Pitiríase rósea: saiba mais sobre essa erupção avermelhada
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A pitiríase rósea, também conhecida como pitiríase rósea de Gibert, é uma erupção avermelhada de aparecimento súbito na pele.
Ela é composta por pápulas (carocinhos) ovais e avermelhados que aparecem com escamas e se manifestam, principalmente, no tronco e na parte proximal dos membros.
De forma geral, desaparece espontaneamente, sem necessitar tratamento.
Continue lendo para saber as causas da pitiríase rósea, suas manifestações clínicas e métodos de tratamento.
O que causa a pitiríase rósea?
Não se sabe exatamente a causa da pitiríase rósea.
Acredita-se que o seu aparecimento está relacionado com infecções virais, principalmente com o herpes vírus tipo 7.
Há estudos, ainda, que a relacionam com outros vírus, como:
- herpes vírus tipo 6,
- herpes vírus tipo 8,
- vírus pandêmico da influenza A H1N1.
Há também a teoria de que há uma predisposição genética.
Existem diversos motivos que reforçam a teoria da pitiríase rósea estar ligada com infecções virais, como o fato das manifestações na pele, às vezes, serem precedidas de febre, astenia, dor de cabeça (cefaleia) e sensação de mal-estar, sintomas frequentes de infecção viral.
Além disso, também há outros, como:
- aparecimento mais frequente em períodos definidos do ano, tendo maior incidência no verão e no outono,
- ocasionalmente surge em pequeno grupo de pessoas,
- semelhança das manifestações na pele com as doenças de origem viral,
- recidiva rara (2%),
- ocorrência maior nas gestantes (18%) comparado às não gestantes (6%), estado fisiológico onde a imunidade diminui, o que favorece infecções,
- detecção de partículas como vírus ao exame com o microscópio eletrônico.
Como a pitiríase rósea se manifesta?
A pitiríase rósea é mais frequente em crianças de maior idade e adultos jovens, e predomina no sexo feminino.
Em uma minoria dos casos, antecedendo a erupção cutânea, surgem outros sintomas, como:
- dor de cabeça,
- sensação de mal-estar,
- inflamação na garganta (faringite).
A manifestação inicial na pele é de uma mancha de cor rósea ou salmão, com borda elevada, centro amarelado, medindo entre 2 e 5 centímetros, redonda ou oval (foto 1a).
Em seguida, surge escama e começa a clarear no centro, permanecendo a escama com aspecto de papel de cigarro na parte interna da borda da lesão. É conhecida como lesão medalhão ou “lesão mãe” e ocorre em 50 a 90% dos casos (foto 1b).
Após 7 a 14 dias surgem lesões menores, com o mesmo aspecto da lesão inicial, localizadas no tronco e parte proximal dos membros, especialmente nas coxas.
O eixo maior das lesões tende a tomar direção oblíqua das linhas de clivagem da pele, especialmente nas costas, distribuição conhecida como “Árvore de Natal” (foto 2).
A erupção da pele tende a se disseminar de forma centrífuga (do centro do corpo para a periferia) ou de cima para baixo do corpo, no curso de alguns dias (foto 3).
A involução se manifesta pelo desaparecimento gradual do eritema (pele avermelhada) e das escamas em 4 a 8 semanas. Raramente, tem duração de vários meses.
Pode permanecer manchas hipocrômicas (manchas mais claras) durante algumas semanas ou hipercrômicas (mais escuras), estas mais frequentes nas pessoas de pele escura. Nesses casos, desaparece após vários meses ou até mais.
Nas crianças, a doença se manifesta de forma muito diferente. Ao contrário dos adultos, envolve também o couro cabeludo e o rosto.
Pode ter localização inversa à do adulto, ou seja, afetar a face e a parte distal dos membros, poupando o tronco.
As lesões são muito menores, constituídas por pápulas (carocinhos) localizadas nos folículos pilosas, além de vesículas (bolhinhas d’água), pústulas (bolhinhas de pus) (foto 4) e, menos frequentemente, semelhante à urticária ou púrpura.
Geralmente as lesões são assintomáticas ou às vezes há sensação de prurido (coceira) discreto, exceto nos portadores de asma e rinite, quando pode ser de maior intensidade.
Em 28% dos casos, pode ocorrer inflamação da garganta (lesões orofaríngeas), visualizada como manchas avermelhadas mais claras (eritema) ou mais escuras (petéquias), que também desaparecem espontaneamente.
O diagnóstico diferencial, ainda com apenas a lesão medalhão, deve ser realizado com a tinha (impinge).
O exame micológico, que avalia a presença de fungos, esclarece o diagnóstico.
Já na fase da doença com todas suas manifestações, deve ser diferenciado da sífilis secundária por meio de um exame de sangue.
Vale ressaltar ainda que a primeira manifestação da AIDS na pele é muito semelhante à pitiríase rósea, por isso, é preciso de atenção.
Tratamento
A pitiríase rósea, normalmente, se cura espontaneamente.
Além disso, não é preciso se preocupar com a transmissão da doença.
Dessa forma, o tratamento deve ser realizado apenas quando existir coceira, controlada com o uso de corticosteróide de média potência anti-inflamatória, aplicado na pele durante 2 a 3 semanas.
É discutível a eficácia do uso do aciclovir por via oral e da fototerapia com radiação ultravioleta, reservados para os casos mais graves.
Ao desconfiar que você tem pitiríase rósea, agende uma consulta com um dermatologista. Como já falado, os seus sintomas podem ser confundidos com outras doenças, como sífilis ou AIDS.
Entre em contato conosco para agendar um horário para realizar exames e ter um diagnóstico correto.