dermatológica de populações distantes e/ou de difícil acesso às cidades de maior porte, especialmente na Região Amazônica.

Isso também ocorre, em outras proporções, nas grandes cidades pela difícil mobilidade consequente de transportes públicos de má qualidade e, no momento atual, pela pandemia do Coronavírus.

De modo geral, há uma escassez de dermatologistas não apenas no Brasil, mas em muitos outros países.

Essa é uma especialidade com significativo componente visual, sendo um campo particularmente favorável ao uso da telemedicina, através da teledermatologia.

A evolução da teledermatologia

Essa atividade foi iniciada em 1995 no estado de Oregon, nos Estados Unidos, para atender 3 comunidades de baixo poder aquisitivo.

Houve um rápido crescimento na última década e os serviços de teledermatologia estão sendo cada vez mais usados para apoiar o atendimento ao paciente em uma variedade de ambientes.

Tem o potencial de aumentar o acesso aos cuidados dermatológicos de alta qualidade, mantendo a eficácia clínica e a relação custo-benefício devido à boa visibilidade das imagens, na grande maioria das doenças da pele.

A teledermatologia tem 3 funções muito importantes: assistencial de consultas, educativa e de pesquisa.

Como é feita uma consulta através da teledermatologia?

Essa nova forma de atendimento vem sendo estudada como forma de assistência médica a distância através de dois tipos principais.

Modalidade de armazenamento e envio

Na modalidade de armazenamento e envio, o paciente realiza fotografias, preferencialmente através do aparelho celular, já que a qualidade das fotos se aproximou das câmaras fotográficas tradicionais, porém oferece grande facilidade e maior mobilidade.

Deve realizar 3 fotos, de grande distância englobando toda pele afetada, de média distância e de aproximação para as lesões serem bem visualizadas, sempre com boa iluminação e aparelho celular, preferencialmente, de ótima qualidade.

É muito importante que sejam guardadas as fotos, para possibilitar a comparação com outras após o tratamento, sempre procurando repetir as mesmas posições e, assim, garantir maior segurança quanto ao êxito do tratamento.

Estudos mostram, respeitado os cuidados enumerados acima, que poderemos ter uma coincidência de diagnóstico entre o presencial e a distância de até 90%.

Essa modalidade de teledermatologia oferece a vantagem da melhor qualidade das imagens, que são enviadas com as informações referentes à solicitação da consulta a distância e ficam armazenadas em um banco de dados, podendo ser acessadas após um intervalo de tempo.

Portanto, a comunicação ocorre de forma assincrônica, ou seja, não é simultânea.

Modalidade de teleconferência

A segunda forma de realizar o atendimento é através da teleconferência envolvendo diretamente o dermatologista e o paciente, ou também participando o médico consultor (médico da Atenção Primária), com horário combinado entre as partes, através do celular do paciente ou médico consultor e o computador do especialista.

Essa modalidade, ao contrário da primeira, oferece maior interação entre o dermatologista e o paciente, de forma simultânea, para o melhor esclarecimento do histórico clínico.

Além disso, ela possibilita a visualização de outras regiões do corpo não vistas nas fotos iniciais, se forem necessárias ao dermatologista.

Também na teleconferência, o dermatologista conversará com o paciente sobre a doença e o tratamento que será instituído.

Em seguida, através da plataforma, será encaminhada a receita, inclusive a especial (controlada), através da assinatura digital, para o e-mail do paciente com todos os cuidados do sigilo médico.

Modalidade híbrida

A consulta ideal é a combinação das duas formas de atendimento, conhecida como híbrida, que reúne as vantagens de ambas as modalidades, atualmente muito mais simples e mais acessível com a melhoria da qualidade do telefone móvel, também adotada pelo ProntoPele.

Esse tipo de atendimento da teledermatologia também é muito importante no acompanhamento das doenças crônicas da pele, como psoríase e úlcera de perna, uma vez tendo sido realizado a consulta inicial, presencial.

É especialmente indicada para os idosos, que geralmente têm dificuldade de locomoção, aos internados em hospitais e residentes em abrigos, além de presidiários.

A teleconsulta jamais substituirá a consulta presencial, a forma ideal, sendo um modelo diferente no qual é oferecido maior acessibilidade ao dermatologista (difícil mobilidade nas grandes cidades, situações de calamidade pública e grandes distâncias percorridas no Brasil), tão importante para um melhor prognóstico por permitir o início de tratamento o mais precocemente possível, importante, por exemplo, no câncer de pele, sem perder a eficiência.

Existe uma grande economia de tempo pelo paciente tanto no deslocamento como na espera no consultório, o que gera menor custo para ele.

A satisfação tanto do paciente quanto dos médicos generalistas, especialistas de outras áreas e dermatologistas envolvidos com a teledermatologia tem sido muito grande em relação à precisão do diagnóstico.

A ação educativa é dirigida à população e também aos membros das Equipes de Saúde do Programa de Saúde da Família (PSF), entre dermatologistas e entre dermatologistas e médicos de outras especialidades e realizada de forma mais prática através do WhatsApp.

O médico do PSF, bem treinado, através de aulas teóricas a distância e treinamento prático presencial, pode resolver 80% dos problemas de saúde das comunidades. As doenças da pele representam 20% do atendimento desse profissional.

O grande foco de pesquisa em telemedicina, atualmente, está relacionado à Inteligência Artificial, pois informações e fotos das doenças mais frequentes são analisadas por potente computador e, assim, obtêm-se respostas mais precisas, principalmente, por médicos não especialistas, residentes em locais distantes dos grandes centros urbanos.

Com a comprovação da importância da telemedicina, incluindo a teledermatologia, durante a tragédia da pandemia do Coronavírus, é irreversível sua oficialização definitiva pelo Conselho Federal de Medicina, que, atualmente, promete sua atuação apenas durante a pandemia.

Concluímos com a seguinte frase: “O trem da telemedicina está.chegando. Suba a bordo ou saia do caminho”.     

Se você ainda tem dúvidas sobre a teledermatologia ou deseja marcar a sua consulta conosco, entre em contato! Ficaremos felizes de atendê-lo!

Ceratose actínica: saiba mais sobre essa doença

Ceratose actínica é uma doença da pele considerada pré-maligna. Ela é causada pela exposição ao sol.

Sua manifestação ocorre através de manchas escuras e claras nas partes do corpo que ficam mais expostas à radiação solar.

Geralmente, a doença não se torna maligna e o tratamento consegue suavizar os sintomas.

Incidência da ceratose actínica

Ela é a quarta maior causa de visita ao dermatologista.

A incidência aumenta com a idade, chegando a atingir 80% das pessoas na faixa etária de 60 a 69 anos, consequente ao efeito cumulativo do sol, especialmente as de pele branca, olhos azuis e cabelo claro.

É mais frequente no sexo masculino, provavelmente, consequente à maior exposição ao sol.

