Saiba mais sobre a pitiríase alba

Dr. Sergio Paulo
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A pitiríase alba é uma doença comum com predominância nas crianças e adolescentes.

Ela é caracterizada por escamas finas e por manchas mais claras do que a pele normal; por isso, tem esse nome: o termo pitiríase significa escamas e as manchas brancas foram caracterizadas com a palavra alba.

Continue lendo o nosso post e saiba mais sobre a pitiríase alba!

Incidência da pitiríase alba

A pitiríase alba é mais comum entre 3 a 16 anos e 90% ocorrem em menores de 12 anos.

Embora seja mais frequente em portadores de atopia, doença manifestada por asma, rinite e dermatite atópica, pode também ocorrer em pacientes não atópicos.

Não há predomínio de cor da pele, embora seja mais perceptível nas pessoas de pele escura.

Torna-se mais evidente no verão, já que o sol escurece a pele normal ao redor da pitiríase alba, porém não a mancha branca.

Qual é a causa da pitiríase alba?

Representa uma fase inicial da dermatite atópica.

Os melanócitos, células responsáveis pela produção do pigmento melanina, estão funcionando menos ativamente, por alterações degenerativas neles.

Manifestações clínicas da pitiríase alba

Embora inicialmente se manifeste por manchas eritematosas (avermelhadas), essa fase raramente é percebida pelo paciente.

Na maioria dos casos são observadas manchas hipocrômicas (mais claras do que a pele ao redor), bordas mal delimitadas (borradas), redondas ou ovais, geralmente com escamas discretas. A mancha e a pele ao redor apresentam acentuação do pelo (pele arrepiada) e seca, comum nos pacientes portadores de alergia como asma e rinite.

Localizam-se no rosto, especialmente nas regiões malares (bochechas), braços e tórax.

Pitiríase alba, mancha branca

O número de lesões varia de 4 a 20, medem 0,5 a 5 centímetros. Majoritariamente é assintomática, embora o paciente possa referir discreto prurido (coceira), podendo representar um estágio anterior à dermatite atópica.

Pitiríase alba, manchas brancas

Pode coexistir com as lesões inflamatórias do eczema atópico, que se manifesta como manchas avermelhadas e pruriginosas nas dobras dos cotovelos e dos joelhos, o que reforça a relação entre eles.

As manchas desaparecem espontaneamente num período de vários meses a alguns anos, embora isso aconteça, na maioria dos casos, em um ano.  

Como é feito o diagnóstico de pitiríase alba?

O diagnóstico é realizado apenas com o exame da pele, porém, em caso de dúvida, pode ser utilizada a lâmpada de Wood para diferenciar do vitiligo e a pitiríase versicolor.

O exame micológico pode excluir a possibilidade da pitiríase versicolor. A biópsia de pele pode ser necessária para diferenciar do linfoma (câncer) originado na pele e conhecido como micose fungóide hipocromiante, também frequente na faixa etária da pitiríase alba.

Sem o exame, a pitiríase alba pode ser confundida com outras patologias, como:

  • Pitiríase versicolor, mais conhecida por pano branco
  • Hipocromia pós inflamatória (manchas claras após inflamação da pele, especialmente nas pessoas de pele mais escura)
  • Vitiligo
  • Haseníase na fase indeterminada (fase inicial da doença)
  • Psoríase
  • Dermatite seborreica
  • Micose fungóide (linfoma originado na pele)
  • Esclerodermia cutânea
  • Efeito colateral da aplicação prolongada de corticosteróide na pele

Tratamento da pitiríase alba

A aplicação regular do filtro solar impede o bronzeamento da pele ao redor, tornando as manchas menos visíveis.

Para outras formas de tratamento, é essencial buscar o auxílio médico que irá recomendar as melhores medicações para cada caso.

Em geral, é feita a aplicação de corticosteróide de baixa potência anti-inflamatória que pode reduzir o eritema (inflamação, raramente observada) e o prurido, também raramente presente.

Os inibidores da calcineurina, em creme e pomada, embora caros, são muito eficazes. Os análogos da vitamina D, tem eficácia semelhante aos inibidores da calcineurina.

A aplicação de cremes hidratantes, especialmente os contendo ceramida, podem acelerar a cura, porém os resultados são inferiores aos inibidores da calcineurina.

Os casos com comprometimento extenso da pele podem ser controlados com a fototerapia, através de fotoquimioterapia (associação de psoraleno e radiação ultravioleta A) e fototerapia direcionada à lesão de pele através do laser excimer de 308 nm.

Lembrando que apenas um médico especializado poderá recomendar o melhor tratamento para cada caso.

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