Rosácea: saiba mais sobre essa doença que afeta 10% da população

Dr. Sergio Paulo

A rosácea é uma doença crônica e frequente, e se manifesta com alterações na pele e/ou nos olhos.

Ela afeta cerca de 10% da população e alguns fatores predispõem ao aparecimento da doença.

No post de hoje, você saberá mais sobre a rosácea, sua causa e como deve ser feito o tratamento para diminuir as alterações causadas. Continue lendo e confira.

Incidência da rosácea

É uma doença cutânea frequente, afetando 10% da população, predominantemente em pessoas de pele clara.

Incide mais na faixa etária entre 30 anos e 60 anos, mais nas mulheres do que nos homens, apesar da forma fimatosa predominar no sexo masculino.

O tabagismo, a obesidade e a ingestão exagerada de álcool predispõem à rosácea.

O que causa a rosácea?

Vários fatores estão envolvidos na doença.

O dano provocado pela radiação solar, por exemplo, gera degeneração nas fibras elásticas e no tecido colágeno dos vasos sanguíneos e o da periferia deles.

Ela também pode ocorrer por um defeito no sistema imunológico que gera uma proliferação de microorganismos habitantes normais da pele, como o Demodex folliculorum e o Bacillus oleronius, gerando inflamações na área.

Suspeita-se que a infecção pelo Helicobacter pilori, habitante da mucosa do estômago, também pode influenciar a evolução da rosácea.

Quadro clínico da rosácea

A rosácea atinge, preferencialmente, a parte central da face, como o nariz e regiões malares (bochechas). 

Apresenta algumas formas clínicas:

O tipo eritematotelangiectásica é a apresentação inicial da doença, há eritema (vermelhidão) e telangiectasias (dilatação dos vasos superficiais da pele).


Rosácea eritêmato telangectásica

A forma papulopustulosa se sobrepõe à forma inicial e é manifestada por pápulas (pequenos caroços) e pústulas (bolhinhas de pus), na mesma localização citada acima.

Rosácea papulopustulosa
Rosácea papulopustulosa. Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire do Atlas Dermatológico
Rosácea pustulosa

Diferencia-se da acne juvenil por não apresentar comedões (cravos).

Alguns pacientes, principalmente os homens, apresentam hipertrofia das glândulas sebáceas no nariz, se manifestando, inicialmente, por eritema (vermelhidão), edema e dilatação dos poros da pele.

Finalmente, evolui para a formação de tecido fibroso e conhecido por rinofima. Pode se manifestar em outras áreas do rosto, como mento, bochechas e orelhas.

Rinofima. Foto autorizada pelo Dr. Samuel Freire do Atlas Dermatológico

Comumente, os olhos também podem ser afetados, havendo incidência em 58% a 72%. Nesse caso, chama-se de rosácea ocular. Os sintomas são sensação de secura ou lacrimejamento, dor e visão borrada.

Também surgem outros sintomas, como:

  • Hordéolo (terçol)
  • Blefarite (inflamação das pálpebras)
  • Conjuntivite
  • Ceratite
  • Ulceração e até ruptura da córnea

Pode ocorrer sem manifestações na pele. É muito importante o diagnóstico precoce. 

Tratamento da rosácea

As orientações sobre a rosácea são muito importantes para o tratamento. Deve ser esclarecido para os pacientes que a doença, apesar de não curar, pode ser controlada com medidas de proteção, além do tratamento específico.

Também é essencial compreender que deve-se evitar o contato com substâncias que irritem a pele, como:

  • Agentes químicos
  • Sabonetes
  • Cosméticos à base de álcool
  • Produtos abrasivos e adstringentes

Pacientes com rosácea tendem a ser muito sensíveis a essas substâncias.

Recomenda-se ainda evitar exposição excessiva ao Sol, alimentos quentes e condimentados, banho quente e sauna. É importante também usar filtro solar com fator de proteção igual ou superior a 30.

O tratamento visa combater a inflamação da pele e as telangiectasias. Para o primeiro objetivo, dispomos do metronidazol, ivermectina, ácido azeláico, inibidores da calcineurina (pimecrolimo e tracolimo) por via tópica, além de antibióticos, metronidazol, e isotretinoina por via oral.

A combinação das duas vias de administração é o ideal. O combate às telangiectasias é realizado através do laser e da luz intensa pulsada.

O rinofima é tratado com a isotretinoina na fase inicial da doença e cirurgia nos casos mais avançados através da dermoabrasão, criocirurgia, eletrocirurgia e laser ablativo.

Independentemente da forma clínica da rosácea, é essencial contar com o apoio médico para traçar o melhor tratamento. Apenas um especialista pode dar todas as orientações úteis para o paciente.

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