Também apresenta mais frequência em regiões com maior intensidade de sol, ou seja, países que estão geograficamente localizados próximo à Linha do Equador como o Brasil, especialmente se a exposição solar começar antes de 20 anos.

O que causa a ceratose actínica?

A causa da ceratose actínica é a radiação ultravioleta B, energia emitida pelo sol, que gera alterações nas células da epiderme, parte mais superficial da pele, suficiente para iniciar o processo de câncer.

Porém, ela ainda não é considerada um verdadeiro câncer já que para isso ocorrer é necessário que essas células malignas invadam a derme, parte mais profunda da pele, onde tem vasos sanguíneos e linfáticos, responsáveis pelas metástases cutâneas.

O papel do sol na indução da ceratose actínica é comprovado por atingir pessoas menos protegidas pelo sol, caracterizado pela pele branca, olhos azuis e cabelos claros.

 Ela afeta mais:

  • indivíduos que sofreram queimadura solar na infância
  • profissionais mais expostos ao sol, como marinheiros e agricultores
  • pessoas que não usam filtro solar
  • pessoas que estão em países com maior incidência da irradiação solar
  • população branca
  • doentes portadores de doenças hereditárias que demonstram maior sensibilidade ao efeito carcinogênico do sol, como o albinismo.

Além disso, pessoas que têm menor imunidade por doenças, como a AIDS, ou por uso de medicamentos que deprimam a imunidade, como nos submetidos a transplante de órgãos, também têm maior tendência a desenvolver ceratose actínica.

Manifestações clínicas

A ceratose actínica surge na pele mais exposta ao sol nos homens calvos, rosto, pescoço, dorso das mãos, antebraços e pernas (principalmente nas mulheres).

Geralmente aparecem como manchas avermelhadas e menos frequentemente como manchas mais escuras cobertas por escamas aderentes e estas responsáveis pelo aspecto áspero ao toque. Seu tamanho varia de milímetros até 2 centímetros.

Ceratose actínica na cabeça

As lesões surgem em pele que mostram sinais de agressão crônica, como manchas escuras e claras, além de aspecto mais fina, ou seja, atrófica.

No couro cabeludo, dorso das mãos e antebraços, as lesões tendem a ter escama mais espessa e consequentemente serem mais elevadas.

O lábio inferior apresenta aspecto áspero, com escamas, esbranquiçado e com feridas

Queilite actínica (lesão pré-cancerosa no lábio)

e o câncer de pele que surge tem maior possibilidade de metástase do que o que se origina na pele.

A capacidade da ceratose actínica progredir para um verdadeiro câncer de pele, o carcinoma espinocelular, é baixa.

Esse poder de transformação maligna é comprovado pelo fato de 60% desse câncer de pele se originar a partir da ceratose actínica.

A capacidade de metástase desse carcinoma espinocelular é de aproximadamente 8%.

Essa transformação maligna é denunciada pelo surgimento de:

  • dor,
  • ulceração (ferida),
  • crescimento rápido,
  • inflamação.

Além da probabilidade de transformação maligna, a ceratose actínica pode regredir espontaneamente, principalmente se diminuir a exposição solar ou for incrementado a aplicação de filtro solar regularmente, ou permanecer como lesão pré-maligna.

Apesar da maioria das lesões de ceratose actínica não evoluir para câncer de pele, sua presença denuncia uma pele que foi muito exposta ao sol, especialmente em idosos.

Portanto, representa um marcador de risco de surgir câncer de pele em qualquer local exposto ao sol como, além do carcinoma espinocelular, outros tipos de câncer como o carcinoma basocelular e o melanoma em locais independentes da ceratose actínica.

As regiões mais susceptíveis de ocorrer transformação maligna são o lábio inferior, orelhas e couro cabeludo.

Como é feito o tratamento?

Preventivamente, deve usar filtro solar diariamente, independentemente de exposição solar direta e iniciar essa aplicação meia hora antes de sair de casa e reaplicar a cada 2 horas, independentemente de exposição direta.

O filtro solar deve conter substâncias que protejam a pele tanto para radiação ultravioleta B como também contra a ultravioleta A.

Também é recomendado utilizar boné de aba larga e proteger a parte posterior da cabeça.

Indo à praia, se proteger com guarda-sol, usar óculos escuro e adaptar uma sombrinha ao carrinho do bebê. Usar camisas anti UV quando for se expor diretamente ao sol.

É fundamental iniciar a proteção solar a partir dos 6 meses de vida.

O mais importante é que todas essas medidas de proteção podem resultar no desaparecimento da ceratose actínica.

A escolha do tratamento específico depende da quantidade de lesões e deve ser definida por um especialista.

Quando apresentam poucas lesões deve ser aplicado o nitrogênio líquido (crioterapia) durante 5 minutos, uso de curetagem (raspado) associado ou não ao aparelho de eletrocoagulação.

Quando o paciente apresenta muitas lesões, é preferível a aplicação de 5 fluoruracila ou de imiquimod, a terapia fotodinâmica, o peeling de média profundidade, o criopeeling e o laser ablativo de CO₂ ou de erbium.

A vantagem desses últimos tratamentos é de atingirem também as lesões escondidas (subclínicas). O peeling e o laser apresentam a vantagem adicional de rejuvenescerem a pele.

Preventivamente, antes e após o tratamento, devem ser aplicados, além de filtro solar, cremes de ácido retinoide como a tretinoína e o adapaleno.

Esses cremes de ácido retinoide, além de combaterem a ceratose actínica, rejuvenescem a pele, sendo mais eficaz a tretinoína.

Vale ressaltar que o tratamento só deve ser iniciado após a prescrição médica. A automedicação pode ter um efeito contrário ao desejado e agravar a doença.

Agora que você já sabe mais sobre a ceratose actínica e a importância do filtro solar para tratá-la e preveni-la, que tal continuar a leitura e saber mais sobre como se proteger do sol de maneira eficaz?

O que é e qual a causa da dermatite atópica?

A dermatite atópica é uma doença que se manifesta pela inflamação da pele.

Ela é associada a muita coceira, pele seca e evolução prolongada (crônica).

Além disso, também tem associação com alergia tipo asma e rinite no portador da doença e também em membros da família.

A doença, incluindo manifestações da dermatite atópica, rinite, asma e outras manifestações, é genericamente chamada de atopia.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a dermatite atópica e atopia!

Qual a incidência da dermatite atópica?

É frequente o início da doença na infância, sendo 45% dos casos até os seis meses, 60% durante o primeiro ano de vida e 85% antes dos cinco anos.

Em menos de 2% dos casos, o início acontece na vida adulta. Afeta 5 a 20% das crianças e predomina no sexo feminino.

Aproximadamente 30% dos pacientes desenvolvem asma e 35% também rinite.

A dermatite atópica, geralmente, é a primeira manifestação da doença em muitos doentes e seguido por asma, rinite ou ambos. Essa evolução é conhecida como Marcha Atópica.

