O que é, quais são as causas e qual o tratamento da dermatite perioral?
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A dermatite perioral, posteriormente mais bem denominada de dermatite periorificial por não se limitar apenas ao contorno da boca, caracteriza-se pelo surgimento de pápulas (carocinhos) ao redor da boca, dos olhos e do nariz.
A inflamação lembra as manifestações da acne e da rosácea, porém se distingue das mesmas pela localização em pontos específicos do rosto. Apesar da causa não estar bem determinada, está geralmente associada ao uso de creme contendo corticosteróide de alta potência anti-inflamatória.
É possível a cura, apesar de ser conseguida de forma lenta, através de medicamentos utilizados por via tópica isoladamente ou associados à oral.
Quer saber mais? Então, continue lendo e tire suas dúvidas sobre a dermatite perioral.
Incidência
A dermatite perioral é mais frequente em mulheres, na faixa etária dos 16 aos 45 anos. Apesar disso, ela também pode afetar as crianças, inclusive as de 3 meses de idade.
Vale ressaltar ainda que ela também pode ocorrer com homens em qualquer faixa etária.
Dessa forma, todos podem ser afetados pela dermatite perioral.
Quais são as causas da dermatite perioral?
Não se sabe ao certo a causa da dermatite perioral, porém, acredita-se que a alteração inicial seja na diminuição da função de barreira da pele, induzida na pele de pessoas portadoras de alergia do tipo dermatite atópica e pelo uso de corticosteróide.
Os pacientes relatam uma erupção inicial no rosto manifestado pelo surgimento de pápulas e seguido pela manutenção da erupção pelo uso de corticosteróide. Em resumo, há a dúvida se o corticosteróide é o único responsável ou se é simplesmente um fator agravante e mantenedor do processo, especialmente com as preparações de maior potência anti-inflamatória.
Frequentemente, a suspensão do uso do creme de corticosteróide é seguida pela recidiva da erupção cutânea, o que gera uma dependência do uso do medicamento.
Outro fator que também reforça a teoria da participação dos corticosteróides é o da indução da doença pelo medicamento por outras vias, como a oral, inalatória e ocular.
Também se discute se outros fatores não têm participação, como:
- pasta de dente fluorada,
- cremes hidratantes,
- produtos cosméticos,
- Cândida albicans,
- flutuações hormonais nas mulheres,
- pílula anticonceptiva, também nas mulheres.
Como a dermatite perioral se manifesta?
A dermatite perioral se manifesta pelo agrupamento de pápulas (carocinhos) avermelhadas isoladamente ou associadas a vesículas (bolhinhas d’água) ou a pústulas (bolhinhas de pus).
Ficam localizadas, mais frequentemente, ao redor da boca, mantendo uma zona estreita sem lesões entre os lábios e as feridas (foto 1).
Menos frequente, as lesões podem aparecer ao redor do nariz (foto 2). Nos olhos, essa manifestação é ainda menos comum.
Está associado a discreta descamação.
Os casos mais intensos podem envolver as regiões ao redor da boca e do nariz (foto 3), além de evoluir para a confluência das pápulas, gerando infiltração (inchaço), o que dá um aspecto de maior inflamação à pele (foto 4).
Os pacientes podem não referir nenhuma sintomatologia ou se queixar de sensação de ardor ou de queimação, de intensidade discreta a moderada. A doença cura sem deixar sequelas ou cicatrizes.
A dermatite perioral tende a desaparecer espontaneamente entre alguns meses a vários anos. A insistência do uso de corticosteróide pode prolongar muito a doença e até exacerbá-la. Deve ser diferenciada da acne, pela ausência de comedões (cravos) e a distribuição característica ao redor da boca, do nariz e dos olhos.
Como é o tratamento?
O tratamento da dermatite perioral depende diretamente do local da lesão, assim como da sua localização.
Mas, recomenda-se a suspensão do creme contendo corticosteróide de forma gradativa para evitar o rebote. Para isso, deve-se substituir os corticosteróides de alta potência anti-inflamatória por outros de baixa potência, antes da suspensão completa.
Converse com o seu médico para ver quais são os procedimentos mais indicados para o seu caso.
Os casos com menor extensão devem ser controlados apenas com tratamento de uso tópico. O melhor tratamento é realizado com cremes que são semelhantes aos corticosteróides, mas não apresentam efeitos colaterais.
Também há outras alternativas em gel, loção ou medicamentos, que devem ser recomendados a partir de um exame completo da área.
Já os casos mais graves devem ser tratados por meio da associação do tratamento por via tópica com medicamentos antibióticos por via oral por, no mínimo, 2 meses.
Lembre-se que a automedicação e o autotratamento podem causar a piora dos sintomas. Por isso, sempre procure ajuda médica para iniciar o tratamento mais recomendado para o seu caso.
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