Está com inflamações próximas da unha? Saiba mais sobre a paroníquia
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A paroníquia é a condição caracterizada pela inflamação dos dedos, geralmente os da mão, na área que circunda a parte lateral e proximal da unha.
Nos casos graves, também pode haver o aparecimento de lesões no seu contorno distal.
A duração pode ser inferior a 6 semanas, constituindo a forma aguda, ou superior a esse período, correspondendo à variedade crônica.
Na grande maioria dos casos, o problema é causado por uma infecção ou por irritação decorrente do contato com substâncias contidas em sabão ou detergente.
Durante o artigo, vamos descrever as principais causas da paroníquia, assim como suas manifestações, a forma de prevenção e o tratamento. Continue lendo e confira.
Paroníquia aguda
Assim como já falado, a paroníquia aguda é a inflamação dos dedos ao redor da unha que dura menos de 6 meses.
Saiba mais sobre ela.
O que causa a paroníquia aguda?
A paroníquia aguda pode ser causada por infecções ou por reação aos medicamentos
Infecciosa
O comprometimento da função de barreira da pele ao redor da unha gera predisposição à penetração de agentes infecciosos a partir de:
- Trauma de origem mecânica: roer unha e traumatismo por manicure, chupar o dedo e cutucar a unha da mão, além da unha encravada no dedo do pé.
- Química: contato com detergente e sabão.
Ambos os traumatismos permitem a penetração de agentes infecciosos, como estafilococo e estreptococo, bactérias pertencentes à flora normal da pele, além de pseudomona aeruginosa, que ocorre menos frequentemente.
Além disso, a infecção também pode ocorrer por bactérias provenientes da cavidade oral, pelo hábito de levar o dedo à boca, como:
- Aeróbias: necessitam de oxigênio para sobreviver. As principais bactérias são estreptococo, estafilococo aureus e eikenella corrodens.
- Anaeróbias: dispensam o oxigênio para se manterem vivas e representadas pelo fusobacterium.
- Herpes simples: é mais raro.
Medicamentosa
A paroníquia aguda também pode ser causada por alguns tipos de medicamentos:
- Inibidores do receptor do fator de crescimento epidérmico como cetuximabe, erlotinibe e panitumumabe,
- Agentes quimioterápicos como metotrexato e doxorubicina,
- Retinoides sistêmicos como isotretinoina (Roacutan) e acitretina
- Medicamentos dirigidos contra vírus.
Como a paroníquia aguda se manifesta?
A paroníquia aguda se manifesta por eritema (vermelhidão) e inchaço das dobras das unhas, de instalação rápida (2 a 5 dias), acompanhado de dor intensa e com história de pequeno traumatismo, antecedendo a lesão (foto 1).
Na maioria dos casos, é limitado às dobras lateral e proximal da unha. Nos casos graves, pode se estender até o contorno distal e se limita a um dedo, porém, quando estiver relacionado aos medicamentos, pode atingir vários.
Quando afeta os pés, o primeiro dedo (dedão) é o mais afetado. Esses casos, geralmente, estão relacionados com unha encravada (foto 4)
Exames complementares
Quando for evidenciado a presença de coleção de pus, a cultura bacteriológica e antibiograma podem ser úteis a fim de identificar o antibiótico mais efetivo, porém, na maioria dos casos, esse exame é desnecessário.
Tratamento da paroníquia
Quando a paroníquia ainda está na fase inicial, sem abscesso, deve ser utilizado antibiótico por via tópica. Quando for decidido utilizar antibiótico por via oral, a escolha dependerá diretamente do caso, definido pelo médico.
Na presença de abscesso, deve ser realizada a drenagem do pus.
Nos casos de paroníquia por unha encravada, recomenda-se a remoção parcial dela, correspondente ao lado afetado e incluindo a destruição da matriz, a pele que antecede a visualização da unha.
Esse procedimento garante que a unha nasça mais estreita, prevenindo o seu encravamento.
Vale ressaltar que jamais deve ser removido toda a unha, uma vez que isso resulta na lesão permanente de sua matriz e, consequentemente, da unha que reaparecer.