A incidência da dermatite atópica vem aumentando ao longo das últimas décadas sendo mais frequente em áreas urbanas e em países desenvolvidos, e nestes países tem duplicado ou triplicado nas últimas três décadas.

Qual a causa da dermatite atópica?

A causa não é bem conhecida, porém múltiplos fatores participam da dermatite atópica.

Um dos mais importantes é a hereditariedade.

Aproximadamente 70% dos pacientes têm outros membros com manifestações de atopia, ou seja, rinite, asma e dermatite atópica.

O risco de desenvolver dermatite atópica dobra ou triplica se um dos pais é alérgico e triplica e até aumenta 5 vezes se ambos pais forem alérgicos.

A pele do paciente com dermatite atópica é muito sensível a vários estímulos e exigindo menor intensidade deles para gerar coceira e inflamação da pele.

Mínimos estímulos como roupas com maior atrito (como as de lã) e atrito da toalha ao se enxugar a pele geram vontade de coçar.

Produtos como sabões, detergentes e solventes irritam a pele, porque a pele oferece menos resistência à penetração dessas substâncias.

Para evitar isso, é recomendado o uso de luva para atividades domésticas.

Embora 30 a 80% dos pacientes portadores de dermatite atópica são alérgicos a certos alimentos, o momento da introdução de alimentos sólidos do bebê-  ou estratégias de evitar certos alimentos durante a gravidez ou no puerpério (logo após o nascimento) – não influencia no risco de a criança desenvolver dermatite atópica.

Embora alergia alimentar seja um assunto controverso, ela é mais frequente no primeiro ano de vida, com pico de incidência aos 18 meses.

Os alérgenos mais frequentes são ovo e leite, mas trigo, soja e amendoim também são alérgenos potenciais.

O que é incontestável é a importância do aleitamento materno até os 2 anos e não se deve fazer dieta restritiva, a menos que se comprove o agravamento da dermatite atópica com certos alimentos e essa relação é mais provável nos casos de dermatite atópica severa.

A alergia ao ácaro da poeira domiciliar também contribui, principalmente nas crianças, a partir da idade pré-escolar.

A sudorese induz a vontade de coçar e, portanto, é indicado roupas que facilitem a transpiração, como as de tecido de algodão e folgadas, além de intensificar o uso de ar condicionado no verão.

Os pacientes não suportam extremos de temperatura, além do calor, o clima frio e seco.

Este último agrava o ressecamento da pele, causa muito importante na indução da coceira e inflamação da pele.

Os enfermos nasceram com menor imunidade contra infecções bacterianas, virais e fúngicas na pele, especialmente nos locais com maior inflamação.

Existe uma maior proliferação do Estafilococo aureus e do fungo Malassezia furfur, que são habitantes naturais da pele e que estão presentes em maior quantidade na pele aparentemente normal do paciente e gerando inflamação.

O estresse induz ou agrava a dermatite atópica e isso é confirmado pela coincidência do agravamento da doença com separações dos pais e atrito familiar, por exemplo.

A aparência antiestética da pele é motivo de bullying na escola e diminuição da autoestima.

Manifestações clínicas

As manifestações da doença se caracterizam pela tríade de coceira (prurido) intensa, pele seca (xerose) e inflamação (eczema).

A pele seca se caracteriza por descamação fina e áspera ao tato, geralmente atingindo a maior parte da pele, apesar de poder ser localizada.

O prurido sempre está presente em grande intensidade e interferindo com as atividades diurnas – e durante o sono – que piora durante a sudorese.

O ato de coçar provoca espessamento da pele, o qual mantém a coceira, gerando um ciclo vicioso de coceira e engrossamento da pele, além de criar porta de entrada para penetração de bactérias existentes normalmente na pele e consequente infecção bacteriana.

As manifestações clínicas da dermatite atópica variam com a idade e apresentam características peculiares quanto aos tipos de lesões e localização das mesmas. 

Geralmente, três fases podem ser identificadas:

Dermatite atópica infantil

Surge entre 3 meses e dois anos. Manifesta-se com eritema (manchas avermelhadas) e que, nos casos mais intensos, podem cursar com vesículas (bolhas pequenas). Estas ao se romper se transformam em lesões com crostas consequente ao ressecamento do líquido das vesículas.

Até os seis meses localizam-se predominantemente na face (em especial nas regiões malares e poupando a parte central do rosto) e no couro cabeludo.

Dermatite atópica no rosto

As lesões podem permanecer localizadas nessas áreas ou estender-se e atingir toda a face, o pescoço, a parte de extensão (parte externa) dos membros e, nos casos graves, generalizar-se.

Após os três meses de vida, quando se desenvolve a coordenação para o ato de coçar, aparecem as escoriações (pele arranhada) e consequente penetração de bactérias, gerando infecção bacteriana.

Nessa fase, as lesões tendem a ser exsudativas (úmidas por líquido na pele). As lesões evoluem por surtos, podendo desaparecer completamente, e apenas melhorar ou persistir com maior ou menor intensidade.

Dermatite atópica pré-puberal

Surge entre os 3 e 12 anos. Pode ser uma continuidade da primeira fase ou aparecer pela primeira vez nessa fase.

Tem localização preferencial nas dobras dos cotovelos e joelhos.

Dermatite atópica no cotovelo

Comumente também são afetados o rosto, o pescoço, os punhos, as nádegas, a face posterior das coxas e o dorso das mãos e dos pés.

Nessa fase, ao contrário da anterior, as lesões são mais secas e espessadas (liquenificadas), além de arranhadas (escoriadas), consequente ao ato de coçar pelo prurido intenso.

Nos casos mais graves, a inflamação da pele pode se generalizar a todo corpo. A ocorrência de infecção bacteriana é menos frequente do que na fase infantil.

A afecção pode permanecer até a puberdade ou desaparecer no decorrer da infância.

Dermatite atópica da adolescência e do adulto

A localização e o aspecto da pele são os mesmos da fase pré-puberal. A face é geralmente acometida, apresentando palidez e lesões avermelhadas, tendo uma preferência pela pele ao redor da boca e dos olhos.

Uma localização particular nas adolescentes e mulheres jovens é o seio, afetando apenas um lado.

Antecedendo ou associado às lesões referidas, muitos pacientes apresentam outras manifestações como:

  • pele com aspecto de arrepiada (braços, coxas e rosto),
Ceratose pilar (pele arrepiada)
  • acentuação do ressecamento da pele e sendo mais intenso nas pernas (ictiose),
Ictiose (pele seca)
  • manchas mais claras do que a pele, semelhante ao pano branco (pitiriase versicolor), decorrente, também, do ressecamento da pele.
Pitiríase alba (mancha branca)

Complicações da dermatite atópica

Os pacientes são mais vulneráveis à infecção bacteriana pelo Staphylococcus aureus e menos frequentemente pelo Streptococcus piogenes e que contribui para agravamento da inflamação da pele.

