Dermatite de fraldas: saiba mais sobre essa doença comum em bebês
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Dermatite de fraldas é uma inflamação na área de contato da fralda com a pele e é gerada pelo contato com urina e fezes com ela.
Ela é a doença da pele mais frequente no primeiro ano de vida e pode se prolongar até desaparecer naturalmente a incontinência urinária e das fezes.
Embora a causa mais frequente da irritação nessa área seja consequente ao efeito irritante do contato com as secreções, outras doenças podem se instalar nessa região, como a dermatite seborreica e a psoríase.
Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a dermatite de fraldas!
Qual a incidência da dermatite de fraldas?
A dermatite de fraldas representa 10 a 20% de todas as doenças da pele na consulta do pediatra, sendo extremamente comum.
O risco de desenvolver a doença é de um em cada quatro bebês e até 7 a 40% deles.
As manifestações podem surgir já na primeira semana de vida, porém o pico de incidência é entre 9 e 12 meses.
Qual a causa da dermatite de fraldas?
A região de contato da fralda com a pele oferece condições ideais à inflamação e infecções por fungo (cândida) oriundo das fezes e bactérias (Esfilococo aureus e estreptococo) existentes normalmente na pele.
Isso se dá em consequência da fricção, da umidade proporcionada pela urina e fezes e do efeito irritante de substâncias contidas nas fezes.
Existem vários fatores de risco para o surgimento da dermatite de fraldas, como:
- diarreia,
- incontinência de urina e fezes (também comum nos idosos com incontinência),
- leite de vaca (aleitamento materno é recomendado),
- uso recente de antibiótico por predispor à diarreia ou infecção por cândida.
A dermatite pode se agravar pela aplicação de cremes contendo substâncias que gerem alergia (dermatite de contato).
Em especial, o sulfato de neomicina, substância muito aplicada na pele. Ela é a pomada que provoca mais alergia em qualquer idade no Brasil.
A dermatite de fraldas é mais resistente em ser controlada nas pessoas que são, ou têm familiares, portadores de alergia hereditária chamada atopia, que se manifesta com pele seca e tendência a inflamar, especialmente nas dobras dos cotovelos e joelhos, além de asma e rinite.
A dermatite de fraldas frequentemente recidiva após aparente tratamento eficiente nessas pessoas.
Quais são as manifestações clínicas da dermatite de fraldas?
A dermatite de fraldas se caracteriza por inflamação na pele correspondente ao contato com a fralda e afeta as áreas de maior contato (áreas convexas), como:
- nádegas,
- parte inferior da barriga,
- órgão genital,
- parte superior das coxas.
Ela não agride a pele sem contato com a fralda (dobra na virilha). Está associada à dor e ardor.
A intensidade da dermatite de fralda é avaliada pela vermelhidão (eritema) e é muito variável de caso para caso.
A evolução é por episódios e a duração dos casos menos intensos é de 2 a 3 dias após instituído o tratamento.
Se a doença tiver duração maior de 3 dias, mesmo com tratamento correto, deve ser considerado que a pele pode ter sido secundariamente infectada pela candidíase em decorrência da proliferação do fungo cândida e que é evidenciado pela extensão da inflamação às dobras das virilhas.
A candidíase persistente na região das fraldas pode ser uma manifestação de diabetes mellitus tipo 1 ou uma forma grave de candidíase que ocorre em pessoas que nasceram com a imunidade baixa, chamada candidíase mucocutânea crônica.
Infecções por bactérias como Estafilococo aureus e Estreptococo podem proliferar na área de dermatite de fralda e se manifesta por pústulas (bolhas com pus) medindo 1 a 2 milímetros e por erosões cobertas de crostas amareladas consequentes à ruptura das pústulas.
A região das fraldas é local predileto de outras doenças da pele, como a dermatite seborreica, dermatite de contato e psoríase.
Atenção especial deve ser dada à possibilidade de abuso sexual e manifestado por condiloma acuminado (verruga originada do papilovirus) e queimaduras.
Além disso, não trocar a fralda logo após o bebê ou idoso urinar ou evacuar pode manter e agravar a doença.
Qual é o tratamento?
O mais importante é prevenir a instalação da dermatite, removendo rapidamente a urina e as fezes e deixando a pele sem fralda durante algumas horas, diariamente, a fim de expor diretamente a pele ao ar.
Também é recomendado evitar exagerar na limpeza da pele para não agravar a irritação e retardar a cura. Limpar a pele com água discretamente aquecida e toalha suave além do uso de sabonetes leves (pouca quantidade de perfume).
Se a pele apresentar feridas, deve aplicar água a partir de tubo de plástico ou torcendo uma toalha encharcada sobre as feridas.
As fezes secas devem ser delicadamente removidas com óleo mineral aplicado com algodão. A fim de evitar fricção desnecessária, a pele deve ser seca com delicados toques com a toalha.
Lenço livre de perfume e de álcool pode ser usado, uma vez que é menos irritante do que usar a água com toalha.
É preferível a fralda descartável do que a de pano, apesar de não ser um consenso, especialmente durante a inflamação da pele, por possuir maior capacidade de absorção de líquido, mantendo o ambiente menos úmido, condição fundamental para prevenir ou agravar a inflamação da pele.
O leite materno tem propriedade anti-inflamatória semelhante ao corticoide de baixa potência anti-inflamatória, como a hidrocortisona e a pasta de óxido de zinco, além de atividade antimicrobiana; por isso, é recomendado para bebês.
Em relação aos medicamentos, eles devem ser prescritos por médicos especializados.
Em geral, é recomendada a aplicação de pasta ou pomada contendo óxido de zinco, que funciona como uma barreira ao contato da urina, fezes e umidade com a pele.
Não é obrigatória a remoção dessa pasta antes de nova aplicação e, quando houver necessidade, deve ser aplicado óleo mineral.
A aplicação de creme de corticosteroide de baixa potência anti-inflamatória (corticosteroide de alta potência anti-inflamatória provoca estrias) combate o vermelhidão da pele.
Quando a dermatite complicar com infecção pela cândida, deve ser aplicado creme contendo antifúngico.
Se houver infecção bacteriana, a aplicação de antibiótico em creme ou pomada pode curar.
Se a infecção for muito extensa, ou se houverem manifestações de que ela deixou de ser apenas na pele, manifestada por febre, astenia (corpo mole) e irritabilidade, é obrigatório o uso de antibiótico por via venosa através de internação hospitalar.
O corticosteroide, antibiótico e antifúngico devem ser aplicados antes da pasta de zinco.
Vale ressaltar que apenas um médico especializado poderá receitar o tratamento ideal para cada caso, baseando-se na sua intensidade.
Agora que você já sabe mais sobre dermatite de fraldas, continue lendo e saiba mais sobre como funciona a teledermatologia!