O que é brotoeja, por que ela ocorre e como tratar?
A miliária, conhecida popularmente como brotoeja, é uma erupção na pele muito comum no verão.
Ela ocorre quando há o bloqueio da eliminação do suor e precipitado pela maior produção do calor decorrente de ambiente quente.
Existem 3 tipos de miliária relacionado ao nível de obstrução da eliminação do suor na pele, correspondente à miliária cristalina, a mais superficial, a rubra, com localização intermediária, e a profunda, a mais grave.
Continue lendo para saber mais sobre cada um desses tipos de brotoeja, ver as suas causas e a forma de tratamento.
A brotoeja afeta quem?
A brotoeja ocorre mais frequentemente em países de clima quente, agravado pelo clima úmido, principalmente no verão. Ela pode afetar todas as faixas etárias, inclusive o recém-nascido.
Então, a miliária cristalina, também conhecida como sudâmina, é muito comum nos recém-nascidos, em decorrência da imaturidade do canal que atravessa a parte mais superficial da pele, responsável pela eliminação do suor.
Esse problema tem pico de incidência na primeira semana de vida do recém-nascido. Nessa fase da vida, afeta 4,5 a 9% dos bebês.
Já a miliária rubra é a forma clínica mais frequente, variando de 4% dos recém-nascidos até 30% em todos os grupos etários.
A miliária pustulosa, consequente à infecção bacteriana, a partir das outras formas clínicas enumeradas, é mais frequente nos neonatos. e
O que causa a brotoeja?
O ducto da glândula sudorípara é a estrutura responsável pela eliminação do suor. Mas, às vezes, ele pode estar fechado ou inflamado, o que o impede de fazer isso.
Caso a obstrução ocorra na parte mais superficial da pele há um tipo de brotoeja, a chamada miliária cristalina.
Na miliária rubra, o nível da obstrução é um pouco mais abaixo. É consequência de um processo inflamatório gerado pelo extravasamento do suor, a partir do ducto da glândula sudorípara, para o tecido ao redor.
As causas que geram aumento da sudorese são:
- ambientes quentes e úmidos
- exercício físico exagerado
- febre
- qualquer condição que impeça a eliminação do suor consequente à oclusão da pele, como roupas apertadas e aplicação de curativos oclusivos
- medicamentos, como a isotretinoina (Roacutan), clonidina e atropina
- radiação ultravioleta ou ionizante
- doenças que destroem a parte mais superficial da pele, como acontece na síndrome de Stevens-Johnson e na necrólise epidérmica tóxica, doenças que têm semelhança com queimadura extensa
- doenças que geram maior quantidade de sódio no sangue
- maceração da pele gerada por máscara facial pode provocar miliária na ponta do nariz, especialmente durante a pandemia pelo coronavírus.
Além disso, a bactéria estafilococo pode estar relacionado à miliária pustulosa.
Como a brotoeja se manifesta?
Veja as principais manifestações da brotoeja.
Miliária cristalina
Resulta da retenção do suor na camada córnea, camada mais superficial da pele.
Esse tipo de brotoeja manifesta-se por vesículas (“bolhinhas d’água”) claras que têm semelhança com gotículas de água. Devido à sua localização na camada mais superficial da pele, rompem facilmente sem gerar inflamação. A ruptura dessas vesículas é seguida por descamação da pele. (foto 1)
Localiza-se nas regiões que suam com mais facilidade, como:
- recém-nascidos: no couro cabeludo, rosto e tórax
- adultos: no tórax.
Apesar das lesões na pele, não há coceira ou outro sintoma, como ardor.
Miliária rubra
Esse tipo de brotoeja se manifesta como pápulas (carocinhos) avermelhados, isoladamente ou associado a vesículas, medindo de 2 a 4 milímetros e cercadas por vermelhidão. (fotos 2/3)
A miliária cristalina e a rubra podem ocorrer simultaneamente. (foto 4)
Nos bebês, localiza-se em regiões do corpo de mais difícil evaporação, como dobras do pescoço, nas axilas e nas virilhas.
Nos adultos, afeta predominantemente:
- tórax
- antebraços
- dorso das mãos
- parte superior dascostas (correspondente ao local com maior contato com a roupa)
- couro cabeludo
- pescoço
- dobras do corpo.
Está associado ao prurido e ao ardor, sintomas que se intensificam com a sudorese.
Periporite
Representa a complicação da miliária por infecção bacteriana pelo estafilococo e manifestada por pústulas (“bolhinhas de pus”).
Essas bolhinhas aparecem quando há a abertura do ducto da glândula sudorípara. (fotos 5/6)
Abscesso múltiplo da face corresponde ao aprofundamento da infecção da periporite na pele. Manifesta-se como nódulos (caroços) semelhante ao furúnculo, preferencialmente localizados no rosto. (foto 7)
Quando a miliária rubra e a periporite atingem grande extensão e são muito recorrentes, podem gerar destruição das glândulas sudoríparas.
Em consequência disso, de modo a manter a função de regulação da temperatura corporal exercida pela glândula sudorípara, outras áreas passam a funcionar de forma exagerada para compensar a região que perdeu a função de suar.
Nos casos de grande destruição desses tecidos, esse mecanismo compensatório pode ser insuficiente para manter a temperatura corporal, gerando:
- febre
- fraqueza
- sensação de falta de ar
- aumento da frequência cardíaca
Como é feito o tratamento da brotoeja?
O tratamento da brotoeja dependerá diretamente do tipo de problema, assim como da sua seriedade. Dessa forma, apenas um dermatologista pode traçá-la.
Mas, de forma geral, buscam-se maneiras de evitar a sudorese, como:
- manter o paciente em ambiente frio, preferencialmente com ar condicionado
- usar roupa de tecido de algodão, que facilita a transpiração
- remover curativos e adesivos
- combater a febre com medicamentos
Além disso, os tipos de brotoeja rubra e cristalina podem ser tratados a partir da aplicação de pasta d’água, logo após o banho. Já a periporite exige antibióticos, que devem ser aplicados na pele.
Vale ressaltar que a automedicação pode piorar o problema. Sempre consulte um dermatologista para ter o diagnóstico correto e iniciar o tratamento mais indicado para você.
Continue lendo no nosso blog para saber mais sobre o excesso de sudorese.