Também apresentam maior susceptibilidade a infecções por vírus como molusco contagioso, verruga vulgar e herpes simples.

A dermatite atópica predispõe a reação anafilática decorrente da hiper-reatividade a substâncias alérgenas como medicamentos (penicilina) e vacinas sendo uma reação muito grave, ameaçadora à vida.

Observa-se retardo do crescimento relacionado à ingestão de corticosteroide ou à própria doença.

Alterações oculares podem ocorrer como catarata em 10% dos casos, principalmente nos casos graves de dermatite atópica e com acometimento prolongado do rosto, ceratoconjuntivite, uveíte, descolamento de retina, fotofobia (sensibilidade à exposição solar) e ceratocone.

Nos casos de dermatite atópica grave, de longa evolução e com lesões na face, deve ser realizado exame oftalmológico periódico de modo a detectar afecção ocular precocemente.

Qual é o tratamento?

A prevenção é realizada através de diversas medidas. É necessário consultar um médico para saber quais são indicadas para cada caso.

Em geral, é recomendado banho de curta duração e com menor quantidade de sabonete, o menos quente possível.

Para secagem, não friccionar a pele ao se enxugar com a toalha.

Deve-se evitar lavar as mãos frequentemente e atividades de dona de casa que envolvam contato com detergentes e proteger as mãos com luva de algodão e revesti-la com luva de borracha.

As unhas devem ser cortadas duas vezes por semana de modo a evitar traumatizar a pele consequente ao ato de coçar.

É recomendado evitar extremos de temperatura como clima frio e seco (acentuam o ressecamento da pele) e quente e úmido, que agravam a coceira.

Outra medida é manter o quarto arejado e sem poeira e sendo, portanto, necessário limpar os objetos com pano úmido e evitar carpetes e cortinas. Também deve-se evitar contato com animais, devido ao pelo deles.

É muito importante a hidratação frequente da pele através da aplicação de loções e cremes, preferencialmente logo após o banho, antes de 3 minutos após se enxugar, já que mesmo após o banho, a pele aparentemente seca, ainda resta alguma quantidade de água que potencializa a ação do creme hidratante.

O tratamento propriamente dito consiste na hidratação da pele e combate à inflamação.

Deve ser aplicado creme à base de ceramida na pele sem inflamação, durante e principalmente entre as crises, regularmente, para manter a hidratação da pele.

A inflamação, nos casos mais leves e localizados, deve ser combatida com aplicação de cremes contendo corticosteroide e com o cuidado de evitar o uso prolongado de modo a evitar a atrofia da pele, principalmente nas dobras, onde pode provocar a formação de estrias.

De modo a poupar a pele da atrofia pelo uso prolongado de corticosteroide, pode ser aplicado outras substâncias anti-inflamatórias como o pimecrolimo e o tacrolimo.

Nos casos disseminados, pode ser ingerido corticosteroide por curto período além de outros remédios anti-inflamatórios, também por via oral.

Uma vez que a inflamação for sendo controlada, iniciar a fototerapia e que consiste na irradiação da pele com energia derivada do sol.

Vale ressaltar, novamente, que o tratamento adequado só será prescrito após a análise de cada caso e que a automedicação pode ter um efeito contrário ao desejado, piorando a doença.

Conte com a ProntoPele para tratar a dermatite atópica. Entre em contato conosco e marque sua consulta.

Eflúvio telógeno: entenda esse tipo de queda de cabelo

O eflúvio telógeno é uma condição que modifica as fases de crescimento do cabelo e, consequentemente, causa a queda precoce dos fios.

O cabelo cresce em três fases: a anágena, o catágeno e o telógeno.

Cada uma tem um papel essencial e é responsável por manter o crescimento dos fios, assim como a sua renovação.

O eflúvio telógeno ocorre quando essas fases não ocorrem normalmente. Continue lendo e entenda mais sobre essa condição!

O que é eflúvio telógeno?

O couro cabeludo possui 100.000 a 150.000 folículos pilosos. Possuímos 2 tipos de pelos no corpo: cabelo terminal e velos. Eles diferem no diâmetro e tamanho, sendo o primeiro com maior nos dois parâmetros.

O folículo piloso tem 3 fases de crescimento. A primeira fase, anágena, tem duração de 2 a 6 anos e é responsável por 90% de todo cabelo.

A segunda fase, o catágeno, o fio do cabelo começa a sofrer involução e corresponde a 1%.

Já na terceira fase, o telógeno, o cabelo se prepara para ser eliminado e acontece entre 2 e 3 meses (perdemos entre 50 e 150 fios diariamente), representando 10% do cabelo.

No local da queda, surge outro ciclo do pelo, recomeçando novamente pela fase anágena.

No eflúvio telógeno, há uma diminuição do tempo de crescimento do pelo da fase anágeno, acelerando a transformação não sincronizada, simultaneamente, do pelo anágeno em telógeno e consequente queda de grande quantidade de cabelo.

O percentual dos pelos na fase telógeno aumenta de 10% para até 35% no eflúvio telógeno.

Qual é a causa do eflúvio telógeno?

Vários fatores contribuem para o eflúvio telógeno, como:

  • doenças autoimunes, como lúpus eritematoso,
  • doenças que cursam com febre alta, como dengue,
  • após cirurgias de grande porte,
  • após fenômenos fisiológicos normais, como gravidez, aborto e no recém-nascido,
  • rápida perda de peso,
  • dietas muito restritivas em relação às proteínas e calóricas,
  • anemia por deficiência de ferro (mulheres que perdem muito sangue durante a menstruação),
  • deficiência congênita ou adquirida de zinco,
  • doenças endócrinas (hipotireoidismo ou hipertireoidismo),
  • grande número de medicamentos, como as estatinas para controlar o colesterol e anticonceptivos hormonais (pílula),
  • suplementos vitamínicos contendo grande quantidade de vitamina A,
  • estresse emocional intenso,
  • doenças da pele que geram inflamação do couro cabeludo, como a dermatite seborreica,
  • enfermidades infecciosas como sífilis e AIDS,
  • doenças do fígado e dos rins.

Existe controvérsia em relação ao suplemento de ferro em pacientes que têm um nível normal de ferritina no sangue (importante índice de avaliação de anemia) e de vitamina D no controle da queda de cabelo no eflúvio telógeno.

Em 30% dos casos, a causa da queda de cabelo não é identificada.

Quais são os sintomas?

A principal queixa é a queda intensa do cabelo e estimulando o paciente a colher grandes amostras de cabelo.

Sentem dor, descrita como picada de agulha no couro cabeludo. 

No exame clínico, a densidade dos cabelos pode estar reduzida em até 50%, antes que o paciente reconheça a queda de cabelo.

O eflúvio telógeno é o maior motivo de consulta por queda de cabelo, sendo mais frequente nas mulheres, provavelmente por serem mais atentas em relação à queda de cabelo do que nos homens.

