O que causa a candidíase e quais são as manifestações?
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A candidíase é uma infecção causada pelo fungo do gênero Candida, sendo uma das infecções mais comuns da pele e mucosas.
Ela pode apresentar-se de diferentes maneiras e ter sintomas variados.
Independentemente da manifestação, é preciso fazer um acompanhamento médico para que o tratamento correto seja efetuado.
Continue lendo o nosso post e confira mais informações sobre candidíase!
Qual é a causa da candidíase?
A Candida albicans é a mais frequente entre as 30 espécies de Candida (subtipos) que infectam o ser humano.
Sua distribuição é ampla, tanto no meio ambiente como fazendo parte da biota (flora de microorganismos que habitam a epiderme normal).
É um fungo comensal, ou seja, vive na pele, especialmente nas dobras e nas mucosas das cavidades oral e genital (masculina e feminina) de indivíduos saudáveis, além do intestino.
Porém, é capaz de provocar doença oportunista por modificações no organismo, nas seguintes condições:
- Desequilíbrio da flora composta por microorganismos encontrados normalmente na pele e mucosas.
- Agressão à integridade da pele ou mucosas por agentes físicos, como atrito nas dobras da pele.
- Queda da imunidade provocada por doenças, como a AIDS e leucemia, ou por uso de medicamentos que deprimem a imunidade.
O desequilíbrio da flora pode estar ligado com o uso de antibióticos, que provoca destruição das bactérias da pele, permitindo a proliferação da cândida.
Em relação à agressão da integridade da pele, ela é mais comum em pessoas obesas ou que usam roupas apertadas, além de traumas provocados pelo uso de dentadura ou do DIU, que permitem a penetração da cândida que está presente na pele e nas mucosas.
No caso de queda de imunidade por medicamentos, ela é comum em transplante de órgãos. Os corticosteroides também podem ter esse efeito, até mesmo através da inalação, para combater asma e rinite.
Apesar da patogenicidade do fungo, ou seja, de sua capacidade de invadir a pele e mucosas e contribuir para a instalação da doença, o mais importante são os fatores relacionados ao hospedeiro, enumerados acima, para a cândida sair da condição de comensal (boa convivência) para se tornar patógeno.
Portanto, em condições normais, a candidíase é de difícil transmissão.
Manifestações clínicas da candidíase
A candidíase pode ter diversas manifestações clínicas. Confira as principais!
Candidíase oral
É frequente nos recém-nascidos, conhecida popularmente como sapinho.
Ao nascimento, a microbiota (microorganismos habitantes da pele e das mucosas em estado normal) é estabelecida a partir do canal do parto, objetos em berçários ou amamentação.
O aleitamento materno é um fator de proteção contra a candidíase comprovado pela menor incidência da doença nas crianças amamentadas pela mãe em comparação com as que não foram.
Em adultos, ocorre mais frequentemente em diabéticos, idosos (uso mais frequente de dentaduras) e especialmente nas pessoas com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), sendo a presença da candidíase nestes últimos um indicador de doença pelo vírus do HIV.
Caracteriza-se pela presença de placas brancas ligeiramente elevadas, que se assemelham à nata de leite ou ao leite coalhado.
A remoção dessas placas pode ser feita pela fricção de uma gaze ou pela raspagem com um abaixador de língua para revelar uma mucosa avermelhada ou com feridas ou erosões.
As lesões podem acometer qualquer parte da cavidade oral, porém são mais frequentes no ângulo da boca (constituindo a queilite angular da candidíase),
mucosa jugal (parte interna das bochechas), e no palato mole (parte posterior do céu da boca).
A partir desse último, pode se estender ainda mais e chegar à faringe e à laringe.
A localização na faringe é quase exclusiva dos pacientes com a imunidade baixa, como os portadores de HIV, e gera sensação de dor durante a deglutição (disfagia) e também na parte anterior do tórax.
A propagação da infecção para a laringe se manifesta por rouquidão.
O uso de prótese dentária ou chupeta facilita o acúmulo de saliva no palato duro (céu da boca).
Os pacientes podem se queixar de sensação de boca felpuda (algodão na boca), perda do paladar e, em alguns casos, dor durante a mastigação e ao engolir.
Candidíase vaginal
É a forma clínica mais frequente, desencadeada por:
- estados de alto nível do hormônio estrógeno durante a gravidez e em uso de anticonceptivo hormonal (pílula),
- uso recente de antibióticos e medicamentos imunossupressores (baixam as defesas),
- diabetes mellitus,
- uso de roupas justas e/ou de fibras sintéticas (evitam a transpiração).
As mulheres soropositivas apresentam um número elevado de recorrências e com maior duração, com tendência a maior intensidade à medida que diminui a imunidade em decorrência da AIDS.
Manifesta-se com prurido e sensação de queimação na vulva, disúria (dor durante ato de urinar) ou dispareunia (dor durante ato sexual).
Esses sintomas são mais intensos durante a semana que antecede a menstruação.
No exame ginecológico, observa-se eritema da vulva e da mucosa vaginal, edema na vulva, além de arranhões (escoriações) e secreção de aspecto leitoso e espessa, porém também pode ser discreta ou inexistente
Candidíase no pênis
Conhecida como balanite, quando atinge apenas a glande, ou balanopostite, quando atinge também o prepúcio.
Manifesta-se por eritema (vermelhidão) e por lesões esbranquiçadas e erosões, que podem se disseminar para as coxas, bolsa escrotal, dobras entre nádegas e virilhas.
Os casos com inflamação mais intensa, geralmente estão associados a diabetes descompensada.
Candidíase intertriginosa
Acomete as dobras da pele como as virilhas, entre nádegas, e abaixo dos seios (seios pêndulos em idosas).
A condição é agravado nos seguintes casos:
- obesidade,
- nos meses mais quentes do ano,
- clima úmido,
- má higiene,
- gestação,
- diabetes.
Caracteriza-se por áreas avermelhadas cobertas por uma camada esbranquiçada, além de fissuras ou feridas de forma linear.
Candidíase sistêmica
É uma forma muito grave devido à disseminação para outros órgãos através da corrente sanguínea.
Os doentes mais propensos a essa disseminação da candidíase são;
- recém-nascidos,
- transplantados,
- portadores de câncer, especialmente os com leucemia,
- pacientes submetidos à cirurgia abdominal,
- pacientes em nutrição parenteral (nutrientes pela veia).
A UTI é um local frequente de transmissão dessa forma de candidíase ameaçadora à vida.
O diagnóstico da doença é baseado principalmente por exame dermatológico e raramente é necessária confirmação laboratorial do diagnóstico, que é realizado por exame micológico (exame direto ao microscópio e cultura).
Como é feito o tratamento?
Inicialmente, devem ser investigados os fatores que predispõem à doença.
Existe uma preferência pelos medicamentos de uso tópico, porém nos casos mais intensos devem ser associados tratamentos por via oral e até sistêmica (na veia), este último quando atinge outros órgãos.
Os medicamentos mais eficazes de uso tópico são os derivados imidazólicos, como o clotrimazol, miconazol, oxiconazol e cetoconazol.
Utiliza-se o itraconazol e fluconazol (o melhor) por via oral e nos casos que se disseminam para outros órgãos, é indicado a anfotericina B por via parenteral (na veia).
É importante ressaltar que o método terapêutico ideal deve ser prescrito por um médico. A automedicação pode piorar a situação e causar manifestações mais graves.
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