Saiba mais sobre a alopecia androgenética e como tratá-la
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A alopecia é uma condição que afeta tanto o sexo feminino quanto o masculino e ocorre por influência do hormônio andrógeno e por fatores genéticos.
Apesar de ser mais comum nos homens, ela tende a causar um grande efeito emocional nas mulheres, estando ligada diretamente com a baixa autoestima.
Para compreendê-la melhor, é preciso conhecer o que provoca a queda de cabelo, assim como quando ocorrem as manifestações clínicas.
Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a alopecia androgenética!
O que é alopecia androgenética?
A alopecia androgenética é caracterizada pela alteração no ciclo evolutivo do cabelo, em que os pelos terminais, espessos e longos, se transformam em pelos velos, mais finos, curtos e menos pigmentados.
Isso acontece, como o nome já sugere, por influência de hormônio andrógeno e por tendência genética.
No sexo masculino, o processo tem influência hormonal, quando há elevação da dihidrotestosterona, derivada da testosterona, que atua no afinamento do pelo.
A testosterona no sangue permanece em nível normal.
Essa queda de cabelo (alopecia) é a mais frequente em ambos os sexos, afetando cerca de 50% dos homens e 6 a 25% das mulheres ao atingir 50 anos.
E isso torna-se ainda mais recorrente após os 70 anos, com elas apresentando mais de 40% dos casos, enquanto eles, 80%.
Essa queixa tem aparecido cada vez mais cedo. Sinais precoces de calvície podem ser vistos em mais de 10% dos adolescentes entre 15 e 17 anos.
Nas síndromes hiperandrogênicas (doenças com excesso de andrógenos) no sexo feminino, como ocorre na síndrome dos ovários policísticos, tumores de ovário ou de glândula adrenal e hiperplasia adrenal, a queda de cabelo pode atingir 80%, mesmo nas jovens.
Apesar de a calvície ser mais frequente nos homens, é uma condição socialmente aceita e, portanto, não gera tanta preocupação nem busca por consulta com o dermatologista, na maioria deles.
O mesmo não acontece com as mulheres, já que a alopecia gera baixa autoestima, ansiedade, depressão e consequente busca pelo atendimento dermatológico.
Em relação à etnia, é menos frequente em indivíduos amarelos e negros do que nos brancos.
O que causa a queda de cabelo?
A doença está relacionada a uma desordem do ciclo evolutivo do cabelo associado à miniaturização dos fios terminais. Ou seja, passam a ser mais finos, mais curtos e mais claros. Estes últimos constituem os pelos velos.
A fase de crescimento (anágena) sofre encurtamento do tempo de vida, que normalmente é de 2 a 6 anos e passa a ser de semanas a meses.
Consequentemente, entram mais precocemente na fase final de telógeno, a qual antecede a expulsão do pelo.
Os fios renascem como pelos velos, o que dá uma aparência de calvície por não dar densidade ao cabelo.
Independentemente da etiologia, a alteração folicular em homens e mulheres parece ser a mesma, havendo uma via comum de miniaturização folicular indistinguível entre os sexos.
Os hormônios estão envolvidos na patogênese da alopecia androgenética.
A testosterona, quando está em nível normal no sangue, se transforma, através da enzima 5 alfa-redutase, a nível do pelo, em di-hidrotestoterona.
Este último, portanto, é único hormônio que está aumentado no pelo, no qual atua diretamente, provocando a transformação do pelo terminal em pelos velos.
Isso explica os níveis normais de testosterona no sangue em homens calvos.
Na mulher ainda não está esclarecida essa relação da queda de cabelo com os níveis de testosterona, pois estando em níveis normais, a denominação de alopecia androgenética feminina não é adequada e pode ser substituída pela alopecia de padrão feminino.
Atualmente, existem argumentos suficientes para considerar as alopecias androgenéticas masculina e feminina como entidades clínicas distintas.
Existe uma clara participação da herança, mais evidente no homem, em que a chance é 5 vezes maior naquele cujo pai seja também portador. Na mulher, a influência genética é menor.
Manifestações clínicas da alopecia
A alopecia androgenética masculina inicia-se, frequentemente, durante a puberdade e manifesta-se com perda de cabelo na parte anterior (entradas), parte média e do vértice.
Progride até a perda de cabelo na parte anterior se encontrar com a posterior. Em alguns predomina na parte anterior, enquanto em outros, no vértice.
A velocidade de progressão é lenta, sendo mais extensa quanto mais cedo for o início. Consiste na gradual substituição de fios mais grossos, longos e escuros por pelos velos.