O início da queda surge 3 meses após o estímulo.

Em relação à duração da queda de cabelo, o eflúvio telógeno pode ser classificado em agudo e crônico.

No agudo, a duração varia de 2 a 6 meses, ocorrendo a recuperação total do cabelo, entre 6 e 12 meses.

Na forma crônica, a duração da queda é superior a 4 e 6 meses e pode durar anos, sendo mais demorada a recuperação em mulheres durante a menopausa.

A distribuição da queda de cabelo é difusa, ou seja, é homogênea em todo couro cabeludo, porém pode ser mais evidente na região temporal (parte lateral da cabeça),

Eflúvio telógeno

parte anterior e vértex.

A queda de cabelo pode atingir outras partes do corpo. Não existem alterações no couro cabeludo além da queda de cabelo.

O exame do cabelo ao microscópio é importante, onde podem ser reconhecidos os pelos na fase telógena.

A tentativa de remover, por exemplo, 50 fios de cabelo pode avaliar o grau de queda. Se a queda por superior a 10%, ou seja, mais de 6 a 10 fios, caracteriza a doença.

A colheita de todo cabelo que caia durante o dia realizada pelo próprio paciente pode confirmar o aumento da queda normal que é entre 100 a 150 fios por dia.

A utilização do aparelho conhecido como dermatoscópio ajuda a diferenciar o eflúvio telógeno de outras causas de queda de cabelo.

No diagnóstico diferencial com outras causas de queda de cabelo, a doença mais semelhante é a alopecia feminina, a forma mais comum de queda de cabelo no sexo feminino e a alopecia androgenética masculina, a forma de alopecia mais comum no sexo masculino.

No eflúvio telógeno, o paciente lembra quando começou a cair o cabelo, enquanto os portadores de alopecia feminina e da alopecia androgenética masculina relatam a presença durante muitos anos antes de notar um aumento repentino da queda de cabelo.

Além disso, a queda no eflúvio telógeno é difusa, ou seja, é homogênea em todo couro cabeludo enquanto na alopecia feminina predomina na parte anterior (frontal) e no vértex (parte superior antes de atingir a parte posterior da cabeça).

Tratamento do eflúvio telógeno

A cura depende da identificação e eliminação da causa. Após a remoção do fator desencadeante da queda de cabelo, somente será observada a redução da queda após 2 a 3 meses.

O eflúvio telógeno por medicamentos e por eventos fisiológicos, como a gravidez, é geralmente autolimitado e não requer tratamento.

Ao contrário da forma aguda, a crônica é mais difícil de identificar a causa.

O apoio psicológico é muito importante e deve se prolongar até a redução da queda de cabelo.

Suplementos de vitaminas, minerais, de zinco e de proteínas não estão indicados por não haver comprovação científica do seu uso.

Embora o tratamento da deficiência de ferro sem evidência laboratorial de anemia seja controverso, a ingestão de ferro pode ser benéfica para alguns autores, especialmente quando a dose de ferritina esteja abaixo de 60 mg/dl.

A dermatite seborreica deve ser tratada com xampu anticaspa e aplicação de loção de corticosteroide no couro cabeludo. A aplicação de minoxidil a 2 ou 5% pode ser útil.

Para definir o melhor tratamento, assim como a causa, é preciso consultar um médico especializado na área.
Marque sua consulta no ProntoPele e garanta o melhor tratamento para você!

Dermatite seborreica: conheça os sintomas e a causa

A dermatite seborreica é uma doença inflamatória da pele, muito comum, com tendência à cronicidade (sem cura), recidivante, intensidade geralmente discreta e de origem desconhecida.

Ocorre em locais da pele ricos em glândulas sebáceas, como couro cabeludo, rosto, tórax e dobras da pele e afeta, predominantemente, o sexo masculino.

Atinge 1 a 3% da população e 3 a 5% dos adultos jovens.

Existem duas formas de manifestações: nas crianças entre o primeiro e o terceiro mês e nos adultos, com pico de incidência entre a quarta e sexta década de vida.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a dermatite seborreica!

O que causa a dermatite seborreica?

A causa da dermatite seborreica não é completamente conhecida, porém, se acredita que o excesso de oleosidade da pele possa influenciar na inflamação dessa, por haver uma coincidência da inflamação da pele e as áreas mais oleosas.

É mais comum nos primeiros meses de vida, quando se acredita que o estímulo de hormônio da mãe (andrógeno) atravesse a placenta e estimule o crescimento das glândulas sebáceas (que produzem a gordura da pele chamada sebo) da criança.

Essa glândula sebácea cria um ambiente favorável para o crescimento de um fungo que é um habitante natural da pele chamado Malassezia e que pode contribuir para a inflamação do rosto e outras áreas prediletas da dermatite seborreica.

Existe uma maior proliferação desse fungo na Doença de Parkinson, onde a dermatite seborreica é mais intensa e frequente.

Uma evidência indireta da participação da Malassezia é o controle da dermatite seborreica com uso de cremes contendo antifúngicos.

Outros fatores agravantes dessa inflamação da pele são:

  • calor,
  • frio,
  • obesidade,
  • umidade,
  • roupas que retém o suor,
  • estresse,
  • ingestão de bebida alcoólica,
  • comidas ricas em açúcar,
  • diabetes.

Ela melhora durante o verão já que a exposição ao sol controla a doença.

A dermatite seborreica é muito mais frequente e intensa nos aidéticos, chegando a atingir 80% deles e se acredita que a maior proliferação da Malassezia ocorre pela baixa imunidade, o que contribui muito para a inflamação da pele.

Nesse caso, o uso de antifúngico por via oral como o Fluconazol, controla a dermatite seborreica.

Manifestações clínicas da dermatite seborreica

A dermatite seborreica surge inicialmente nos primeiros três meses de vida e reaparece logo após a puberdade ou posteriormente.

No início da vida manifesta-se com uma caspa espessa e amarelada e de aspecto gorduroso sobre pele avermelhada:

Dermatite seborreica na cabeça (caspa)

Além de inflamação na face, orelhas, pescoço, áreas das fraldas e dobras.

Dermatite seborreica no rosto (pálpebra)

Nos adultos também se manifesta como nos recém-nascidos, como manchas avermelhadas cobertas por escamas (caspa) graxentas, branco amareladas no couro cabeludo, atrás e dentro das orelhas, no rosto (abaixo do limite de implantação do cabelo, sobrancelhas

Dermatite seborreica no rosto (caspa em sobrancelha)

e entre elas, sulcos junto ao nariz e que pode se propagar para as bochechas e a barba).

Dermatite seborreica no canto do nariz

Uma localização peculiar é a inflamação nas pálpebras e acompanhado de caspa e conhecido como blefarite.

A conhecida caspa da cabeça, pitiriase capitis, representa a forma mais discreta da dermatite seborreica e manifestada por escamas, porém sem inflamação abaixo delas.

