Saiba mais sobre dermatite fototóxica e fotoalérgica
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A dermatite fototóxica e fotoalérgica são reações inflamatórias exageradas em consequência da exposição solar, induzida pelo contato com substâncias ou com ingestão de medicamentos, sendo conhecido como fotossensibilidade.
Essa reação é responsável por 20% da alergia induzida por medicamento em idosos.
A inflamação fototóxica é aquela que ocorre após uma simples queimadura solar, a mais comum, e a fotoalérgica é consequência da indução de uma reação alérgica.
No Brasil, o maior exemplo de reação fototóxica é a provocada pelo contato simultâneo do suco do limão com a pele e a exposição ao sol, especialmente durante os meses de verão.
As inflamações mais exuberantes geram muito desconforto ao paciente por meio das sensações de queimação e coceira. Por isso, podem ser consideradas uma urgência dermatológica.
Continue lendo para saber mais sobre a dermatite fotoalérgica e fototóxica.
Tire suas dúvidas sobre a dermatite fototóxica
Confira as principais perguntas sobre a dermatite fototóxica e tire suas dúvidas sobre essa condição.
O que causa a reação fototóxica?
A dermatite fototóxica ocorre devido à agressão direta da luz ultravioleta sobre a pele, potencializada pela aplicação de substâncias ou pela ingestão de certos medicamentos.
Esse sinergismo de ação gera uma verdadeira queimadura solar. Qualquer pessoa pode ser vítima dessa reação, desde que os dois componentes tenham sido oferecidos em quantidades suficientes.
Ela ocorre desde o primeiro contato, já que não exige uma sensibilização prévia como ocorre na reação fotoalérgica.
Ultravioleta A
Entre os vários tipos de raios emitidos pelo sol, a radiação ultravioleta A (UVA) é mais responsável do que a radiação ultravioleta B. Isso significa que não é necessário a exposição direta ao sol, já que a UVA existe até na simples claridade.
Ou seja, as pessoas podem ser agredidas pelo sol até mesmo dentro de um automóvel, uma vez que o UVA atravessa o vidro do carro.
Fototerapia
A reação fototóxica que atinge grande extensão da pele pode ser desencadeada pela fototerapia, utilizada no tratamento de várias doenças da pele como a psoríase.
Nesses casos, há a combinação da ingestão do medicamento psoraleno e a exposição à radiação ultravioleta A, dentro de uma cabine.
Essa reação grave também pode ser desencadeada pela exposição à radiação ultravioleta A contida nas câmaras de bronzeamento artificial, combinada com a ingestão de grande quantidade de aipo. Essa radiação apressa muito o envelhecimento da pele, além de induzir o câncer de pele, especialmente o melanoma, tumor com alta mortalidade.
Infelizmente, os governos municipais não proíbem o funcionamento das clínicas proprietárias desses aparelhos. Essa radiação UVA também existe em consultórios de dentista, em máquinas fotocopiadoras e em lâmpadas fluorescentes sem proteção.
Coaltar
O coaltar existente sob a forma de pomada e de xampu pode, ocasionalmente, provocar essa reação. Por esse motivo, é aconselhável a utilização dessa substância à noite e removê-la antes de voltar a se expor ao sol.
Frutas críticas
A fitofotodermatite é a forma clínica mais frequente de dermatite fototóxica. Ocorre como consequência do contato da pele com substâncias conhecidas como furocumarínicos, encontradas em plantas com frutas cítricas. Nesse caso, especialmente no sulco de limão, muito frequente no verão, após exposição ao sol na piscina e na praia (foto 1).
Menos frequentemente, a planta do caju é a responsável. A dermatite fototóxica também pode ocorrer a partir das folhas da figueira, que são utilizadas sob a forma de chá para bronzear a pele.
Também estão expostas a essa queimadura:
- pessoas que trabalham com jardinagem
- crianças que têm contato com plantas e ervas daninhas em atividade recreativa
- trabalhadores da indústria de alimentos, principalmente os que lidam com o aipo.
Medicamentos
Há muitos medicamentos que podem causar dermatite fototóxica. Os principais são:
- antibióticos: como tetraciclina, doxiciclina e ciprofloxacino,
- diuréticos para hipertensão arterial: como hidroclorotiazida e furosemida
- anti-arritmia cardíaca: como amiodarona
- antimicrobiano: como sulfa
- para diabetes: como metformina
- anti-inflamatórios: como piroxicam, naproxeno e benoxaprofeno
- para acne: como isotretinoína, conhecido comercialmente como Roacutan.
Como a dermatite fototóxica se manifesta?
A reação fototóxica ocorre desde o primeiro contato e surge após minutos ou algumas horas depois da exposição solar e mantém-se durante vários dias.
É limitada à área exposta ao sol, diferentemente da reação fotoalérgica, em que é necessário apenas uma dose mínima do medicamento e nunca ocorre no primeiro contato por exigir uma sensibilização prévia.
O aspecto é de uma queimadura solar, manifestada por vermelhidão e inchaço (foto 2) após 12 a 24 horas da exposição ao sol.