Na mulher, costuma manifestar-se entre vinte e quarenta anos de idade, agravando-se na menopausa.
É caracterizada por um afinamento difuso dos cabelos, poupando, ao contrário do homem, a linha de implantação do cabelo e apresentando diferentes graus de alopecia.
Há uma substituição progressiva de pelos terminais por pelos velos, porém a perda dos primeiros é mais difusa, incompleta, ao contrário dos homens, nos quais essa perda é mais intensa.
Na fase inicial pode haver queda de cabelo, resultando na redução da densidade capilar na parte central do couro cabeludo. Ocorre afinamento difuso ou em “Árvore de Natal” dos fios, com alargamento do repartido central, poupando a linha de implantação frontal.
Nas ocorrências femininas, é obrigatório a investigação de manifestações de hiperandrogenismo (excesso de hormônio andrógeno), apesar de pouco frequentes, como:
- acne,
- irregularidade menstrual,
- infertilidade,
- galactorreia (eliminação de leite),
- hirsutismo (excesso de pelo),
- seborreia (excesso de gordura na pele),
- acantose nigricante.
Essas alterações estão associadas a quadros mais exuberantes ou de evolução rápida de alopecia.
Além disso, existe, no sexo feminino, associação com hipertensão arterial, risco aumentado de morte por diabetes ou doença no coração.
No homem, existe também risco aumentado de doenças cardiovasculares, além de câncer de próstata.
O diagnóstico diferencial entre a alopecia de padrão feminino e o eflúvio telógeno nem sempre é fácil, no último, a queda é difusa, ou seja, não se limita à parte frontal e vértice da cabeça, mesmo sendo mais intensa na região temporal.
Geralmente, o início da perda de cabelo é mais intenso, permitindo ao paciente colher grande quantidade de fios para mostrar ao dermatologista, enquanto na alopecia androgenética feminina o processo é contínuo e discreto.
Na alopecia é possível observar a maior densidade capilar na região occipital do que na parte superior da cabeça.
No dermatoscópio, instrumento que permite o exame do cabelo de forma detalhada, podem ser visualizados os pelos velos, que são mais evidentes na região do vértice no homem e frontal na mulher do que a occipital, não afetado pela alopecia em ambos os sexos.
Assim, pode ser comparada a relação entre pelos terminais e pelos velos, fundamental para avaliar a intensidade da queda de cabelo. É de se esperar uma diminuição dessa relação com a progressão do quadro.
Como é o tratamento da alopecia?
O tratamento no homem consiste na associação de minoxidil e finasterida e o transplante de cabelo.
O remédio é aplicado diretamente no couro cabeludo, na concentração de 5%, duas vezes ao dia, durante toda vida, no homem e 1 vez ao dia na mulher.
Pode aumentar a queda de cabelo no início do tratamento por eliminar aqueles pelos já iriam cair independente do tratamento (fase do eflúvio).
Deve ser administrado sempre com cabelo seco para manter a concentração. Não deve lavar o cabelo por até 4 horas após a aplicação para garantir a absorção do medicamento.
Nunca dormir antes de 2 horas após a aplicação, para evitar que a solução atinja o rosto, pois pode nascer cabelo no local.
O início da melhora da queda capilar ocorre a partir de 4 a 8 meses e estabiliza entre 12 e 16 semanas. Portanto, a avaliação em relação à eficácia deve ser feita, em média, após 1 ano.
Os pacientes que têm melhor prognóstico de recuperação são os que têm menos de 10 centímetros de diâmetro de alopecia, menos de 10 anos de evolução e menos de 40 anos.
A finasterida é usada na dose de 1 mg ao dia no homem e evitado na mulher durante a gravidez pelo risco de deformidade genital no bebê do sexo masculino, além de menor efetividade
Existe o risco de 1,5% de impotência sexual, diminuição libido e retardo na ejaculação, porém são efeitos colaterais reversíveis, uma vez suspenso a medicação.
O implante de cabelo, indicado nos casos avançados, oferece tratamento definitivo desde que a queda de cabelo tenha cessado e que tenha área doadora suficiente na região occipital (parte posterior do cabelo).
Os tratamentos mais modernos oferecem excelentes resultados do ponto de vista da quantidade de fios implantados (densidade do cabelo), além da aparência natural indistinguível dos pelos originais.
Antes de iniciar qualquer tratamento, é fundamental visitar um médico especializado na área. A automedicação pode ter sérias consequências para a saúde e trazer efeitos contrários aos desejados.
Agora que você já sabe mais sobre a alopecia androgenética, que tal continuar a leitura e saber como se proteger do sol de maneira eficaz?