Ao contrário de outras formas de dermatite (eczemas) como a dermatite de contato e atópica, a coceira (prurido) é discreta.

Como é feito o tratamento da dermatite seborreica?

O tratamento dessa condição deve ser prescrito por um médico especialista, que poderá avaliar os sintomas e indicar as melhores práticas.

Em geral, o tratamento da dermatite seborreica da cabeça nas crianças com caspa espessa consta de remoção suave da caspa com escova de dente e seguido por aplicação de óleo mineral.

Os shampoos devem ser aplicados durante 3 a 5 minutos podem complementar o tratamento tanto para as crianças como para os adultos.

Além disso, ele deve ser usado diariamente no início e, após o controle da caspa, deve ser mantido numa frequência de 3 vezes por semana, considerando que é uma doença que não cura, apenas se controla.

Quando a dermatite seborreica, tanto da cabeça como da pele, é acompanhada de inflamação, devem ser aplicados cremes de corticosteroide de baixa potência anti-inflamatória ou outros remédios antifúngicos, também com ação anti-inflamatória.

Por ser uma doença que recidiva, se for interrompido o tratamento, deve ser mantido o uso de cremes que não contenham corticosteroide, já que este pode provocar atrofia da pele e outros efeitos colaterais se for usado por muito tempo, como exige a dermatite seborreica.

Apenas um médico especializado poderá recomendar o melhor tratamento. A automedicação pode ser um efeito contrário ao desejado e agravar a situação.

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Dermatite de fraldas: saiba mais sobre essa doença comum em bebês

Dermatite de fraldas é uma inflamação na área de contato da fralda com a pele e é gerada pelo contato com urina e fezes com ela.

Ela é a doença da pele mais frequente no primeiro ano de vida e pode se prolongar até desaparecer naturalmente a incontinência urinária e das fezes.

Embora a causa mais frequente da irritação nessa área seja consequente ao efeito irritante do contato com as secreções, outras doenças podem se instalar nessa região, como a dermatite seborreica e a psoríase.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a dermatite de fraldas!

Qual a incidência da dermatite de fraldas?

A dermatite de fraldas representa 10 a 20% de todas as doenças da pele na consulta do pediatra, sendo extremamente comum.

O risco de desenvolver a doença é de um em cada quatro bebês e até 7 a 40% deles.

As manifestações podem surgir já na primeira semana de vida, porém o pico de incidência é entre 9 e 12 meses.

Qual a causa da dermatite de fraldas?

A região de contato da fralda com a pele oferece condições ideais à inflamação e infecções por fungo (cândida) oriundo das fezes e bactérias (Esfilococo aureus e estreptococo) existentes normalmente na pele.

Isso se dá em consequência da fricção, da umidade proporcionada pela urina e fezes e do efeito irritante de substâncias contidas nas fezes.

Existem vários fatores de risco para o surgimento da dermatite de fraldas, como:

  • diarreia,
  • incontinência de urina e fezes (também comum nos idosos com incontinência),
  • leite de vaca (aleitamento materno é recomendado),
  • uso recente de antibiótico por predispor à diarreia ou infecção por cândida.

A dermatite pode se agravar pela aplicação de cremes contendo substâncias que gerem alergia (dermatite de contato).

Em especial, o sulfato de neomicina, substância muito aplicada na pele. Ela é a pomada que provoca mais alergia em qualquer idade no Brasil.

A dermatite de fraldas é mais resistente em ser controlada nas pessoas que são, ou têm familiares, portadores de alergia hereditária chamada atopia, que se manifesta com pele seca e tendência a inflamar, especialmente nas dobras dos cotovelos e joelhos, além de asma e rinite.

A dermatite de fraldas frequentemente recidiva após aparente tratamento eficiente nessas pessoas.

Quais são as manifestações clínicas da dermatite de fraldas?

A dermatite de fraldas se caracteriza por inflamação na pele correspondente ao contato com a fralda e afeta as áreas de maior contato (áreas convexas), como:

  • nádegas,
  • parte inferior da barriga,
  • órgão genital,
  • parte superior das coxas.

Ela não agride a pele sem contato com a fralda (dobra na virilha). Está associada à dor e ardor.

A intensidade da dermatite de fralda é avaliada pela vermelhidão (eritema) e é muito variável de caso para caso.

A evolução é por episódios e a duração dos casos menos intensos é de 2 a 3 dias após instituído o tratamento.

Se a doença tiver duração maior de 3 dias, mesmo com tratamento correto, deve ser considerado que a pele pode ter sido secundariamente infectada pela candidíase em decorrência da proliferação do fungo cândida e que é evidenciado pela extensão da inflamação às dobras das virilhas.

A candidíase persistente na região das fraldas pode ser uma manifestação de diabetes mellitus tipo 1 ou uma forma grave de candidíase que ocorre em pessoas que nasceram com a imunidade baixa, chamada candidíase mucocutânea crônica.

Infecções por bactérias como Estafilococo aureus e Estreptococo podem proliferar na área de dermatite de fralda e se manifesta por pústulas (bolhas com pus) medindo 1 a 2 milímetros e por erosões cobertas de crostas amareladas consequentes à ruptura das pústulas.

A região das fraldas é local predileto de outras doenças da pele, como a dermatite seborreica, dermatite de contato e psoríase.

Atenção especial deve ser dada à possibilidade de abuso sexual e manifestado por condiloma acuminado (verruga originada do papilovirus) e queimaduras.

Além disso, não trocar a fralda logo após o bebê ou idoso urinar ou evacuar pode manter e agravar a doença.

Qual é o tratamento?

O mais importante é prevenir a instalação da dermatite, removendo rapidamente a urina e as fezes e deixando a pele sem fralda durante algumas horas, diariamente, a fim de expor diretamente a pele ao ar.

Também é recomendado evitar exagerar na limpeza da pele para não agravar a irritação e retardar a cura. Limpar a pele com água discretamente aquecida e toalha suave além do uso de sabonetes leves (pouca quantidade de perfume).

Se a pele apresentar feridas, deve aplicar água a partir de tubo de plástico ou torcendo uma toalha encharcada sobre as feridas.

As fezes secas devem ser delicadamente removidas com óleo mineral aplicado com algodão. A fim de evitar fricção desnecessária, a pele deve ser seca com delicados toques com a toalha.

Lenço livre de perfume e de álcool pode ser usado, uma vez que é menos irritante do que usar a água com toalha.

É preferível a fralda descartável do que a de pano, apesar de não ser um consenso, especialmente durante a inflamação da pele, por possuir maior capacidade de absorção de líquido, mantendo o ambiente menos úmido, condição fundamental para prevenir ou agravar a inflamação da pele.

O leite materno tem propriedade anti-inflamatória semelhante ao corticoide de baixa potência anti-inflamatória, como a hidrocortisona e a pasta de óxido de zinco, além de atividade antimicrobiana; por isso, é recomendado para bebês.

