Ceratose pilar: saiba mais sobre os carocinhos na pele que parecem acne

Dr. Sergio Paulo

A ceratose pilar é uma desordem hereditária muito frequente e que ocorre por um distúrbio no processo de queratinização do pelo (crescimento do mesmo).

Como consequência, há a formação de pápulas (carocinhos) de consistência áspera, relacionadas ao fio, localizadas mais frequentemente nos braços, coxas e rosto.

Continue lendo para saber mais sobre a ceratose pilar, entender porque ela ocorre e se é possível tratá-la.

Como a ceratose pilar aparece?

Existem dois padrões de apresentação. O primeiro, inicia antes de 2 anos. Esse é o mais frequente. O segundo, surge aos 10 anos.

A ceratose pilar afeta entre 2% a 12% das crianças e não há predominância de gênero nem de raça.

O que causa a ceratose pilar?

A ceratose pilar é uma doença relacionada à genética. Embora não seja bem determinado o seu modo de transmissão, existe uma tendência a acreditar que seja autossômico dominante, ou seja, chance de 50% de cada filho herdar a doença.

Não se sabe exatamente o que ocorre para haver a formação dos carocinhos, mas os especialistas acreditam que há uma alteração no processo de queratinização do pelo, envolvendo a substância queratina, associada a mutações da filagrina.

Como é a manifestação da ceratose pilar?

A ceratose pilar pode acometer diversas partes do corpo, como:

  • Rosto
  • Braços
  • Cotovelos
  • Joelhos
  • Parte proximal das coxas
  • Nádegas
  • Tronco

Manifesta-se como pápulas e geram uma sensação áspera ao toque, dando a impressão de “pele arrepiada”, frequentemente cercadas de eritema (vermelhidão).

Foto 1 – Ceratose Pilar no braço com pápulas (carocinhos), dando aspecto de pele arrepiada

Às vezes, o eritema ao redor do pelo pode ser muito acentuado, especialmente nas bochechas, testa e pescoço. Nesses casos, chamamos queratose pilar rubra.

Foto 2 – Ceratose Pilar forma rubra com pápulas (carocinhos) no rosto e rodeada por eritema (vermelhidão)

As pápulas podem se distribuir de forma agrupada ou dispersa. As lesões, normalmente, melhoram gradualmente ao atingir a adolescência. Apesar de haver essa tendência, a condição pode persistir durante a vida adulta.

Nas áreas de atrito, como coxas, nádegas e dorso, pode surgir pústulas (bolhinhas de pus) com aparência de foliculite.

Foto 3 – Ceratose Pilar nas coxas com pústulas (bolinhas de pus), dando aspecto de foliculite

A única queixa dos pacientes é o desconforto pela sensação da pele com textura áspera ao toque, além da aparência antiestética. Normalmente, os sintomas pioram durante o inverno e na gravidez.

A ceratose pilar pode estar associada a outras doenças, como:

Tratamento da ceratose pilar

Mesmo havendo uma tendência a diminuir de intensidade e até de desaparecer no início da vida adulta, muitos pacientes desejam realizar o tratamento por motivo estético, para reduzir a aspereza e vermelhidão da pele.

Isso pode ser feito de diversas formas. Para evitar o ressecamento da pele, por exemplo, o banho não deve ser quente e prolongado. Além disso, aconselha-se o uso de sabonetes especiais.

Também recomenda-se a aplicação de creme prescrito por um dermatologista, para reduzir a sensação de aspereza da pele. Nesses casos, o uso deve ser contínuo. 

Como segunda opção, para os que não respondem às alternativas anteriores, pode-se utilizar cremes contendo ácido retinóico, devendo ser recomendado por um médico especialista.

Para a vermelhidão, o dermatologista pode recomendar uma pomada com ação anti-inflamatória, para ser utilizada uma ou duas vezes ao dia, por até 2 semanas.

Por fim, como terceira opção, temos a ingestão de retinóides, a aplicação de laser e a microdermoabrasão.

Ao suspeitar dessa condição, procure um especialista para fazer uma avaliação e iniciar o tratamento mais indicado.

Se morar em Recife, conte conosco para isso. Agende uma consulta com um especialista e saiba mais sobre a ceratose pilar.




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