Quando a paroníquia for provocada por medicamento, é suficiente apenas a suspensão dele.
Paroníquia crônica
A paroníquia crônica é aquela cuja inflamação do dedo ultrapassa 6 semanas. Saiba mais sobre ela.
Quais as causas da paroníquia crônica?
É provocado pela irritação persistente induzida por substâncias como sabão e detergente, em um ambiente constante de umidade. Por isso, é comum aos que trabalham nas funções de cozinheiro, donas de casa e profissionais da área de saúde.
Menos frequentemente, pode ser desencadeada por processo alérgico a alguma substância em contato com a pele, constituindo a dermatite de contato alérgica.
A inflamação é agravada nos portadores de psoríase (foto 5a e 5b) e nos de dermatite atópica.
Apesar de o fungo cândida poder ser encontrado na pele afetada, ele não participa da indução da doença, o que é comprovado pela manutenção do processo, mesmo após tratamento específico para cândida. No máximo, pode contribuir para a persistência da paroníquia.
Como se manifesta a paroníquia crônica?
Ao contrário da paroníquia aguda, a inflamação é mais discreta, manifestada por eritema (vermelhidão) e inchaço ao redor da unha, correspondente à parte lateral e proximal da mesma (foto 6).
À medida que se prolonga a inflamação, começa a ocorrer uma retração na parte proximal, correspondente à perda da cutícula (foto 7).
A agressão à matriz da unha, correspondente à pele que antecede a sua parte proximal, gera inflamação do dedo e consequente alterações em sua superfície, manifestada por ondulações transversais e podendo gerar até um sulco ainda mais profundo na sua parte proximal, conhecido como Linha de Beau (foto 8).
Mantido a agressão à matriz, pode haver alteração de toda superfície da unha, semelhante ao aspecto de uma lixa, conhecido por traquioníquia (fotos 9). Essa condição pode levar ao desprendimento de toda unha, denominado onicomadese, além de deformidade permanente dela.
A evolução crônica pode alternar com surtos agudos, manifestada por exacerbação da inflamação, descrita anteriormente.
É comum a persistência da inflamação do dedo, correspondente à pele ao redor da unha, atrair a bactéria pseudomona (foto 10), que gera o aparecimento de uma cor esverdeada da unha em consequência da liberação de um pigmento pela bactéria.
Exames complementares
O diagnóstico, na grande maioria das vezes, é baseado apenas no exame da pele.
Nos raros casos suspeitos de reação alérgica ao contato com alguma substância, conhecida como dermatite de contato, deve ser realizado teste alérgico de contato.
O exame histopatológico, através de biópsia da pele, na grande maioria das vezes, não é necessário, exceto se houver suspeita de associação com outra doença no local, como o câncer de pele.
Tratamento da paroníquia crônica
A prevenção dos fatores indutores da paroníquia crônica é muito importante, como manter as mãos secas e distante do contato com sabões e detergentes.
Quando for inevitável o trabalho envolvendo esses irritantes, as mãos devem ser protegidas com luva de tecido de algodão, utilizada antes da de borracha.
É muito importante ter o cuidado de evitar o traumatismo provocado pela manicure, através da remoção da cutícula da unha, já que esta funciona como uma proteção contra a matriz da unha e também de paroníquia.
As unhas devem ser cortadas frequentemente, mas com cuidado! Deve-se evitar traumatismo com objetos cortantes, como tesouras e cortadores, assim como o hábito de roê-las.
O tratamento dirigido ao controle da inflamação consta da aplicação de creme contendo corticosteroide, que dependerá diretamente do caso. Outra opção é o uso de pomadas com medicamento anti-inflamatório.
O tratamento dirigido ao fungo cândida, assim como acontece na paroníquia aguda, é ineficaz.
Vale ressaltar que apenas um dermatologista poderá avaliar o seu caso e definir qual é a melhor abordagem. Entre em contato conosco para agendar uma consulta com um especialista e iniciar o seu tratamento.