Em relação aos medicamentos, eles devem ser prescritos por médicos especializados.

Em geral, é recomendada a aplicação de pasta ou pomada contendo óxido de zinco, que funciona como uma barreira ao contato da urina, fezes e umidade com a pele.

Não é obrigatória a remoção dessa pasta antes de nova aplicação e, quando houver necessidade, deve ser aplicado óleo mineral.

A aplicação de creme de corticosteroide de baixa potência anti-inflamatória (corticosteroide de alta potência anti-inflamatória provoca estrias) combate o vermelhidão da pele.

Quando a dermatite complicar com infecção pela cândida, deve ser aplicado creme contendo antifúngico.

Se houver infecção bacteriana, a aplicação de antibiótico em creme ou pomada pode curar.

Se a infecção for muito extensa, ou se houverem manifestações de que ela deixou de ser apenas na pele, manifestada por febre, astenia (corpo mole) e irritabilidade, é obrigatório o uso de antibiótico por via venosa através de internação hospitalar.

O corticosteroide, antibiótico e antifúngico devem ser aplicados antes da pasta de zinco.

Vale ressaltar que apenas um médico especializado poderá receitar o tratamento ideal para cada caso, baseando-se na sua intensidade.

Agora que você já sabe mais sobre dermatite de fraldas, continue lendo e saiba mais sobre como funciona a teledermatologia!

Pitiríase versicolor (pano branco): conheça essa infecção fúngica

A pitiríase versicolor, também conhecida como Pano Branco, é uma infecção causada por um fungo que atinge a superfície da pele. Por isso, é incluída no grupo das micoses superficiais.

Existe em todo mundo, apesar de ser mais frequente em países de clima tropical (quente e úmido), chegando a atingir 50% da população em alguns desses países.

Em lugares frios, como a Escandinávia, a prevalência é de 1%

Afeta mais os adolescentes e adultos jovens, porém crianças, inclusive de tenra idade, e idosos também podem ser afetados.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a pitiríase versicolor!

Qual é a causa da pitiríase versicolor?

O fungo responsável, a Malassezia, faz parte da flora normal da pele, portanto, a pitiríase versicolor não é uma doença contagiosa.

A sua instalação está mais relacionada às condições do hospedeiro.

Sendo favoráveis, a forma não patógena, a leveduriforme, se transforma na forma patógena, a miceliana, e gera as alterações na pele que caracterizam a doença.

Entre as várias espécies de Malassezia, a mais frequente é a globosa.

O que causa pitiríase versicolor?

Os fatores que contribuem para essa transformação são externos e internos.

Os internos, que são características do hospedeiro, não são bem compreendidos, mas a predisposição genética contribui, comprovada pela detecção da doença entre membros da família em 21%.

Além disso, a indução está relacionada com outros fatores, como:

  • imunossupressão (queda da imunidade) provocada por doenças, como AIDS,
  • medicamentos que debilitam a imunidade,
  • uso de anticonceptivos hormonais (pílula),
  • desnutrição.

Apesar do que muitos pensam, a falta de higiene não é um fator que provoca a doença.

Os fatores externos que contribuem são:

  • clima quente e úmido, 
  • excesso de sudorese,
  • aplicação de óleos sobre a pele.

Como a pitiríase versicolor se manifesta?

A doença se manifesta com manchas de diferentes tonalidades, por isso, o nome versicolor, sendo a mais comum a que deixa a pele mais clara,

Pitiríase versicolor (pano branco)

além de cor marrom e avermelhada.

As de tonalidade marrom são mais comuns em áreas cobertas como face interna dos braços, face lateral do tórax e virilhas.

Pitiríase versicolor (mancha escura)

As vermelhas, ocorrem, principalmente, quando se expõe ao sol.

As manchas são cobertas por escamas finas, evidenciadas pela manobra de atritar a unha sobre a lesão ou tracionar a pele lateralmente.

As manchas individuais são de pequeno tamanho, mas podem coalescer e formar lesões de maior tamanho.

Localizam-se mais frequentemente na parte superior do tronco e parte proximal dos membros. Isso ocorre pelo fungo se nutrir do sebo e essa região é mais rica em glândulas sebáceas, produtora dessa gordura.

Isso explica também o fato de ser menos frequente em crianças e idosos, fases da vida com menos atividade dessas glândulas.

Quando afeta as crianças, frequentemente acomete o rosto.

A maioria das pessoas não sente coceira, porém algumas se queixam desse sintoma de forma moderada.

Embora a cura espontânea tenha sido relatada, a doença pode persistir indefinidamente.

Como é feito o tratamento da pitiríase versicolor?

O melhor tratamento da pitiríase versicolor deve ser recomendado por um médico especializado após uma consulta online ou presencial, onde ele avaliará as manchas.

Em geral, a forma de tratamento é por via tópica através de shampoo, gel e creme contendo antifúngico.

Os casos que atingem grande extensão da pele ou que recidivam com tratamento de uso tópico, devem ser tratados por via oral.

As crianças devem ser tratadas, preferencialmente, por via tópica. Mesmo após a cura, o retorno da pigmentação da pele pode durar alguns meses.

Nos pacientes que apresentam muitas recidivas ao ano, particularmente os que apresentam diminuição da imunidade, podem prevenir o retorno da doença com uso mensal de shampoo ou comprimido antifúngico.
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O que é prurido e o que causa essa coceira na pele?

Uma queixa frequente da população, quando realiza uma consulta com o dermatologista, é o prurido, vulgarmente conhecido como coceira.

Os seus sintomas variam de intensidade de acordo com a causa e entre os pacientes.

Quando muito intenso gera uma grande queda da qualidade de vida do paciente, já que pode perturbar muito suas atividades diárias e até a qualidade do sono dele e dos familiares.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre o prurido!

Quais são as causas do prurido?

As causas podem se originar na pele ou internamente. 

As originadas na pele estão relacionadas aos processos inflamatórios consequentes de diversos fatores, como:

  • manifestação na pele de alergia hereditária, como a dermatite atópica
  • alergia, como a dermatite de contato (alergia ao contato da pele com substâncias)
  • ingestão ou injeção de medicamentos (farmacodermia)
  • nas gestantes durante o terceiro trimestre da gravidez
  • urticária (lesões fugazes na pele e que desaparecem em menos de 24 horas).

Também pode ser causada por doenças infecciosas na pele ocasionadas por:

  • bactérias, fungo e vírus
  • parasitas, como escabiose (sarna)
  • pediculose na cabeça (piolho) e na região genital (vulgarmente conhecido como chato)
  • picadas de insetos.

Tumores malignos originados na pele também podem provocar muito prurido, como os linfomas. 

Além disso, a pele seca é a causa mais frequente de prurido nos idosos.

As doenças de origem interna podem provocar muito prurido sem lesões características na pele, exceto o que é provocado pelo ato de coçar, como arranhões (escoriações) e engrossamento da pele (liquenificação).