Localiza-se em áreas não protegidas pela roupa e tem um formato anormal e linear correspondente ao local de contato com a substância responsável e o sol.
Quando houver maior exposição, podem surgir vesículas e bolhas (foto 3).
Após essas manifestações, há o surgimento de manchas hipercrômicas (manchas escuras) e descamação (foto 4), lesões que antecedem o retorno ao aspecto normal da pele, o que ocorre no período de 20 dias.
O maior exemplo dessa reação em nosso país é o do limão, frequente no verão, em atividades de lazer em praias e piscinas devido ao contato acidental com a pele.
Os sintomas podem variar entre sensação de queimação, coceira leve ou intenso ardor.
Alguns medicamentos, como antipsicótico e anti-arritmia cardíaca (foto 5), podem gerar manchas escuras permanentes, mesmo após a suspensão delas, especialmente quando localizadas no rosto.
Além da sensação de ardor na pele, pode ocorrer febre, mal-estar e calafrio. Uma reação menos comum é a fotoonicólise, caracterizada pelo descolamento da unha do leito ungueal, provocado pela ingestão dos antibióticos doxiciclina e minociclina.
Como se trata a dermatite fototóxica?
O tratamento da dermatite fototóxica deve ser feito com o acompanhamento dermatológico, mas, de forma geral, deve-se evitar a substância responsável e a exposição ao sol.
Além disso, as lesões devem ser tratadas como uma queimadura solar, com aplicações de loções refrescantes com mentol e compressas frias.
Se a dor for intensa, o dermatologista pode prescrever analgésicos.
Nos casos da dermatite fototóxica provocada pelo contato com o limão, por exemplo, basta suspender o contato com a fruta e aguardar 20 dias para a pele se recuperar espontaneamente.
E a dermatite fotoalérgica?
Agora que você já sabe mais sobre a dermatite fototóxica, vamos falar sobre a fotoalérgica. Confira.
Qual a causa da dermatite fotoalérgica?
Esse problema ocorre quando uma substância aplicada sobre a pele ou pela ingestão de um medicamento, sofre alterações na sua estrutura química por causa do sol, o que gera um composto com capacidade de provocar reação alérgica.
Ao contrário da reação fototóxica, a fotoalérgica exige contatos repetidos com a substância responsável até que, finalmente, gera uma reação alérgica. Portanto, nunca ocorre no primeiro contato por exigir sensibilização prévia.
Vale ressaltar que a alergia pode ocorrer independente da quantidade de substância.
Ultravioleta A
O tipo mais frequente de radiação emitida pelo sol que provoca essa reação é a radiação ultravioleta A.
Isso é importante porque independe da exposição direta ao sol, semelhante com o que ocorre com a reação fototóxica.
Medicamentos
Os medicamentos mais responsáveis pela reação fotoalérgica por via oral são:
- antimicrobianos: como sulfas
- diuréticos: como tiazídicos
- ansiolítico: como clordiazepóxido (ansiolítico)
- antidiabético: como tolbutamida
- antifúngico: como griseofulvina.
Entre os medicamentos aplicados sobre a pele, que desencadeiam reação fotoalérgica, a prometazina (Fenergan) é a maior responsável.
Outras substâncias aplicadas diretamente na pele também podem estar envolvidas nessa reação alérgica, como:
- perfumes
- filtro solar com benzofenonas e cinamatos
- anti-inflamatórios não hormonais
- antifúngicos.
Como se manifesta a reação fotoalérgica?
A manifestação mais comum é a de dermatite de contato alérgica. Surge em 1 a 2 dias após o contato, desde que a pele tenha sido sensibilizada previamente através do contato com a mesma substância.
Manifesta-se, inicialmente, pele surgimento de lesões do tipo eritema (vermelhidão) e, nos casos mais severos, de vesículas e bolhas.
Quando atinge maior duração, adquire aspecto de liquenificação (pele mais escura, mais engrossada e com acentuação das linhas). Além disso, há coceira intensa e prolongada (fotos 6a e 6b).
Essa sensação é tão intensa ao ponto de ser considerada uma urgência dermatológica. Ao contrário da reação fototóxica, pode se expandir para atingir também a pele protegida do sol.
As lesões podem também ser do tipo urticária.
Como a dermatite fotoalérgica é tratada?
O tratamento da dermatite fotoalérgica também deve ocorrer com o acompanhamento de um especialista em dermatologia.
Esse médico irá avaliar as lesões e trazer recomendações, que podem envolver:
- evitar a exposição direto ao sol, especialmente entre 10 e 16 horas
- usar roupas com filtro solar
- utilizar boné de aba larga ao sair no sol
- comprar filtro solar de amplo espectro de proteção, que inclua a radiação ultravioleta A e B.
Já no tratamento para as inflamações, apenas o médico poderá definir de acordo com a sua seriedade. Pode-se usar cremes ou remédios orais para reduzir os sintomas.
Se você está com dermatite fotoalérgica ou fototóxica, conte conosco. Entre em contato e agende uma consulta com um dermatologista para realizar uma avaliação e iniciar o seu tratamento.