O que é queloide e como é feito o tratamento?
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Queloide é um tumor benigno, semelhante a uma cicatriz exagerada, que ocorre a partir da proliferação exagerada da pele com a intenção de reparar perda cutânea.
Ele é evidenciado pela expansão do tumor além das bordas originais da ferida e é induzido por cirurgias e traumas evidentes ou aparentemente invisíveis (microtraumas).
Ocorre em indivíduos predispostos, especialmente aqueles de pele escura e de origem asiática, sendo alguns locais do corpo mais comuns, como os ombros, parte superior do tórax, mandíbula (parte mais inferior do rosto) e lobo da orelha (local do uso de brinco).
Acomete de 4 a 16% da população, sendo incomum em crianças e idosos.
Deve ser distinguida da cicatriz hipertrófica por se estender além das bordas da ferida e não ter tendência à involução.
Durante esse artigo, vamos descrever os fatores predisponentes, as manifestações na pele, como se prevenir e as opções de tratamento para o queloide.
Continue lendo e confira.
O que causa o queloide?
Existem vários fatores que contribuem para o desencadeamento do queloide, como:
- predisposição hereditária: foram identificados vários genes envolvidos na predisposição, seja estimulando ou inibindo a formação do tumor;
- isotretinoina: o Roacutan, medicamento utilizado no tratamento da acne; potencializa a indução do queloide através de trauma, como cirurgia e procedimento estético;
- doenças que causam infecção ou inflamação da pele: como acne, foliculite e varicela (catapora);
- traumatismo na pele: como erro de técnica cirúrgica, infecção e introdução de material estranho durante o ato cirúrgico, brinco ou piercing na orelha e vacinação.
Como o queloide se manifesta?
O queloide manifesta-se como uma cicatrização exagerada de uma ferida criada na pele. Pode surgir a partir de um mês após o trauma, porém, ocasionalmente, até após 1 ano.
Inicialmente, há o aparecimento de uma lesão avermelhada, ainda no mesmo nível da pele ao redor (foto 1).
Evolui para uma lesão elevada, avermelhada ou acastanhada e com sensação da pele endurecida à palpação (foto 2 de lesão do pescoço).
A tendência é que ocorra uma involução parcial no centro da lesão, mas o seu crescimento além das bordas originais da ferida continuam, ao contrário da cicatriz hipertrófica, que se mantém nos limites do trauma original.
Esta, apesar de ter um crescimento inicial rápido nos primeiros seis meses, é seguida de regressão, num período de 12 a 18 meses.
Além de representar um problema estético e, consequentemente, afetar a autoestima dos seus portadores, pode gerar coceira e dor.
Em relação aos locais mais predispostos à instalação de queloide, podemos citar:
- lobo da orelha (parte inferior dela);
- tórax, tanto na parte anterior quanto na posterior
- ombros
- mandíbula (limite entre a face e o pescoço)
- cabeça e pescoço
- face e genitália (menos frequentemente)
- palmas e plantas (raramente).
O queloide pode gerar perda do controle da temperatura e da oleosidade (tornando-se mais seca), em consequência da lesão às estruturas correspondentes da pele, responsáveis por essas funções.
Pode provocar contraturas em locais de dobras, como o joelho, impedindo ampla movimentação dessas regiões.
Como é feito o tratamento do queloide?
O tratamento do queloide representa um desafio para o dermatologista, já que nenhuma opção é completamente satisfatória.
A partir dele, espera-se:
- controlar a dor e a coceira
- reduzir o tamanho do tumor
- recuperar o movimento das articulações que coincidam com o surgimento de queloide
- elevar a autoestima.
Os principais recursos de tratamento são:
- injeção de corticosteroide ou outro fármaco dentro do queloide
- crioterapia por meio da aplicação de nitrogênio líquid
- lasers de diferentes tipos
- terapia de compressão da pele por meio de roupa, bandagem e brinco, podendo ser de acrílico, vendido comercialmente como Delasco Acrylic Pressure Earrings
- placa de gel de silicone para queloide de pequeno tamanho e gel de silicone para os de grande extensão;
- radioterapia, indicada como prevenção de queloide, aplicada logo após cirurgia, já que não atua no problema já instalado.
Caso um desses métodos não seja suficiente, podem ser realizadas combinações. É comum dermatologistas aliarem crioterapia com a injeção de medicamentos, por exemplo.
Como prevenir queloides?
Para prevenir queloide, recomenda-se:
- evitar traumatismo e cirurgias desnecessárias em pacientes predispostos, especialmente nos locais mais propensos a doença, como pessoas de pele escura;
- ocluir toda ferida cirúrgica com a intenção de mantê-la úmida;
- evitar a exposição ao sol em locais suspeitos de desenvolver a enfermidade, após algum estímulo que possa desencadear o queloide.
Ainda ficou com alguma dúvida sobre essa doença? Entre em contato conosco e converse com um especialista.