Outros fatores internos podem estar ligados com mau funcionamento:

  • dos rins (insuficiência renal crônica)
  • do fígado (obstrução das vias biliares e vesícula manifestada pelos olhos amarelados)
  • da tireoide (funcionamento exagerado conhecido como hipertireoidismo ou funcionamento mais lento e conhecido como hipotireoidismo).

Além disso, outros fatores são:

  • Diabetes Mellitus
  • menopausa
  • AIDS
  • doenças hematológicas (origem no sangue), como anemia
  • cânceres, como doença de Hodgkin e linfoma não Hodgkin
  • câncer interno, como os que se originam no colo do útero, próstata e intestino grosso.

Também podem estar ligadas com enfermidades de origem neurológica, tanto no cérebro (tumor maligno) quanto nos nervos, como a esclerose múltipla e herpes zoster (cobreiro).

As doenças de origem psiquiátrica como ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e esquizofrenia, também podem ser origem de coceira e a própria coceira pode agravar o transtorno psiquiátrico.

Todas essas situações são possíveis causas e apenas um médico especializado poderá diagnosticar.

Como é feito o tratamento do prurido?

O tratamento do prurido será orientado pela causa.

O originado na pele por causas alérgicas deve ser realizado com creme, comprimido ou injeção de corticosteroide e de cremes hidratantes, este último, quando for controlada a coceira.

Os anti-histamínicos também são muito eficientes na urticária.

Por isso, se você tem prurido, é fundamental consultar um médico para identificar a causa e ter o tratamento certo.

Marque sua consulta conosco. Estamos atendendo tanto presencialmente quanto online!

Conheça as principais causas do hirsutismo e o seu tratamento

O hirsutismo é uma condição que afeta o sexo feminino e compromete a autoestima das pacientes.

Esse problema pode ter diversas causas, o que impacta diretamente na forma com que ele deve ser tratado.

Continue lendo o nosso post e confira o que é hirsutismo, quais são as suas possíveis causas e como é feito o tratamento!

O que é o hirsutismo?

O hirsutismo é definido como a presença de pelos em locais exclusivos do sexo masculino, gerando uma aparência masculina na mulher.

Já na hipertricose, existe um crescimento anormal dos pelos em regiões do corpo independentemente de influência hormonal, não apenas do homem.

O hirsutismo acomete 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva e causa sérios problemas para a autoestima.

Qual é a causa do hirsutismo?

A causa mais comum de hirsutismo é a Síndrome dos Ovários Policísticos.

As manifestações dessa síndrome incluem:

  • obesidade,
  • irregularidade menstrual,
  • hirsutismo,
  • diabetes,
  • elevação da gordura no sangue (colesterol e triglicerídeo).

Essas 2 últimas alterações geram maior risco cardiovascular (infarto do miocárdio). O mais importante no tratamento dela é o controle do peso já que é o que predispõe a todas as manifestações da doença.

O hirsutismo pode ter origem por disfunção (mau funcionamento) dos ovários, glândula adrenal e da tireoide. Ele também pode ocorrer durante a gestação e por ingestão de determinados medicamentos.

A segunda causa mais frequente é o hirsutismo idiopático, ou seja, quando não se identifica o que provocou a doença.

Por isso, em um grande número de casos, não é possível identificar a causa.

Como é feito o tratamento do hirsutismo?

O tratamento é direcionado à causa e deve ser prescrito por um médico especialista.

Se decorrer de distúrbios hormonais, se utilizam contraceptivos hormonais (pílula) e cirurgia de extirpação da glândula afetada.

Quando não se identificada a etiologia, aplica-se o creme de eflornitina, restrito aos pelos do rosto.

Porém, esse medicamento não é comercializado no Brasil.

Além disso, existem outros métodos depilatórios como eletrólise, luz intensa pulsada e Laser.

Vale reafirmar: apenas um médico poderá prescrever o melhor tratamento. Procure um especialista e evite a automedicação!
Agora que você já sabe mais sobre o hirsutismo, que tal continuar a leitura e tirar suas dúvidas sobre teledermatologia?

Saiba como se proteger do Sol de maneira eficaz

Muitas pessoas não sabem como se proteger do Sol de maneira eficaz, o que ocasiona queimaduras e, pior ainda, riscos sérios para a pele.

O uso correto do filtro solar é muito importante, uma vez que atua na prevenção do envelhecimento precoce e, principalmente, do câncer de pele.

Além disso, a aplicação do filtro diminui indiretamente o surgimento dos sinais escuros benignos (nevos melanocíticos), que podem se transformar no melanoma.

Continue lendo o nosso post e saiba como se proteger do Sol de maneira eficaz!

Como o filtro solar age?

O filtro solar eficaz deve proteger contra a radiações ultravioleta A e B, ambas cancerígenas.

Porém, apenas algumas das substâncias utilizadas na sua fórmula têm realmente a capacidade de proteger simultaneamente contra as duas radiações.

Os exemplos mais comuns são o Tinosorb M ,Tinosorb S e o Mexoryl

Além disso, ainda podemos citar os filtros inorgânicos (físicos) que contêm dióxido de titânio e óxido de zinco.

Assim, é preferível incluir vários elementos no protetor solar para garantir a ampla ação contra os raios UVA e UVB.

Por isso, na hora de adquirir um produto para se proteger do Sol, deve-se considerar a sua composição.

Quais são os tipos de filtro solar?

Os meios nos quais são incorporadas as substâncias ativas do filtro são muito importantes, sendo os cremes e loções os mais utilizados para esse fim.

O gel tem a desvantagem de ser facilmente retirado pela água durante a natação ou sudorese excessiva e é mais indicado para pessoas com pele oleosa e com acne.

Os de apresentação em lápis têm alta capacidade de proteção por ser um filtro físico e gerar aparência esbranquiçada nos lábios e nariz.

Os sprays são mais convenientes, porém, são aplicados em quantidade insuficiente, frequentemente.

Os em forma capilar (xampu e tonalizante capilar) previnem a mudança de cor dos fios induzida pela radiação solar.

Como utilizar o filtro solar para se proteger?

É muito importante a aplicação da quantidade adequada para haver uma proteção real.

O indicado é 2 mg por centímetro quadrado de pele, sendo necessário 30 ml em cada aplicação.

Como geralmente as pessoas passam, em média, apenas 0,5 a 1 mg, é necessário compensar esse deficit usando filtros com fator de proteção alto, como 30 ou mais.

No entanto, vale ressaltar que o fator 15, usado na quantidade recomendada, já protege o suficiente.

Além disso, a inclusão de reparadores do DNA, como enzimas tipo endonucleases, diminui o risco de câncer de pele.

Outra medida importante para se proteger do Sol é ficar atento às mudanças da pele. Ao notar o aparecimento de manchas, deve-se consultar um especialista na área.

Conte conosco para isso! Marque sua consulta e certifique-se que sua pele está saudável!